A Seleção do Herdeiro escrita por belleleal


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

NOTAS IMPORTANTÍSSIMAS:

Gente, vocês devem estar querendo me matar agora. Eu tenho CERTEZA. Por isso, queria pedir minhas mais sinceras desculpas. Mas, explicando um pouquinho do meu sumiço:
1) Minhas aulas voltaram e eu juro que fui atingida por um furacão. Eu estudo em turma especial (conteúdo mais aprofundado e mais avançado), então, se eu não acompanhar o ritmo da turma, vou ter que sair. Entendem?
2) Eu sou escritora. Não só de fanfics, mas de romances originais. Um já foi publicado e o outro já está em processo de preparação na editora. Eu sigo escrevendo novas histórias. Entre elas, estou reescrevendo meu primeiro livro (o que eu disse já ter publicado); na época em que eu comecei a trabalhar nele, eu era muito nova (tinha 11/12 anos... E já vou completar 16 anos no dia 27.03!) e, mesmo com dedicação esforço, era inexperiente no mundo das palavras.
3) Escrever, ao mesmo tempo, dois projetos extensos e que demandam pesquisa é bem foda! Nos dois sentidos: é incrível porque posso trabalhar com narrativas extremamente diferentes e personagens distintos; e, é exaustivo porque eu tento dividir meu tempo igualmente para cada um (que nem uma mãe com mais de um filho hahaha), o que não é simples.
4) Enfim... Era só isso mesmo.

Vejo vocês nas notas finais com uma notícia bombástica!
Beijos,
Belle



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*Trecho de “A Seleção”, Kiera Cass

          *Fui a primeira a chegar no aeroporto e fiquei extremamente assustada. Não fazia ideia de quais garotas estariam indo para Angeles comigo.

Depois de prender a flor da minha província, uma rosa (que, tradicionalmente, seria vermelha, mas, após muita insistência e argumentos da minha parte, foi uma azul), na parte de trás da trança cascata que Gina havia feito com tanto cuidado, a Srta. McGonagall afirmou que eu não chegaria ao palácio sozinha.

          Eu estava tentando conter o meu nervosismo e repassava os nomes das selecionadas em minha cabeça, como um exercício para que eu não enlouquecesse. Passei horas olhando as fotos de cada uma e decorando seus nomes. Não foi uma tarefa tão difícil.

          Leitura e música, quando aliados, formam uma combinação que ajuda na hora de aprender qualquer coisa. Era assim que eu ajudava com as contas de casa: eu dava aulas de literatura e francês para os filhos de famílias ricas e, durante os fins de semana, costumava cantar e tocar piano em eventos para pessoas que, mesmo tendo pouco (ainda assim, mais do que nós), tinham como pagar música ao vivo.

          Além de ser uma terapia, eu senti necessidade de saber com quem estava competindo porque tinha esperança de encontrar, entre aquelas meninas, alguma que não fosse minha oponente. Claro que, sim, estaríamos numa competição. Mas, isso não quer dizer que nós precisássemos agir como tal.

          Eu só queria encontrar uma amiga.

          Antes de meus pais morrerem, eu tinha algumas boas amigas. Eu podia conversar com elas e, até mesmo, sair para visitá-las. Só que, tudo desandou quando mamãe nos deixou e, logo em seguida, papai.

          Harry e eu saímos do bairro onde morávamos e fomos para a parte mais pobre de Carolina. Depois de ter conseguido o emprego na livraria do Sr. Dumbledore, nós conseguimos nos mudar de lá. Porém, eu já não tinha mais contato algum com minhas amigas.

          Então, estudando muito ou fazendo tarefas simples para conseguir algum dinheiro extra, nunca tive tempo para tentar reatar minhas amizades antigas, pensar em fazer novas ou me apegar a alguém.

          Antes que eu pudesse tirar o livro que havia trazido de minha bolsa, a porta da sala que eu estava sentada foi aberta e Srta. McGonagall entrava com duas garotas. Mesmo em voz baixa, eu pude perceber que as meninas conversavam animadamente.

          Respirei fundo, coloquei um sorriso no rosto, me aproximei e disse:

          – Oi! Tudo bem com vocês?

          Uma delas tinha olhos e cabelos negros, que destacavam sua pele clara. Já a outra possuía fios dourados e olhos azuis. Não sei o que aconteceu, mas seus nomes pareceram se esvair de minha cabeça. Elas, realmente, pareciam princesas.

          – Tudo bem! E você? Meu nome é Pansy Parkinson e essa é Apolline Chevalier. – Sorriu a garota de cabelos negros ignorando a minha mão estendida e me puxando para um abraço.

          – Eu sou Hermione Granger.

          – Eu sei, bobinha.

          Olhei surpresa para Pansy. Porque, mesmo que seu rosto fosse bastante sincero e extremamente amigo, Gina passara dias e dias me alertando sobre como todas as garotas ali deveriam ser vistas como inimigas e, não, como aliadas. Mas, alguma coisa no rosto de Pansy não me permitiu pensar assim.

          Eu não me importava com o fato de estar numa “competição”. Não queria competir por nada. Não queria uma coroa. Não queria um príncipe. Não queria me casar. Não podia me dar ao luxo de me apaixonar por alguém que jamais iria olhar para mim e quebrar meu coração.

          Não sei se eu seria capaz de segurar as pontas se mais uma ferida se abrisse em mim. Não conseguiria perder mais nada. Ou melhor, mais alguém.

          O amor dói.

E, eu só tinha certeza de uma coisa: eu não iria amar alguém que, provavelmente, não me amaria de volta. Porque, sei que sou intensa. Infelizmente, pessoas intensas tendem a se machucar. Algumas, se levantam. Já outras... Simplesmente, não podem.

          Pansy começou a estalar ao dedos na frente de meu rosto.

Chacoalhei a cabeça e virei meu olhar para ela.

— Está tudo bem, flor? – Perguntou.

— Sim. Não se preocupe. – Respondi. – Só estou com saudades da minha família.

 Ela assentiu, segurou minha mão delicadamente para apertá-la, e logo tentou me distrair ao comentar algo sobre o meu cabelo ser muito brilhoso.

Seu plano funcionou. Pois, além de ter deixado meus pensamentos melancólicos de lado, à medida que conversávamos, mais eu gostava dela.

Naquele momento, eu soube que precisaria de uma amiga para sobreviver a tudo isso. Fiquei feliz em saber que encontrei em Pansy uma amizade reconfortante.

Nós relatávamos sobre nossas vidas em casa. Ela me disse que sempre gostou muito de pintar e desenhar. E, quando contei para ela que eu costumava cantar e tocar piano, seus olhos se arregalaram.

          – Sempre fui apaixonada por música! – Comentou com uma clara empolgação em seus olhos. – Mas, aparentemente, eu não tenho esse dom. Na verdade, eu sou capaz de ensurdecer alguém se eu cantar ou, até mesmo, quebrar um piano se eu encostar em alguma tecla.

          Apolline (que só comentava a conversa) e eu demos risadas.

          Teríamos continuado conversando sobre seu não-talento na música se não tivéssemos ouvido o som de saltos ecoando pelo chão.

          Uma loira alta (não sabia se por natureza ou por causa do salto) e muito maquiada entrou na sala usando óculos escuros.

Ao contrário de Pansy e Apolline, ela não sorria ou demonstrava traços de ser simpática. No momento em que pus meus olhos nela, sabia que estava ali para intimidar.

Que pena!, pensei. Eu não era intimidada tão facilmente.

          A loira tirou os óculos e meus estudos sobre cada uma das selecionadas retornaram. Daphne Jolie. No segundo em que aparecera na tela da minha TV há alguns dias, eu tive uma única certeza: Problema.

          Não se pode provocar alguém que não está jogando. E, eu tinha um ponto, quero dizer, vários pontos ao meu favor: Eu não queria a coroa; não queria o príncipe; e, muito menos, queria competir!

          Mas, por minha família, eu precisava segurar as pontas e ficar o máximo que conseguisse.

          – Oi! – Pansy foi a primeira a abrir a boca.

          Daphne olhou-a de cima a baixo com uma expressão de puro desprezo e desgosto, e simplesmente perguntou:

          – Quando nós vamos sair daqui?

          Ergui, levemente, meu queixo e coloquei uma máscara de indiferença em meu rosto.

          – Não fazemos ideia. – Respondi. – Você demorou bastante para aparecer...

          Antes que ela pudesse responder, a Srta. McGonagall entrava na sala. Quando notou que mais alguém havia chegado, sorriu aliviada:

          – Ah! Fico feliz que tenha resolvido nos agraciar com sua presença, Srta. Jolie. – E, olhando para nós, fez um gesto com a mão que indicava a porta. – Vamos! Vamos! Nós estamos atrasadas! O avião já nos espera.

          Após passarmos pela segurança e atravessarmos a sala de embarque, entramos na aeronave.

          Haviam, no total, oito assentos. Sendo quatro em cada fileira com um corredor no meio, que dividia cada lado em duas poltronas.

           – É a primeira vez que anda de avião, Mi? – Pansy virou-se para mim. – Posso te chamar assim, não?

          – Sim. Para as duas coisas. Estou um pouco assustada, inclusive,

          – Eu andei pouquíssimas vezes. Mas, nunca foi minha atividade preferida.  – Ela afirmou enquanto olhava o aeroporto ficar cada vez mais distante enquanto subíamos. – Basta uma turbulência e eu não consigo sentir outra coisa que não seja desespero.

          Acabei dando uma leve e sutil risada.

**********************************************

          Quando (finalmente!) pousamos em Angeles, eu tive a certeza de que, jamais, entraria num avião outra vez. O que seria um problema, já que eu voltaria para casa em algum tempo.

          Descemos da aeronave e, logo, entrávamos no saguão do aeroporto com vários guardas ao nosso redor, me fazendo estranhar, já que não haviam tantas pessoas. Mas, foi então que eu ouvi um coro de vozes gritando não muito distante de nós.

          Com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso brincalhão e surpreso, olhei para Pansy, que apenas encolheu os ombros, me dando uma piscadela.

          Balancei a cabeça e soltei uma risada que mostrava o quanto eu estava feliz. E, no momento em que senti o olhar debochado de Daphne sobre mim, eu simplesmente dei o meu sorriso mais doce e mandei um beijo para ela, que bufou e continuou andando com o próprio abuso estampado em seu rosto.

          Pansy e eu nos encaramos e demos uma gargalhada. Acabamos bastante surpresas quando Apolline se juntou a nós, e eu não consegui tirar o sorriso do rosto. Afinal, eu estava aqui. E, não custava nada fazer novas amizades.

Srta. McGonagall olhou para nós com certa curiosidade. Mas, ao ver meu sorriso sincero e genuíno, seu olhar suavizou. Ela virou a cabeça e encarou outro oficial do palácio, que deu um leve sorriso e assentiu sutilmente.

Fiquei imaginando o que aquela conversa muda poderia significar. Mas, não fui capaz de continuar minha linha de raciocínio quando as portas automáticas do aeroporto se abriram e, além de ter visto a equipe de filmagem do palácio, dei de cara com centenas e mais centenas de pessoas, atrás de grades baixas de ferro, comemorando a nossa chegada.

Como se fossem mais fortes do que eu, as poucas lágrimas que escorreram pelo meu rosto foram de pura alegria. Pois, algumas, ou melhor, muitas pessoas seguravam cartazes com o meu nome e berravam o mesmo. Sem conseguir me conter, me aproximei daqueles que pareciam completamente extasiados com a minha presença.

Apertei várias mãos; recebi diversos elogios e desejos de boa sorte e ouvi dezenas de pessoas afirmando que torciam por mim. Até que uma senhora com idade elevada segurou minhas mãos e, com toda a certeza, disse que eu iria ganhar não só a competição, mas, também, o coração de Draco.

Senti o meu próprio coração parar de uma vez e voltar a bater em uma rapidez fora do normal ao ouvir aquelas palavras.

— Como a senhora sabe disso? – Perguntei docemente.

— Ah, minha querida... Certas coisas, nós simplesmente sabemos. – Ela riu e levou uma de suas mãos a minha bochecha de maneira carinhosa. – Quando você tiver a minha idade, um amor só seu e uma coroa na cabeça, tudo fará sentido.

Ao ver seu sorriso tão verdadeiro brincando em seu rosto empolgado e sincero, senti meus olhos brilhando e, sem aguentar, abracei-a com cuidado.

— Até mais, Alteza. – Ela murmurou e sumiu na multidão.

Srta. McGonagall se aproximava de mim. Mas, no momento em que pus meus olhos nela e naqueles dois que a incomodavam, fingi que não percebi os chamados da minha futura tutora e me agachei com certa dificuldade por conta dos saltos que Gina me obrigara a usar, ficando da altura da garotinha de olhos tristes.

— Olá, meninos. – Dei um olhar divertido para os dois garotos de, aproximadamente, 10 anos que cutucavam, de modo constante, as tranças da menina (que, somente pela aparência, julguei ser a irmã caçula deles) que chorava. – Vocês poderiam afastar um pouquinho para que eu converse com a irmã de vocês? Por favor?

Assustados, eles nos deixaram a sós e foram para perto de um senhor idoso, de semblante tranquilo.

— Está tudo bem, minha princesa? – Perguntei com um olhar preocupado. – Qual é o seu nome?

— Julie. ­– Ela soluçou baixinho. – Mas, eu não sou uma princesa.

— Por que você diz isso? – Acariciei seus cabelos com ternura.

— Meus irmãos... – Julie escondeu seu rosto entre suas mãos, envergonhada. – Estavam debochando de mim... Eles disseram que eu sou pequena demais para ser uma princesa.

Inclinei minha cabeça e enxuguei suas lágrimas devagar.

— Posso te contar um segredo? – Sussurrei em seu ouvido.

Ela assentiu freneticamente, já parando de chorar. Continuei:

— Não precisa de muita coisa para ser uma princesa, meu amor.

— Não? – A menina franziu as sobrancelhas.

— Não mesmo! – Eu a ergui por cima da grade e seus bracinhos me puxaram para um abraço. – Para ser uma princesa, você só precisa de duas coisas.

Respirei fundo e falei baixinho:

— Ter coragem e ser gentil.

Quando Julie abriu o maior sorriso que eu havia visto durante toda a minha vida, coloquei-a de volta no lugar em que ela estava e balancei a cabeça extremamente feliz. Tirei a rosa azul que estava presa em meus cabelos e entreguei para a garota.

— Obrigada. – Ela murmurou e correu para perto dos irmãos que não a importunavam mais.

— Srta. Granger? – Um guarda me cutucou e me ajudou a levantar. – Precisamos ir andando. Já estamos com sete minutos de atraso, milady.

— Meu Deus! – Fiz um pedido silencioso de desculpas para o Oficial Krum.

— Não se preocupe, senhorita. – Sua expressão a deixou mais calma. – Acho que você conseguiu amolecer o coração de McGonagall. Então, pelo menos hoje, você não vai receber sermão algum.

— Amém! – Falei acompanhando-o em direção a limusine preta em que as meninas já se encontravam.

Krum abriu a porta para mim e me auxiliou a entrar no veículo.

Sentei, para meu completo desgosto, de frente para Daphne, que tirou os óculos escuros e me encarou de cima a baixo.

— Esse seu joguinho é bem sujo, Ginger. – Ela sibilou com fúria em seus olhos. – Mas, não se preocupe... Eu sei jogar tão bem quanto você.

Dei uma gargalhada exalando ironia e sarcasmo, dizendo:

— Que estranho... Eu tinha certeza de que você era uma modelo da sua província.

— E, não que eu deva satisfações a você, mas eu sou sim, honey. — Ela retrucou tentando me queimar com seu olhar.

Imagino que eu tenha deixado a loira bastante decepcionada, uma vez que mantive um sorriso satisfeito em meus lábios.

— Sério? – Fiz uma expressão duvidosa. – Bem, você falou asneiras tão ridiculamente engraçadas... Tive uma leve impressão de que você trabalhava em um circo.

— Olha aqui, sua... – Daphne subiu algumas oitavas em sua voz e ia começar a falar alguma coisa, mas eu não permiti.

— Olha aqui você, meu anjo! – Ergui levemente o tom de minha voz, passando firmeza e seriedade. – Primeiro, meu nome é Hermione GRANGER. Segundo, você diz saber jogar tão bem quanto eu. Mas, eu posso te afirmar uma coisa: você jamais saberá jogar o meu jogo. Sabe por quê? Simplesmente, porque o meu jogo não existe.

Ela pareceu surpresa com a minha resposta, me dando a confirmação de que ela passara a maior parte da sua vida intimidando.

Naquele momento, eu soube: Daphne entendera que não poderia me atingir com suas palavras venenosas. Mas, nada me garantia que suas ações não iriam me causar todos os tipos de problema.

Olhei para Pansy com apreensão em meu semblante. Mas, ao ver seu rosto estampado de orgulho, minhas preocupações se dissiparam, e mantive a cabeça erguida até chegarmos no palácio.


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Notas finais do capítulo

Já estamos no capítulo 3, e, eu imagino que vocês devem estar pirando para o primeiro encontro do Draco com a Hermione. Tenham 10 centavinhos de paciência, por favorzinhooooo! No meu planejamento, o sonho de vocês vai se realizar no capítulo 5. Opa! Soltei e saí correndooooo.



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