Alya estava ajudando Marinette a se arrumar para que ambas pudessem ir à festa de Chloe, a morena ainda achava suspeita a atitude da loira, já que elas sempre se odiaram e segundo Adrien, ela e Marinette não tinham se dado nada bem.

Mas se elas iam nessa festa, iam para arrasar! Marinette usava o vestido ciganinha soltinho que mesclava a cor laranja com um azul ciano, que ficava perfeito na azulada.

Já Alya vestia um vestido preto com uma saia rodada e de alcinha, básico, mas bonito.

A morena já havia terminado sua maquiagem, que era simples, uma base pra esconder uma espinha que havia nascido em seu queixo e um batom claro. Em Marinette um pó já foi o suficiente para esconder as imperfeições da pele dela, ela queria passar um rímel, mas a azulada não quis e passou um só um gloss.

O local da festa seria o hotel que o pai de Chloe tinha na praia, e como André Bourgeois fazia tudo que sua amada filhinha pedia, lógico que ele deixaria que ela desse uma festa no hotel.

Elas agora já haviam entrado no carro e Alya dirigia em direção à praia, Marinette não estava entendendo o porquê de elas irem se nem ela e nem Alya eram fãs de Chloe, porém Alya disse que seria divertido, então ela apenas concordou.

Quando finalmente chegaram, Marinette se assustou com o tamanho do lugar, o hotel era enorme, maior que a casa de Alya! E quando adentraram o local ficou mais chocada ainda, o local era totalmente praiano, com pranchas penduradas nas paredes, sofás em tons mais azulados ou esverdeados, em cima das pequenas mesinhas haviam potes com areia e conchas, simplesmente lindo:

—Mari, você tá vendo algum dos meninos?

—Meninos?

—O Nino e o Adrien! Será que eles foram convidados?

—O Adrien não tenho dúvida, do jeito que a Chloe é grudada nele!

—Tá com ciúme?

—Ciúme? O que é ciúme?

—Ciúme é quando você vê uma pessoa com outra e fica meio que brava.

—Então eu não estou com isso. Não fico brava quando vejo os dois juntos. – A morena lança um olhar torto do tipo “ Sério? ” Para Marinette. – Eu não fico brava não!

—Tá legal vou fingir que não ouvi isso! Ah, olha eles ali, vamos Mari!

Elas se dirigiram em direção aos garotos, Nino estava com sua camiseta clássica azul com um olho robótico no meio, ele dizia que ela dava sorte, juntamente usava uma bermuda cinza e um boné vermelho. Adrien estava com uma camiseta preta com três listras uma de cada cor – Amarelo, verde e azul respectivamente.- e uma bermuda branca:

— Oi galera! – Disse a morena se aproximando.

—Oi, a festa tá demais né?

—Acabamos de chegar, achei estranho a Chloe convidar a Mari e eu, a gente nunca se bicou.

—Também tô achando que tem caroço nesse angu, a Chloe não é de fazer festas tão repentinamente assim. – Falou o loiro ajeitando o cabelo. – Tentem não chegar perto dela.

—Quanto mais longe eu estiver da vespa melhor! – Fala a morena cruzando os braços.

—Vespa?

—É, Mari! Vespa é o apelido da Chloe. – Fala Nino, ele não podia negar que ainda desconfiava de algo em Marinette.

—Não sabia, me desculpe...

—Tranquilo, Mari, você é nova aqui, então faz sentido você não saber disso. – Marinette ficou espantada ao ver o loiro a defendendo, ela não esperava.

—Obrigada...

Agora Marinette estava um pouco corada, qualquer um que a visse diria que ela havia exagerado no blush. Alya, que não era boba, notou a vermelhidão no rosto dela, como ela shippava Adrinette – Que era a junção que tinha feito dos nomes Adrien e Marinette. – Teve uma ideia:

—Eu vou pegar um refri pra gente, Nino você pode me ajudar?

—Mas você tem duas mãos e consegue – Ele hesitou em continuar a frase quando recebeu uma pisada no pé, que obviamente foi de propósito.

—Vem!

Ela literalmente puxou ele pra longe, dos dois deixando Adrien e Marinette sozinhos:

—Então... Como você tá? – Perguntou o loiro tentando puxar assunto.

—Bem! E você?

—Bem.

O silêncio constrangedor voltou, mal sabiam que de longe, Alya os observava, junto com Nino:

—Eles não são fofos juntos?

—Tá rolando alguma coisa que eu não tô sabendo? – Perguntou Nino.

—Eles tomaram sorvete juntos no André!

—E daí? A gente já tomou sorvete lá todo mundo junto, é normal!

—Você sabe como o André é conhecido: O sorveteiro dos apaixonados! Aposto que em menos de dois meses esses pombinhos estão juntos.

—E eu aposto que o Adrien nem vai ligar pra ela nesses dois meses!

—Humm, o que vamos apostar?

—Se eu ganhar, você vai em um encontro comigo?

—Quê?

—Aham, isso mesmo que você ouviu Alya! Vou fazer você ter o pior date da sua vida.

—E se eu ganhar você tem que ir na praia e usar aquela toalha de Hello Kitty que eu tenho.

—Apostado!

—Agora vamos pegar aquele refrigerante, senão eles podem suspeitar!

Enquanto isso, o silêncio constrangedor ainda rodeava os outros dois ali, não sabiam como puxar assunto, até que Adrien quis quebrar aquele silêncio:

—É a sua primeira festa aqui em Hossegor?

—Na verdade é a primeira festa da minha vida! No lugar em que eu morava não tínhamos tempo para isso.

—Você nunca me explicou direito de onde você veio, era muito ruim lá?

—Um pouco, mas a gente se acostuma com o tempo. – Ela respirou fundo, era um pouco difícil fala de Miraculous sem poder mencionar o nome e que era um reino submarino.

—E seus pais? Por que não vieram com você?

—É-é complicado explicar, tiveram vários fatores que levaram eu a vir sozinha, apesar de que eu ainda sinta muita falta deles.

—Eu sei como é passar por isso, minha mãe morreu quando eu tinha catorze anos, e meu pai.... Digamos que ele nunca foi muito próximo de mim.

—Eu sinto muito.

—Não é culpa sua, Mari, minha vida era muito difícil antes de eu conhecer a Alya, o Nino e agora você. – A azulada deu um sorrisinho de leve. – É impressão minha ou você nunca tira esses brincos?

—Não tiro mesmo.

—Por quê? – Agora ela tinha que inventar uma desculpa, ela não podia falar “É uma joia mágica que me possibilita falar com você agora, e álias a outra tá com você, é esse anel que você tá usando.”

—E-Eram da minha mãe, ela me deu antes de eu partir, então quando uso ele, eu sinto que ela está comigo!

—Legal!

Novamente o silêncio constrangedor começou, mas foi quebrado, dessa vez, não foi por nenhum deles, foi uma certa loira que era dona da festa, Chloe usava um cropped amarelo com uma saia preta um pouco justa, ela literalmente fazia jus ao apelido de vespa:

—Adrienzinho! Você veio! Ah, e você também... – Pronunciou Chloe, direcionando um olhar de desprezo para Marinette. – Adrienzinho, como você tá? A Marina tá te incomodando?

—Meu nome é Marinette, não Marina!

—Que seja! Pode chamar até Avestruz que eu não vou ligar!  Adrien, quer dançar comigo?

—H-hoje não, eu vou ficar aqui conversando com a Mari.

—Pode ficar tranquilo Adrien, vai se divertir, eu vou lá fora pegar um pouco de ar fresco, nunca fiquei em um lugar com tanta gente assim, a gente se vê mais tarde.

A azulada foi andando em direção a saída, Adrien não pode negar que se sentiu um pouco mal, não queria deixa-la sozinha:

—Pronto, agora que nos livramos daquela imbecil, podemos ir pra pista de dança! – Falou a loira segurando na mão de Adrien e o puxando em direção ao local.

—Chloe eu não posso....- Disse e ao mesmo tempo puxou sua mão que Chloe estava segurando.

—O quê?

—Não posso deixar ela sozinha, ela não conhece muito bem o lugar e pode se perder, fica pra próxima!

Ele saiu em direção a saída, deixando a Bourgeois sozinha:

—Ridículo! Totalmente ridículo! – Dizia a loira.

Adrien achou que não ia encontrar Marinette facilmente, já que o local estava cheio, mas para a surpresa dele, ninguém estava do lado de fora do prédio ( Palavrinha da autora: Clero né Adrien! A festa tá lá dentro, só você e a Mari tão aí fora!), ele achou que talvez Marinette tivesse ido longe, mas ela estava sentada em um dos bancos do lado de fora do hotel:

—Oi.. Desculpa pela Chloe.

—Ela não fez nada dessa vez, só errou meu nome. E aí vocês fizeram aquele negócio de dança?

—Não dançamos, eu não tava muito a fim de dançar com ela, isso fica só entre nós: Ela não sabe dançar.

—Não posso julgar ela, porque eu nem sei o que é isso.

—Fala sério, você não sabe o que é dança?

—Eu devia saber?

—Sim!

—Então me explica!

—Dança é um tipo de arte, em que você usa o corpo pra se expressar.- Ela faz uma cara de confusa. - Não entendeu nada né?

—Não!

—Vem cá!

—O quê?

—Vem cá, eu te mostro o que é dançar. – Ela hesitou. – Vem!

Ele puxou-a do banco que estava sentada e a levou até a areia, estava tocando a música Photograph, do cantor Ed Sheeran, uma das preferidas de Adrien:

—Conhece essa? – Ela nega com a cabeça.

Ele pega a mão esquerda dela e coloca em seu ombro, a direta ele segura com sua mão esquerda e a mão solta ele coloca na cintura dela ( P.S. : Só lembrem da dança do episódio Urso Maligno)

“Loving can hurt, loving can hurt sometimes
But it's the only thing that I know
When it gets hard, you know it can get hard sometimes
It is the only thing that makes us feel alive”

Ele ia guiando ela, que agora estava corada e com um sorriso no rosto, por um segundo esqueceram que a festa estava acontecendo só estavam eles ali, sozinhos dançando na areia fria da praia.

“We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Hearts are never broken
And time's forever frozen still”

Ele pegou o braço dela e levantou e girou-a, fazendo com que ela ficasse de costas pra ele e ambos segurando as mão do outro, ela olhou brevemente para trás e quando percebeu que ele estava olhando ela, voltou a olhar para frente.

“So you can keep me inside the pocket of your ripped jeans
Holding me closer 'til our eyes meet
You won't ever be alone, wait for me to come home”

Ele girou-a novamente fazendo com que eles ficassem um de frente pro outro, ele soltou a mão dela e segurou em sua cintura com as duas mãos e a girou novamente. Por instinto ela soltou os braços , apenas sentindo o vento balançar os seus cabelos.

“You can fit me inside the necklace you got when you were sixteen
Next to your heartbeat where I should be
Keep it deep within your soul

When I'm away, I will remember how you kissed me
Under the lamppost back on Sixth street
Hearing you whisper through the phone....’’

Quando voltaram a ficar de frente um para o outro, estavam muito próximos, quase colados um no outro.

"Wait for me to come home"

Suas respirações tinham se tornado uma só, Adrien não sabia o porquê, mas sentia que tinha que quebrar aquela distância, então se aproximou ainda mais, quando estavam prestes a colar os lábios, Marinette se afastou:

—É melhor nós voltarmos, a Alya e o Nino devem estar nos procurando...

—É mesmo... Vamos?

Ela assentiu com a cabeça e eles entraram novamente o local. Agora Adrien tinha certeza de uma coisa: Marinette não era só uma amiga.