Sonic The Hedgehog: Outside N'Counter escrita por Hunterx


Capítulo 39
Planos, missões e alianças


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Como estão?

Hoje vamos dar continuidade a história após a saga.

Sem delongas... Boa leitura e divirtam-se!



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Os eventos dos capítulos anteriores foram bem traumáticos. É até desnecessário dizer que os efeitos seriam imediatos e, guardadas as devidas proporções, permanentes.

Entretanto, a expansão dos interesses do clã equidna Nocturnes não se limitavam somente a Mobius e que com certeza teria alguma ligação com tudo que está acontecendo.

Iremos agora os uma outra dimensão, mais precisamente no:

Reino do Sol

Continente Grande | Rota Amarela

Traçando por sobre uma entrada degradada pelo tempo, lá estava V guiando seu carro. No interior, como de praxe, estavam Blaze e Moon, que conversavam sobre a derradeira missão.

— Temos que cruzar o Continente Grande e seguirmos para Terrestra... Pois lá está guardada o Cetro de Jóias.

— Compreendo, princesa. Mas para isso temos que seguir de barco. Não podemos voltar, qualquer outro caminho é arriscado...

— Sim... Eu sei. Mas não há outra alternativa.

— Princesa Blaze... Eu sinto muito por minha intromissão, mas...

— O que foi, duquesa Moon?

— Acho que eu estou sendo um estorvo. Tenho certeza de que suas habilidades como velocista estão intactos. Eu consegui medi-lo com meus poderes psíquicos...

— Huh... Estou sem chamas mas minha velocidade permanece a mesma. Eu poderia facilmente ir por sobre as águas, mas não posso abandonar nenhum de vocês.

Foi nesse momento que V foi empático do seu jeito.

— Show isso aí... É uns lance tipo irmandade, sabe... Eu admiro essa parada.

— Falou alguma coisa, cabeça oca? – Provocou Moon.

— Sim, mina locona... Foi o que a princesa disse aí... Tamo junto nisso, então pra sempre junto até resolver.

— Sua cooperação então é honesta, é isso? Me surpreendeu...

— Aí... Chega, tá? Tô trocando um lero de boa com vocês. Esse elo aí que a princesa disse é algo que eu admiro e respeito. Então não entenda errado...

— Algum outro motivo?

— Claro que tem! Aquela gente lá da cidade ficou surtada! As chances daquilo acontecer outra vez é grande... Então melhor não marcarmos caô por aqui e seguir em frente...

Eles estavam conversando de forma racional. Embora Moon viesse com provocações, V se mostrou mais centrado. E ela, sendo empática também, se mobilizou:

— V...

— Que foi?

— Peço humildemente desculpas como falei com você agora pouco.

— E porque tá falando isso?

— Eu te chamei de cabeça oca... Não foi apropriado, ainda mais porque você estava somente demonstrando respeito com a princesa.

— Ih... Relaxa. Tava sendo cabeça oca mesmo lá atrás, mas agora tô ligado no caô que tamo segurando. O festival foi pro brejo, o Reino do Sol tá em perigo... Não sou herói não, mas o que eu puder fazer pra ajudar, tamo junto... Falei? Então tá de boa aí...

— Uh... Curioso isso.

— O que?

— Você se importa com família... Algum fundamento?

— Eu fazia parte dos Lunas.

— Lunas? O que seria isso?

— Como posso dizer... Uma “irmandade”. Família mesmo... Vivíamos juntos, correndo juntos...

— E o que houve que não estão mais juntos?

— Ah... Bem... Chega uma hora que cada um tem que seguir seu caminho, saca? Então... Tô nessa vibe faz um tempo mas tô levando a vida de boa...

Moon ficou um pouco pensativa em seguida. Por causa de seus poderes psíquicos, ela tinha um quê de sensitiva e conseguia perceber o estado de espírito das pessoas em manter uma conversa franca e sem preconceitos.

— *O seu tom de voz... Ele meio que deixou transparecer uma tristeza, como se tivesse perdido algo. Quem diria que um troglodita como ele teria camadas...*

Só que:

 *Ela ficou mais agradável, demorou. O tom de voz dela mostrou que tá mais aberta e responsa... Gostei. Agora essa esnobe nobre vai ficar menos irritante...*

Ele também tinha esse dom, mesmo que rudimentar.

Minutos depois...

Após seguirem pela estrada, enfim chegaram até o litoral, exatamente pelas orientações que Blaze disse. Logo a frente, em um cais tradicional, havia uma embarcação... Um navio, aliás. E nesse caminho até próximo do lugar, V dialogou:

— Tá... chegamos. O que faremos agora?

— Seguir para Terrestra usando aquele navio... – Disse Blaze.

— Como é?!

— Exatamente isso.

— Ah sério... Sério mesmo?

— Sim, V. Terrestra é um continente. Lá encontraremos o Templo de Solaris.

— Ih cara...

Só que Moon não se conteve:

— O que foi? Tem medo de água?

— Não, mina locona... Mas meu carro não se dá bem com água, saca?

— Uh... Então pelo visto ele vai ter que ficar aqui.

— Nem pensar! Esqueceu do papo de “irmandade” mais cedo? Esse carro vai junto!

— Haha... Tudo bem. Não vou tirar esse direito seu, mas que é engraçado é! Hahaha!

— Pode rir... Não ligo, tá? Cê loco... – V em seguida olhou para Blaze – Princesa, vossa majestade conhece o capitão?

— Você pode ter certeza que eu conheço ela muito bem...

— Peraí... Ela?!

— Sim... A minha eterna amiga...

E já estacionados no pier, eles seguiram para o navio. Blaze inclusive foi a primeira a descer, seguindo usando sua velocidade e:

— MARINE!

A guaxinim, que vestia um robe verde e shorts de cor preta, tinha sua pelugem de cor predominantemente marrom. Junto a ela, no convés de sua embarcação, também havia sua tripulação formado por ursos coalas, população decorrente do reino de Blaze.

— Ora... Olaaá, Blaze! – Ela se lembrou do que a felina representa – Opa, quero dizer... Uhuh... Princesa Blaze, encantada por sua presença em meu humilde navio!

— É muito bom te ver...

— Jura? Jura mesmo? Haha! O mesmo digo eu, Bla... Digo, vossa majestade!

— Deixe as formalidades de lado. Estamos com um problema!

— Sério? E o que eu e meus comandados fiéis podemos lhe servir?

— Por favor, nos leve até Terrestra!

— Terrestra?! Você tá falando sério? Aquele lugar fica no meio de lá onde o vento faz a curva e não retorna...

— É importante! Estamos sendo invadidos!

— Como é? Invadidos por quem?

Mas antes que pudesse terminar, do nada um portal se abriu e dele surgiram os Hooligans!

Isso mesmo! Nack Fuinha, Bark Urso e:

— Bean, o pato loko! Falei primeiro, locutor!

Acidentalmente, a moto drone de Nack bateu ao eixo principal, fazendo tudo tremer. O susto foi grande e as dúvidas ainda maiores. E esse sentimento partiu de Blaze, que demostrou conhecer dos inesperados visitantes:

— VOCÊS OUTRA VEZ?!

— Ah... Que droga... – Disse Nack, tonto – Onde nós estamos?!

— SAIAM DO MEU NAVIO AGORA! – Marine não parecia nada feliz.

Passado o momento pós acidente,  Nack pegou sua espingarda, apontando para Blaze. Ele logo agiu como o tal:

— Ah legal... A princesa de fogo e a projeto de pirata fracassada... Portal vagabundo!

— Eu não sei como vocês voltaram, mas eu exijo que retornem pelo mesmo lugar de onde vieram AGORA! – Disse Blaze.

— Bah! Eu não tenho que te obedecer, princesinha flamejante... – Ele olhou ao redor.

— Ih chefe... Acho que estamos em algum episódio de One Piece! Eu sempre quis conhecer o Luffy! WE ARE, WE ARE...

— Cala a boca, Bean! Acabamos de fugir daquela explosão e...

Mas Blaze percebeu o diálogo e:

— Explosão?! Mas...

— Ó, não fui eu, tá? – Bean abriu novamente sua boca – Eu me amarro nos boom das coisas, mas eu não tenho culpa no cartório não, senhorita!

A confusão estava instaurada. E Marine entendeu bem o que Blaze iria dizer:

— ... Pelo visto, Blaze, não são só vocês que estão com problemas!

Mas:

— Problemas? Vocês não tem ideia... Nós fomos enganados!

— E quem quer saber disso? – Marine não tinha papas na língua – VAI DANDO O FORA DO MEU NAVIO, SEU FEDIDO!

De louco por louco, tínhamos o Bean a bordo. Então:

— Nada disso, abestada! Viemos de um mundo onde a imaginação brilha cheio de brilhinho! E tem bombinha também... Quer ver? – Disse, fazendo aparecer uma bomba.

— O que?! Caramba... Esse cara deve tá lelé da cuca, só pode!

Só isso já causou reações em todos, inclusive em Moon. A felina discípula de Blaze viu aquilo como:

— ... ameaça! Sugiro que apague o pavio desta bomba agora antes que EU TE EXPLODA COM MINHAS CHAMAS!

Bark não demorou e ficou em base de luta, com Nack lhes apontando a arma e dizendo:

— É... Mais um dia normal na minha vida. E eu achava que estávamos ruins contra os Nocturnes...

Essa palavra mudou tudo. V fez as honras:

— Noc-nocturnes?! Mano, foi isso que cê falou mesmo? Nocturnes?

— Sim, playboy! O que foi, agora? Foram eles que me contrataram... E ME ENGANARAM! GRR... EU ESTOU FURIOSO!

Blaze entendeu a história no momento que Nack disse essa informação. Indo até a frente e o olhando nos olhos, ela não demorou em dizer:

— Muito bem... Diga-nos o que sabe sobre eles... Diga tudo!

— O que está acontecendo aqui?! – O fuinha realmente estava confuso – Até parece que vocês estão tendo problemas com eles também...

— Você sabe quem eu sou... e o que posso fazer. Então melhor cooperar...

E Bean:

— Blaze, blezona, blezada, blezera! QUE BLELEZA! HAHA!

— CALE-SE, BEAN! – Nack, abaixando sua arma, disse – Muito bem, princesa... Acho que precisamos conversar...

Mas como Nack apareceu no Reino do Sol?

Coisas estão acontecendo... e com certeza nada agradáveis.

E voltando a Mobius...

Cidade de Nova Mobotrópolis

Definitivamente não era um bom momento para os Lutadores da Liberdade, e isso se estendeu até aos Secretos.

Imediatamente após aportarem, por sorte mantendo a discrição, Sally foi levada até o:

Hospital Memorial Tommy Tartaruga

Leito de recuperação | Início da manhã

Como sabemos, a princesa e líder dos Lutadores da Liberdade teve um mal súbito, exigindo de todos máximo cuidado. Dr Quack, que anteriormente já havia atendido a esse chamado, deixou a sala e foi até o saguão do andar onde lá estavam Sonic e os outros. O médico foi logo ao assunto:

— Muito bem... Antes que perguntem: ela está bem.

— Caraca, que bom... – Disse Sonic, aliviado.

— Não tão rápido, ouriço... Estar bem não quer dizer estar totalmente sem problemas.

— Tá, doutor! Então se apressa lá explicar!

— Sally está sofrendo uma crise pós traumática.

— Como é?! O que quer dizer com isso?

Rotor já havia entendido.

— A robotização, Sonic! Caramba... Ela está tendo efeitos colaterais!

— Putz... Mas doutor... O que isso pode trazer?

— Sonic... – Dr Quack continuou – Já está trazendo. A alguns dias a princesa teve um pesadelo que já me deixou preocupado.

— O que?! Sally não disse nada disso!

— Você conhece a princesa... Ela não queria que nenhum de vocês soubesse e pediu que guardasse segredo. Mas pelo visto não há outra alternativa...

Tails tomou a frente, perguntando:

— O que vai ser dela agora?

— Garoto, só o tempo dirá. Não há uma solução prática como um medicamento ou terapia. Vocês sabem como alguns mobianos que tiveram a robotização revertida ficaram depois... Pode levar um tempo, mas ela vai ficar bem.

— Tá, doutor... – Sonic desta vez que falava – Se eu conheço bem a Sally, com certeza ela vai querer se levantar e partir pra missão nova. Olha, tem muita treta acontecendo tudo ao mesmo tempo...

— Treta?! Do que está falando?

— Os Nocs... Eles são a treta da vez! E essa turminha do mal não tá afim de conversinha fiada.

— Nocs?

Rotor traduziu:

— Um clã chamado Nocturnes.

— Nocturnes?

O assunto se alongou um pouco, já que Rotor precisou explicar o que de fato ocorreu. Tudo isso teve influência de como trataria Sally, acreditem. Até mesmo a área médica de Nova Mobotrópolis precisava de informações acerca das ameaças, pois qualquer coisa poderia ser usada como subterfúgio.

Enquanto isso...

Central de inteligência do Reino Acorn

QG dos Lutadores da Liberdade Secretos | manhã

Ainda se mantendo (quase) anônimos, o grupo liderado por Elias... estava devastado.

Reunidos no salão principal, o clima era de total velório. Larry estava sentado no fundo do salão, cabisbaixo. Big se limitou a ficar calado, como sempre fez. Tio Chuck retornou para o conselho, já que era um dos selecionados e poderia deixar as coisas ainda sob sigilo, e Amadeus Prower retornou ao hangar, a fim de tentar rastrear a X-Cruiser, que foi deixada para trás. Como vimos, ninguém do Conselho Acorn sabia que os Lutadores da Liberdade Secretos haviam saído em uma missão secreta... e tampouco do que ocorreu a Vicent e Geoffrey.

Falando ao centro, lá estava Who Coruja, acompanhado por Elias, sentido pela suposta baixa e, sob limitações, Nicole.

— Estamos praticamente isolados do resto de Mobius... – Disse a lince holográfica – Eu não consigo ativar meus sensores além da cidade, tampouco buscar localização de Geoffrey ou Vicent...

— Tente novamente, Nicole! – Disse Who.

— Não há um segundo que eu não faça isso! Eu... Eu não posso acreditar que... – Ela tinha lágrimas nos olhos – O Vicent...

— Acalme-se, Nicole. Minha criança, ainda está cedo para tomarmos decisões precipitadas.

Só que Elias não tinha essa opinião.

— Cedo? Who, seu otimismo é apreciável... Mas eu os vi caírem...

— Elias, não se torture!

— Eu os vi caírem... e foi minha culpa.

— Elias!

— WHO! PARE JÁ COM ISSO!

— Huh?!

— Chega disso... CHEGA! – Disse, se levantando – Eu assumi a responsabilidade dessa missão. Toda a culpa é minha e de mais ninguém!

— Esse plano não é só seu! Todos nós assumimos os riscos!

— NÃO! – Ele gritou, com raiva – EU SOU O REI! EU SOU O QUE DEVERIA PROTEGER OS MEUS COMANDADOS! Então, Who... Só pare de tentar seu mea culpa... porque nenhum de vocês tem. Todos concordaram em ir nessa missão, é um fato. Tínhamos riscos, todos sabiam... Mas quem começou aquela luta desnecessária fui eu... EU DEVERIA TEU DADO O EXEMPLO! GRR... O VICENT ESTÁ CERTO! EU O DECEPCIONEI... E AGORA ELE E O GEOFFREY ESTÃO...

Antes que os gritos culposos de Elias se propagassem mais, Nicole o abraçou, dizendo:

— Não diga... Só não diga.

— Ni-nicole...

— Who está certo. É cedo pra dizer essas coisas... Já vimos milagres acontecerem nessa cidade. O próprio Vicent fez um... e até o Geoffrey.

Who, tomando para si a empatia, disse:

— Ela está certa, Elias... Mais do que certa, aliás.

— Who...

— Você é o rei... e o que seria de seu reino se não tivesse fé?

Esse era o fato: Nicole trouxe Elias de volta. Ele, sabendo de que não deveria simplesmente aceitar o fatídico episódio em Mystic Ruins, se propôs a reunir o pouco de força que tinha e, se colocando novamente em concentração, disse:

— Muito bem então... Temos uma nova missão.

— O que?! – Who se surpreendeu.

— Voltar para Soumerca e encontrarmos Geoffrey e Vicent!

— Mas... Elias, nós nem avisamos aos Lutadores da Liberdade que eles estão sumidos!

— Não... Deixe assim! Por favor... Vamos até Soumerca, encontrá-los... e trazê-los de volta.

Nicole abriu um belo sorriso ao ouvir isso, dizendo:

— Eu confio em você, Elias... E tentarei manter o sigilo até onde eu puder... Mas eu não gosto de guardar segredos de meus amigos...

— Por favor... É por uma boa causa! Eu quero que Sally e os outros se foquem nos Nocturnes. Não temos tempo para enviar todo o plano para o conselho. Temos que agir nessa missão de resgate o quanto antes!

O sorriso de Nicole foi mesmo revigorante. E Elias retribuiu da mesma forma:

— E Nicole...

— Sim, Elias?

— Obrigado. Vamos achá-los... e é uma promessa! Entretanto...

— O que foi agora, Elias? – Perguntou Who.

— Eu devo voltar ao castelo e me encontrar com o restante do conselho. Meu pai, os demais conselheiros... Ninguém deve saber o que houve e... eu preciso estar lá!

— Eu concordo! Eh... Nicole?

— Sim, Who Coruja?

— Compartilhe com os Lutadores da Liberdade todas as informações que colhemos. Eles agora precisam ter os mesmos dados que nós. Temos uma missão secreta, que o conselho não pode saber... mas eles tem que dar satisfações. Com o que temos eu duvido que irão ignorar qualquer exigência deles. E isso também nos ajuda.

— Eu farei isso com prazer.

— Ótimo. Os Lutadores da Liberdade Secretos continuam, mas desta vez como suporte. No momento temos que nos preocuparmos com a próxima missão e a falta de comunicação com o exterior da cidade.

Um novo plano... e uma nova missão.

Mas isso não resolveria o problema atual: a falta de comunicação com toda Mobius.

Mas o setor de inteligência do Castelo Acorn não era somente pelos Lutadores da Liberdade Secretos. Para manterem os segredos em prol de segurança da cidade, tomemos agora como cenário o:

Centro de Comando do Castelo Acorn

Ala Secreta

— Ótimas acomodações... Péssimo tratamento!

Lotados na sala onde Geoffrey estava cumprindo sua pena anteriormente, lá estavam Knuckles e, bastante irritada, a grã mestra da Legião Sombria Lien-Da. Insatisfeita por ter de usar um inibidor de poderes e ter uma tornozeleira que lhe privava a liberdade, não era pra menos esse sentimento. E o guardião da esmeralda mestra não pegou leve:

— Você foi uma das responsáveis pelo sumido do meu povo... E está com sorte de não estar em uma das celas do Castelo Acorn!

— Seu povo? Você não tem a capacidade nem de proteger uma pedra mística imóvel, quiçá MEU POVO!

— NÃO SE ATREVA A GRITAR COMIGO!

— GRITO SIM, SEU IDIOTA! Tudo isso teria sido evitado se a rainha, a sua mãe, tivesse aceitado que EU SOU MAIS CAPACITADA EM LIDERAR NOSSO POVO!

— VOCÊ NUNCA TERÁ ESSA HONRA! Sabe porque? Simples: você não é digna! Se vendeu para o Eggman, mudou até o seu próprio corpo para obter poder! Você sequer tem empatia por meu povo... Tudo que você quer é ter poder sobre eles e entregá-los ao Eggman!

— EU IRIA PROTEGÊ-LOS! Não entende que essas modificações que fiz me melhoraram? Tinha tudo que preciso, mesmo com o desgraçado do Eggman me controlando! MEU POVO ESTARIA PROTEGIDO!

Só que Knuckles poderia ser um pouco bruto, mas totalmente justo... e empático. Tanto que suas próximas falas iriam fazer Lien-Da mudar de comportamento.

— Proteção não envolve força... Descobri isso de duas formas muito doloridas.

— Ah é? E quais foram, idiota?

— A primeira foi pensar que Sonic era o verdadeiro inimigo... Eu fui mesmo um idiota em ter acreditado no Eggman.

— Ainda bem que reconhece.

— A segunda foi ter me tornado o Enerjak. Tinha poder de fazer o que quisesse, mas... isso me cegou e no fim me tornei um verdadeiro opressor.

— Você tinha tudo que precisava também... e falhou miseravelmente!

— Os danos foram maiores, Lien-Da: eu perdi meu pai por causa dessa minha atitude... e o Dr Finitevus “venceu” nesse dia. Mas aí que nossas diferenças ficam evidentes.

— A que se refere?

— Eu escolhi fazer sempre o certo... que é lutar contra o Eggman. E o principal: não dar as costas pra ninguém. Eu fiz coisas ruins, me retratei e jurei que protegeria meu povo... e eu irei!

Lien-Da, em um momento de rara honestidade, ficou calada, refletindo o que tinha acabado de dizer. E logo disse:

— Você falhou em proteger o povo equidna... por causa do Thrash Tasmaniano.

— Sim... e você também havia sumido. Pode pensar o que quiser, mas eu incluo você nessa minha preocupação.

— O que?! Do que está falando, idiota?

— Você, a Legião Sombria... Todos nós somos equidnas. Eu não desisti de você, Lien-Da... e eu sei que você nunca vai desistir do nosso povo. Esse é o ponto que nos une: queremos trazê-los de volta. Por isso, coopere. O que você souber e que vá nos ajudar, diga. Conseguimos resgatar Ômega porque colocamos nossas diferenças de lado. Mas temos muito a fazer agora...

— Ah sim... O famoso melodrama. O que virá agora? Que eu peça perdão ou coisa do tipo? Escute, guardião: eu vou manter essa minha “cooperação”. Querendo ou não, vou precisar de toda ajuda pra resgatar meu clã e meu povo. Mas isso não quer dizer que eu concorde com suas ideias! Se você quer trégua por enquanto, eu até irei relevar, mas...

— Mas o que?

— Quero coisas em troca. Não sou um objeto seu nem de ninguém...

— Ah sim... Só do Eggman.

— Cale-se!

— Muito bem... O que você quer em troca?

Acordos seriam feitos naquela sala. Depois de muito tempo, Lien-Da e Knuckles enfim estavam conversando... em prol de seu povo.

E bem longe dali...

Continente de Downunda

Vilarejo destruído Little Outback | Noite adentro

Entre as imensas árvores da floresta nas proximidades do vilarejo destruído, uma cabana havia sido levantada. No interior, lá estavam Charmy e Ray, que cuidavam de Kaji... em sua forma sombria. O tenreque, que estava dormindo, logo despertava aos poucos, dizendo:

— Ah... Onde... Onde eu estou...?

— Ih ele acordou, Ray!

— Cuidado, Cha-charmy!

Luke enfim acordou. E no mesmo instante constatou que:

— ... o ancião... Blastion...

Triste e cabisbaixo, ele então reparou nos pequenos, dizendo:

— Vocês... me ajudaram?

— Sim... Mas... Quem é você?

— Ué... Mas vocês não me... – Ele enfim percebeu – Minha aparência! Por favor, não fiquem com medo de mim!

— Calma! – Desta vez era Ray – Nós te vimos lá ca-caído e pe-pensamos que vo-você soubesse onde es-estava o Luke... Mas você é ele?!

— Ah... Sim... Esse sou eu... E me desculpem se escondi isso de vocês.

— Mas você... Porque? – Perguntou Charmy.

— Longa história... mas isso realmente no momento não importa.

Ray, como figura mais sensível dos Chaotix, se sentou ao lago de Kaji, dizendo:

— Estamos no seu la-lado, Kaji. O que aco-conteceu aqui?

— Um cara chamado Saga... Ele matou meu amigo.

— O que?! Matou?! Mas por-porque ele faria algo tão cru-cruel?!

— Eu não sei... Vocês não o viram?

— Não vimos ninguém além de você, tá? – Charmy informou.

— Entendi... Mas... Não faz diferença... – Luke estava mesmo triste – Blastion... Eu falhei com ele...

— Kaji... Ele deve ter si-sido mesmo muito im-importante pra você...

— Ele que me acolheu aqui... e eu não estive junto com ele quando mais precisou!

As lágrimas voltaram aos olhos de Kaji, mas Charmy o acudiu:

— Luke, não chora!

— Ele sequer se importou com minha aparência... Como eu pude deixar que isso acontecesse? E agora... eu...

Mas Charmy lhe disse uma verdade em seguida:

— A gente não ficou com medo de te ver.

— O que?! Mas... Vocês...

— A gente pensou que você era outra pessoa e não o Kaji. Mas agora que sabemos que é você, a gente não se importa nem um pouco se você tá assim todo diferente... Então não chora...

Ray também fez sua parte:

— Só não busque vin-vingança! Isso... Isso sim seria mu-muito ruim e você não ia se se-sentir bem de-depois!

— Mas pessoal... Aquele assassino está lá fora e pode fazer mais coisas ruins como essa! Ele tem que ser parado!

— Sim... Tem sim... Mas na-nada de se vingar! O Bla-blastion não iria go-gostar disso!

— Mas pra onde ele deve ter ido...?

Kaji era o mais maduro alí. Não demorou para que raciocinasse, embora Ray e Charmy tenham ajudado muito nessa sua recuperação. O luto continuava, mas o lado sombrio tinha tudo para manter o controle... mas não o suficiente. O tenreque tinha o coração puro demais para cair tão fácil, mesmo que seu ódio estivesse lá dentro daquele poder sombrio que possuía.

Ele então se levantou, dizendo:

— Vamos dar um fim digno a tudo isso.

Minutos depois...

Com o vilarejo esfumaçado, Kaji, com a ajuda de Ray e Charmy, enfim fizeram do lugar um local de descanso de quem um dia esteve lutando. Para cada um dos tasmanianos bestiais foi levantado uma lápide... assim como a de Blastion. Logo em frente onde foi sua moradia por tantas décadas, foi colocado alí até mesmo seu cetro, único bem que o ancião carregava consigo todos os dias.

E Kaji, olhando para o céu, disse:

— Descanse, Blastion. Não vou descansar até que finalmente capturemos Saga. Ele vai pagar pelo o que fez... mas eu não vou me igualar a ele. Estou acompanhando por novos amigos, que eu posso confiar... como a você. Obrigado por tudo e... esteja onde estiver, me guie. Vou seguir seus ensinamentos, pode ter certeza.

Logo depois de renovar seus votos, os três seguiram desfiladeiro abaixo. Mas exatamente naquele instante, como se o estivesse guiando, uma estrela cadente cruzou o céu da noite. Durou poucos segundos, mas Kaji sabia que foi especial.

E voltando a Nova Mobotropolis...

— Eu peço desculpas a todos por ter escondido isso de vocês! Sinto muito por ter deixado a todos preocupados.

Situados no mesmo leito onde Antoine se recuperava, Sally se desculpou pelo o que aconteceu noites passadas. Foi ideia de Sonic a colocar junto com seu amigo que estava se recuperando após acordar do coma a alguns dias. Junto a ele, também estava Bunnie, que logo se manifestou:

— Sal, ocê sabe que num tem que pedi desculpa! Todo mundo entende seu ponto de vista. Então fica na paz!

— Obrigado, Bunnie. Mas era meu dever como líder dar uma satisfação.

Sonic logo provocou:

— Pelo visto já tá pronta pra mais uma, não é?

— Estou sim, bobo! Já vai começar?

— Haha! Bom te ver bem, Sally... Mas falando sério agora: tu bem que podia ter deixado a gente cuidar disso tudo e você ir dando apoio moral da nave... Oportunidade desperdiçada atualizada com sucesso.

— Bom te ver, Sonic... Aff...

— Que foi? Ah sim... A princesa não gosta de ser chamada a atenção. Olha, eu fiquei pilhadaço com esse lance seu de desmaiar aí. Tem que tomar mais cuidado!

— Nossa, ganhei o dia em te ver mostrando preocupação comigo! Haha! Que fofo...

— E eu fiquei mesmo, não escondo... E você sim tomou uma bronca minha, não se esqueça!

— Como é que você... – Ela foi interrompida.

— Nah! Nah! Aceita! Já foi!

O ouriço estava certo em ter feito o que fez. Sally estava mais calma e tranquila, como Dr Quack queria. Mas a conversa só estava no começo, pois:

— Os Nocturnes são mais fortes que pensávamos... – Disse Rotor.

— Eles tem todo um aparato tecnológico exponencialmente superior comparado ao de Eggman! – Disse Tails, continuando – Não só isso, mas parece que eles pegaram a tecnologia do doutor e a melhoraram, sei lá...

— Como está com tanta certeza disso, camarada? – Perguntou Sonic.

— T-Pup fez um escaneamento de um dos badniks de lá da Rusty Ruins... e sim, eram do Eggman. Com certeza!

— Hm... E cadê o Eggman falando nisso? Posso tá sendo prepotente, mas preferia chutar o traseiro dele. Pelo menos o maluco já vem com as nóias dele tudo com manual de instruções. Mas os Nocs... mano, foi osso mesmo! Eu e o Knux tivemos trabalho dessa vez só pra atrasá-los!

E esse comentário de Sonic fez com que Nicole aparecesse. Ela prontamente se dirigiu até o centro do salão, olhando os todos.

— Nicole?! – Disse Rotor, continuando – Você conseguiu reavivar os dados obtidos durante a interferência da Shade?

E a lince holográfica não demorou em dizer:

— Sim... Foi um pouco difícil porque parte das informações foi criptografada assim que a conexão se desfez. Eu consegui fazer a leitura de seu banco de dados e... Bem, não tenho boas notícias.

Ela então abriu um monitor a parede, mostrando gráficos e parte do poderio robótico e bélico dos Nocturnes.

— Os badniks de Eggman sofreram um upgrade. Parte de sua centelha foi cuidadosamente reescrita. Eles agem por conta própria dentro das diretrizes dos Nocturnes. Eggman nunca permitiria que seus robôs tivessem essa vontade...

— E como conseguiram isso? – Perguntou Antoine, ainda deitado.

Tails rapidamente respondeu:

— O Ômega.

— Ômega?! O robô da GUN?

— Ele mesmo, Antoine. Knuckles e Lien-Da contaram que Shadow os ajudou lá em Downunda.

Essa informação chamou muito a atenção de Sally, que se levantou:

— Mas como isso? Eu me lembro que os dois apareceram a nossa frente com o Ômega, mas nunca iria imaginar que ele teria alguma influência nisso!

Nicole ajudou a elucidar mais as informações que tinha:

— Ômega é o único robô de toda Mobius que serviu Eggman e se libertou de sua influência por conta própria. Só isso já faz entender porque os Nocturnes conseguiram fazer com que os demais badniks tomassem decisões. Eles reescreveram sua linha de programação, impuseram sua ideologia no raciocínio lógico deles e agora são mais membros do clã Nocturnes, mais inteligentes, ágeis e resistentes.

Sally tomou novamente a frente e, sabendo que não podiam perder tempo, disse:

— Lutadores da Liberdade, temos mesmo um grande problema!

— Relaxa, Sal! Sempre achamos um jeito de resolver as coisas... e eu tenho uma ideia! – Disse Sonic.

— Ideia?!

— Sim... Duvida, é?

— Não, mas... O que tem em mente?

— Esses caras pensam que estão por cima, mas na verdade a gente que tem a vantagem! Nicole, você conseguiu achar todas as coordenadas das bases deles?

— Não todas, mas boa parte são de instalações do Eggman por Mobius.

— Beleza!

— O que tem em mente, Sonic? Diga logo! – Se apressou Sally.

— Eu conseguiria investigar indo em cada uma delas! Tipo, Nicole disse que estamos offline pro resto do mundo... e eles também!

— Mas Sonic... Eles sabem da localização da cidade!

— E daí? Tu ouviu a Shade... A mascarada não vai se segurar pra dominar tudo! Como a comunicação tá zuada pra eles também, temos essa vantagem! Posso ir até cada um dos postos avançados do Eggman e saber exatamente o que está acontecendo! Se pá eu até consigo destruir um ou dois...

— Não exagere! – Disse Sally.

Mas era uma boa ideia. A princesa logo acatou essa possibilidade:

— Ok... Eu gostei do seu plano.

— Sério mesmo? Na boa? Sem zuera?

— Sim, Sonic... Mas...

— Ih lá vamos nós...

— Você não vai atacar nenhum dos postos!

— Porque?

— Simples: você sabe muito bem que eles estão procurando a Ômega. Se você atacar, na mínima chance de retomada de comunicação, eles irão com certeza contatar as demais bases e atrapalhar essa vantagem que temos! Lembre-se que eles sabem onde fica Nova Mobotropolis... Felizmente eles não sabem que já estamos aqui.

— Como se eles fossem cap... – O próprio ouriço se calou – Tá... Eles são capazes...

— Aleluia! Então você, mesmo limitado, agora está começando a pensar mais antes de agir!

— Ih... Olha só a Sally... Tirando onda da minha cara agora, é? Quem teve a brilhante ideia aqui fui eu, então respeita o pai!

— Tá, Sonic! Só não faça besteiras!

Nicole, sabendo das intenções de Sonic, lhe mostrou as coordenadas:

— Sonic, são quatro postos avançados que eu consegui rastrear. Eggman os colocou em pontos estratégicos de Mobius para atacar em massa. Como são os Nocturnes agora que estão no comando...

— ... eles vão pensar bem antes de fazer qualquer coisa. Já tô sabendo... Essa gente é traiçoeira. Mas do jeito que eu planejei, vai ser mamão com mel... Então tô vazando! Bye!

E enfim o ouriço partiu a toda velocidade, mas:

— Aonde pensa que está indo, ouriço?

— Hã?! Hamlin? Mas como que...

— Comunicação offline só no exterior. Aqui dentro está tudo funcionando muito bem...

— Ah caraca... O que você quer, cara?

— Mais respeito, ouriço! Eu sou do Conselho Acorn!

— Tá... O que você quer, vossa magnificência ultra mega importante?

— Onde você está indo?

— Olha, na verdade eu queria comer um chilli dog, mas no lugar disso estou vazando pra os quatro cantos de Mobius pra aproveitar o arrego dos Nocturnes... E VOCÊ TÁ ME ATRASANDO!

— O que?! Vocês sequer pediram nossa aprovação!

Por sorte, Sally estava ouvindo a conversa. A princesa então fez parte dela:

— Hamlin, o fato de termos voltado de Soumerca não quer dizer que terminamos a missão.

— O que quer dizer com isso? Sonic está saindo da cidade sozinho!

— Sim... Sob minhas ordens. A missão não acabou, sabia?

— O que?!

— Hamlin, você está atrapalhando a missão. As instruções iniciais de deixar o conselho a par de tudo continua... Então aguarde informações assim que o Sonic retornar!

— GRR... – Ele ficou furioso – Câmbio, desligo!

Com o desligar do rádio, Sonic não pôde evitar:

— HAHAHA! Valeu, Sal! Dar invertida em alguém é ótimo, mas fazer isso no Hamlin é bom demais!

— Ok ok... Agora vai! Ache os postos!

— Fechou! Hora de correr com o boost no máximo!

Como um raio azul iluminando as ruas de Nova Mobotrópolis, Sonic cumpriu com o que disse e foi a toda velocidade para sua missão.

Mas Sally levantou uma dúvida:

— Porque Shadow não nos avisou de nada? E porque Rouge também não? Tenho certeza que eles já estão na dianteira, mas... Porque? Seria mais fácil terem se unido a nós...

— Segredos, Sally – Disse Rotor – E que bom que entre nós não tem nada disso...

Só que faltou uma última informação. Nicole, por autorização de Who mais cedo, lhes disse:

— E os Nocturnes estão atrás das esmeraldas do caos também...

A preocupação ficou estampada nos rostos de todos. 

E em um outro lugar da cidade...

QG dos Lutadores da Liberdade | Manhã

Destacada do grupo por escolha própria, Amy retornou ao quartel general para enfim administrar as instalações do lugar. Organizando papéis e documentos, ela tinha a ajuda de Cream, que estava bem animada.

— Nossa, estava mesmo uma bagunça tudo isso aqui...

— Saímos na pressa e não deu tempo pra arrumar antes.

— E a senhorita Sally? Ela está bem?

— Está sim, Cream. E eu tenho certeza de que ela vai gostar de como deixamos o QG.

— A propósito, você sabe se o senhor Antoine está bem? Faz tempo que eu não vou no hospital...

— Ele está se recuperando muito bem. Em breve já vai partir para treinamentos, sabe?

— Isso é legal de saber! E que bom que a senhora Bunnie voltou também...

Só que a tranquilidade deu lugar a preocupação: as pressas, uma pessoa adentrou ao lugar, onde Amy percebeu sua entrada. Era:

— Senhora Betina?!

— Amy... Por favor... – A coelha estava preocupada.

— O que houve? Porque está assim?!

— O Vicent... Você o viu?

— Não... Mas porque?

— Ele não voltou pra casa ainda...

— Ué... Mas ele não veio aqui.

— Céus...

— Senhora?! Porque se assustou? Ele deve estar na cidade...

— Não... Você não entende! Ele... O Vicent não voltou pra casa ontem!

— Desde ontem?! Então ele não dormiu em casa?!

— Não! Eu... Eu estou preocupada! Por favor, me ajudem!

Como dito, a tranquilidade deu lugar a preocupação. A Sra Betina estava mesmo assustada, onde Amy e Cream a ajudaram a procurar por Vicent.

E você sabem o que houve, não? Problemas a vista.

E retornando ao Reino do Sol...

Cais do porto de Continente Grande | Tarde

— Então eles estão atrás das esmeraldas do caos?

— Sim... Eu surrupiei uma delas e entreguei a líder... Uma tal de Shade.

De forma inesperada, Nack realmente disse a Blaze o que estava acontecendo em Mobius. As informações foram úteis a princesa, que tentou ligar uma linha (de raciocínio) a outra:

— Os Nocturnes são equidnas... mas a Prisma é uma ouriço. Isso leva a crer que ela está sendo controlada também...

— Que dedução, hein! – Debochou o fuinha.

— Grr... Trate de evitar tais comentários! Posso estar sendo compreensiva com sua situação, mas não vou tolerar comportamentos desrespeitosos seus!

— Huh... Falou, princesinha do fogo! Aliás, essa tal de Prisma... Ela tem sido uma pedra no seu sapato, né?

— Mais do que você imagina... e é uma emissária determinada a pegar a única esmeralda do sol que temos!

— Ah sim... Que judiação... Seria tão trágico se eu levasse essa jóia aí pra ela, não? – Disse , pegando sua espingarda.

Essa ação de Nack já fez com que Blaze mudasse seu semblante, como se o estivesse julgando com os olhos.

— Não se atreva...

— Porque não? Vamos ver: um playboy, uma versão lite sua, uma pirata de mentira... e você.

— Só eu já seria suficiente para acabar com todos vocês se fosse preciso... e você não vai querer isso! Nenhum de vocês estão acima do meu povo!

— Hm... Vocês estão mesmo com muita vontade de estarem nesse navio... Eu percebi – Disse, olhando para Bean em seguida – aí, palhaço das bombas...

— Uh... Eu?!

— É... Poderia explodir o navio inteiro?

— SÉRIO MESMO?! POSSO? JURA?! (⁠✷⁠‿⁠✷⁠)

Isso sim foi inesperado, mas Blaze insistiu:

— Você não tem noção do que está fazendo!

— Tenho sim... Essa Prisma deve ter money. E como ela quer MUITO essa esmeralda do sol, então eu tenho certeza de que vai aceitar minhas exigências. Hahahaha!

— Isso que está falando não faz o mínimo sentido! Ela não é esse tipo de pessoa!

— Ah não? Hm... Eu poderia arriscar...

— Porque está falando isso?

— Pois bem...

Ele então apontou para o porto, onde podiam ver a movimentação de automóveis se aproximando. E sobrevoando o lugar, lá estava Prisma. Nack uma um rádio de auto frequência e aproveitou essa vantagem:

— Madame Prisma, eu presumo.

— Nack Fuinha. Detestável mercenário patife...

— Hã?! Você me conhece?

— Meu clã, os Nocturnes, me contaram de sua traição.

— Olhe, madame... Ah... Eu... Eu posso... Te dar a esmeralda do sol!

— Quem trai os ideais Nocturnes só pode esperar por sua eliminação...

— Hã?! Es-espere...

Era inútil. Os tiros lasers já vieram do porto, tentando atingir a todos.

— DROGA! – Gritou Marine – LEVANTAR VELAS, IÇAR ANCORA... E ZARPAR!

A tripulação de coalas era rápida, mas não supersônica. Precisariam de um pouco mais de tempo para enfim partirem.

— Não vai dar tempo... – V logo gritou – ELES JÁ ESTÃO ATIRANDO!

Entretanto, para alívio de todos, Moon usou de seus poderes psíquicos e criou uma barreira. A proteção foi totalmente efetiva, mas a felina psiônica tinha limites a serem respeitados.

— Ah... EU NÃO SEI POR QUANTO TEMPO VOU AGUENTAR! VAI RÁPIDO, GUAXINIM!

Nack, percebendo de que não tinha muito a que recorrer, pegou sua arma e a ajustou para expelir ar. E olhando para Bean, disse:

— Vai... Cria uma bomba aí...

— De que sabor? Framboesa? Tamarindo? De pinha?

— A que você gostar mais...

— AHH! ENTÃO VAI SER UMA DE PÓLVORA!

O fuinha colocou a esfera explosiva no cano de sua espingarda e atirou em direção aos Nocturnes. A explosão fez com que os tiros ceçarem a tempo suficiente para que fugissem. Blaze, surpresa, o olhou de forma diferente dessa vez:

— Mas porque?

— Essa gente aí é mesmo perigosa, madame...

— Você poderia ter fugido e nos deixado a própria sorte. Porque ajudou-nos?

— Eu vou odiar dizer isso, mas... Você é forte, Blaze. Aquela felina ali também é... e o playboy aí sei lá... Então, só estou tomando pra mim a conveniência. Não precisa agradecer... Eu estou muito irritado com esse clã vigarista pra ligar pra isso!

Em uma reviravolta, Nack se aliou a Blaze. Claro, era mais vantajoso se unir ao inimigo de seu inimigo... e se tornar seu aliado.

— Isso mesmo, locutor! Agora me digam: quando virá o serviço de bordo? Tô com uma fominha, que dó... – Bean estava bem a vontade.

O destino? Terrestra. Continente bem ao norte, onde lá se encontrava o Templo de Solaris.

E voltando a Mobius...

Continente de Soumerca | Manhã

O lugar estava escurecido. Pouco se tinha de raios solares... e estava bem quente e úmido, mesmo em uma manhã. Presos pelas mãos e pés, lá estavam Geoffrey e Vicent. De joelhos, eles então foram visitados por uma figura felina, mais alta e esguia que os demais mobianos. Usava um coçar bastante ornamentado, indicando realeza. Tinha como vestimentas um roupão da cor preta e, por sobre, uma capa de cor azul. Sua pelugem branca era um destaque.

Ela, demonstrando desdenho, os olhou, dizendo:

— Odiamos forasteiros... e ainda mais invasores de nossas terras! Eu, Hathor, Rainha dos Felidae, protetores das florestas de Soumerca... somos donos do destino de vocês a partir de agora. E podem ter certeza de que vocês sentirão o rigor de nossas leis!

Continua.


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Notas finais do capítulo

Planos foram feitos.

Missões se iniciaram.

E alianças (inesperadas) foram feitas.

Mas no fim... O que acontecerá com Geoffrey e Vicent?

Não percam o próximo capítulo da fanfic mais maneira do Sonic!



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