A Princesa Noiva escrita por HR


Capítulo 7
Capítulo 7




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No momento, as chicoteadas em Kidd terminam e ele permanece no chão por mais um tempo antes de ir se lavar, um alívio para os meus olhos e ouvidos. Mesmo crescendo num meio com tantas guerras, lutas e brigas de bar, eu ainda estava inconformada com a situação das crianças presas.

—Eu vou ser bem direta. – Assumo uma pose de superioridade – Como princesa, a hora que eu voltar vou banir você do reino por sequestro e maus tratos a crianças! Você pode continuar chicoteando qualquer um que infrinja seus princípios de pirata, mas no momento que você envolve crianças nesse meio, perde totalmente a credibilidade comigo!

—Tudo bem. – Ele apenas diz, com indiferença. – Se você provar que é sequestro e maus tratos com as crianças.

                Aquilo me pega de surpresa e ele me deixa ali sem saber o que dizer. Tento reproduzir novamente a cena das crianças na minha cabeça exatamente como tudo havia acontecido para que eu entendesse o que ele dissera. A parte dos maus tratos talvez fosse questionável realmente, pois lembro de que elas estavam bem aconchegadas, agasalhadas e não pareciam famintas, apenas com medo da tempestade. Mas porque as manter atrás de grades? E de onde vieram? Não foi sequestro?

—Não adianta, ele não vai falar. – Alguém diz ao meu lado.

                É o marinheiro que havia visto Kidd ontem comigo.

—Aliás, prazer, Baelfire. Ou só Bae. – Ele sorri, e então eu percebo que ele não era tão descuidado assim.

—Emma. – Digo, então reviro os olhos – Esquece, você já sabe.

—Digamos que não há quem não a conheça.... 

                Estreito os lábios, tentando evitar o início de um flerte. Eu já estava acostumada com cantadas e assédios, mas ontem havia me pego de surpresa e eu realmente havia me sentido muito mal, aliás, Gancho nem chegou a me perguntar como estava mesmo que por vezes eu tente mostrar uma postura mais dura em relação as minhas emoções, mas isso eu aprendi com Robin.

—Me diga.... Ainda está a procura por um noivo?

—Ah, claro.... – Reviro os olhos, decepcionada – Você também vai tentar me conquistar? Vai dizer que meus pais já combinaram a data com você?

—Não! – Ele diz, surpreso – Eu só ouvi boatos.

—Não estou à procura de ninguém. Estou à procura de mim mesma, de me reconectar com o verdadeiro eu. E quer saber? Eu gosto mais disso do que estar no castelo.... Eu vivo cercada por aqueles muros porque meus pais não me deixam ir a campo resolver nada, por isso eu fujo. E claro, quando tentam me arrumar um noivo.

—Já soube de um caso em que um deles foi morto.

—Ele mereceu. Ele tentou se aproveitar da minha mãe e depois de mim, e como ele não quis sair do reino,.... Mas hoje eu não faria mais isso, acho que o deixaria morrer numa solitária mesmo. – Sorrio docemente.

—Estou começando a ficar com medo de você.

—É o meu escudo. Conto verdades, mas também altero alguns detalhes para que as pessoas não se aproximem de mim.

—Homens, no caso.

                Olho-o percebendo que entendera todo o meu raciocínio e então sorrio. E observando-o bem, percebi que eu deveria me divertir um pouco então lanço um olhar sedutor e recuo da beirada do navio em direção a porta, vendo Gancho no volante do navio, porém o ignoro.

                Descendo por alguns degraus, chego no meu quarto e logo ouço passos atrás de mim. Viro-me e vejo Bae arrastar a cortina improvisada do aposento para maior privacidade e vir até mim para me beijar. Instantaneamente, recuo.

—Sem beijo.

—Por quê?

—Porque não.

                Então ele sorri e me puxa pelas pernas fazendo com que eu fique no seu colo de frente, enquanto ele beijava meu pescoço e me deitava. Naquela noite, depois de tempos, eu me diverti novamente, até o momento em que Gancho entra arrastando a cortina bruscamente para o lado.

—Eu sabia!

—Gancho?! – Cubro-me rapidamente com o cobertor, assim como Bae.

—Capitão?

—Bae, se retire agora.

—Mas.... – Fico indignada.

—Bae, saia agora! Se quiser eu arranjo outra prostituta se é o caso! – Ele diz, enquanto o mesmo se veste.

Outra? – Levanto-me enrolada no cobertor. – Espero que não esteja se referindo a mim!

                Gancho toma ar para dizer algo, mas de repente para seu olhar em meu pescoço por tão longos segundos que nem vê Bae passando ao seu lado para se retirar. Abaixo a cabeça na intenção de ver o que havia de errado comigo e percebo estar com o colar de Robin, a única explicação para aquele olhar.

—Eu preciso me trocar. – Digo por fim.

                Ele apenas assente com a cabeça e se retira, com uma energia completamente diferente de alguns segundos atrás. Aquilo me deixa intrigada e estava começando a ficar agoniada com tantos mistérios dentro daquele navio. Era hora de começar a esmiuçar cada detalhe.


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