P.O.V. David.

Eu sei o que ela é. O que é capaz de fazer.

E foi por isso que eu vim. Amara Cullen é uma bruxa, uma vampira. Uma híbrida. Uma abominação.

—Em que está pensando?

—No quanto você é bonita.

—Olha, mas que mentiroso! Qual é amor, não me diga que achou que eu fosse cair nessa?

Estou na vida dela já a um mês e ela me deixou entrar muito mais facilmente do que eu pensei.

—E no que acha que estou pensando?

—Adivinha.

—Não sei, me diga você.

—Agora sei exatamente como meu avô se sentia em relação a minha vó. É... frustrante e calmante ao mesmo tempo. Até me assusta.

—O que te assusta?

—Me apavora na verdade.

—O que?

—Se eu contasse um segredo, você guardaria?

—Claro.

—Eu não sou como a maioria das pessoas. Eu posso... eu sou telepata, eu posso ler mentes.

—Pode ler mentes? Então, o que estou pensando agora?

—Este é o problema. Posso ler todas as mentes deste lugar, eles estão pensando em... sexo, sexo, um cachorro. Posso ler todas as mentes deste lugar, menos a sua. Você provavelmente é um escudo.

—Um escudo?

—Dons puramente defensivos são chamados de escudos. 

—É mesmo?

—É. Eu tenho um escudo igual ao da minha vó. Herdei dela. Como a sua, minha mente é impenetrável, ninguém a invade se eu não quiser. 

Escudo.

—Não sabia que eu era um escudo.

—Bem, acho que você é. Mas, não tenho certeza. Sentir outros e seus poderes não é o meu dom.

Estávamos sentados na mesa de um bar tomando cerveja. 

—O que eu sei é que... não consigo ler a sua mente e isso me apavora demais. Mas, ainda assim... te torna... fascinante, extra-especial.

—Extra-especial? 

—É. Então, o que há para se saber sobre David Rice?

—Sou filho de Mary Rice, mas minha mãe foi embora quando eu era criança. Meu pai era um idiota e eu cresci sozinho.

—Sinto muito. Mas, você não está mais sozinho, você tem a mim. Nós somos amigos e eu e minha família, nós temos muitas falhas. Somos tudo menos perfeitos, mas a parte boa é que você pode sempre voltar. Independente de tudo. Acho melhor irmos embora, está ficando tarde.

—Medo do escuro?

—Não. 

No dia seguinte eu não podia imaginar o que ela ia fazer. Eu estava ajudando-a a tirar as coisas da cabana e os Cavaleiros atacaram. Eu fui atingido por um dardo tranquilizante, mas nem me afetou tanto.

—David!

O dardo veio em direção a ela e ela o pegou no ar.

—Vocês vão se esconder na floresta ou vão sair aqui e lutar?!

Não eram os Cavaleiros.

—Com prazer.

Ela lutou contra eles furiosamente, teve ajuda. Nunca vi uma criatura como aquela.

—Jack! 

—Amara!

—Jack, vai salvar o David! Tira ele daqui.

Ela foi subjugada e atingida por vários dardos tranquilizantes. Fomos capturados.

—Pare.

Ela se debatia, tentando se soltar das correntes.

—Pare! Quanto mais você lutar mais... verbena é injetada nas suas veias.

A cabeça dela estava sangrando, mas o homem estava pior.

—Jack. Você está sangrando muito. Você está bem?

—É. Eles me deram um belo trato. E com toda a Wolfsbane no meu sistema, minha cura não está bem.

—Só respire, quando tivermos uma chance de lutar esteja pronto.

—Amara, Amara escuta. Eu não sei se vou ter essa chance.

—Pare. Não diga isso. Nós vamos sair daqui, Jack.

Aquela não era uma cena que eu esperaria ver de uma besta chupadora de sangue.

—Eu te amo, eu sempre amei você.

—Não.

Disse balançando a cabeça.

—Quando eu te vi pela primeira vez, eu quebrei. Você me quebrou. E nada foi igual desde aquele momento.

—Vamos ficar bem.

Então um homem entrou, estava de terno.

—Que absolutamente adorável. Ou patético, suponho que seja apenas uma questão de perspectiva.

—Você deixa a gente sair daqui ou eu juro que te mato!

—De alguma forma, eu duvido.

Ela continuava se debatendo. Tentando se soltar.

—Estou sonhando com este momento, planejando este momento desde que você me torturou, little Princess. Me diga, qual é o melhor jeito de verdadeiramente ferir um híbrido como Jack? E então, me ocorreu.

O homem enfiou a mão no peito de Jack e arrancou o coração fora. Amara berrou e berrou e esperneou. 

—Não! Não! Não!

Felizmente a cavalaria chegou. Um bando de vampiros e bruxas e outras criaturas vieram para salvá-la.

Eles enganaram o cara.

—O que é isso?

—Isso? Meu presente pra você Tristan.

—Como isso é possível?

—O selo cria uma barreira impenetrável, nada vivo ou morto ou morto vivo pode passar. Então, você está preso ai dentro. 

—Não. Não! O que estão esperando, acabem com eles agora!

—Antes que venham direto para a morte certa, eu sugiro que se afastem.

—Somos vampiros antigos, Alec. Cada um de nós quase tão forte quanto você.

—Talvez, vocês obtenham sucesso em nos subjugar, mas a que preço? A maioria de vocês vai morrer no processo e minha irmã e eu vamos lhes prover uma morte lenta e dolorosa com prazer. E pelo o que? Para vingar um lunático que os trouxe aqui por causa de uma profecia de bruxa? Mas, no fim ele fez tudo o que fez para satisfazer a sua rixa contra o meu Clã e a minha família. Tristan, não se importa com nenhum de vocês.

O exército do tal Tristan fugiu.

—Então, esse é o meu fim.

—Seu fim? Não. Esse é só o começo. Você vai para o fundo do oceano, se afogar por toda a eternidade.

—O que fizeram com a minha irmã?

—Nada. Ainda, mas vamos cuidar daquela vadia.

—Sou um vampiro, não preciso respirar.

—Agora precisa. Meu Coven cuidou disso por mim.

Eles iam fechar o Conteiner.

—Espera pai. 

Amara ficou frente a frente com o cara. 

—Você tirou um homem muito bom deste mundo. Ele não era só um bom homem, ele era minha prole. E você tentou assassinar a minha tia, portanto... e este homem incrível, ele vai estar comigo para sempre. Mas, você? Você será esquecido. Ninguém vai lembrar de você. E enquanto apodrece no fundo do oceano, lembre-se do meu rosto. É o último rosto que você vai ver.

Ai ela fechou a porta.

E eles jogaram o Contêiner com o homem dentro no fundo o Oceano Pacífico.

—David. Você está bem?

—Estou. Estou...

—Está com medo. E eu entendo. Deve estar confuso, então permita-me explicar. Deixa eu começar dizendo que... quando somos jovens, nos ensinam a diferença entre um herói e um vilão, um ente querido a ser salvo, alguém digno de redenção e uma causa perdida. Mas, e se... a única diferença for só quem está contando a história? Eu venho duma linhagem muito, muito longa de vilões das suas histórias. O sangue nas minhas veias não é humano. Sou filha de uma híbrida e um vampiro, neta duma bruxa malvada. Sou uma Herege. Meio vampira, meio bruxa. E... minha família por parte de pai é... bem, fazem coisas pouco ortodoxas.

—Sei.

—Se quiser partir, eu vou entender. E não vamos atrás de você, eu prometo.

—Posso pensar á respeito?

—Claro. O que não me falta é tempo.

Fui contactar o Isaiah.

—Sim? 

—Já ouviu falar de um tal Clã Volturi?

—Já. Porque?

—O que tem de especial neles?

—Eles são realeza vampira. Alec e Jane Volturi são filhos duma bruxa chamada Genevieve Levesque. A mulher praticamente inventou as artes negras. E os gêmeos são... armas letais. Seus dons podem incapacitar até o mais forte dos vampiros. Porque quer saber?

—Porque... nosso alvo... é Amara Volturi. Ela é filha biológica do vampiro Alec. 

—O que?!

—Como eu disse. A mãe ela é Renesmee Cullen.

—Espera, pare. Tem certeza disso?

—É claro que eu tenho Isaiah. 

—Então, precisamos de um plano melhor. E o que foi aquilo que aconteceu lá na floresta?!

—Outro Clã de vampiros. Eles inadvertidamente interferiram, mas já foram eliminados. 

—Os Volturi os mataram?

—Não. Tristan Martin agora está trancando num Contêiner no fundo do oceano se afogando. E sua irmã foi... cimentada viva.

—E quanto a garota?

—O cara encheu ela de Verbena. Enfiou um cateter na veia dela, e ela durou mais de duas horas. Era verbena pura, Isaiah. E ela durou o suficiente para fechar a porta do Contêiner na cara dele.

—E quanto á irmã?

—Não sei nada de Gwendolyn. Como pode ter tanta certeza de que Gwendolyn é a criança da profecia?

—Com as bruxas, os primogênitos são sempre mais poderosos do que os que vem depois. Então tem que ser ela. Temos que encontrá-la e dar cabo dela. O jeito mais fácil é usar a irmã.

—Muito bem então. Qual é o novo plano?

—Mantenha o anterior, mas fique mais atento. Os Volturi não são conhecidos por sua misericórdia.