A Princesa Noiva escrita por HR


Capítulo 17
Capítulo 17




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Até então, ninguém sabia que Regina tinha uma irmã, mas naquele momento eu não quis perguntar como aquilo era possível e parece que os outros também preferiam tirar a curiosidade quando visse a irmã, porque era difícil acreditar. Conhecia Regina há anos e nunca havia comentado nada a respeito de uma irmã.

A porta enorme e pesada se abre e quem nos recepciona é um guarda com vestes escuras e pesadas, com uma enorme espada em mãos. Depois de nos encarar de cima a baixo, nos guia até uma enorme sala, contribuindo para um mistério ainda maior sobre o que iríamos encontrar por ali. Havia esculturas altas, poucas luzes e um trono a alguns degraus acima, onde alguém com um chapéu pontudo estava sentada.

—Ora, ora, ora.... – A voz ecoa, vendo que nos aproximávamos. – Se não são os responsáveis por toda a confusão da vila.

—Bom te ver também, Zelena. – Regina toma a frente, posicionando-se a frente do grupo.

Ela então se levanta por fim do seu trono e caminha até o grupo misteriosamente dentro do silêncio que pairou. Já perto o bastante, quando a luz finalmente atinge-a, posso ver então sua pele estranhamente verde. Ela não parece se importar com a nossa surpresa diante de tal revelação e simplesmente para em frente a Regina, com um ar ameaçador.

—Aposto que veio me pedir favores. – Ela solta uma risada maléfica e então suspira, encarando-a furiosamente – Não tem nada pra você aqui... irmã. Porém, esse seria um momento perfeito para me vingar de sua maldição...

—Maldição? – Gancho pergunta instintivamente, confuso.

—A minha cara irmã... – Zelena começa a contar, enquanto Regina abaixa a cabeça visivelmente envergonhada do que estaria por vir - ...  resumidamente matou um grande amor meu... e anos depois, ela se apaixonou por alguém também e bem.... eu como uma boa irmã, fui revidar. Porém, ela parecia prever a vingança e me acusou de ser invejosa e rancorosa... pois bem, foi aí que ela me amaldiçoou com essa horrenda pele verde para que eu lembre todos os dias ao acordar do quão invejosa sou, não é?!

—Não foi bem assim. – Regina estreita os olhos, encarando Zelena.

—Mas em uma coisa você tem razão, eu sempre invejei você. – Ela dá de ombros – Você sempre teve tudo! Teve o amor da nossa mãe enquanto eu, fui banida! Herdou todo o seu castelo quando eu tive que construir o meu sozinha, e... teve sua história de amor. Você simplesmente é a culpada de quem eu sou hoje.

—Acredite no que quiser, mas hoje não estou aqui pra isso. – Regina diz, mantendo sua postura ereta – Precisamos acabar com o feitiço de Rumpel e eu sei que vocês eram bem próximos, então... você conhece o ponto fraco dele.

—Claro, como sempre desviando seus problemas. – Zelena revira os olhos e olha para o restante do grupo – E você acha mesmo que eu vou ajudar a insuportável princesa mimada voltar ao trono?

—Se você nos ajudar... – Eu começo, mas percebo que não saberia o que propor.

—...Regina retira a sua maldição. – Henry é quem completa, obviamente depois de ler os pensamentos de Zelena para descobrir o que ela realmente desejava obter em troca, pois instantaneamente seu interesse pela conversa transparece.

—O quê? – Regina olha para Henry, espantada – Eu não tenho mais magia pra isso.

—Então nada feito. – Zelena vira as costas.

—Você disse pra mim que iria dar um jeito em mim, então dê um jeito e cure ela! – Digo a Regina, determinada. – Faça algo de bom!

—Mas eu só conseguiria ajudar uma das duas, a magia é pesada demais pra mim agora e...

—Então ajude a ela. – Disparo determinada, recebendo instantaneamente olhares espantosos de Gancho e Robin.

—Ei, espera aí! – Robin me olha incrédulo.

—Emma, isso está fora de questão. – Gancho toca meu ombro para que eu o olhe sua sinceridade – Você não vai abrir mão dessa oportunidade!

—Essa é a questão. Se ela fizer o acordo com Zelena, ela nos ajuda no plano e a vila inteira é salva. Se Regina usar toda sua magia só para me curar, será algo muito egoísta da minha parte. – Eu vejo em seu olhar que ele sabia disso também, mas não queria concordar.

—Caramba... – Regina fecha os olhos, esfregando as mãos no rosto, apreensiva – Tudo bem! Eu vou dar um jeito. Vamos encerrar logo essa conversa e começar o plano.

—Espera aí... – Zelena olha para o braço de Robin assim que ele pousa sua mão no ombro de Regina para lhe falar algo, mas é interrompido – A tatuagem... Você... Você é o amor da vida dela, não é?! Ah... que agradável, esse dia está ficando ainda melhor. Posso terminar o que comecei anos atrás....

Zelena não espera pela reação de Regina para jogá-lo contra a parede com sua magia e fazê-lo cair de joelhos. Regina se coloca a frente da irmã para impedi-la, enquanto eu corria na direção de Robin, assustada com tamanho impacto contra a parede, enquanto Gancho protegia Henry como um escudo, transtornado com o que poderia sair do controle. Robin parecia com dificuldade para respirar e aquilo de certa forma me deixou sem ar também em meio a adrenalina, pois naquele momento eu queria fazer Zelena sofrer por mexer com quem não devia.

—Não! – Regina ainda se posiciona frente a irmã, com seus olhos visivelmente desesperados e assustados pelo que poderia acontecer. – Não estamos juntos e isso foi há muito tempo Zelena.

—Tem certeza? Seus olhos dizem o contrário. – Elas se encaram por mais um tempo, enquanto eu ajudo Robin a levantar. – Então faremos o seguinte: Vou ajudar vocês, até porque meu ódio por Rumpel supera o seu. E se caso você não desfazer minha maldição, aí sim eu termino o que comecei.

Regina olha para trás verificando se estávamos bem e então concordou com a irmã, mesmo morrendo de dúvidas por dentro sobre seu potencial em conseguir retirar a maldição. Percebi que Robin havia ficado mais calado e pensativo depois de ouvir Zelena e eu sabia o que estava se passando pela sua cabeça. Na época, foi Regina quem terminou o relacionamento e se afastou completamente sem dar satisfações para Robin e desde então, ele achou que ela nunca havia o amado de verdade, o que deixavam as coisas confusas agora.

 

 

O plano estava traçado. No dia do casamento pela manhã, Henry entraria pelos esconderijos do castelo para chegar perto de Rumpel e ler seus pensamentos, com sorte, encontrariam algo que pudesse interromper o casamento. Zelena protegeria Henry com um feitiço de invisibilidade, caso algo saísse do controle. E ainda, se nada disso desse certo, interromperiam o casamento com o plano B. Haviam muitas variáveis e algumas coisas ainda a serem discutidas, porém de algum jeito o plano teria que funcionar e destruir o encantamento.

Por um momento, imaginei meus pais me vendo sem saber quem sou, sem saber que na verdade sou sua filha e aquilo pareceu apertar meu peito com força. Eu não sabia como reagiria caso minha família fosse tirada desse jeito cruel, apagando todas as nossas memórias, como se tudo só existisse pra mim. A raiva voltou naquele instante e eu podia jurar que assim que visse Rumpel a minha frente iria arrancar o coração de seu peito com minhas próprias mãos sem pensar duas vezes.

—Emma... – Gancho sussurra enquanto caminhamos para fora do castelo de Zelena, fazendo sinal para que eu olhasse minha mão.

Notei que veias escuras pareciam sair da ponta de meus dedos até meu antebraço e a raiva em meus olhos começou a diminuir no mesmo instante com o susto que tomei ao vê-las. Minhas mãos tremem e Gancho olha ao redor para garantir que ninguém me visse, então quando Robin olhou para trás ao notar o silêncio entre nós, Gancho simplesmente se colocou a minha frente e fingiu me abraçar, escondendo meus braços que agora tocavam seu peito. Eu não sabia como reagir. Sentir minhas mãos sendo acolhidas por seu peito e de repente ter nossos corpos tão próximos, me fez ficar aérea por um tempo. Depois de tentar ler seus olhos que permaneciam fixados nos meus, aproveito para deitar minha cabeça em seu ombro, sem olhar para ninguém, na tentativa de apenas desviar o olhar e tentar relaxar meus pensamentos.

—Obrigada. – Sussurro, sentindo meu corpo aos poucos se acalmar.


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