I M P E R I U S escrita por T in Neverland


Capítulo 3
Hybrid


Notas iniciais do capítulo

Antes de ir para o capítulo vou lançar um desafio: duvido alguém contar quantas vezes a palavra acromântula apareceu nesse capítulo.
Capítulo revisado e atualizado em 07/07/2021.



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Hybrid - Capítulo III

Assim que acabaram de tomar suas bebidas, o casal resolveu dar uma volta pelo vilarejo, para que Ilka conhecesse o lugar. Caminhavam em direção a dedos de mel quando um trio de garotas se meteram em seu caminho. As três eram parecidas e a do meio parecia furiosa.

— Não posso passar uma semana fora que já me troca, Tomzinho? – ela se pronunciou, fazendo um biquinho.

Usava um vestido lápis roxo escuro, que lhe alcançava a metade da panturrilha, junto com um colar de pérolas. Um longo casaco preto de botões prateados e botas de cano curto e saltos finos. Também usava luvas de couro e os cabelos negros como a noite estavam presos em um coque baixo e elegante. Era uma garota provavelmente rica e de boa linhagem.

Ao perceber que Ilka estava a analisando encarou-a com desgosto e desprezo. Queria claramente mostrar-se superior.

— Ilka não tomou o seu lugar. Ela é nova em Hogwarts e precisa de boas companhias, mas conversando com ela percebi que não foi um erro a acolher. Deveria tomar mais cuidado ao tratá-la dessa maneira, Walburga – respondeu Tom.

— Tratá-la melhor? Ok. Sou Walburga Black, seu pior pesadelo – apresentou-se e Ilka riu.

— Vai precisar se esforçar mais se quiser me ver com medo, Black. E creio que essa não seja a melhor maneira de receber sua nova colega de dormitório – respondeu a loira.

—  Garota, só tenta não me irritar, eu não pensaria duas vezes antes de te lançar uma azaração – Walburga retrucou e Ilka soltou um suspiro impaciente.

— Eu gostaria de te ver tentando – ela afirmou e deu um passo para frente, na intenção de intimidá-la, mas por ser consideravelmente mais baixa que a morena não passou muita confiança com esse ato – Eu já vi e já fiz coisas piores do que pode imaginar, Black – ameaçou, com um sorriso cordial no rosto, fazendo com que as pessoas que passassem ao redor nunca desconfiassem do nível do diálogo que estava havendo entre as garotas naquele momento - Você realmente não me quer como inimiga. Agora com licença, foi um dia longo e eu estou louca para me deitar.

Após a ameaça, Walburga engoliu em seco. Não teria medo de enfrentá-la, porém não sabia de suas capacidades e preferia não imaginar. Ilka apenas lhe lançou mais um sorriso e lhe deu as costas, seguindo em direção onde ficavam as carruagens, que a levariam de volta à Hogwarts.

— E é por isso que eu gostei dela – afirmou Tom, não tardando em ir atrás da menina Grindelwald.

Ilka esperava uma carruagem de braços cruzados, demonstrando sua frustração claramente quando Tom a alcançou e se pôs ao seu lado, esperando com ela.

— Não tinha que ter vindo, elas pareciam bem confortáveis em vê-lo ali – se pronunciou, demonstrando-se ainda estar com raiva pela aparição da Black.

— Eu lhe convidei para vir a Hogsmeade pois queria a sua companhia, não a de nenhuma delas. Enfim, eu não consigo compreender por que está tão chateada, já que conseguiu com facilidade colocar Walburga em seu lugar usando poucas palavras – respondeu Tom.

A carruagem chegou assim que ele finalizou a sua fala e como um bom cavalheiro, tomou a frente e abriu a pequena porta, oferecendo a mão para ajudar a garota a subir. Ilka aceitou a ajuda e se acomodou no banco do veículo.

— Eu poderia ter feito pior, na verdade eu gostaria bastante de dar uma lição naquela garota. Apenas me controlei, pois, sei que não posso chamar atenção demais. Ela não parece ser das mais inteligentes, por que a mantém ao seu lado? – Ilka explicou, cruzando suas pernas enquanto observava Riddle se acomodando no banco em sua frente.

— Digamos que Walburga tenha potencial.

— Potencial? Agora você me conhece, eu sou alguém competente, querido Tom, não precisa de outra pessoa apenas com potencial – debochou Ilka.

— Nunca vi a senhorita em ação, e eu não a conhecia antes.

— Isso significa que já viu a Black em ação? – questionou com a sobrancelha arqueada.

— Eu fui o professor, tudo que ela sabe é graças a mim. Por isso sei de seu potencial.

— Não vou duvidar de suas habilidades como professor. Enfim, não quero falar da escória, então mudemos de assunto – pronunciou com um suspiro cansado e pensou em um assunto que poderia ter em comum com o garoto enquanto arrumava uma mecha de cabelo – Você acha que tem acromântulas na floresta proibida?

— Já ouvi falar de centauros, unicórnios, hipogrifos e tronquilhos por lá, mas nunca uma acromântula. Por que o interesse?

— Sei que lá tem muitas criaturas. O veneno de acromântula é um ingrediente para poções, porém é raro e quando encontrado para comprar, é extremamente caro. Quiseram me vender um frasco de 15ml por 200 galeões, acredita? Uma colher de sopa pelo preço de uma vassoura! – exaltou-se e Riddle riu.

— Nosso professor de trato de criaturas mágicas é uma porcaria, mas talvez alguns alunos possam te ajudar.

— Está me dizendo que Hogwarts tem estudantes que sabem mais que o próprio professor sobre as criaturas da floresta proibida?

— Algo assim. Não tenho amizade com eles, pois são de outras casas, mas acredito que você consiga algo jogando o seu charme para cima deles – insinuou e Ilka sorriu.

— Sem problema. Quem são?

— Silvanus Kettleburn, quartanista e lufa-lufano. Ano passado teve o seu dedão arrancado tentando fazer amizade com um murtisco, dizem que depois do ocorrido ele realmente conseguiu. O outro é Rúbeo Hagrid, da Grifinória, está no segundo ano. Ele tem mania de entrar escondido na floresta proibida, o peguei no flagra no começo do ano. Hagrid parece ter mais afinidade com a floresta do que Kettleburn, talvez ele seja a melhor opção para você – assim que Riddle concluiu a carruagem parou.

Como o bom cavalheiro que era, Tom desceu primeiro e logo ajudou a falsa Bagshot a descer. Não deixou de notar que próximo deles, em frente ao pátio da torre do relógio estava uma figura conhecida.

— Parece que é seu dia de sorte. Aquele ali é Rúbeo Hagrid – disse Tom, apontando com o queixo para o garoto no meio do pátio.

Ilka não teve dúvidas de que aquele era o maior estudante de Hogwarts. Tom era alto, mas o garoto era bem mais. Usava trajes gastos e remendados em tons terrosos, e seus cabelos castanhos eram extremamente desarrumados. Apesar do tamanho, o menino possuía feições infantis e bochechas rosadas.

— É sério? Não, você está a fazer graças para me ver sem jeito – a loira se recusou a acreditar.

— Seríssimo, por quê? O jovem grifinório a assusta? – desafiou Tom e Ilka franziu o cenho, demonstrando seu claro desgosto.

— Não me assusta, me causa repulsa. É um meio-gigante! Daqui alguns anos Hogwarts vai permitir que até mesmo os próprios elfos estudem aqui – verbalizou sua revolta.

Tom não pode evitar escapar uma risada, mas logo se recompôs, pousando suas mãos nos bolsos da calça.

— Bem, ele é sua maior chance de conseguir veneno de acromântula. Boa sorte e mais tarde eu vou querer saber a verdadeira razão pela qual está atrás desse ingrediente – disse, e beijou-lhe a mão.

Tom seguiu para dentro do castelo, mas antes de sumir pelo corredor lançou-lhe uma piscada. Ele de fato estava conseguindo irritar Ilka naquele dia, mas é claro que ela não demonstraria, não deixaria que o mínimo pensamento sobre ele a estar afetando passasse em sua cabeça. 

Passou as mãos pela saia do vestido, desamassando-a em um movimento frustrado, arrumou alguns cachos de seus cabelos, tentando acalmar-se e parecer simpática antes de falar com o meio gigante.

Piscou longamente e colocou seu melhor sorriso no rosto enquanto caminhava em direção ao grifinório.

— Oi, sou Ilka Bagshot – apresentou-se Ilka, enquanto lhe esticou a mão.

Hagrid a encarou com um claro olhar de desconfiança. Não era todo dia que uma garota bonita chegava do nada e se apresentava para ele, ainda mais uma garota mais velha e de outra casa.

— Rúbeo Hagrid – respondeu, aceitando o cumprimento.

— Eu sei, olha, vai soar meio estranho, mas acredito que você possa me ajudar, Hagrid – disse, puxando-lhe pelo braço para se sentarem na beirada da fonte que havia no meio do pátio.

— Ajudar-lhe com o quê?

— Soube que o senhor gosta muito de criaturas mágicas! Quem sabe não pensa em seguir carreira com isso depois que se formar em Hogwarts. Bem, eu gosto muito de poções e desejo me tornar uma mestra em poções – mentiu, tentando parecer mais simpática, mantendo sempre o seu sorriso – Estou tentando fazer uma poção atualmente, mas nela vai um ingrediente muito raro.

— Nossa! Que poção?

— Ela não tem um nome, pois ainda a estou inventando. Quero ficar famosa pela invenção dessa poção, entende? Ser a prodígio do meu ano – explicou-lhe com meias verdades.

— Entendi. E qual seria o ingrediente que falta em sua poção? – questionou Hagrid, realmente interessado.

— Veneno de acromântula – respondeu Ilka, e percebeu que o menino parecia ter ficado mais tenso quando disse isso – Soube que entra na floresta com mais frequência do que deveria. Sabe me dizer se existem acromântulas lá?

— Só algumas... – ele respondeu, parecendo ligeiramente nervoso – Mas não são muito amigáveis, duvido muito que alguma vá te ajudar.

— Não tem problema, eu consigo pegar do meu jeito. Sou bastante convincente quando eu quero. Enfim, era isso. Obrigada Hagrid, você foi de grande ajuda! – agradeceu, tocando-lhe a mão e apertando-a com intenção de passar-lhe confiança.

Rúbeo Hagrid corou violentamente e Ilka riu dele, levantando-se e seguindo em direção ao castelo. Assim que estava de costas para o garoto a jovem tirou a sua máscara de falsa simpatia, metendo-se entre os corredores do castelo. Caminhava em direção às escadas quando ouviu uma voz familiar atrás de si.

— Confesso que não esperava que fosse tão boa atriz – disse a voz masculina, saindo de trás de uma pilastra.

— Você me subestima demais, Tom.

— Nunca subestimei, apenas pensei que seus princípios falariam mais alto dessa vez. De qualquer jeito, conseguiu as informações que queria?

— Descobri que na floresta existem sim acromântulas, e seu coleguinha meio gigante pareceu bem nervoso quando eu toquei no assunto – ponderou Ilka.

— Suspeito desde o começo do ano que ele está escondendo alguma criatura da floresta aqui no castelo, e ele parece ter uma certa atração pelas mais perigosas – revelou Tom.

— Acha que ele está escondendo uma acromântula dentro do castelo?

— Não, mas também não duvido. Um filhote de acromântula seria mais provável, na verdade. Não seria tão fácil esconder uma acromântula adulta. 

— Tom, você se importaria de me acompanhar até a biblioteca? Preciso muito consultar um livro antes de voltar ao dormitório.

— Não, sem problemas, mas terá de me responder uma pergunta depois – propôs e Ilka acenou a cabeça em concordância.

Já estava escurecendo do lado de fora do castelo, por isso os corredores estavam vazios e a biblioteca deserta. Ilka não demorou para achar o que queria e Tom não perdeu a oportunidade de olhar o livro que ela tanto procurava consultar. Poções muy potentes era o nome, lembrava-se de já ter ouvido falar sobre, mas não se lembrava de já ter lido.

A loira passou os olhos rapidamente por uma página e fechou o livro de uma vez, encaixando-o de volta no lugar.

— Pronto, já podemos ir – afirmou, virando de costas para Riddle e seguindo em direção ao corredor.

— Está fazendo uma poção daquele livro, e é por isso que estava à procura de veneno de acromântula – concluiu Tom – Posso saber qual é a poção?

— Não estou fazendo uma poção, estou aprimorando, é diferente. O veneno de acromântula é mortal, mas quando usado em pequenas quantidades apenas causa alucinações – explicou-lhe.

— Ok, e que poção está aprimorando com o veneno em pequena quantidade?

— Poção do medo, com uma dose do veneno ela não só irá causar medo, como também alucinações. E qual o resultado disso, sabe me dizer, Tom?

— Uma vítima com medo e alucinações deve ficar no mínimo desesperada.

— Exato. Estou criando uma poção do desespero – Ilka disse, com um sorriso orgulhoso.

— E como a senhorita pretende testar essa poção?

— Eu já disse que você me subestima demais, Tom. Para isso eu tenho os meus métodos.

 


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