Olho da tempestade escrita por Lillac


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, SPOILERS DE LABIRINTO DE FOGO.
Apenas uma fic curtinha e triste.
Espero que gostem!



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— Sabe de uma coisa? — Thalia questionou, dando uma generosa mordida no seu sanduíche de carne moída, tão cheio que escapava pelos lados do pão e derramava molho no colo dela.

Luke abaixou os ombros, provavelmente prevendo uma das ideias loucas da garota. Ele desviou a atenção de onde estava colando as solas do tênis de Annabeth com fita adesiva e direcionou o olhar para ela. Estava suado e sujo, e haviam rugas em torno dos seus olhos. Thalia quis fazer uma piada sobre como ele em breve teria cabelos brancos, mas se conteve.

— O que? — Annabeth perguntou, sempre tão curiosa.

Ela sorriu brevemente para a outra menina, sentada no caixote de madeira podre ao lado dela, os pés balançando incansavelmente porque ainda era pequena demais para que eles alcançassem o chão.

— Já pararam para pensar no mundo? — Luke a olhou torto, e ela o acertou com mais força do que o necessário. — Estou falando sério! Tipo, antes de uma chuva pesada, não parece que tudo fica em câmera lenta?

O garoto ficou em silêncio, o que era incomum. Luke estava sempre falando, às vezes tão rápido que parecia que as suas palavras ultrapassavam a velocidade da sua boca, e Thalia sempre perdia metade do que ele estava dizendo, um emaranhado de sentenças, e os lábios dele continuavam se movendo, um pouco depois do som já ter terminado. Ela não tinha certeza se ele notava.

Eles haviam se escondido em um armazém abandonado cheio de ratazanas porque estava chuviscando lá fora. Não era nada demais, mas Annabeth estivera resfriada pela última semana inteira, escorrendo o nariz nas mangas do suéter rasgado, e eles não queriam piorar as coisas. Luke ficara à espreita, escondido na esquina, e conseguira afanar alguns hambúrgueres quase inteiros que haviam sido jogados no lixo de uma lanchonete duvidosa. A carne tinha um gosto estranho, mas Thalia estava com muita fome para se importar.

— Não? — Annabeth respondeu, soando confusa — Só fica úmido e frio.

Thalia a olhou. Ela parecia exatamente com um estereótipo de menina californiana, e ela se perguntou quantas tempestades de verdade ela havia visto na vida. Provavelmente não muitas.

— Eu concordo com ela — Luke riu — meu nariz fica entupido e é horrível encontrar abrigo. Eu odeio quando chove.

Ela assentiu, murmurando, e deu o resto do hambúrguer (que era mais do que a metade) para Annabeth, embora seu estômago ainda roncasse. Ela entendia o que ele queria dizer. Era difícil encontrar alguma cobertura quando chovia, disputando espaço debaixo de viadutos e quermesses com os mendigos e moradores de rua, sendo acusados vez o outra de estarem roubando os lençóis ou pegando o lugar de alguém. Ela sabia que tempestades eram sempre um mal presságio para eles. E, ainda assim...

— Eu não sei — deu de ombros — sempre que está perto de chover... eu me sinto estranha. Alguma coisa estala nas minhas costas, e eu sinto arrepios. É sinistro.

— Você fica tremendo também — Luke comentou. — O que? Eu percebo essas coisas.

Ela abaixou o olhar para os joelhos ralados, sentindo-se subitamente envergonhada com a ideia de ter Luke observando-a quando ela não sabia. Ela vinha se pegando pensando no garoto com cada vez mais frequência...

— E pálida — Annabeth emendou — os seus olhos refletem os relâmpagos, é bem legal.

Os comentários se fundiram na sua mente, e ela parou de prestar atenção. Ao invés disso, estendeu uma mão para onde uma goteira caía do telhado decrépito, deixando a água pingar na sua pele. Mas o líquido não fazia nada para ela. Não era a água em si que a deixava estranha, era...

Um trovão ressoou do lado de fora, e a estrutura toda tremeu. Luke murmurou um palavrão, preocupado, e Annabeth escorregou no caixote um pouco mais para perto dela. Thalia passou um braço pelos ombros da menina, mas tomou o cuidado de não dizer nada. Annabeth não gostava de ser tratada como criança.

A água caiu sobre o armazém sonoramente, isolando-os do mundo lá fora, em uma ilhazinha de terra firme e ar úmido e pesado. Mas cada trovoada a fazia sentir alguma coisa, revirando-se dentro si, apertando e puxando, enrolando-se em torno dos seus pés e a arrastando para fora, para a tempestade, para o vendaval. Ela apertou Annabeth com um pouco mais de força e tentou fingir que estava tão preocupada quanto eles.

Mas uma parte de si, um pequeno pedacinho de sua mente, levou-a para o meio da chuva, flutuando entre as nuvens tempestuosas e os relâmpagos e a crueldade com a qual as tempestades castigavam eles, pobres mortais presos ao chão e à certeza de uma vida miserável.

« »

— Eu sou o Rei do Olimpo — Zeus decretou, em uma voz que era ao mesmo uníssona e quebrada em mil pedaços — e não serei desrespeitado na minha casa.

Os outros deuses ficaram em silêncio, e alguns se encolheram nos seus tronos. Era fácil fazer piada com Zeus quando estavam falando com seus semideuses, diretores de acampamento, ou monstros. Simples, até, quando eles podiam justificar as mazelas do mundo com “o pai dos deuses não consegue manter o zíper fechado, afinal” e tudo terminava em uma boa risada e mais uma responsabilidade tirada de seus ombros. Quando a culpa era de libido desenfreada e o do orgulho descomunal do deus dos trovões.

Tânatos abanou com uma mão, tentando manter a expressão neutra, mas ele havia recuado, e os ombros ficado tensos.

— Eu não tive a intenção, meu lorde. Apenas quis dizer que o senhor nunca demonstrou preocupação desse tamanho com uma prole sua desde a Era dos Heróis, na nossa antiga casa.

Zeus fechou o punho na lateral do trono, e a estática preencheu o ar, levantando os pelos da nuca perfeita de Tânatos. O deus era um guardião da morte, a entidade que vira mais sofrimento atravessando suas portas do que a maioria das mentes seriam capazes de suportar.

Mas quando Zeus levantou o olhar, ele abaixou o dele. Haviam poucos, escassos e raros momentos, nos quais o deus dos céus abaixava a voz do tom autoritário e raivoso. Mas eram nesses instantes que Zeus se mostrava quem ele realmente era: sua figura vacilante, cintilando com a instabilidade de milênios e milênios de existência cruel, raivosa e soberana. Era quando ele estava assim, que os demais deuses eram sombriamente lembrados de quem ele um dia fora: o ser que varria civilizações inteiras com um aceno, que castigava pessoas à tortura eterna e que matava por pura diversão. O nome para o qual algumas das maiores civilizações da história haviam dobrado os joelhos.

Ele levantou-se, e a estática estalou, acumulando-se nas pontas de seus dedos. Tânatos abriu a boca em um clamor por misericórdia, mas foi mais rápido do que ele poderia acompanhar. O raio atravessou seu peito e explodiu no chão atrás dele, mas não subiu fumaça alguma. A imagem oscilou, e Tânatos não estava mais lá.

— Meu senhor... —

— Eu sei perfeitamente bem que era apenas uma imagem dele, Atena — ele interrompeu a filha antes que ela pudesse informa-lo o óbvio — Tânatos não pode sair de seu serviço. Deixe-me em paz.

— Se o motivo disso foi o jovem semideus que Calígula... — Hermes começou, mas Zeus sentou-se no trono e o observou tão intensamente que ele recomeçou: — que teve a vida...

Jason — o deus dos deuses rosnou — seu nome era Jason.

— A alma dele certamente está no Elísio — Hera tentou.

— Certamente — ele repetiu, mas não parecia estar concordando.

Os deuses desviaram os olhares, calados. Apenas Afrodite permaneceu fitando-o, calmamente, os olhos multicoloridos acompanhando o franzir do rosto solene e a linha rígida da sua boca. A única deusa que o vira nascer, e o que vira gradativamente transformar-se no que era hoje. Ele virou-se para Hermes:

— Quero que meu irmão venha aqui — disse. — Diga a Hades que desejo ver meu filho no submundo. Não é um pedido.

Hermes assentiu de pronto, e até fez questão de levantar-se e caminhar para a porta, embora fosse perfeitamente capaz de ir ter com Hades sem sair da sala do trono. Afrodite imaginou que nenhum dos deuses quisesse irritá-lo mais.

— De imediato, meu Senh... —

Ouviu-se um estrondo contra o chão, vindo de baixo, e os tronos tremeram. Outra vez, e outra, até ondular-se em um ritmo constante, rebombando abaixo de seus pés, cada vez mais alto.

— Quem ousa.... —

Mas nem o lorde do olimpo foi capaz de terminar sua frase quando o chão do salão de tronos partiu-se e os escombros voaram para cima com uma rajada violenta de vento. Estilhaços de pedra e mármore dançaram na frente dos rostos dos deuses, rasgando suas peles de seda e tirando o ícor dourado que somente as mais vis criaturas haviam conseguido derramar em milênios.

Eles se colidiriam contra o teto e caíram como uma chuva de pequenos pedaços de lâminas, respigando nos tronos, nas coroas e nos ombros. Ares rugiu e pulou para a borda do buraco, pronto para atacar, mas foi lançado contra a parede. O vento mudou de direção, girando e dando voltas, arrancando lascas dos tronos, até que, bem no centro do salão, havia um pequeno redemoinho de ar que parecia pulsar raiva e violência, que foi ficando mais forte, e mais forte, até arrancar os deuses de onde estavam, e lança-los colidindo com as paredes. Apenas Zeus ficou onde estava, inabalável e taciturno.

O furacão girou mais uma vez, com voracidade, e as estruturas — as estruturas mágicas, milenares, incompreensíveis ao pensamento comum, que haviam mantido o Olimpo de pé durante a história — gemeram quando foram curvadas e quebraram. E então dissipou-se, deixando nada mais do que uma estranha calmaria que parecia carregar consigo o presságio de algo muito pior.

E uma garota sentada no topo do apoio de costas do trono do pai.

— Thalia — Hera resmungou, mas sua voz havia perdido aquele quê de soberba e superioridade de sempre.

— Madrasta — ela cumprimentou.

Thalia Grace tinha uma perna dobrada, com a bota apoiada no trono, e a outra pendia, com o pé balançando, no trono enorme que mais parecia uma coluna. Seu cabelo era uma mancha escura jogada para o lado pelo vento, e as lapelas da jaqueta de couro estavam repletas de buracos, onde previamente seus incontáveis bottons de bandas de rock haviam estado. Uma de suas mãos pousava ao lado do quadril, dedos tamborilando no mármore. Ela não estava sorrindo, mas havia algo no fundo de seus olhos, que os dizia que ela estava se divertindo.

— Criança — Zeus reprimiu — o que você quer?

— Eu quero Jason de volta — ela respondeu de pronto. — Mas eu acho que já sei o que acontece quando nós, mulheres melancólicas, tentamos trazer vocês, homens dos céus de volta para nós.

Ela não mudou a expressão, mas era possível ouvir tudo o que ela deixava subentendido. Thalia nunca fora muito afeiçoada à mulher, mas havia apenas uma quantidade de neutralidade e indiferença que uma criança conseguia fingir quanto à própria mãe. Beryl nunca houvera sido uma verdadeira cuidadora dela, mas haveria sempre uma ferida aberta e pulsante, no fundo de seu peito, que a lembraria do que havia destruído sua vida.

De quem.

— Eu não quis a morte de Jason mais do que você. Entretanto, ele está...

— Além do seu alcance — ela completou, ainda balançando os dedos e os pés em um ritmo frenético. — É engraçado. Você é o rei do olimpo, deus dos deuses e não pode trazer seu próprio filho de volta. Vida e morte. Começo e fim. Sol e lua. Dois opostos, sempre completando um ao outro, dando voltas e voltas, e... —

Ela parou, tomou o ar, e, como se houvesse esquecido do resto da sua frase, virou a cabeça para o lado.

— Você me ensinou tudo isso — ela sorriu para Ártemis. — Toda vez que eu enfiava uma flecha do torso de um animal mágico, você me lembrava o quanto a morte dele era apenas uma volta na gigantesca roda da vida. E eu sempre me perguntei... — ela sorriu dessa vez, olhando para cada um deles — se é assim, por que vocês são diferentes?

Ares materializou um chicote e o estalou no ar. O som pareceu reverberar, como se o oxigênio em torno deles houvesse se tornado líquido.

— Menininha insolente — ele rugiu — pai, deixe-me...

Houve um estalido, e uma faísca de luz surgiu no dedo mindinho de Thalia. Ela o tamborilou de novo, e a luz estendeu-se, como uma corda, até o próximo. O movimento continuou, até que a linha houvesse subido pelo pulso dela, circundando seu antebraço como uma serpente, desparecendo debaixo da manga arregaçada da jaqueta, e ressurgindo no maxilar. Ela subiu mais, correndo a extensão do rosto dela, por cima do olho direito, tornando a íris azul-pálida, sem vida, sem expressão, e desaparecendo mais uma vez debaixo do cabelo. Uma única linha de energia. Ela mexeu os dedos mais uma vez.

Lá estava Thalia, sentada no topo do trono do pai, e brincando com a forma original de energia, da força que mantinha o mundo funcionando, nas pontas de seus dedos. A estática se espalhou pelo ar, palpável.

E então, ela não estava mais lá.

Um ruído doloroso, e uma colisão com a parede foi tudo o que ele ouviram, rápido demais até mesmo para os seus olhos imortais. A estrutura cedeu e se desfez em centenas de escombros. Alguém gritou. Quando a cena se tornou distinguível de novo, Thalia tinha o chicote de Ares em uma mão...

...E o resto dele enrolado no pescoço do deus.

Ela puxou com mais força, e ele arfou, de joelhos, no chão. Os deuses se misturaram em murmúrios e exclamações, e Atena deu um passo. Talvez a guerra foi de fato uma faca de dois gumes, e um deus odiasse o outro na mesma medida em que tinha consciência de que eram necessários. Deixasse a guerra de ser violenta, ou descomunalmente manipulada pelas mentes inteligentes, talvez as pessoas não a temessem mais tanto assim.

E, Thalia sabia, os deuses só possuíam um único medo.

O de não serem temidos.

A figura de Thalia se desfez, e ela reapareceu, ainda arrastando Ares, com uma bota enfiada nas costas da deusa. Agarrando-a pelo cabelo escuro, a puxou até que o rosto estivesse bem ao lado do seu, e sussurrou:

— Você não pode realmente ser morta, não é, irmã? Então não tem problema — ela puxou Ares com mais força, fazendo o chicote se esticar — quando uma lança atravessa o meu corpo mortal, quando uma flecha se crava na minha carne, quando alguém enfia uma faca na minha barriga e gira... é assim que eu me sinto. Dói, não é? Dói para porra. É parecido com ser envenenado. Ou ser pego no meio da explosão de um vulcão. Ou ter o corpo todo quase se dissipar nas sombras Sem ar — sorriu enquanto Atena tentava respirar, cada tentativa mais dolorosa que a outra.

Ela soltou a deusa, ergueu o chicote e trouxe Ares para mais perto.

— Você enfrentou Percy uma vez, quando ele tinha doze anos. Muito corajoso — Thalia riu, o rosto do deus ficando vermelho e roxo de cólera pura — como foi? Você se sentiu muito poderoso? Você já sabia que ele seria um dos semideuses mais fortes? Quando você pensa nisso, quando você pensa nele, te alcançando um dia, varrendo tudo o que você conquistou com ondas e tempestades, você fica com medo? Com vontade de tê-lo matado naquela praia? Você se sente fraco?

Levou uma mão para a parte de trás da cabeça dele, e virou o rosto do deus até que os outros pudessem ver.

— Eu sempre tive medo de mim mesma. Medo de que, se eu me descontrolasse, mataria alguém com um toque. Quando ficasse de mal humor, as nuvens ficariam carregadas e eu mataria centenas de pessoas inocentes com um furacão, ou uma tempestade. Expulsaria moradores de ruas e inundaria as ruas, varrerias casas, queimaria pessoas com raios que eu não conseguisse controlar. Eu tive medo de como eu fui feita, do que eu era. Do que eu represento — ela apertou, o cabelo preto de Ares espetando-se nos vãos entre os seus dedos — Percy nunca foi mais forte do que eu. Mas eu tinha medo.

Ares soltou um grito de dor que cortou sua garganta e fez com que os outros recuassem, seus olhos rolaram nas órbitas e sua boca abriu. Um cheiro de queimado preencheu o ar, estalando, se espalhando, e ele caiu, imóvel, aos pés dela. Thalia limpou a palma escurecida da mão com a qual ela o havia eletrocutado no jeans surrado.

— Pai — ela chamou o deus que estivera calado até então. — Você já parou para pensar sobre o mundo? Como quando o céu se fecha, as pessoas fecham as janelas e procuram abrigos? Como todos se escondem da sua fúria, do seu poder? É bom, não é? Esse medo. É do que nós nos alimentamos, eu e você. Agora eu entendo.

Alguma coisa aconteceu. Como se uma centena de clamores por misericórdia estivessem sendo soltos de uma só vez. Ela girou e bambeou, estendendo as mãos, e...

— Você controla os ventos agora — Zeus notou, em uma voz fechada.

— Não. Não exatamente.

E ela estava certa.

Mas Zeus não estivera realmente ouvindo. Thalia não voava como o irmão. Jason manipulava os ventos, os fazia obedecerem-no, como o verdadeiro filho de Júpiter e líder de Roma que era. Quando Jason voava, era puro talento, subjugando espíritos ferozes que só rendiam nas mãos de um filho dos céus. Era como uma segunda natureza para ele, mas Jason tinha suas dificuldades.

Os ventos ao redor de Thalia gemiam e rugiam, como se ela os estivesse chicoteando com cada segundo no céu. Eram tão violentos que estavam arrancando lascas das paredes. Zeus quase os podia ouvir, clamando por um segundo de gentileza, de liberdade. Um destroço passou de raspão no rosto dela, mas, como se de último momento, uma rajada o empurrou para longe.

Thalia não estava manipulando os ventos. Ela os estava amarrando e forçando a obedecê-la.

— Quando você não tem mais nada para perder — ela levantou uma mão, e a tempestade parou por completo. Atena voltou a respirar com um arfar sôfrego — você não tem medo de nada. Nem de altura, nem da morte...

Os ventos a empurram para frente, e empurram Zeus consigo. Ele acertou a parede. Thalia flutuou na frente dele. Quando ela o olhou de novo, haviam centenas de milhares de pequenas correntes elétricas disputando espaço na superfície da sua pele, engolfando seus olhos em uma luz azul cintilante, levantando seu cabelo, iluminando o sorriso sinistro.

— Nem de você, pai.

Ela girou, e começou a encaminhar-se para o buraco que havia feito no piso. Antes, no entanto, olhou por cima do ombro para trás. Artémis, a observava com os seus olhos de lua, e uma expressão impossível de ler no semblante. Uma mistura de ódio e náusea se misturou dentro de Thalia.

Ela parou na borda do precipício.

— Se se preocupa com o seu irmão — rosnou, olhando no fundo dos olhos da deusa — avise-o de que ele é o próximo.

E então ela pulou do olimpo, levando consigo os ventos, os escombros e a segurança que os olimpianos achavam que tinham Porque Thalia dissipara a tempestade.

Zeus enfiou um punho no próprio trono, quebrando-o, e raios saltaram de onde o buraco fora feito, iluminado a sala de trono com um presságio de terror.

E ela estava bem no centro dela.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentários são sempre apreciados!



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