Yandere Brothers escrita por LoveYandere


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente estou reescrevendo a historia por isto estou postando por aqui enquanto não posto no spirit :)



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QUARTA-FEIRA, 13 DE JUNHO.

06:30AM.

Você está no caminho para escola. O dia começou chuvoso e frio, a obrigando ter em mãos um guarda-chuva e vestes grossas para lhe esquentar. O vento está forte, trazendo respingos frios contra seu rosto você se encolhe em baixo do guarda chuva, abraçando o próprio corpo em uma tentativa de se aquecer. Querendo chegar logo na escola você aperta o passo, tentando ignorar as poças d'água que molhavam seus sapatos.

No caminho você ouve miados, chamando sua atenção você diminui seus passos. Uma caixa de papelão estava encostada ao muro de um casa, e dentro dela havia um filhote de gato que molhado tremia fortemente com o frio. O bichano continha uma pelagem preta e lindos olhos âmbar, mas o que realmente lhe chamou atenção foi a figura encapuzada, que agachado em frente a caixa brincava com o pequeno animal.

A figura usava o uniforme masculino de sua escola, contendo um moletom roxo por de baixo do blêizer. Ele mantinha o capuz sobre a cabeça, o protegendo da chuva e dos olhares incômodos que as pessoas lançavam para ele.

Você observou a figura por bons longos segundos. Algo nele a deixava bastante curiosa, e o fato de estar dando atenção a um pobre animal abandonado lhe deixava interessada em se aproximar.

Como se adivinhasse seus pensamentos a figura levantou a cabeça, encontrando seus olhos curiosos com os dele. A franja molhada caia sobre os olhos semicerrados, e uma máscara cirúrgica branca cobria boa parte do rosto dele. Ele a encarou em silencio por longos segundos, até o momento em que a situação começou a ficar constrangedora para vocês dois.

Sem que notasse você acabou por se aproximar do rapaz, o que chamou a atenção dele para você. Você arregalou os olhos e suas bochechas esquentaram, seus pelos se eriçaram e suas mãos apertaram ainda mais forte o guarda-chuva.

O que deveria fazer agora que já estava parada em frente ao garoto?

O gatinho que antes mastigava os dedos masculinos agora dava atenção a você, soltando miados em sua direção. A tirando de seu transe você encarou os grandes olhos amarelos que olhavam em sua direção. O pobre animal era atingido pelas gotas frias da chuva que o fazia tremer ainda mais.

Você ficará com pena do bichano. Olhando seu guarda-chuva você teve uma ideia. Decidindo se aproximar mais, você se agachou ao lado do garoto que mesmo tímido a olhava de maneira desconfiada. Ignorando aquilo você deixou seu guarda-chuva deitado ao lado da caixa, de maneira que protegesse o pequeno bichano das gotas frias da chuva.

Já protegido da água o felino se chacoalhou, deixando as gotas que prendiam na pelagem negra voarem para todas as direções.

— Hey!

Você ri tentando se proteger das pequenas gotas que caiam em sua direção. O rapaz ao seu lado não deixava de encara-la admirado, e quando viu o seu sorriso o mesmo corou, o fazendo agradecer pela mascara que ocultava as bochechas dele.

Você notou o olhar do rapaz sobre você, a fazendo ficar envergonhada por estar agindo daquela maneira em frente a um desconhecido. Agora que estava ali você pensou que simplesmente não deveria se afastar e ir embora como se nada tivesse acontecido, provavelmente ele acharia você ainda mais estranha.

— Você está planejando leva-lo?

Com muita coragem você tentou puxar algum assunto com ele, esquecendo-se da chuva que molhava vocês dois, e das aulas que logo começariam.

Ele pareceu espantado, olhando para os lados como se certificasse de que você estava realmente falando com ele. O rapaz lhe parecia ser alguém bem tímido, e provavelmente não muito acostumado com pessoas falando com ele.

Isto parecia um pouco triste para você.

— Não...

Depois de longos segundos você finalmente ouviu a voz rouca e baixa que era abafada pela mascara que ele usava. Se não fosse a proximidade de vocês dois você provavelmente quase não o ouviria.

Ele não disse mais nada, fazendo com que o ar constrangedor de antes voltasse. Sem saber o que fazer você voltou a olhar para o gato, pensando em algo para cortar aquele clima estranho.

— Eu gostaria de leva-lo, mas onde moro não é permitido animais.

Você passou os dedos nos pelos molhados do bichano que se esfregou em sua mão ao seu toque.

Ele observava a maneira que você brincava e sorria para o bichano que até o momento havia sido ignorado e desprezado pela maioria das pessoas que passavam por aquela rua. Algo quente se acendia no peito do garoto, fazendo o coração dele bater tão rápido ao ponto de doer. 

O rapaz apertou fortemente o moletom sobre o peito, sentindo as bochechas esquentarem ainda mais ele desviou o olhar de você de maneira tímida. Você notou o comportamento estranho dele, o que a fez se preocupar.

— Você está bem?

Você decidiu perguntar. Ele pareceu se espantar com sua pergunta repentina, e constrangido ele confirmou freneticamente com a cabeça.

— Ah... - Você suspirou em alivio, mesmo aquilo ainda parecendo um pouco estranho para você.

A chuva parecia ter diminuindo e agora apenas uma fraca garoa tomava conta daquela rua. Uma fina gota da chuva escorreu por seu nariz, e o gelo que tocava sua pele a fez ter um choque de realidade. Você estava encharcada, e ainda precisava ir para a escola, havia esquecido completamente da aula e provavelmente chegaria atrasada. Este pensamento a fez desesperar-se, e foi quando entendeu que deveria começar a correr.

— Essa não! - Você se levantou em um pulo, assustando tanto o garoto como o pobre animal que estava tranquilo em sua caixa. O rapaz a olhava de maneira muito confusa, se perguntando o motivo da sua reação inesperada. - Me desculpe, mas eu preciso mesmo ir!

Sem tempo de explicações você correu, se despedindo do garoto que permaneceu parado ali, olhando você desaparecer ao dobrar a esquina.

O rapaz permanecia confuso, encarando pensativo o caminho que você havia pego. O gato que voltara a miar trará o garoto de volta para a realidade. Voltando a olhar o felino o rapaz suspirou triste ao vê-lo ainda tremendo.

Era uma pena não poder leva-lo, pensou ele.

Sem muito o que fazer, o rapaz acabou por tirar o moletom que usava, enrolando o pequeno ser no grosso tecido. Por alguns momentos o olhar do garoto parou no guarda-chuva que protegia a caixa molhada do bichano, deixando boas imagens do seu sorriso na mente dele.

O peito dele se aqueceu mais uma vez, deixando um raro sorriso nos lábios dele.

~~**~~

As aulas já haviam acabado e você permanecia na escola depois das aulas para a limpeza da sala. Para sua má sorte você era encarregada daquele trabalho naquele dia, e para piorar você permanecia com o uniforme de educação física. Você chegou a tempo de os portões não serem fechados, porém teve que ir diretamente para o vestiário trocar suas roupas, por fim apenas chegando na sala de aula depois da primeira aula.

Não havia recebido bronca, porém você foi forçada a aguentar brincadeirinhas de mal gosto de suas amigas. Você não comentou nada sobre o que havia acontecido, mesmo ainda estando curiosa para saber quem era aquele rapaz. Não havia visto o rosto dele perfeitamente, então não tinha como descreve-lo para alguém. Flashes daquele momento ainda passavam por sua mente, a fazendo se sentir mal pelo pobre felino abandonado.

Ele devia estar faminto.

Este pensamento a fez suspirar tristemente. Você apoiou seu queixo nas suas mãos que permaneciam no topo do cabo da vassoura, qual você usava para varrer a sala. Você permanecia encarando a janela que lhe dava uma bela visão do sol que já tocava a linha do horizonte.

Estava perdida em seus pensamentos até o momento que uma das garotas que também estava responsável pela limpeza a chamou.

— Não fique parada ai! - Indagou ela emburrada. - Se continuar assim nunca iremos para casa!

— Ah, me desculpe... - Você riu sem jeito ao se desculpar. Voltando a varrer você continuou pensando sobre o gatinho, e logo uma ideia se acendeu em sua mente. - Talvez eu devesse fazer alguns bolinhos de atum para ele... - Você resmungou para si mesma, mantendo um pequeno sorriso nos lábios.

— Hey, quer que eu te ajude com isso?

Uma de suas colegas se aproximou segurando uma pequena pá. Sem pensar duas vezes você aceitou a ajuda, não deixando de agradecê-la em seguida.

~~***~~

Você finalmente havia acabado tudo e agora voltava para casa. Já tinha tudo o que precisava para fazer os bolinhos de atum, e foi por isso que você não precisou desviar seu caminho para ir ao mercado.

Já escurecia e você decidiu por apressar seus passos. Nuvens escuras e pesadas tomavam o céu novamente e você estava com medo de acabar por molhar seu uniforme de educação física também.

Os postes de luzes já começavam a iluminar as ruas da cidade. Você não queria demorar mais do que isso para chegar em seu condomínio, por isto decidiu pegar um atalho. Você nunca gostou daquela rua por ser tão vazia e sombria, mas era o único jeito que você tinha para chegar antes de se molhar. Aquele lugar sempre lhe trazia uma forte sensação de estar sendo observada e perseguida, e isto lhe dava terríveis calafrios.

Você finalmente avistou a rua do seu condomínio e um forte alivio tomou seu peito. Você se apressou em direção do pequeno edifício de dois andares. Você subiu as escadas indo diretamente ao quarto 203, tirando suas chaves da bolsa você destrancou a porta e acendeu as luzes do seu pequeno apartamento.

Aliviada você deixou sua bolsa ao lado da porta, que fora fechada por um pequeno empurrão do seu pé. Tirando os sapatos você adentrou o lugar, já planejando tomar um belo banho quente e tirar aquelas roupas de Educação física. Ainda teria que colocar seu uniforme na secadora e esquentar algo para você comer, por isto decidiu deixar o plano dos bolinhos de atum para mais tarde.

Naquele dia você foi mais cedo do que o normal para a cama. Estava tão cansada que quando acordou durante a madrugada nem mesmo lembrava do momento em que havia adormecido.

O relógio ao lado da sua cama marcavam quatro da madrugada. Você conseguia ouvir os sons das fracas gotas que batiam na sua janela. Estava frio e isto tirava sua vontade de sair da cama, porém você tomou forças para se levantar. Ainda de pijama você vestiu um casaco e colocou suas pantufas. Abraçada ao próprio corpo você foi em passos calmos até sua cozinha, lá acendendo as luzes que incomodaram seus olhos.

— Certo, preciso fazer os bolinhos...

Você tentou se incentivar, porém em meio a sua frase veio um longo bocejo. Não se dando por vencida você seguiu até os armários e de lá tirou algumas coisas das quais precisaria. Por sorte você fazia parte do clube de culinária da sua escola, então não era tão ruim assim na cozinha.

Quando você finalmente terminou tudo já eram cinco horas, por isso se apressou para tomar um banho e comer alguns dos bolinhos que havia feito.

"Estão deliciosos", você pensou surpresa ao tirar a primeira mordida.

Antes de sair de casa você pegou seu guarda-chuva reserva que estava guardado no fundo do seu closet. Do lado de fora já não chovia mais, porém o tempo nublado e a neblina fria que tomava conta das ruas lhe diziam para se precaver.

Você não demorou muito para chegar na rua desejada. Você logo avistou o mesmo rapaz de ontem brincando novamente com o gato que agora não estava mais molhado graças ao guarda-chuva que você havia deixado para ele. Você sorriu ao saber que ninguém havia o tirado dali.

Mesmo tímida com a presença do garoto você decidiu se aproximar, chamando mais uma vez a atenção da figura encapuzada.

— Bom dia.

Você cumprimentou o garoto que parecia espantado com a sua presença. Ele permaneceu a olhando com olhos arregalados, até que você se agachou ao lado dele, também dando atenção ao gato que já miava ao sentir o cheiro de atum vindo de sua mochila.

— Você deve estar mesmo faminto.

Você riu ao ter o gato que você acarinhava lhe farejando. Você abriu sua mochila e de lá tirou o pequeno pote no qual havia guardado os bolinhos. Quando você tirou a tampa do recipiente o aroma tomou o local, deixando brilhos nos olhos do rapaz ao seu lado.

Você notou o olhar insistente em suas mãos que pegavam o alimento. Não apenas dos grandes olhos amarelos do felino, mas como também os do garoto ao seu lado.

— Você também quer? - Você ofereceu para o rapaz que se sobressaltou ao ter seu sorriso direcionado a ele. Ele parecia muito envergonhado para responde-la, pois afundou ainda mais as mãos nos bolsos, e desviava o olhar a todo momento. - Está tudo bem, pode pegar.

Você estendeu o pote em direção ao rapaz, o incentivando a pegar. Sedendo o rapaz finalmente estendeu a mão até você, pegando uns dos bolinhos que ainda permaneciam quentes.

— Obrigado...

Este resmungou por de baixo da mascara. Era a segunda vez que você ouvia a voz dele. O rapaz levou a outra mão até a mascara hospitalar que usava, quando ele a puxou para baixo você finalmente pode ter uma visão melhor do rosto masculino. Com as bochechas vermelhas ele deu uma mordida no alimento, e quando o gosto da comida se espalhou pelo paladar do mesmo os olhos dele pareceram criar mais brilho. Ele devorou rapidamente aquele bolinho, tendo muito gosto ao engolir.

Você ficou surpresa de inicio, mas logo sorriu em felicidade por ver que o mesmo havia gostado da sua culinária. Ele olhou para o felino que mastigava os bolinhos muito feliz, e você acabou por notar o olhar de inveja que o garoto mantinha nos bolinhos do bichano.

— Pode pegar mais se quiser.

Você estendeu mais uma vez o recipiente para o garoto, que mesmo muito envergonhado acabou por pegar mais.

Você os observou comer com um grande sorriso satisfeito nos lábios. Seu trabalho não havia sido em vão, você pensou.

— É melhor eu ir logo se não quiser me atrasar de novo.

Você comentou ao fechar o pote agora vazio, logo o guardando novamente em sua mochila. Você se despediu do felino com um pequeno carinho nos pelos negros do animal, logo levantando-se com a mochila já no ombro.

O rapaz desconhecido se mantinha a observa-la. Parecia triste por você ter que ir novamente.

— Hey. - Você o chamou. - Você também estuda na Osoi, não é? - Você finalmente tomou a iniciativa de pergunta-lo. Como o esperado o rapaz apenas afirmou com a cabeça. - Por que não me acompanha? Assim também não chegará atrasado.

Os olhos do rapaz se arregalaram em surpresa. O garoto estava tão feliz que apenas conseguia encara-la boquiaberto, e notando isto ele logo tentou disfarçar ao se manter indiferente.

— Ta-Tanto faz...

Resmungou ao afundar novamente as mãos nos bolsos. Ele se levantou e seguiu em frente, deixando você um pouco confusa sobre sua resposta. Ele realmente a deixaria acompanha-lo?

Repentinamente o garoto parou e olhou para você sobre o ombro, como se perguntasse o que você fazia ainda parada ali. Entendendo a resposta você sorriu, o seguindo em passos largos para acompanha-lo.

— Aproposito, qual o seu nome?

Você perguntou quando já estava ao lado dele.

— Ichimatsu... - Respondeu ele.

— Ichimatsu, heh... - Você repetiu o nome para si mesma, o admirando. - Você é bem tímido, não é, Ichimatsu?

Você perguntou de maneira brincalhona, deixando o garoto ainda mais vermelho. Ele rapidamente puxou a mascara hospitalar para ocultar as bochechas vermelhas, fazendo você rir divertida com a atitude fofa que o rapaz tomara.

Você descobriu que era muito divertido provoca-lo, e gostaria de ver aquela maneira afobada do garoto muitas mais vezes.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado ♥



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