War of Heart escrita por MissIlusionn


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Tudo bem? Espero que gostem dessa história rs Ela será mais curtinha, mas é sobre um tema que eu gosto muito. Lembrando que eu utilizo o itálico para representar flashback, sonhos, delírios (ou palavras em outra língua). Boa leitura!



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Niklaus se adaptara ao caos, afinal era o mínimo necessário para um comandante. O soldado britânico já enfrentara muitas peripécias e desventuras, contudo, dessa vez, acreditara estar próximo da morte. Ademais, continuava firme. Um homem que teme a morte é um fraco, pensou o soldado. Morreria dignamente.

Alemanha era uma forte oponente e o comandante poderia garantir que a odiava. A missão falhara e o soldado assistira o assassinato de inúmeros de seus companheiros. Entretanto, ele continuava vivo e preso em uma "gaiola", como um animal. Niklaus estava cercado de soldados alemães e acuado, todavia não se permitia sentir medo. A dor física não lhe afligiria jamais, afinal fora treinado para suportá-la. Sua expressão era fria e seus olhos desafiadores.

O comandante do grupo alemão se irritara com o orgulho de Niklaus. Concluiu que o soldado não temia a morte, portanto não lhe daria essa facilidade. Queria provocar alguma emoção no inglês, porém falhou miseravelmente, mesmo após seções de tortura.

A ordem era que não o matassem. Niklaus seria levado a Alemanha. Naquela noite, o comandante britânico percebeu que seu destino poderia ser um campo de concentração. Não dormiu, apenas fechou os olhos, enquanto trasteava um plano de fuga. Apenas dois guardas o vigiavam, encorpados e com baixa capacidade cognitiva.

Após muito matutar, o soldado lembrou-se que estava pendurado em uma árvore. Balançou sua prisão móvel, chamando inevitavelmente a atenção de um dos guardas. O guarda robusto, aproximou-se.

— Água, por favor! – pediu.

O homem riu cinicamente e voltou ao seu posto, provavelmente nem entendera as palavras do inglês. Niklaus sorriu satisfeito. Uma lasca de árvore caíra em sua gaiola, talvez houvesse chances.

Niklaus Mikaelson já detinha certa experiência com comportamentos humanos e sabia que o cansaço era a fraqueza do homem, portanto esperou por horas até que os guardas cochilassem.

Quando obteve certeza que os homens cochilavam, abriu o cadeado com o pedaço de madeira, afinal aprendera ótimos truques na escola militar com seu companheiro que fora ladrão.

Niklaus conseguiu escapar e correu mais que pode. Logo, os guardas perceberam e acordaram uma equipe. Niklaus estava há dias sem comer, portanto a fraqueza lhe atingiu em duas horas de corrida. Estava fraco! Tentou encontrar alguma caça, todavia não detinha instrumentos eficazes para caçar.

Os soldados alemães chegaram a encontrar Niklaus, contudo o soldado atirou-se em um lago. Niklaus era um exímio nadador, todavia quase afogou-se ao levar um tiro. Seu corpo afundou e o sangue manchou a água. Os alemães acreditaram matar o comandante britânico, entretanto o homem teve fôlego capaz de enganar os nazistas.

Niklaus chegou ao outro lado do rio, levado pela correnteza. A mata era aberta e ele avistou algumas barracas. Outros soldados alemães, pensou. Suspirou, estava morto. Não tinha forças para continuar, tampouco para retornar à Inglaterra. A fome era atordoante e o ferimento do tiro o preocupava. Arrastou-se até uma árvore e desmaiou de exaustão.

Niklaus acordou assustado. Seus olhos pesavam, contudo, água fora lançada em seu rosto. Não fazia ideia do local aonde estava, entretanto concluiu, através das amarras em seu corpo, que estava na Alemanha

Notou que estava em uma sala escura e úmida. Provavelmente, o torturariam, afim de informações. Jamais cederia! Nada o faria abrir a boca.

Um homem se aproximou. Era um comandante, concluiu o soldado, através da forma como o alemão postava-se. Aparentava ser inteligente e como se lesse os pensamentos do britânico, soube que o torturar fisicamente era perda de tempo. Niklaus sorriu de canto.

O alemão aproximou-se e lhe mostrou uma mensagem criptografada. Niklaus não precisou de muito tempo para lê-la, afinal fora o próprio que a redigira.

— O que significa, saukerl? – indagou o soldado nazista.

O soldado entendeu as palavras, afinal aprendera o alemão ainda quando criança, mas nem que lhe arrancassem o coração com as próprias mãos, Niklaus falaria. Manteve-se em silêncio.

O homem acertou algumas pancadas em suas costas. Niklaus suspirou, contudo manteve-se firme e com o mesmo sorriso debochado.

— És um capitão, não? – murmurou o alemão. – Tens a coragem de um leão e a ignorância de um judeu. Caso não fosse capitão, estaria se borrando, mas não está. Bom, podemos testar seu nível de bondade. O que acha?

O capitão riu e retirou-se da sala. Logo, retornou e trazia consigo um soldado britânico. Niklaus o reconheceu: era Donovan. O rapaz tremia e seus olhos imploravam para que o comandante inglês falasse.

— Alguma palavra, capitãozinho? – questionou o alemão.

O sangue de Niklaus fervia. Entretanto, ele sabia como as coisas funcionavam. Manteve-se em silêncio, contudo quem cala, consente. O general alemão acertou a peixeira no pescoço do rapaz e o sangue respingou sob o rosto de Niklaus.

Niklaus se martirizaria depois, afinal sabia que se o general enxergasse algum pingo de emoção em sua face, mataria todos os soldados ingleses capturados. O comandante alemão esboçou um sorriso cínico e bradou:

— Tragam o próximo!

Niklaus assistiu três soldados ingleses serem mortos de forma brutal. Sua face estava manchada de sangue e o sangue derramado estava em suas mãos, literalmente. Não poderia ceder! A mensagem criptografada salvaria milhares de vidas. Os fins justificam os meios, não? Algumas dúvidas o corroíam, contudo manteve-se com a expressão gélida.

— Já cansara? – murmurou Niklaus, provocando o alemão.

O alemão suspirou e riu sem humor.

— Niklaus Mikaelson. Por que esse nome me soa alemão? – monologou o general. – Uma descendência alemã poderia explicar essa adoração a pátria e o fato de não tremer com o sangue em mãos. Não tem parentes alemães, Klaus? Pois, aposto que sim.

— Se assim achas, está perdendo seu tempo. Encontre outro soldado, talvez ele abra a boca.

— Está me subestimando, soldadinho. – O alemão riu. – Pode até ter sangue alemão misturado em suas veias, mas a vivência na Inglaterra o rebaixou a um mero soldado. Pode não se compadecer ao ver soldados ingleses morrerem, mas sempre há um elemento surpresa. Irei provar-te que és um fraco.

Niklaus suspirou. Sua intuição o amedrontara, contudo não deixou transparecer.

— Tragam-na!

Contudo, seu mundo desabou quando avistou Camille. Camille O' Connel, sua noiva falecida, estava a sua frente. A respiração do soldado tornou-se ofegante e seu coração bateu forte.

— Camille!

Sua expressão de ódio era nítida, assim como o desespero em seus olhos claros. Sua mente formulava inúmeras questões, contudo sua preocupação estava voltada em salvá-la. Tentou soltar-se inutilmente.

— Parece que uma bela donzela é capaz de descongelar o coração do soldadinho britânico. – O alemão riu de forma maquiavélica.

Dois soldados seguravam Camille, afinal a mulher também se debatia.

— Brinquem um pouco, companheiros. Sejam rápidos, afinal acredito que o belo britânico não demorará muito para explicar o documento.

Niklaus obteve a prova que era fraco, afinal entregou todo o plano em palavras rápidas e implorou para que não fizessem mal a sua esposa. Se em momentos de pressão o homem fosse capaz de raciocinar, Niklaus não entregaria o plano, pois sabia que os alemães a matariam de qualquer forma. Entretanto, a diferença é que ele não poderia viver com a culpa da morte de sua mulher em suas mãos. Fizera sua parte, inutilmente, mas fizera.

Niklaus assistiu o assassinato de Camille. Algumas lágrimas escorreram pela face do soldado, enquanto a jovem era morta de forma lenta. Os gritos da mulher ecoavam pela cabeça do soldado. Não se isentara da culpa, afinal sua mente lhe cobrava. Se tivesse entregue o plano antes, Camille talvez estivesse viva. A culpa era sua.

Quando o coração de sua esposa bateu pela última vez, era sua vez. Desejou morrer logo e parece que forças divinas tiveram piedade de sua alma podre, afinal um disparo acertara seu coração.

Camille trajava uma roupa branca e tentava arrastá-lo para a salvação, contudo seus pecados eram bolas de ferro pesadas, presas ao seu tornozelo. Camille não era o forte o suficiente, talvez até pudesse se esforçar mais. Entretanto, uma lágrima escorria por sua face e várias cartas tenebrosas caíram sobre Niklaus. Era um fraco, consequentemente, fracos vão para o inferno. Desceria, junto das cartas nunca lidas de sua falecida esposa.

[...]

Niklaus despertou em um sobressalto. Sua vista pouco enxergava, contudo percebeu uma presença de uma mulher a sua frente.

— Camille? – sussurrou.

Contudo, após alguns segundos, percebeu que ainda estava vivo – e encostado no tronco de uma árvore. Uma bela mulher loira o encarava, aparentava ser enfermeira, afinal trajava um vestido reto e claro na altura do joelho. Os olhos azuis e arregalados o encaravam, provavelmente percebera que se tratava de um britânico.

— Por favor! – pediu, em alemão, Niklaus.

A jovem encarou a sua volta e respirou fundo. Não poderia ajudar um inglês, tampouco salvar sua vida. Contudo, não seria capaz de entregar alguém para morrer. Respirou fundo e no auge da irracionalidade, murmurou:

— Não refira uma só palavra a ninguém.


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Notas finais do capítulo

Quem será que resolveu ajudar o nosso soldadinho britânico? hahahah Acho que vocês já sabem. Opiniões são sempre bem-vindas e críticas construtivas também. Até o próximo capítulo, chuchus.



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