O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 38
Longe de Casa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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Pov. Hinata.

Um mês! Um mês é o tempo que já se passou desde que Naruto deixou a vila novamente, eu tenho tentado me manter ocupada para não pensar em mais nada, e tenho levado meu corpo ao extremo nos treinamentos, para que eu possa dormir a noite; e como Naruto pediu, eu me mudei definitivamente para o seu apartamento, meu pai achou isso desnecessário, mas quando eu expliquei que ficar no clã, no meu antigo quarto, me traria mais lembranças, que por agora eu não posso nem cogitar rever. No fim ele entendeu que eu preciso me recuperar, e que pra isso eu preciso ficar longe do lugar onde passei todo o inicio da minha gravidez, outra coisa que tenho evitado bastante e que eu sei que me faria ter uma recaída, é estar no meio das multidões ou lugares que outras mulheres gravidas frequentam; as vezes me pego imaginando como seria ver minha barria crescendo com meu pequeno peixinho dentro, em outros dias sonho que o estou segurando nos meus braços, que o estou alimentando e ninando, e por mais que eu tente não imaginar como seria, essas lembranças e imagens sempre voltam.

— Droga! Preciso me concentrar! — digo a mim mesma e volto a invocar meu Chakra.

O concentro na palma das mãos, o faço se moldar a minha vontade, preciso fazer essa mudança, fazer minhas lâminas de Chakra se transformarem em pequenas shurikens de Chakra; vou aperfeiçoar minha Esfera Celestial, vou tornar cada um dos meus Jutsus mais fortes, para então ser digna de assumir a liderança do clã, digna de estar ao lado do meu amado Naruto. A muito custo, consigo fazer a mudança na forma, agora preciso mantê-las estáveis, e com isso feito posso finalmente aplicar a rotação  em cada uma, elas giram em alta velocidade e quando assumo o controle e tenho uma mira precisa, eu as lanço no alvo. A árvore que foi atingida estala muito, e faz um barulho alto, quando seu tronco danificado já não suporta mais o seu peso, a árvore rue em pedaços no chão; mas meu corpo vai junto, exausto e dolorido pelo esforço, minhas pernas tremem e estou ofegante, meu peito dói quando tento puxar mais ar para os pulmões. Me ergo mais uma vez, preciso melhorar mais, não posso me dar ao luxo de descansar, não quando Naruto está dando seu melhor; mesmo longe da vila e estando ocupado com essa grande missão que lhe foi dada, ele tem treinado muito, se esforçado para ficar cada vez mais forte. Em um dos seus primeiros pergaminhos que me mandou, Naruto me contou que andou treinando o Jutsu Deus do Trovão, o mesmo que seu pai usava, e que já obteve progressos muito bons e a ajuda de Sai e Shikamaru é de grande valia; durante todo esse tempo Naruto só voltou a vila uma única vez, quando ouve uma reunião entre os cinco Kages, para elaborar uma estratégia pós guerra, a presença dele foi requisitada na reunião e ele teve que comparecer, a sorte é que eles estavam em uma pequena vila próxima daqui e puderam voltar logo, isso aconteceu logo na primeira semana da viagem; e por mais que não tivesse muito tempo por causa da reunião, ele deu um jeito de estar comigo pelo tempo que pode.

— Achei que te encontraria aqui irmã. — ouço a voz de Neji atrás de mim e me viro para olhá-lo — Não acha que está exagerando um pouco Hinata? Ainda não são nem sete da manhã e você já está treinando desse jeito! Se lembra o que a Sakura falou, você está se recuperando de duas cirurgias muito complicadas.

— Estou bem irmão, não se preocupe, Kurama já me curou por completo. — respondo e pego meu cantil de água pra beber — Como o papai e Hana estão?

— Estão bem , só preocupados com você, eles também acham que está treinando demais. — Neji fala e larga sua mochila no chão — Não pode mais usar seu Chakra, está no seu limite!

— Então me ajude com o Taijutsu, preciso melhorar e muito meu punho suave. — respondo e o encaro séria.

— Hinata, você está exagerando, dê um tempo! — Neji me repreende.

— Por favor irmão, eu preciso disso, essa é a única coisa que me impede de pensar. — peço suplicante.

Meu irmão me encara dividido entre me ajudar, ou me levar embora daqui, mas ele sabe que ainda não estou bem por completo, e treinar é a única coisa que me impede de enlouquecer por completo. Sem dizer mais nada, Neji assume a posição de batalha Hyuuga e ativa o seu Byakugan, e eu logo faço o mesmo; Neji faz o primeiro movimento, ele me ataca direto no meu ponto fraco, ele sabe que meu bloqueio não é forte o bastante, mas dessa vez consigo bloquear e contra-atacar. Ficamos assim por horas, sem descansar, o suor escorre por minhas costas, meus cabelos grudam na nuca e respirar é dificil; mas eu não vou me dar por vencida, ainda posso continuar e melhorar mais.

— Irmã, por favor, vamos descansar um pouco. — Neji pede ofegante.

— Ainda posso continuar mais um pouco. — rebato .

— Eu sei Hina, mas eu estou cansado, mal me aguento. — Neji reclama.

Rio um pouco e os músculos do meu abdômen se contraem em protesto, dessa vez eu realmente me levei ao extremo, superei mais metas essa manhã, do que havia estipulado a mim mesma. Sento na grama e observo o céu, daqui alguns dias vai começar a esfriar, mas hoje a temperatura está amena, o vento é calmo e o céu muito azul; esse azul tão límpido e cristalino me faz lembrar os olhos do meu lindo Naruto, suspiro alto sentindo a saudade apertar o coração, está quase na hora que ele me manda Gamachan com o primeiro pergaminho do dia, ultimamente ele tem me mandado pelo menos três por dia e sempre espera por minhas respostas, por isso tenho andado com pergaminhos junto comigo por onde vou.

— Por onde acha que ele está agora? — Neji pergunta me chamando a atenção.

— Ontem a noite, no último pergaminho, ele estava quase chegando a Vila da Grama, hoje já deve ter chegado lá. — respondo.

— Como você está se virando sozinha naquele apartamento? — ele questiona e parece preocupado.

— Estou bem irmão, de verdade, já criei uma rotina e já estou tão habituada àquele apartamento, que parece que morei nele a vida toda. — explico o mais sincera que consigo.

Omito apenas a parte que custo a dormir a noite, e quando durmo logo acordo, sem conseguir descansar muito tempo; mas posso contar isso ao meu irmão, ou ele e meu pai vão querer me levar de volta ao clã, e tudo que não quero é isso. Agora que a adrenalina do treinamento passou, começo a sentir a exaustão causada pelo exercício, isso sem contar toda a dor corporal que começou quando o meu corpo esfriou. Nós ficamos em silêncio, um silêncio agradável enquanto descansamos, sempre gostei disso em meu irmão; Neji nunca forçou a barra, se eu queria falar, ele sempre ouvia e aconselhava, se eu não queria falar, ele simplesmente deixava as coisas como estavam. Estávamos tão entretidos no nosso silêncio, que nem notamos quando mais alguém se aproximando de nós.

— Finalmente te encontrei. — aquela voz tediosa se faz presente.

Me levanto assustada e Neji faz o mesmo, ele ainda tem um pé atrás com Sasuke, mas eu não; se Naruto confia que ele mudou, eu também confio, e ele foi perdoado no seu julgamento, só não pode sair da vila, e tem se mantido fora de problemas.

— Por que estava me procurando Sasuke-kun? — pergunto antes que Neji fale algo desagradável.

— O Rokudaime está te chamando. — Sasuke fala entediado.

— Não sabia que o Hokage deixava você andar pela vila livremente. — Neji provoca.

— Neji, não cabe a você discutir o que o Hokage-sama acha que deve ou não fazer! — repreendo e ele baixa os olhos envergonhado — Desculpe o meu irmão Sasuke-kun.

— Eu sei que vai levar tempo até eu conquistar o respeito de vocês novamente, e eu entendo de verdade, não se preocupe com isso. — Sasuke responde e sorri fraco, então seus olhos vagam pelo campo de treinamento — Você fez um belo estrago!

— Naruto-kun confia em você, e ele não costuma se enganar com as pessoas, então não tenho por que duvidar da sua palavra. — digo me levantando e Neji faz o mesmo ainda fitando os próprios pés.

Começo a juntar minhas coisas para ir até o prédio Hokage, quando escuto aquele barulho típico da aparição de um sapo do monte Myoboku, imediatamente passo a procurar onde está aquele pequeno ser, que sempre é sinônimo de noticias do meu amado, mas Gamachan me encontra primeiro, ele sempre parece muito feliz por cumprir as ordens de Naruto.

— Hinata-sama! — Gamachan pula até mim — Entrega do mestre!

— Gamachan, achei que não viria hoje. — brinco um pouco.

Pego o rolo de pergaminho que ele me alcança, só que quando vou abrir, uma explosão no portão leste da vila chama a nossa atenção, olho para Sasuke e Neji que estão tão espantados quanto eu, mas eu sei bem que não podemos esperar, temos que agir rápido; tanto para o caso de ser um acidente, quanto para o caso de ser um ataque a vila, e nós estamos mais perto do local.

— Irmão, preciso que você vá buscar reforços e nos encontre no portão leste. — digo e me preparo para correr.

— Por que o Uchiha não vai?! — ele protesta irritado.

— Neji por favor, analise tudo como um Shinobi, você acha mesmo que o pessoal vai seguir o Sasuke-kun, se nem você quer? E ele está mais descansado, pode me ajudar mais. — replico e me ponho a correr.

Ouço os passos de Sasuke correndo atrás de mim, ele não disse uma palavra durante todo o tempo, mas se mantinha lado a lado comigo, e tem uma expressão obstinada no rosto; acho que no fundo ele sabe que essa é sua chance de provar que mudou de verdade, e parece que vai agarrar essa chance com unhas e dentes. Corremos e cortamos caminho pela floresta, e quando nos aproximamos da parte leste da vila, vimos pessoas correndo desesperadas para longe da explosão; depois do ataque de Pain a vila, todos ficaram muito apreensivos com qualquer coisa fora do comum que ocorra. No portão nos deparamos com várias pessoas mascaradas colocando mais papeis bombas a volta do muro, eles eram cerca de vinte, pelo menos os que podemos ver, mas pareciam muito organizados, e pareciam ter um plano de ataque.

— O que você acha que devemos fazer Hyuuga? — Sasuke pergunta.

— Acho que é melhor fazermos ataques evasivos, e mantermos eles distraídos até os reforços chegarem. — digo baixo e olho para ele.

— Certo, mas eu vou na frente, você não deve se arriscar muito. — ele fala e se prepara.

Nós nos deslocamos em silencio e sem sermos percebidos, imobilizamos quatro oponentes, só que não conseguimos nos manter ocultos por muito mais tempo e então nos preparamos para um confronto direto; eu jogo uma das minhas kunais para Sasuke, já que ele foi proibido de possuir qualquer artefato ou armamento ninja.

— É isso que Konoha manda para defender sua vila? Uma garotinha frágil e um garoto com cara de imbecil? — um deles zomba.

— Vocês não vão passar daqui, foi um grande erro atacar essa vila! — Sasuke rebate — Por que estão nos atacando, por acaso não sabem quem vive aqui?

— Ora, por que? Por que é culpa do herói de Konoha que não exista mais Akatsuki, e sem a organização de Nukenins, os nossos negócios vão muito mal sem nossos melhores clientes, e sabemos que o Uzumaki está fora da vila e não tem previsão de voltar — o mesmo ninja fala debochado.

— Vocês se enganam se pensam que conseguem nos vencer, só os dois contra nós todos? — outro comenta e ri-se com seus companheiros — Acho até que será interessante, e depois que derrotarmos você, seu idiota, vamos nos divertir um pouco com essa belezinha aí!

— Você é tão irritante! Acha mesmo que podem me derrotar, vocês por acaso sabem quem eu sou? Sabem quem ela é? Pois fiquem sabendo que se tocarem em um fio de cabelo dela sequer, serão homens mortos antes do fim do dia! — Sasuke rebate seguro.

— É mesmo? E quem você é garoto, quem a bonitinha ali é? — o mesmo ninja rebate.

Olho para Sasuke e ele concorda, eles não vão cair nessa por muito mais tempo, precisamos intimidá-los para que não decidam atacar de uma vez, precisamos ganhar mais tempo para os outros chegarem.

— Sharingan! — Sasuke ativa o seu Doujutsu.

— Byakugan! — eu faço o mesmo.

Eles recuam um pouco, assustados e indecisos sobre o que fazer agora, mas logo retomam a postura anterior, eles deviam ter alguma coisa em mente para usar contra os Hyuugas, por que parecem muito tranquilos quando revelo ser uma; é então que a maior revelação é feita, mais atrás, um ninja que ainda usava sua mascara, de costas cuidando da retaguarda, começa a desfazer-se dela, e fico totalmente surpresa ao descobrir quem é.

— Ora, ora, se não é a princesinha do clã Hyuuga, a maldita que me rejeitou e trocou por uma raposa demônio! —  Tokuma se revela e vem se aproximando lentamente a frente de todos — Não achei que você seria a primeira a chegar aqui Hinata-sama, pensei que teria que arranca-la de dentro do clã e levá-la a força, mas você facilitou muito as coisas para mim!

— Seu traidor! Como tem coragem de atacar a vila? Como teve coragem de se juntar a esses imundos?— digo totalmente chocada e furiosa.

— Do mesmo jeito que você teve coragem de se deitar com um demônio! A história de como você se deixou corromper correu o mundo Hinata-sama, todos sabem que você carregava uma pequena besta no ventre, todos sabem a mulher leviana e impura que se tornou, mas estou disposto a perdoar a sua transgressão, não se preocupe, quando estivermos longe daqui, eu lhe ensinarei como uma dama deve se portar, lhe ensinarei como uma boa esposa deve ser! — ele grita descontrolado.

— Você é doente! Eu nunca irei a lugar algum com você, e nenhum de vocês entrará nessa vila, ou farão mal a qualquer habitante daqui, estarão mortos antes de conseguir! — falo enfurecida e já começo a modelar o Chakra em minhas mãos, pronta para matá-los ao menor sinal de ataque — E você seu verme asqueroso, pagará caro pela ofensa que fez ao meu filho!

Sem dizer mais nada, parto para o ataque, sinto Sasuke me seguindo e juntos nós lutamos contra esses patifes; uso o meu treinamento e um a um, vou aniquilando os inimigos. Em dado momento da batalha, Sasuke e eu somos encurralados por cinco deles, não estamos perdendo ainda, mas nossos movimentos estão restritos agora, se fizermos qualquer coisa impensada, seremos pegos com a guarda baixa, é então que o chão se parte em vários pedaços e o inimigo é pego de surpresa e os ninjas são obrigados a recuar.

— Desculpem a demora, os outros já devem estar chegando. — Sakura fala e se posiciona ao nosso lado.

— Bem na hora Sakura-chan! — digo feliz ao vê-la.

— Muito bom Sakura! — Sasuke elogia e o vejo ficar vermelho.

Por um momento olho para ele, e o noto extremamente vermelho, será que é o que estou pensando? Nós três encaramos o inimigo, que agora está realmente perdido, Tokuma nos encara irado; acho que ele não esperava ter tanta resistência assim, muito menos que daríamos conta de um número tão grande de Nukenins. Decido que é hora de testar de verdade minha adaptação do meu Jutsu, com isso em mente passo a modelar o Chakra, faço um sinal para os outros dois não avançarem, não posso correr o risco de atingi-los no meu ataque, e no minuto seguinte, cinco mini shurikens de Chakra estão ligadas aos meus braços e estou pronta para lança-las no inimigo.

— Ah, vejo que andou melhorando seus Jutsus. Era de se esperar da grande Hinata-sama, a vadia que abriu as pernas para o Uzumaki, mas se recusou de fazê-lo para mim! — Tokuma profere as palavras cheio de ódio, ele está totalmente transtornado, está insano.

Sinto a presença dos nossos amigos atrás de nós, todos esperando o sinal para atacar, mas sinto também a presença de outro Chakra, um muito conhecido por mim, que faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, meu coração acelera e eu começo a pensar que estou louca, até ver um flash de luz amarela, aparecer instantaneamente a nossa frente, os Nukenins ficam apavorados, alguns até largam suas armas. Mas como pode ele estar aqui? Não devia estar na Vila da Grama agora?

— Então eram vocês que estavam atacando a vila, mas quem estava ofendendo Hinata, Gamachan? — ouço a voz rouca e grave de Naruto ressoar, ele está muito irritado.

— Aquele ali chefe, aquele com cara de maluco! — o pequeno sapinho responde em cima de sua cabeça de imediato.

— Obrigado, você já pode ir, não vai ser bom se ficar aqui! — ele fala e se vira calmamente para nós, seu olhos azuis recaem imediatamente sobre mim e logo analisam o Jutsu que ainda mantenho firmemente — Você está bem amor? Não foi ferida?

Quando vou responder, um dos ninjas tenta ataca-lo pelas costas, mas ele não tem nem chance, assim que tenta, os braços de Chakra de Kurama o param e ele logo recebe um golpe fatal.

— Estou bem querido, Sasuke-kun me ajudou a mante-los longe da vila e logo Sakura-chan chegou e os outros vieram em seguida. — respondo tranquila, não tenho por que temer, não com meu amado aqui — Como chegou aqui?

— Hiraishin! — ele responde simplesmente e eu entendo — Obrigado Sasuke, Sakura-chan! Agora pessoal, vamos acabar com esses vermes, mas aquele ali é meu!

Naruto fala apontando para Tokuma que parece mais alucinado do que nunca, ele se coloca ao meu lado e então entra no modo Kurama, Naruto olha para Sasuke que dá uma risadinha debochada e presunçosa e logo forma o seu Chidori, depois se vira para Sakura que aperta  e emana muito Chakra dos punhos; então seus olhos recaem novamente sobre mim, cheios de carinho, cumplicidade e amor, lanço imediatamente as cinco shurikens nos alvos mais próximos e elas perfuram suas carnes e os dilaceram, nas minhas mãos já se formam as figuras dos dois leões enormes. Estamos prontos para a vitória, nós quatro, juntos como um time, para defender Konoha, para defender nosso lar!

 

***

 

De saco cheio, é assim que estou, não aguento mais essa encheção de saco, essas conversas sem sentido e cheias de formalidades com essas pessoas, que tudo que me mostraram até agora, é que são cheias de ganancia e ambição; mas tenho que cumprir o que me foi proposto e garantir a esses velhos idiotas que nossa aliança perdurará, por mais que eu pense que essas vilas merecem governantes melhores, e por um lado essa caminhada sem fim pode me ajudar com isso, quando eu voltar para casa, posso ver tudo de errado que encontrar e formar um plano de ação junto com Kakashi-sensei, para corrigir esses erros.

— É uma honra recebe-lo em nossa vila, Naruto-senpai! — o líder da vila cumprimenta.

— Obrigado por nos receber, Taro-sama! — me curvo respeitosamente.

— Fizeram boa viagem? Vamos tomar um chá? Espero que possam ficar um pouco mais conosco. — ele vai andando e nós o acompanhamos.

O seguimos até uma sala mais reservada, onde uma mesa está sendo posta para o chá, as moças que estão preparando o chá dão risadinhas baixas assim que entramos; isso também tem acontecido em toda vila, onde passamos somos seguidos por moças risonhas, ah cara isso é tão irritante! Eu devo estar muito parecido com Sasuke, até já penso como ele, mas não tem como evitar, isso é realmente muito irritante; nós nos sentamos a mesa e aguardamos Taro dar inicio a conversa, Shikamaru está com sua costumeira cara de tédio, acho que ele passou muito tempo com Kakashi-sensei, Sai sorri cinicamente para todos e Yamato está totalmente neutro.

— Então o herói do mundo ninja está viajando pelas vilas, vocês tem sido bem hospedados por onde passaram? — Taro questiona.

— Ah sim, em todas as vilas fomos muito bem recebidos e hospedados. — respondo indeciso, desconfiado com sua pergunta.

— O que achou da nossa vila, Naruto-senpai? — ele volta a perguntar.

— Eu adorei, as árvores, as cachoeiras, tudo é tão belo aqui. — respondo tentando ser simpático.

— Eu tenho certeza que sim, e você ainda nem viu a minha filha! — Taro rebate e faz um sinal para uma das moças.

— Então, como funcionará essa aliança de paz? — Taro pergunta e me preparo para uma longa conversa politica.

Horas e mais horas se passam, explico tudo, tudo que Kakashi-sensei e a vovó Tsunade ensinaram sobre o assunto, todas as vantagens para o comércio local, bem como a proteção das cinco grandes nações. Mas Taro não parece se importar muito com esses assuntos, ele só sabe falar de diversão e festas, quer até fazer um jantar comemorativo pela nossa chegada, sério ele só pode ser maluco.

— Então, o que acham? — ele pergunta entusiasmado.

— Sinto muito Taro-sama, mas nós não ficaremos para festa alguma! — nego imediatamente — Nós só viemos aqui, para afirmar que nossa aliança de paz será continua e duradoura!

— Ah eu sei que vamos, e para isso eu preciso que compareça a esse jantar, onde firmaremos o maior acordo de todas as vilas. — Taro vai falando e vou ficando apreensivo — Mandem Hiromi entrar!

Uma porta atrás dele se abre, várias garotas entram, todas usando kimonos coloridos, mas uma delas usa uma vestimenta ricamente elaborada e tecida, algo que só seira usado por alguém importante; caramba isso está muito estranho, olho para os outros que estão tão confusos quanto eu.

— Então Naruto-senpai? Uma união tão poderosa que faria a grande Konohagakure e Kusagakure eternas aliadas. — Taro explica e as coisas vão ficando mais claras para mim — Basta se casar com a minha linda filha Hiromi! Vocês podem se casar hoje a noite mesmo, se você preferir.

Fico atônito com a proposta, Kami-sama, esse velho maluco acha que vou me casar com sua filha? Olho para a menina espantado, ela não deve ter doze anos, no máximo, como pode esse homem maluco querer dá-la em casamento para o primeiro que aparecer? A pobre menina percebe que a estou olhando e fica extremamente vermelha, eu me levanto indignado com essa situação e a menina se encolhe assustada; só agora que noto que os kimonos que todos usam, são os tradicionais kimonos cerimoniais.

— Me desculpe Taro-sama, mas eu não posso aceitar e nem concordo com isso! — refuto essa ideia ridícula.

— Por que não? Achou ela muito pequena? Não se preocupe, lhe garanto que já é apta a se tornar mulher e logo crescerá mais. — o velho segue falando e isso só me faz ficar mais furioso com isso.

— Acho melhor você parar de falar agora, velho! — rebato enojado — Não devia tratar sua filha dessa forma, como se ela fosse uma mercadoria, e se você soubesse o que é a dor de perder um filho, jamais repetiria as imundices que acabou de dizer! Eu não me casarei com sua filha, já tenho uma noiva me esperando em casa, uma noiva que amo mais que minha vida!

— Mas isso é uma afronta! — o velho grita irado.

— Afronta é o que você está fazendo, nós viemos até aqui para assegurar que não haverá mais guerras ou conflitos, e você nos insulta dessa forma?! — falo pausadamente.

— Mantenha a calma, idiota! — ouço Kurama.

Ando de um lado a outro, tentando me acalmar, buscando no amago do meu ser, a paciência divina, para não estraçalhar esse homem hediondo e estou a ponto de fazer isso agora.

— Por favor Naruto-senpai, não machuque meu pai! Ele não diz essas coisa por mal, só está tentando proteger a nossa vila. — a pobre menina se prostra aos meus pés, chorando.

— Levante-se dai menina! Não vou fazer mal a você ou a sua família. — respondo e a faço se levantar — Minha missão aqui é assegurar a paz, não começar outro conflito! Agora vamos embora.

— Acho que é uma boa ideia! — Yamato fala e parece aliviado.

— Que problemático, se toda vila for assim, eu vou ter muita dor de cabeça. — Shikamaru reclama.

— Eu achei bem divertido. — Sai comenta e fico impressionado com a capacidade sarcástica dele.

Pelo visto, essa noite nós vamos acampar, e eu me sinto até aliviado por isso, não quero ficar nessa vila nem mais um minuto do que o necessário. Juntamos nossas coisas e estamos prontos para ir embora, Taro está sentado ainda, muito assustado; e então uma pequena explosão de fumaça chama a atenção de todos, assusta as pequenas damas de companhia, e logo Gamachan se revela entre a fumaça, ele parece muito afoito, agitado, seus pequenos olhinhos miúdos prescrutam o lugar até me encontrarem, então ele saltita até onde estou rapidamente.

— Mestre! Problemas na vila. — ele coaxa.

— O que houve na vila Gamachan, e me conte com calma. — peço e os outros três passam a prestar atenção.

— Eu fui entregar o primeiro pergaminho do dia a Hinata-sama, ela estava treinando com o irmão, Hyuuga Neji e Uchiha Sasuke, quando fui entregar o pergaminho, houve uma explosão no portão leste, Hinata-sama ordenou ao irmão buscar reforços e correu para o portão com o Uchiha. — ele conta e meu coração se aperta — Eles não viram que os segui, os dois estão segurando os inimigos até que os outros cheguem, mas tem um cara no meio deles, que estava ofendendo Hinata-sama e prometeu que a levaria da vila com ele.

— Gamachan, nos diga direito, quem está atacando a vila? — Shikamaru pede.

— Eu não sei direito, eles disseram que faziam negócios com a Akatsuki, eram pelo menos vinte. — ele vai falando e u me desespero mais um pouco — Mas a senhora e o Uchiha não permitiram que entrassem na vila!

Droga, preciso agir rápido, entrego minhas coisas ao Yamato, e mais que depressa faço o selo e marco a sala.

— Me esperem aqui, eu volto assim que possível. — digo e já me preparo.

— Espera Naruto, você não pode sair assim, nem sabe se o Jutsu vai dar certo e você nem tem a marca na vila. — Shikamaru protesta.

— Eu já marquei todos os portões de Konoha Shikamaru, o prédio Hokage, o clã Hyuuga e meu apartamento, onde Hinata estiver eu a encontrarei! — falo e olho para o pequeno sapo — Você vem comigo Gamachan, é melhor segurar firme. Hiraishin no Jutsu!

O vórtice me engole, o vento sopra e a velocidade é estonteante, é rápido, não há tempo para pensar; num instante estou na sala de chá do babaca do líder da Vila da Grama, no outro, estou em pé no portão leste de Konoha. A minha frente, cerca de quinze Nukenins me encaram espantados, alguns até largam as armas. Meus olhos não creem no que estou vendo, será que estou alucinando? Esse maldito teve coragem de voltar a vila?

— Então eram vocês que estavam atacando a vila, mas quem estava ofendendo Hinata, Gamachan? — pergunto, controlando meu ódio, eu já sei, mas quero confirmar.

— Aquele ali chefe, aquele com cara de maluco! — ele responde na hora e aponta para o imbecil e sorrio, finalmente vou poder fazer o que sempre quis.

— Obrigado, você já pode ir, não vai ser bom se ficar aqui! — digo e Gamachan some, me viro para ela e a encontro me surpreendendo como sempre, Hinata está tão linda e feroz e ainda por cima com um novo Jutsu, essa mulher vai me matar qualquer dia desses — Você está bem amor? Não foi ferida?

Quando ela vai responder, um dos idiotas tenta me atacar pelas costas, mas como pode ser tão imbecil? Se você vai atacar alguém pelas costas, deve agir no mais completo silêncio, e olha que aprendi isso a duras penas. Os braços de Chakra de Kurama saem do meu corpo, e sem nenhum esforço, abatem o inimigo, parece que ele também quer se divertir hoje.

— Estou bem querido, Sasuke-kun me ajudou a mante-los longe da vila e logo Sakura-chan chegou e os outros vieram em seguida. — ela responde tranquilamente — Como chegou aqui?

— Hiraishin! — respondo simplesmente e sorrio para ela, olho para os nossos amigos atrás deles, todos esperando para atacar — Obrigado Sasuke, Sakura-chan! Agora pessoal, vamos acabar com esses vermes, mas aquele ali é meu!

Aponto para o cretino Tokuma, ele logo será um homem morto; fico ao lado dela, Sasuke faz instantaneamente o seu Chidori, eu não preciso nem falar nada, Sakura também se prepara, os punhos emanando Chakra, então me volto para minha linda mulher, já no modo Kurama, ela lança suas shurikens de Chakra e estraçalha cinco deles e logo suas mãos tomam a forma dos dois enormes leões gêmeos. Ela está furiosamente determinada, o que será que aquele babaca falou para ela? Nós quatro partimos para o ataque, Sakura simplesmente espanca um dos Nukenins, e Sasuke parecer querer acertar o maior número deles com o seu Jutsu; eu também ataco o máximo de Nukenins que consigo, vejo Hinata atacando um deles sem dó. Com tudo sobre controle, deixo que o três cuidem disso com o resto do pessoal e me direciono até Tokuma, que tenta discretamente se afastar da batalha, então esse cretino acha que vai fugir?

— Vamos nos divertir um pouco, Kurama? — pergunto zombeteiro.

— Achei que não ia perguntar! — ele rebate.

Quando Tokuma me vê, tenta se esquivar e bloquear meus ataques e eu rio; acho até que se fosse em outra época, ele teria me vencido facilmente, mas não agora. Soco sua cara com vontade e ouço o barulho do seu nariz se quebrando, ele urra de dor e eu desfiro mais um golpe, dessa vez no seu estomago e ele cai no chão ofegando; caminho calmamente até ele e desfiro vários socos no seu rosto.

— Isso é por insultar a minha mulher! — digo e bato com mais força — Você devia ter pensado bem antes de voltar a Konoha!

Sigo batendo nele, até que ele não se mexe mais, minhas mãos doem e estão sujas com seu sangue, achei que ele tinha dito que era mais homem, não entendo por que desmaiou. Saio de cima desse lixo, olho para os outros, eles também já terminaram, os outros Nukenins estão amarrados e inconscientes também, vejo Kakashi-sensei se aproximando do portão da vila com vários ANBUS atrás de si. Hinata caminha até onde estou, ela ainda parece estar muito furiosa, então ouço os passos incertos de Tokuma as minhas costas, ele estava só se fingindo que tinha desmaiado? Só que ele não tem nem chance de fazer qualquer coisa, Hinata passa por mim como um raio e acerta Tokuma em cheio, eu nunca a vi tão furiosa assim; ela faz o Jutsu das sessenta e quatro palmas e de uma forma rápida e impiedosa, desfere dois golpes e ouço os dois braços dele sendo quebrados.

— Isso é por ofender o meu filho! — ela fala baixo e dessa vez Tokuma desmaia pela dor.

Quando Hinata se vira para me olhar, seus olhos já não estão mais com o Byakugan ativo, eles estão um pouco marejados, mas sua postura é firme; ela caminha sem pressa até mim e me abraça, ela está tentando se  manter firme e forte. Assisto tranquilamente os ANBUS levando os Nukenins e Tokuma, que continua inconsciente, e logo Kakashi-sensei está a minha frente com sua costumeira cara de tédio, os nossos amigos comentam a luta que tiveram, Sakura e Sasuke conversam mais afastados.

— Por que está aqui Naruto? E mais importante ainda, como chegou aqui? — Kakashi-sensei pergunta intrigado.

— Hinata precisava de mim, a vila precisava de mim, então eu vim! — digo simplesmente.

— Tudo bem, mas e como fica sua missão? — ele pergunta de novo.

— Não abandonei se quer saber, agora preciso resolver umas coisas antes de ir. — respondo e puxo Hinata pela mão até um canto mais afastado.

Ninguém contesta nada, ninguém me para ou reclama, apenas ficam parados me vendo passar.

— Você está bem amor? — pergunto preocupado com ela.

— Estou sim, pode ficar tranquilo. — ela responde e me abraça — Você precisa voltar para sua missão, ou vai demorar mais para concluir!

— Eu sei, mas quero ter certeza de que ficará bem. — respondo e a aperto contra mim.

— Eu vou ficar bem meu amado, não se preocupe, mais tarde eu respondo o pergaminho que não pude nem ler ainda. — ela brinca um pouco.

— Hinata, se qualquer coisa acontecer, qualquer hora que precisar de mim pode me chamar, entendeu? — pergunto e pego sua bandana, deixo ali a marca do selo — Nunca tire sua bandana, se precisar de mim, eu poderei ir até você. Te amo mais que tudo!

— Também te amo muito! — ela responde — Eu ficarei bem, Neji tem estado o tempo todo me vigiando, e desconfio que mais alguém, não é senhor Uzumaki?

Rio do seu comentário, Hinata sempre foi muito astuta, deve ter percebido que tenho meus informantes; sem conseguir me controlar mais, a beijo, saboreio seus lábios que tanto senti falta, me delicio com seu sabor e demonstro toda minha saudade. Quando me afasto dela, suas bochechas estão tão vermelhas, que até parece estar com febre, mas ela me sorri fraquinho; aceno para os nossos amigos para me despedir, e faço um discreto sinal para Sasuke, que ele afirma concordando, vejo Neji se aproximando lentamente e sei que ele cuidará de tudo quando eu partir. Dói muito ter que deixá-la tão depressa, mas Hinata tem razão, quanto mais demoro aqui, mais tempo levarei para voltar.

— Deixo meu coração com você Sra. Uzumaki, cuide bem dele! — digo para ela que me sorri grande, os olhos de lua cintilantes pelas lágrimas — Hiraishin no Jutsu!


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