Uma Seleção com Rosie Ambers escrita por ANA


Capítulo 47
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Link de um videozin aí...
(entendedores, entenderão)
https://www.youtube.com/watch?v=NemhRoClH2g



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A visão noturna daquela festa era tão deslumbrante quanto a do fim da tarde. Pisca-piscas brancos preenchiam a tenda que abrigava a mesa do bolo, o falar das pessoas era contínuo quase sufocando a voz de Bridget no palco. A ruiva acompanhava Jessica, a cantora convidada, em uma canção desconhecida. Eu estava com Suki, Emma e Phoebe próxima à piscina, falhando miseravelmente em tentar ignorar a presença de Osten a apenas algumas mesas de distância.

Me perguntava como ele reagiria se soubesse que eu estava considerando mais uma vez a ideia de estar gostando dele.

Existia a possibilidade de eu ter sentido ciúmes do que Osten escreveu sobre Delfina naquela carta. Não iria negar: realmente me senti desconfortável por diversas vezes em que Delfina e Osten interagiram. A conexão entre eles, apesar de certos imprevistos da vida, ainda existia. Saber que ambos tinham uma cumplicidade desde tão cedo e, além disso, descobrir que meu papel em sua vida era preencher esse espaço vazio (e o dele o mesmo com relação a Tyler) me magoava profundamente.

Eu tinha me dado conta de que gostava de Tyler por causa dos ciúmes que tinha quando ele estava com Holly, e depois com Veronica. 

E se o ciclo estivesse se repetindo? Se agora que eu finalmente aceitava Tyler e Veronica e não era mais tão obcecada pela ideia de estar com ele como quando cheguei ao Palácio, seria pelo fato de Osten ter entrado na minha vida, e ir, pouco a pouco,  tomando espaço no meu coração sem que eu ao menos notasse?!

Sem dúvidas ele tinha seu charme e me deixava sem graça toda vez que dizia algo romântico, mas com Lorenzo era o mesmo, e eu nunca tive ciúmes de Osten com as outras selecionadas. Uma pontinha de raciocínio da discórdia trouxe o argumento de que em público ele nunca demonstrou favoritismo por nenhuma outra garota, mas com Delfina era diferente. Ela mexia com ele.

Por outro lado: ciúmes como forma de confirmar se está apaixonado? Ciúmes é um sentimento de posse. Eu podia não saber definir o que era amor, mas tinha certeza de que ele não era sinônimo de se querer alguém apenas para si. 

Violet ainda não havia voltado com a tal carta que Delfina escrevera para Osten e o incômodo deveria estar visível no meu rosto, visto que Phoebe me lançou um olhar repreensivo.Eu queria lhe dizer que  o motivo para minha decisão de continuar a ajudar Violet era Osten, mas ela jamais entenderia.

...

"Meninas, vocês viram a Bridget?" Silvia nos abordou assim que terminamos de tirar inúmeras fotos que Phoebe pedira com  Lorenzo, Delfina, Osten, Aaron, Kerttu, as alemãs e outras selecionadas.

"Ela não estava no palco agora a pouco cantando?"Olhamos para a cantora contratada conversando com sua banda no palco.

"Sim, mas sumiu tem cinco minutos e eu precisava conversar com ela sobre a apresentação especial que vai ocorrer daqui a alguns minutos." 

“Se a virmos, avisamos.” disse Suki.

“Eu acho que a vi perto do salão de festas interno, mas não tenho certeza.”

“Obrigada, Alteza.”

“Disponha.”Lorenzo sorriu para ela e se voltou para nós.”Eu queria saber se mais alguma de vocês planeja ir embora, além da figura ilustre aqui.”Apoiou o braço sob os ombros de Phoebe.”Para que eu possa me despedir adequadamente.”

“Eu não saio, a menos que Osten me elimine.”

“E quanto a vocês?” o italiano encarou a mim e a Emma. Dei de ombros.

“O mesmo.”

“Desculpe, Lorenzo, mas não é um tanto irônico você perguntar isso, já que está sempre viajando de Illea para Itália, e de Itália para Illea? Como vai despencar de lá se uma delas for eliminada de uma hora para a outra só para se despedir?” 

O moreno rolou os olhos para Phoebe.

"Eu, pelo menos, poderia tentar, não? De qualquer forma, não quero perder o contato de nenhuma de vocês, são muito especiais para mim.”

“Você também.” Ele sorriu um pouco mais com minha resposta.

"Você e Lorenzo estão tendo algo?" A pergunta repentina que Suki me fez, após a saída de Lorenzo, provocou o engasgo de Emma." Desculpa a indelicadeza. É que... bem, hoje eu vi vocês dois conversando, mas esse não é o caso. É que eu acho bem estranho o fato dele conversar muito com você, justamente com você que é um tanto tímida. Já faz um tempo que eu tinha percebido... por isso perguntei."

Engoli em seco.

Phoebe e eu trocamos um breve olhar. Pelo visto aquela fofoca estava se espalhando entre as garotas.

"Não, eu não tenho nada com ele. Nós ficamos próximos sim, mas por termos algumas coisas em comum, como arte, assim como eu me aproximei da irmã dele."

Parecia que arte estava se tornando a desculpa oficial para eu conversar com os italianos. Primeiro Katie e Blair, depois Karoline e Lydia, agora Suki estava questionando.

"O Lorenzo é um poço de fofura e não para de falar se você der bola. Acreditem."Phoebe completou.

"Mas você tem algum interesse por ele? Não vamos te julgar se for verdade."

"A Rosie, pode ser que não, mas eu sim. Bom, tive."

"HEIN?" Phoebe representou o meu choque.

"Não que eu esteja caída de amores por ele. Foi só uma fase..."Emma sorriu fraco e desviou o olhar."Desde a primeira vinda dele, nos esbarramos algumas vezes pelos corredores e ele também passava pela ala hospitalar, porque tem amizade com um médico, e...ah eu não vou falar de detalhes, mas a gente conversava. E ele é realmente um amor de pessoa."

"Mas você se envolveu com ele?!"

"Não. Quem me dera.Ele me avisou que não sentia o mesmo."

"Nossa,sinto muito..."

“Sim.”

“Sim...”

"Não precisa! Foi uma paixão boba. Superei numa boa."

Algo na voz dela me dizia que não era bem assim. Eu estava sem palavras. Não imaginava que Emma e Lorenzo pudessem ter tido mais interação, desde aquele dia em que visitei a mãe de Lee e Audrey. Me sentia culpada, já que Lorenzo a rejeitou porque prestava atenção… em mim.

"Se nunca gostou do Osten, por que continuou aqui?"Suki a encarou.

"Porque achei que tinha uma chance com Lorenzo, mas principalmente, por ter feito um acordo com o Osten. Lembram do meu problema com dinheiro? Osten me prometeu que iria me manter aqui para que a quantia que enviam para as selecionadas fosse de ajuda para os meus pais..."

"Eu achei que você estivesse triste por perder as chances com o Osten quando a Bridget armou para você."

Concordamos com Suki. Ela balançou a cabeça envergonhada.

"Na verdade, o medo mesmo era dele achar que eu queria roubar as joias por querer ainda mais dinheiro... Mas ele foi bem compreensivo. Infelizmente, não posso continuar aqui como uma sanguessuga, então... depois dessa festa, eu vou voltar para Summer e terminar o meu curso o mais rápido possível para ajudar meus pais."

Ficamos alguns segundos em silêncio, encarando-a.

"Isso quer dizer que do quarteto, só sobrará nós, né, Rosie?" Suki um sorriso fraco para mim. Assenti.

"Depois de uma revelação dessas eu preciso de mais vinho. E um BEM FORTE" disse Phoebe. Eu a acompanhei, enquanto Suki e Emma permaneceram conversando."Gente mais que bomba... eu não estava preparada! Ei, ei, garçom!" 

Phoebe acabou indo atrás de outro funcionário, visto que aquele que parou a nossa frente servia de tudo, menos vinho.

"Vou querer água"

"O mesmo da jovem." Olhei para a bisavó da princesa Giselle quando o homem a serviu. Ela me deixou perdida ao continuar." l'eau est la meilleure dose de vie tu ne penses pas?"

"Ah.. L'eau?"

Até onde sabia “ L'eau” significava água e essa era a única coisa da frase que eu tinha entendido. 

Aimee achou graça.

"Ah, me perdoe, menina, achei que você fosse uma das garotas que aprendia francês. Você é parecida com aquela menina que ficou loira..."

"Phoebe? Mas ela não... ela não fazia parte da turma de francês. Ah, a Jennifer.Ela também ficou loira hoje."

"Jennifer! Isso. "Tomou um pouco do copo."E você, no caso,  é a... professora de violino da minha Giselle, certo?"

"Isso, a Rosie."

"Rosie."Repetiu para si."A propósito, quando falei em francês, eu disse que água é a melhor dose da vida. Meu Vincent vivia dizendo isso...saudades dele." Assenti sem ter muito o que dizer." É como se fosse ontem que...Bom, ele era violinista como você."

“Sério?”

“Sim, ele fazia mais concertos quando jovem.”

Ela começou a andar. Fiquei na dúvida se queria ser seguida até que...

"Ele estava tocando em uma orquestra quando o conheci. Eu me apaixonei quase que à primeira vista. Não me contive  e fui procurá-lo quando meus seguranças se distraíram”Riu baixo, e eu senti que ela estava repassando essas cenas em sua mente.”Eu voltei várias vezes para as apresentações dele. Fomos nos conhecendo melhor...E apesar da insistência dos meus pais, não consegui escolher outra pessoa. Foi um pouco difícil, sabe? Unir os dois mundos..."

Ela começou a citar as melhores apresentações do falecido marido e os locais por onde ele passou com honrarias. Era uma novidade para mim que na França houvesse a melhor e mais indicada escola especializada apenas em violinos, que por sinal, Vincent frequentou.

"E você, desde quando aprendeu a tocar?"

"Há quase um ano, desde que fui numa apresentação de alunos do último ano da minha escola, comecei a encher os meus pais para me deixarem aprender, e estava em processo, mas acabei vindo para cá. Mas..."

Seu sorriso vacilou em meio a minha narrativa. Segui seus olhos a um ponto do meu vestido. Achei por um instante que tinha sujado ou molhado, porém ela tocou meu colar.

"Déjà vu."

"Déjà vu?"

"Sim. Já ouviu falar no termo?"

"Hã, já..."

"É uma palavra de origem francesa, inclusive. Sensação de já ter passado por algo. Estranho como tive a impressão de já ter visto uma peça igual a essa. Em você. "Devo ter piscado mais que o normal, pois ela passou a rir." Não falei isso para assustar. O que aconteceu foi que minha memória saltou para uma cena aleatória de muitos anos atrás. Em alguma festa. Você me lembrou alguém...uma mulher tão delicada, que tinha um colar como esse. Ela... Oh, essa mente velha já está dando uma pane." Riu brevemente." Está tudo bem, querida?"

Toquei a peça em meu pescoço encarando-a.

"Eu não sei de onde veio o colar. Fui abandonada com ele, e quando você disse que..."

"Você foi abandonada?!"

"Sim, eu sou adotada. Eu..."A mulher parecia estar em choque, o que só contribuiu para aumentar ainda mais a minha frequência cardíaca."Sou a filha adotiva da Kriss Ambers."

"Filha de adotiva de uma ex-selecionada, ah, me falaram que havia uma...Não sabia que era você."

"Sobre essa mulher, que você confundiu comigo, ela era francesa, ou americana?"

"Francesa. Isso tenho certeza, e de uma família que foi convidada para o aniversário de infância de Camille. Mas o nome dela..."De testa franzida a um lampejo em seu rosto."Ce n'est pas possible! Qual a sua idade?"

"Dezoito."

Ela franziu mais a testa.

"Oh...sim. Perdão, minha jovem. Não quero alimentar falsas esperanças, mas pelo que me recordo, o sobrenome dessa família era Beaufoy. Eu posso tentar conversar com Daphne, ela pode se lembrar de alguma Sra. Beaufoy, mas não posso te dar certeza."

Aimee se afastou com um sorriso, como se não tivesse acabado de criar um redemoinho na minha cabeça. 

Senti minhas bochechas corarem quando ela se aproximou de Daphne, Camille e Ahren para comentar sobre isso.

Qual era a chance?

Meu instinto me fez querer sair do local da festa. Enquanto andava não podia deixar de pontuar o quanto era iludida.

Tudo o que tínhamos acabado de juntar era o fato de uma mulher que Aimee recordava ser semelhante a mim carregava um colar parecido com o meu. Que tipo de desfecho eu esperava? Que aquela fosse minha mãe francesa que havia me perdido há dezoito anos atrás em Illea, ou pior que ela estivesse em Illea e resolvesse deixar uma recém-nascida em frente a uma casa qualquer, junto ao colar?

Eu já passara tempo o suficiente me frustrando com esse tipo de dúvida.Me contentar e aceitar o curso que minha vida tomou era a melhor coisa a se fazer. Eu amava e era amada por minha família adotiva. 

Sabia que não precisava me abater se nunca soubesse nada sobre minhas origens, porém, é claro que eu não era de ferro. Respirei fundo optando por entrar no banheiro que, infelizmente, não estava vazio.

Bridget estava ali. Ofegante. A mão estava no peito e estava branca que nem papel.

 “NOSSA, você está bem? Quer que eu chame alguma pessoa, eu já volto.”

“NÃO!” Ela agarrou meu pulso com uma força desmedida e me puxou para trás.

"Não é como se eu estivesse morrendo, idiota! É só crise de ansiedade. Eu sempre tenho.” Sua voz estava mais fraca que o normal, mesmo em tom agressivo.

"E você usa algum remédio para essas crises?”

"Uso. Está no quarto."

"Ótimo, porque seria uma boa eu ir buscar. Onde ele está exatamente?”

“Eu vou com você. Não quero que mexa nas minhas coisas e NÃO.” Segurou meu braço outra vez.” Não se atreva a falar com nenhuma pessoa sobre isso.”

"Bridget. Agora não é hora de você brigar comigo." Repreendi quando ela puxou outra lufada de ar. 

“O pior já passou, já estava no final quando você chegou.”

Peguei um copo de água com um garçom às pressas durante o tempo em que esperávamos o mesmo elevador de serviço que eu havia usado no dia anterior, quando Osten e eu caímos no mar.

“Bridget, querida, você está bem?”

Mal ouvi a voz desconhecida e fui arrastada pela ruiva para dentro do elevador. Ela apertou o nosso andar e o botão de fechar mandando um dedo do meio para o homem que tentou se aproximar em vão.

“Quem era ele?” Bridget trincou o maxilar.

“É sério que você não sabe?”

“Ah, espera, eu já vi o mais cedo, ele é amigo do dono do resort, só não estou lembrando o nome dele.”

“Jeff Plack, meu ex padrasto. Ele tem muitos negócios, e eu tinha me esquecido de que esse resort é um deles. E ele ainda se acha no direito de agir como um pai, quando nunca chegou perto de ser um.”

“Ah…”

Segui-a sem muito o que dizer. 

"Você está me encarando demais.”falou se sentando na cama após abrir a caixa de seu remédio.”Aliás, você sempre tem me tratado com pena, desde que voltamos daquele concurso de culinária. A minha mãe, por acaso, falou algo com você no hotel?"

"Então...Ela me falou para não denunciar você pelo que fez com Tyler, porque você passou por algumas… coisas, e estava um com um pouco de, vamos dizer, revolta."

"Ah, ótimo. Ela passou um histórico da minha vida?” Sorri nervosa, e ela bufou.” O que ela falou?”

“Bom, do seu pai ser alcoólatra, da separação deles por causa de alguns problemas com uma melhor amiga da sua mãe, e do…”

“Do Jeff? Ela falou que o Jeff já tentou se aproveitar de mim, é isso?” Colocou o copo de vidro com violência sobre o criado mudo. Fiquei atônita, pois me perguntava justamente se sua crise de pânico tinha ocorrido devido ao choque de encontrar o homem novamente.

“Sim, foi isso que ela falou, mas eu não vou espalhar, prometo.’

 ”Não é verdade, e se fosse, você não teria provas sobre isso. Ela sempre tenta encobrir o que eu faço. Me joga vítima só para não manchar a própria imagem. Se minha mãe te ajudou naquele dia, foi para que você não abrisse o bico sobre nada do que eu fiz no concurso, e se você ousar falar algum dia sobre qualquer história sobre nossa família, pode se considerar acabada. Isso é um aviso, não ameaça. Ela vai fazer questão de se vingar.”

“Ok, tudo bem, me desculpe” Ergui as mãos.

Bridget bebeu mais do seu copo de água com expressão de desgosto.

“Já estou pronta para voltar. Deve estar quase na hora da apresentação.”

“Mas já? Não é melhor esperar mais uns dez minutos?Você ainda está se recuperando, você sabe do quê.”

“Olha, nem mesmo um tiro me impediria de subir naquele palco.” 

...

"Bridget?”

Ela tinha travado na subida do palco. Mirou em Jeff Plack há uns metros dali e desviou o olhar quando ele nos encarou.

“Tudo bem?”

"O que minha mãe disse não era cem por cento mentira. Esse cara me fez mal."Minha mão foi para boca (mas eu meio que já suspeitava) e essa atitude lhe fez fechar a cara."Não sou coitadinha, então pode tirar essa sua cara de pena."Suspirou"Vou deixar para lá essa história de cantar hoje."

"Espera, tá falando sério? Você treinou muito pra isso.Me disse agora a pouco que não iria desistir."

"É eu disse, que seja."Rolou os olhos e me entregou o microfone.

"Bridget."

"ME DEIXA.”

Olhei o nome da lista sobre som. Era realmente aquela música que ela vinha treinando.

"Eu já conheço essa letra. Posso cantar no seu lugar, se quiser. O show tem que continuar, né?"

Como esperado, Bridget se voltou para mim.

"Como é a história?"

"Te dou duas, ou melhor, três opções: eu canto sozinha para te substituir e seguir o cronograma; ou você canta sozinha; ou nós fazemos um dueto com você como principal e eu te cobrindo caso falhe."

Ela riu, e eu por dentro: Não me entregaria aquela 'fama' de bandeja.

"Você é louca. Tem certeza de que consegue fazer um dueto comigo?" Seu olhar de desafio despertou uma certa revolta em mim.

"Eu posso."

Ah, eu não devia ter ido tão longe...

Ela semicerrou os olhos, e curvou a boca com um sorriso.

"Tudo bem, então.De qualquer forma, sua proposta é boa, eu canto e você me cobre se a crise voltar.”

Andou até a Silvia.

"Decidiram um dueto? Achei maravilhoso."Silvia sorriu.

“Eu posso ajudar também com algumas vozes de fundo.”disse Jessica.

“Por mim, tudo bem” Bridget concordou.

Em instantes, tudo estava orquestrado. Fomos anunciadas por Silvia e entramos lado a lado.Bati de leve no microfone que recebi para testar. Ele estava ligado. Consegui ver Suki e Emma lá embaixo. Elas me olhavam como se eu fosse de outro planeta. Bom, talvez minha sanidade tivesse feito um teletransporte para um, porque cantar não era o meu dom.

Eu sabia a letra de cor. Hanna e Taylor viviam cantando. Mas aquilo não era uma simples tarde em que nos reuníamos para falar da vida e cantar de modo espalhafatoso. Eu estava num palco, em um evento com pessoas ricas e importantes me observando.

Fiz uma nota mental, após localizar Aimee e os franceses, de que ignoraria, por hora, o assunto 'colar' para não me desconcentrar. O mais importante era salvar a minha pele.

Primeira e última nota da autora: AQUELE AVISO PRÉÉÉVIO DE QUE NÃO DÁ PRA LER AO MESMO TEMPO EM QUE SE OUVE A MÚSICA. LIQUFEOFUWÇEOFIQHÇEIFOQHÇEHFw

Os acordes iniciais foram tocados.

I am trying so hard to go on

(Estou tentando tanto continuar)

But I still remember your eyes

(Mas ainda me lembro dos seus olhos)

Apenas eu tinha entrado.

Every second I think of you

(Cada segundo que penso em você)

I keep hurting more and more

(Eu continuo sofrendo mais e mais)

Olhei para Bridget cobrando sua voz, mas ela não se moveu, nem Jessica entrou. Encarei fixamente a linha do oceano esperando que ninguém notasse meu microfone indo pra lá e pra cá com o tremor de minhas mãos.

I feel so alone in this dream

(Eu me sinto tão sozinho(a) nesse sonho)

So wake me up, right now

(Então me acorde agora mesmo)

Come take my heart

(Venha, leve meu coração)

I can't stand that We're apart

(Eu não suporto estarmos separados)

I'm falling through

(Estou caindo)

Estava prestes a desmaiar por ter que continuar sozinha quando Bridget também passou a cantar.

Like destiny, we are falling

(Como o destino, estamos caindo)

You're reaching for me,You're calling

(Você está me alcançando,você está chamando)

I can't stand the distance

(Eu não aguento a distância)

Come and hold me

(Venha e me segure)

Encontrei um Osten chocado próximo à Kerttu e as outras crianças. Quase ri. Sua mente devia estar prestes a explodir por me ver ali trocando sorrisos amigáveis com a ruiva.

Are you the one? Can you show me?

(Você é a(o) único(a)? Pode me mostrar?)

Are you the love I've been wanting?

(Você é o amor que tenho esperado?)

Everything should be fine

(Tudo deve estar bem)

Why and am I crying?

(Por que estou chorando?)

Bridget parecia um pouco melhor, cantava perfeitamente e não dava sinais de que iria parar. May e Simon estavam abraçados na pista de dança. O alívio é que eles, assim como o resto da plateia, pareciam estar adorando tudo.

(Stay with me)

(Fique comigo)

I'm trying the find you

(Eu tentando te encontrar)

But you're hiding far from me

(Mas você está se escondendo longe de mim)

(Stay with me)

(Fique comigo)

The truth is I know you're still with me

(A verdade é que eu sei que você ainda está comigo) 

Aquela letra...  May, com certeza, a escolheu a música pensando nos anos em que ela e Simon estiveram distantes.

 

I am trying so hard to go on

(Estou tentando tanto continuar)

But I still remember your eyes

(Mas ainda me lembro dos seus olhos)

Every second I think of you

(Cada segundo que penso em você)

I keep hearting more and more

(Eu continuo sofrendo mais e mais)

I feel so alone in this dream

(Eu me sinto tão sozinho(a) nesse sonho)

So wake me up, right now

(Então me acorde agora mesmo)

Notei a movimentação do príncipe entre as pessoas. Ele conseguiu chegar até bem próximo ao palco. Seu sorriso e braços cruzados indicavam o longo interrogatório sobre o que me levara até ali. Minha atenção foi para a direção do grito de Phoebe que me mandava corações ao lado de Aaron e Lorenzo.

Come take my heart

(Venha, leve meu coração)

I can't stand that We're apart

(Eu não suporto estarmos separados)

I'm falling through

(Estou caindo)

Uh uhhhh

Meu olhar retornou ao rosto de Osten, porém não durou muito tempo quando notei Delfina a uns metros dele. E seu olhar não estava no palco, mas nele.

(I'm falling through)

(Estou caindo)

Uh uhhhh

Aquela letra também falava sobre eles. Depois de tudo, o que lhes restava era observar um ao outro. De longe.

My heart is racing for you

(Meu coração está acelerado por você)

Out of breath, I'm out of control

(Sem fôlego, estou fora de controle)

I'm always looking out for you

(Eu estou sempre cuidando de você)

Mesmo que tentassem negar, que quisessem fugir daquilo, o sentimento sempre continuou ali.

Para ambos.

 I'm whatching over you so

(Estou sempre olhando para você então)

Don't go far to where I can't go

(Não vá para longe onde não posso ir)

I always want you close to me

(Eu sempre quis você perto de mim)

Bridget e Jessica assumiram a estrofe mais veloz, e o restante da música para mim passou como um relâmpago.

I'm different from the me

(Estou diferente de mim)

That I used to be

(Do que eu costumava ser)

The moment I met you

(No momento em que te conheci)

Me life got real

(Minha vida se tornou real)

That feeling brought me

(Esse sentimento me trouxe)

Back and now I know

(De volta e agora eu sei)

My heart kept beating and it was for you

(Meu coração continuou batendo e foi por você)

When my life is dark you brighten my day

(Quando minha vida está escura, você ilumina meu dia)

You will hold me every time I lose my way

(Você vai me abraçar toda vez que eu perder meu caminho)

It feels like we loved long ago, caring for each other

(Parece que nos amávamos há muito tempo, cuidando um do outro)

Time is nothing I will always be your lover

(O tempo não é nada, sempre serei seu amor)

 ...

 "Não sabe cantar, hein." Phoebe me encarou de braços cruzados.

"A sua voz é linda." disse Susi.”Não é profissional como a da Bridget e da Jessica, mas é muito fofa.”

 As princesas alemãs concordaram.

"Rosie até que mandou bem com meu desafio".Bridget me encarou com um sorriso. Pelo seu rosto ela parecia grata pela "ajuda", mas é óbvio que não falaria.

Embora tivesse arriscado meu pescoço, me convenci de que tinha valido a pena. Aquela apresentação era importante para ela. Não que seu trauma fosse acabar, só que talvez ela não mais encarasse a situação com o Jeff da mesma forma.

“Parabéns às duas, foi uma surpresa e tanto.” Disse May abraçando a cada uma de nós.Emma e Suki chegaram também para elogiar. Em seguida, May passou a conversar com Jessica e Bridget a sós, e eu fui puxada por Phoebe para a pista de dança, junto ao restante das meninas.

”Agora me explica, por que raios você DO NADA subiu no palco com a Bridget?”

“Não posso falar agora, mas garanto que tem uma boa explicação.”

"Hum…" Meneou a cabeça.

...

Apenas três músicas depois do sinal dado por Violet foi que Phoebe se distraiu ao tentar aprender passos de dança com Stefan e Klaus.

“Desculpe a demora, é que minha amiga meio que descobriu o que vamos fazer, e não concordou muito.”

“Sem problemas, mas você podia ter sido mais rápida. O que tenho que te mostrar é muito importante.”

Ela me guiou para a área de dentro do resort. Fomos para o elevador sem que ela me respondesse o que eu deveria ver. Sua expressão ficava mais fechada a cada passo, me deixando um tanto receosa.

Entramos acompanhadas no último segundo pela mãe de Osten, o que fez Violet desistir de escolher o seu andar e optar pelo meu. Tentei um contato visual com ela depois que cumprimentamos America, mas Violet parecia mais ocupada olhar fixamente para o chão e tamborilar os dedos no braço.

"Está tudo bem, Violet?"

"Hum? Está sim, tia Meri.Por acaso sabe que horas vão servir o bolo?"

A ruiva franziu a testa, e riu.

"Acho que em no máximo quinze minutos. Estou subindo rápido para buscar outra tiara para Amberly."

"Uns quinze minutos, acho que dá tempo....Tchau, tia." Dei um aceno também ao seguir a morena."Onde fica seu quarto?"Ela me questionou assim ficamos sozinhas novamente.”Me espera nele. Eu vou buscar o que preciso no meu andar.”

Minutos depois, minha porta foi aberta por ela e um guarda italiano.

"Rosie, esse é o Luigi da equipe de segurança italiana.” O físico dele me lembrava Eduard, mas parecia um tanto calado.

“Ah… muito prazer.”

“O mesmo, senhorita.”

"Ele ficou sabendo de algumas coisas... e me procurou para avisar antes que isso se torne uma grande tragédia."

"Isso tem a ver com essa câmera?" Indiquei o objeto nas mãos dele.

Luigi assentiu e trocou um olhar significativo com Violet antes de me mostrar a filmagem. Era de uma porta, pelo ângulo deveria ter sido filmada por uma criança, um adulto agachado ou então colocada à altura de algum vaso do corredor. Me surpreendi ao ver Osten sair do cômodo que reconheci como sendo da administração, e depois de alguns fui eu.

"Luigi me encontrou na hora em que subi e me disse que tinha achado isso no quarto de Oliver."

"Oliver, Oliver da Delfina?"Ela deu de ombros." Mas por que ele iria querer filmar isso? Ele por acaso ouviu e gravou a nossa conversa lá dentro?! Porque foi o momento em que eu expliquei para o Osten que tinha lido aquela...carta".

"Isso quer dizer que você e Osten tiveram essa conversa ontem a noite, não é?" 

"Sim, mas..."

"Não acredito que Oliver tenha seguido vocês logo depois que Delfina flagrou ele e Clarabella. Sim, o Luigi sabe desse caso."Esclareceu quando alternei o olhar entre ela e o guarda."Eu me lembro muito bem de Oliver ter se trancado no quarto depois que a Delfina expulsou ele do dela, mas isso não impediu que outra pessoa fizesse o serviço de seguir vocês."

"Estou quase certo de que quem filmou isso foi Paolo.”disse Luigi” Ele é um dos meus colegas de trabalho que sempre teve uma certa amizade com Oliver.”

"Eu ainda não estou entendendo, sinceramente. Por quê, pra que isso? É para..."

Minha mente congelou e Violet completou o raciocínio.

"Ele pode usar essa gravação para divulgar que você e o Osten... sabe, nessa sala...Mas relaxe, estamos com a prova dele."

"Sem querer desanimar, mas a câmera estava na escrivaninha de Oliver, e pelo que ouvi da conversa deles, acho que faz mais tempo que Paolo está seguindo Rosie e Osten para conseguir algum material. Eles podem ter até mais filmagens deles juntos e outros lugares e sozinhos para ajudar a incriminar..."

"Mas vamos focar na que já sabemos que existe. Se a câmera estava tão exposta assim..."

"Ou ele sabe que sabemos e está fazendo de propósito, ou ele não espera que alguém descubra, mas de todo modo já deve ter feito mais cópias e, inclusive, acho que deve ter enviado para algum jornal local. Posso tentar descobrir com algumas pessoas de confiança, mas preciso devolver a câmera para que Oliver, por acaso, não sinta falta quando voltar ao quarto."

"OLHA SÓ!" A porta do quarto foi aberta de súbito por Phoebe que encarou Luigi, Violet e a mim com um ponto de interrogação, antes de explodir."Eu tinha CERTEZA que tinha visto vocês duas saírem. Procurei no andar de cima com a maior cara de tacho, e por sorte me lembrei do seu quarto. Sinceramente, Rosie! Até onde você pretende ir com essa armação? Rosie?"

...

Me mantive ao lado de Phoebe, Emma e Suki na hora em que May partiu o bolo. Minhas amigas fizeram a combinação de seus pedaços com champanhe e me olharam estranho quando recusei ambos e bebi dois copos de água seguidos.

"Beber água me acalma."Sussurrei a Phoebe.

Luigi, que notei pelas entrelinhas ser muito mais do que apenas um amigo de Violet, descobriu que o guarda ajudante de Oliver tinha saído mais cedo do resort com a licença de seu superior para ‘comprar um presente’, a pedido de Oliver, para Delfina. Phoebe elogiou a minha sorte e eu agradecia a existência de Luigi, pois se não fosse por ele juntando as informações e indo para a sede do jornal, onde Paolo tinha levado a filmagem, basicamente tudo estaria perdido em um piscar de olhos. Agora, ao menos havia a possibilidade de reverter isso.

Lorenzo, a pessoa que concordamos ser essencial para tentar negociar com os jornalistas, foi com Luigi e me garantiu que faria de tudo para conseguir apagar as últimas provas, já que o guarda havia feito o mesmo com a câmera de Oliver. Não era uma garantia de que daria certo, porém era um conforto saber que eu não estava sozinha.

O único que faltava saber era Osten, e eu era a encarregada em lhe dizer o que acontecera, mas, naquele momento, não sabia se era uma boa interromper a conversa dele com os irmãos na mesa de sua família. 

"Mesmo que o tempo passe, se é amor isso vai se confirmar na próxima vez que seus olhares se cruzarem" Simon terminou o discurso e foi aplaudido ao beijar May.

A homenagem com fotos e vídeos dos noivos, desde pequenos até a atualidade, estava quase no final, Violet se levantou de uma mesa e pediu para que Osten e Delfina a seguissem. Um arrepio passou pela minha pele. Não tinha dado tempo de falar com Osten sobre o assunto, e Violet definitivamente não lembrou do meu pedido, para que esperasse a hora certa. Rodei a área aberta diversas vezes, tinha certeza de que não os vi subir. Ou usaram um outro elevador que não os oficiais?

“Ou será que eu olhei direito por...Ok, a esse ponto já era. Ele vai me matar.”

Mas depois eu resolvia com o Osten, não é? Eu precisava torcer para que o seu nível de felicidade estivesse nas alturas quando o encontrasse, porque se não estaria ferrada.

Otimismo.

Sim. Otimismo. Agora Osten e Delfina finalmente tinham sua chance.

Respirei fundo, decidindo retornar a festa.

A verdade é que por mais que eu desse meu consentimento aos dois, algo sim me incomodava.

Eu ainda não estava pronta para me distanciar de Osten, assim como ocorreu com Tyler, quando ele resolveu seguir seu caminho em outra província. Eu tinha pelo menos o conforto de ter passado quase a vida toda próxima ao meu amigo de infância, mas tinha um tempo mínimo de convivência com o príncipe. Não gostei de me dar conta que se ele estivesse gostando de alguma selecionada, haveria mais tempo até a seleção acabar e eu me acostumar com isso, mas que me afetava e muito saber que com Delfina, essa mudança seria repentina.

Ri sem humor. Eu tinha feito um lindo discurso para Osten dizendo que ele deveria acabar com a Seleção e ficar de uma vez por todas com a pessoa que ele ama, mas no fundo não queria que ele escolhesse isso tão cedo.

Parei de andar assim que enxerguei Oliver, ao lado da piscina com uma câmera, ou melhor, com a câmera. Ele olhava fixamente para mim.

"Oi, Oliver. Quer me dizer alguma coisa?"

"Já que perguntou, fui informado de que meu cunhado e um guarda metido a espião foram ao jornal para impedir que certas imagens apareçam.”

“E você pelo menos fez uma cópia antes que ela magicamente sumisse daí?”

Ele rolou os olhos.

“Tenho que admitir. Você escolheu bem seus aliados, maninha." Olhou para mim com um sorriso largo. "O que foi, sem reação? Não sentiu o impacto da palavra: maninha? Ou prefere que eu te chame de querida irmã?"

Oliver esperou por minha resposta, mas se cansou do silêncio.

"Ok. Vou te esclarecer as coisas. Aimee me explicou a situação e perguntou em total inocência, se não poderia ser possível que esse colar que você carrega fosse uma herança da minha família..." Ele riu quando o impedi de tocar na peça." Quanta violência...De fato, ele se parece bem com uma das relíquias que minha mãe guarda a sete chaves. Sabe como é: aqueles objetos que se passam de geração em geração. Meu avô mandou produzir três desse. E curiosamente, um deles estava faltando, desde que minha irmã desapareceu. Foi um baque para minha família...Ela era recém-nascida, e deveria estar com uns dezoito anos...Está acompanhando o raciocínio, não está?"

Respirei fundo.

"Estou, e acho que você está querendo jogar com o assunto errado. Só porque ouviu minha conversa com Aimee, não significa que vai poder achar mais um assunto para me atormentar.”

"Acha que estou mentindo?"

"Alguma vez já trabalhou com a verdade?"

Isso o fez gargalhar(muito), o que despertou a atenção de algumas pessoas e terminou com a minha paciência.

"Diga logo o que você queria dizer de ultimato! O que você ganha me enrolando com essas histórias?"

"Eu não ganho. Você perde." Sorriu mais." Talvez você seja mesmo a irmã que eu perdi há uns anos atrás. Aimee deve fazer contato em breve com meus pais...eles são tão doidos para encontrar a filha perdida... E garanto que isso iria te deixar rica, mas quer saber a parte triste? Essa notícia com o Osten vai te jogar bem na fossa. Lamento dizer, mas uma vez que se vende informações para um jornal, não há como conter uma notícia, por isso se prepare. Os próximos dias vão ser cheios. Você sabe que todas as garotas de Illea vão te odiar, não é? E não só Illea, mas o mundo vai te olhar como suja. O Osten... pode ser que ele se salve dessa. Vão odiá-lo também, mas você, infelizmente, vai sair com mais prejuízos. E, no final, com toda a sua moral no lixo, minha família não vai nem querer saber de você..."

Assenti em conformidade.

"Você jogou com inteligência. Só nos resta esperar se todo seu esforço em acabar comigo e Osten vai surtir efeito. Não se precipite." Sorri dando as costas. 

Blefe puro se eu ainda acreditava em sua derrota, mas eu poderia me conter por alguns instantes. Ele me parou outra vez com um aperto no braço, e apontou para o telão quando o olhei entediada.

"Gostou de assistir a homenagem de May? Vai gostar da próxima parte. Aquele é Julio, um dos meus ajudantes." Ele apontou para o homem que fazia parte de sua segurança oferecendo um cd para a pessoa que cuidava do monitor.

Não foi difícil me dar conta de que aquela era uma cópia da filmagem. O sorriso cínico de Oliver não negava, e talvez eu me orgulhasse muito de mim se pudesse permanecer ali de cabeça erguida, enfrentar as críticas e dizer a minha versão. Poderia não? Mas jamais negaria o quão menos dolorosa era a opção de me afastar o mais depressa possível do local, mesmo com o júbilo de Oliver. Conclui isso com o meu último olhar para o telão: a exibição das imagens tinha realmente começado.

 


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