9 Não quero voltar ,mas...

Três meses se passaram e Rose estava mais agitada do que nunca em seu escritório.

—Madmoselle Weasley, chegou uma carta em seu nome.- disse Valesca a porta da sala.

—Aqui? É de algum familiar? Estranho, eles sempre mandam para minha casa...

—É do ministério Inglês senhorita... - disse Valesca. Rose abriu mais os olhos.

—Deixe a carta aqui em cima, eu já irei lê-la...- disse Rose apontando para a mesa e a secretária colocou a carta e saiu. Rose respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e pegou a carta.

Cara Srta.Weasley,

O escritório de advocacia do ministério Inglês, tem a grata honra de convidá-la a participar do nosso corpo de trabalho. Conversamos com o seu chefe, Monsieur Françoise, e ele nos disse que caso seja de seu acordo será liberada para retornar a sua terra natal, com o mesmo cargo que já possui , Advogada Auror Chefe. Disponibilizaremos um apartamento para a srta. e sua filha no centro de Londres ou onde for de sua preferência.Também já entramos em contato com uma escola trouxa, e organizamos tudo para que não atrapalhe sua filha no desempenho escolar.Só quero ressaltar, que temos pressa em sua resposta, pois estamos com um caso em particular que ninguém consegue resolver, e quem melhor do que a mais conceituada advogada bruxa do ministério para isso? Esperando ansiosamente sua resposta,

Nilton Praxter.

Minha nossa! Como isso foi acontecer comigo?Eu esperava tudo, menos uma promoção como essa! O escritório de Londres é maior e mais conceituado que o da França, apesar de sermos mais organizados...Mas eu não poderia ir...Ou poderia?

—Madmoselle Weasley, o Monsieur Françoise está lhe chamando na sala dele.- disse Valesca a porta.

—Diga que eu já estou indo Valesca.- disse Rose. Se levantando e arrumando a roupa, seu chefe era um senhor bondoso, porém muito determinado.

—Bom dia Madmoselle Weasley, creio que já recebeu a carta do ministério Inglês?- disse seu chefe assim que ela entrou na sala dele.

—Oui monsieur, eu já recebi e li a carta.

—E o que achou? Hum? Ficou tentada com a proposta?

—Confesso que não sei monsieur, eu tenho uma vida aqui na França, e não será tão fácil assim abrir mão dela...

—Tem uma vida aqui, e toda sua família lá. Isso não é certo Rose. A pequena Sophie merece crescer perto da família, e o ministério Inglês merece uma funcionária de um alto escalão como você, além de que, lá você terá a chance de crescer que aqui você não tem...

—Não tenho? Eu sou chefe do meu departamento...

—É, só que jamais será mais do que isso. Só franceses podem comandar aqui...

—Bem, eu vou pensar monsieur, tenho que conversar com a minha filha e com minha família, amanhã é véspera de natal e todos eles vem para cá. Até o ano novo eu terei sua resposta. Mas monsieur, não irei fazer falta aqui?

—Claro que vai Rose, mas nós não somos egoístas...- disse ele e sorriu.

****************************************************************************

—Morar em Londres? Pra sempre?- perguntou Sophie naquela noite, Rose a buscou no Ballet, e agora a estava colocando para dormir.

—É, não posso dizer pra sempre, mas por um bom tempo...

—E eu vou poder fazer bolo com a vovó, treinar quadribol com o vovô, fazer compras com a tia Lily e brincar de cavalinho com o tio Hugo todos os dias?- ela perguntou com os olhinhos brilhando.

—Bem, se eles quiserem fazer isso todos os dias sim...- disse Rose sorrindo - Mas o mais importante é que estaremos perto deles...

—Mas...Eu vou ter que mudar de escola?

—Vai filha...

—Não tem como eu vir via chave de portal?

—Não amor, eles até já arrumaram uma escola para você lá...

—E minhas amigas? Nunca mais irei vê-las?

—Irá amor, podemos levá-las para Londres nas férias e você pode vir para cá também, eu não vou vender nossa casa.

—Posso levar minhas bonecas?

—Pode levar tudo meu anjo.

—Então eu topo. Mas tem que me prometer que vai continuar tudo como sempre mãe...

—Como assim?

—Não é porque vamos morar perto da vovó, que a senhora vai trabalhar o tempo todo e me deixar com ela.- ela disse tão séria que Rose se assustou.

—Claro que não meu anjo, eu e você somos uma equipe lembra? Sempre será assim. Talvez no começo eu trabalhe muito e fique um pouco enrolada, mas assim que eu me adaptar, voltamos ao normal. Tudo certo então?

—Certíssimo. Eu te amo mamãe.

—Eu também te amo, meu anjo. Agora vá dormir que amanhã é véspera de natal...

—Vou ganhar muitos presentes....-disse Sophie bocejando e abraçando seu ursinho.

—Vai sim amor, agora durma...- e Rose começou a cantar uma canção de ninar para que ela dormisse.

**********************************************************************

—Nossa! Eu amo mais vocês no natal sabia?- dizia Sophie, era quarta feira a noite, véspera de natal e todos estavam na casa de Rose. Todos mesmos, Potter's, Weasley's, Black's, Miller's, Longbottons e Thomas.

—Ai, que menina interesseira!- disse Brenda com a pequena no colo.

—Não sou tia, é que eu ganho um presente de cada um de vocês, mas o da mamãe, mas os das amigas da mamãe, mas os das minhas amigas, das mães das minhas amigas, das amigas da vovó, das amigas da bisa Molly, e...-ela parou para respirar - do ministro e das filhas dele que me acham fofinha. Pensa, quase todos os presentes nessa árvore, são meus...

—Pois é, você é a criança mais mimada desse planeta...- disse Rose apertando o nariz da filha.

—Mimada, loira e linda!- disse Brenda piscando o olho para ela.

—Isso ai tia!- Sophie sorriu -Só espero que alguém tenha pensado em me dar um celular...-disse ela com os olhos crescendo para a árvore.

—E eu posso saber porque uma criança de oito anos precisa de um celular?- perguntou Richard.

—Por que, e sou uma criança de oito anos e cinco meses, que tem um círculo social muito grande aqui na França, e vai morar em Londres. Ou seja, eu preciso de um meio mais rápido do que cartas para falar com as minhas amigas. -disse Sophie como se fosse óbvio.

—Morar em Londres? Que história é essa Rose?- perguntou Hermione.

—É...Que eu recebi uma proposta do ministro Inglês, e meu chefe praticamente me obrigou a ir...- disse Rose - Mas eu só ia contar amanhã, só que essa língua não consegue ficar dentro da boca, não é?- disse Rose apontando para Sophie.

—Desculpe mamãe, eu não sabia que era segredo...-disse Sophie sorrindo para a mãe.

—Bem, vamos comer porque está ficando tarde, e essa aqui é a única casa que nós precisamos começar a abrir os presentes antes da meia-noite...-disse Rony se levantando.

—Ué, porque vovô?-perguntou Sophie ao avô.

—Porque, a criança dessa casa, ganha tantos presentes que quando chegar amanhã ainda não terá terminado de abrir...- disse ele a pegando no colo. Todos riram e eles foram jantar.

******************************************************************************

—Bem, eu acho que peguei tudo...-Disse Rose a Hermione se preparando para ir embora.

—Bem filha, já verificamos todos os comodos e nada que você precise levar está aqui. Claro, assim que você comprar um enxoval para seu novo apartamento, traremos tudo isso de volta...

—É? Porque mãe?- Rose fechava a última mala.

—Bem, essa será nossa casa de veraneio, precisaremos de toalhas e lençois não acha?- Hermione lacrava uma caixa.

—Acho...- Rose sorriu e respirou fundo. - Finalmente acabei.

—Então, vou despachar tudo isso e te espero em Londres ok?- disse Hermione e logo desapareceu com as coisas que faltavam na sala.

Rose havia se decidido, e na sexta após o natal ela comunicou ao chefe, que sorriu. Ela escolheu um apartamento no centro de Londres, em um condomínio chique, mas na Londres trouxa. Escolheu uma escola de Ballet para Sophie e aprovou a escolha da escola trouxa. Chamou Loren- a namorada de Alvo- para ser sua secretária e organizou tudo o que pode antes de ir. Agora, era vida nova.

—Sophie, onde você está?- Rose gritou descendo as escadas.

—Na cozinha mãe!- gritou ela de volta. Rose entrou e viu sua filha e as três amigas sentadas no balcão, vestidas com a mesma roupa-presente da mãe de Kim as quatro- conversando e tirando fotos no celular (Sim, Richard havia dado um a Rose, e ela obrigou as amigas a implorarem por um extatamente igual ao seu. Um modelo Rosa com pedrinhas, que abria girando para cima e fazia vídeo chamada).

—O que vocês estão fazendo vestidas assim meninas? - perguntou Rose.

—É nosso uniforme mãe, temos que usá-lo hoje...-disse Sophie com um olhar triste.

—Bem, termine a despedida que nós já estamos indo.

—Mas tia! Nem deu tempo de agente se falar...

—Kim, vocês estão aqui desde ontem pela manhã. Não é possível que não tenha dado tempo...

—Mas é que já estamos com saudade da nossa bonequinha...-disse Katrina.

—Bem, iremos nos ver dia quatorze, certo?- perguntou Sophie com lágrimas nos olhos.

—Com certeza!- responderam todas juntas. Quatorze de Julho, aniversário de nove anos da Sophie.t

—Amigas até a eternidade?- perguntou Dora.

—Enquanto pudermos respirar!- responderam as outras, e se abraçaram em uma típica despedida de adolescentes. "Essas meninas são precoses. Juro."pensou Rose.

*****************************************************************************

—E então, o que acharam do apartamento?- perguntou o Sr.Prexton.

—É lindo!- disse Rose olhando ao redor- A decoração está muito bem feita...

—Posso ver meu quarto?- perguntou Sophie.

—Claro, é o segundo a esquerda do corredor.- disse Sr. Prexton.- Rose, quando acha que poderá começar?

—Como assim Sr.?- perguntou ela andando para a cozinha.

—Bem, depois que você se estalar, e organizar tudo por aqui, quando pretende começar?

—Ah sim, amanhã mesmo.- disse ela.

—Tão rápido?

—Claro Sr.Prexton, hoje mesmo eu termino de organizar tudo, e amanhã eu começo. Assim que deixar Sophie na escola.

—Ah, então é bom porque o seu segundo em comando também começa amanhã...

—Meu segundo em...

—É sim, o sub chefe do seu departamento, o nome dele é...

—Sr.Praxton, se não se importa, eu prefiro falar de trabalho amanhã. Agora eu preciso organizar tudo aqui.-disse Rose fazendo uma caixa flutuar até onde ela estava e as coisas começaram a ir para seus lugares.

—Tudo bem então srt.Weasley, nos vemos amanhã. Qualquer problema é só nos mandar uma carta, ok?

—Humhum...-respondeu ela sem dar muita atenção.

O sr.Prexton foi embora e Rose nem percebeu. Ficou o dia todo organizando roupas, bolsas, sapatos, acessórios, potes na cozinha, panelas, fotos, roupas de cama e tudo mais que se arruma em uma mudança. Hemione foi até lá na hora do almoço, e mais tarde chegaram os outros membros da família para ajudar. Sophie estava adorando tudo, o quarto dela era rosa com branco, a cama era rosa, o tapete era rosa, o armário era branco com flores rosas. Tinha um computador e uma televisão com capa rosa felpuda. Tudo naquele quarto tinha cara de menina mimada. Mas Sophie não era uma criança chata, era inteligente, bem humorada e educada. O quarto de Rose era preto com branco, mas incrivelmente, a parede central, era azul. Tudo no apartamento era moderno e de boa qualidade, quando Rose ligou o aspirador de pó, só para testar, Rony saiu correndo.

—Pra que precisa disso?- perguntou ele quando se recuperou - Você tem uma varinha!

—Mas minha vida não se resume ao mundo bruxo papai. Enquanto Sophie tiver amigas trouxas que frequentem a casa dela, eu tenho que fazer coisas normais para eles, como limpar a casa com aspirador de pó, por exemplo...

Eles terminaram tudo onze e meia da noite, na base da macarronada para o jantar. Sophie estava dormindo tranquilamente no balcão da cozinha, e Ron, Hermione e Hugo haviam acabado de ir embora. Rose acordou a filha e deu um banho nela, Sophie não participou disso, estava dormindo em pé. Depois de colocá-la na cama, Rose foi arrumar a mochila da menina, o uniforme e o lanche para o dia seguinte. Arrumou suas coisas, e escolheu um modelito lindo de terninho rosa pink para trabalhar, tomou um banho e literalmente apagou. Não deu tempo de pensar em nada, afinal ela mal se lembrava de respirar...