The Other Half-Breed escrita por Deh


Capítulo 9
2.2: "Don't run from me"


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769842/chapter/9

Then you slowly recall all your mind
Why, your soul's gone cold, and all hope has run dry

Decadence - Disturbed

Os dias passam pateticamente, aparentemente vivo na ditadura de Zelda Spellman. Estou obedecendo os horários que ela impôs, mas isso não significa que a mortalidade me deixou mais macia. Eu ainda sou Zaira Spellman Maquiavel e ainda toco o terror quando preciso.

Embora não esteja a fim de dar a minha mãe o prazer de me ver chegar mais cedo em casa, sou obrigada a fazê-lo, pois a aula acabou mais cedo e nenhum de meus colegas parece interessado em fazer nada, o que me obriga a ir para casa e procurar algo decente para ler.

Estou caminhando quando um senhor dirigindo para o carro e me pede informações, ótimo! Tento explica-lo onde é a saída para Riverdale, mas alguém chega por trás de mim e cobre meu nariz com um pano com cheiro desagradável, em instantes me vejo ficar inconsciente.

Não sei quanto tempo demora para que eu acorde, mas quando faço estou pendurada em uma viga por correntes de prata, e o senhor que outrora me pedia informações estava sentado em uma cadeira ao lado de uma mesa de madeira expondo sua coleção de objetos de tortura, engoli em seco, minha boca estava com um gosto amargo.

—Eu vou chamar a policia. -Eu digo firmemente, mas minha voz sai roca.

—Não quero que chame a policia, escória, quero que me de o nome das outras bruxas da cidade.

Eu ri:

—Você deve estar louco vovô, bruxas não existem. -É hora de me passar por mortal de verdade.

—Ah mas elas existem e essa cidade fede a bruxas, eu posso sentir a quilômetros de distância.

—O senhor precisa de um tratamento psiquiátrico.

Vejo ele pegar uma adaga e sorrir, tenho a certeza que a lâmina é de prata. Ele se aproxima de mim com um sorriso sádico no rosto:

—Mais cedo ou mais tarde você irá cantar como um passarinho, agora me conte antes que eu decida acender a fogueira.

Eu então faço a coisa mais idiota a fazer no momento, eu cuspo nele e acho que ele já tem a confirmação. Ele pega a adaga e faz um corte do pulso ao cotovelo esquerdo, instantaneamente um grito animalesco me escapa.

Ser cortado é ruim, mas por prata é ainda pior... a dor é como ser queimado, mas mil vezes pior, ele ri:

—Seguidora de Satã, revele o nome das outras e serei piedoso em lhe queimar rapidamente.

—Vá para o inferno vovô. -Eu debocho.

Ele então pega uma estaca e vem em minha direção:

—Prefiro usar estacas para vampiros, mas vai lhe proporcionar dor por mais tempo demônio.

Eu olhei para ele e ri sadicamente, ah se ele soubesse...

Ele cravou a estaca na minha barriga e um grito sobrenatural me escapou. O tempo passou... A estaca cravada em minha barriga estava me fazendo soar frio, eu tinha a certeza de estar com febre, sentado a minha frente o velho começou:

—Pode não parecer senhorita Spellman, mas estive observando você... Vive com sua família em uma casa próxima a floresta e eu sei muito de bruxas para saber que elas também são, você é o elo mais fraco, mais jovem... Seria fácil ter pegado sua tia Hilda na livraria, ou até mesmo sua tia Zelda na funerária, mas bruxas velhas são sempre mais difíceis de derrubar e mais resistentes em falar, de certa forma você me surpreende, pensei que você já teria as entregado a essa altura.

—Me mate logo...

Ele se aproximava de mim com um olhar sádico, mas de repente alguém estourou a porta e tudo aconteceu rápido demais. Creio que não mais que dez minutos depois alguém me carregava para fora da cabana, e foi então que na luz do entardecer eu reconheci meu salvador:

—Magnus? -Fui capaz de sussurrar

—Ei princesa... Fique acordada okay? Os garotos estão colocando fogo na casa.

Ele me colocou em uma caminhonete e o ouvi gritar:

—Terminem tudo e encontro vocês mais tarde.

—Precisamos de um curandeiro... -Ele disse.

—Minha casa, siga a estrada que leva a floresta, funerária Spellman... Eles são confiáveis... São minha família.

E assim ele acelerou e me levou para casa, no caminho minha consciência oscilava, ele parou assim que chegou em frente à casa e pregou a mão na buzina, isso deixaria Zelda irritada...

Ele sai do carro em velocidade sobre-humana, e rapidamente está abrindo a porta do meu lado e me pega com cuidado. Ele não espera que ninguém abra a porta ele mesmo o faz... Ambrose e Sabrina estão na sala e me olham horrorizados, ouço então o som de saltos e a voz da minha mãe:

—Mas que diabos.... Zaira!?

—Caçadores. -Sussurrei

—Hilda! Traga o kit de emergência. -Minha mãe gritou e então se voltou para Magnus -Você traga ela para o quarto.

Ele me deixou em minha cama, ao mesmo tempo em que tia Hilda adentrava meu quarto desesperada.

—Você já fez o suficiente garoto -Minha mãe disse dispensando meu amigo de longa data.

Quando ele estava saindo do meu quarto eu disse com dificuldade:

—Magnus? Obrigada... -Forcei um sorriso, que tenho certeza mais ter parecido uma careta.

—As ordens princesa. -Ele deu uma piscadela e eu sorri levemente, mas percebi que rir era dolorido no momento.

 

—Por que você não pode viver sem se meter em encrenca querida? -Tia Hilda resmungava enquanto rasgava o restante da minha blusa e analisava a minha ferida.

—Isso foi feio. -Ouvi ela murmurar.

Minha mãe limpava o corte no braço, e os pequenos arranhões do outro. Eu tremia de frio, eu sentia o suor escorrer da minha testa e já não tinha mais certeza se estava acordada ou delirando. Ouvi a voz distante de minha mãe dizer:

—Precisamos de algo para infecção...

E de repente tudo ficou preto.

Pode ter sido segundos ou horas após tudo ficar preto, eu senti o frio em meus ossos e de repente eu estava em um lugar sombrio, mais especificamente uma floresta, no entanto não havia luz solar nem lunar, era um lugar... estranho, mórbido por assim dizer, será que eu finalmente havia morrido?

Olhei para os lados e tudo parecia igual, comecei então a caminhar sem direção, foi então que eu vi um vulto vermelho e o segui. Parei em uma espécie de clareira, que foi onde perdi o vulto, de repente ouvi uma voz, que já havia ouvido muitas vezes antes, era a voz da minha consciência:

—Você deve acordar.

Franzi o cenho, eu estava morta ou algo do tipo?

—Onde estou? -Perguntei

Ouvi uma risadinha...

—Os crentes diriam que é o limbo, pode também ser seu inferno pessoal, ou apenas sua mente. Você decide.

—Quem é você?

—Você sabe quem sou...

—Papai? -Ouvi uma risadinha, isso não era do feitio dele.

—Dark Lorde?

—Você se acha mesmo tão importante?

—Lilith? -Perguntei em desdém, eu e ela temos uma história antiga...

—Não perca tempo e acorde logo ou você não o fará nunca mais.

Franzindo o cenho perguntei:

—Por que?

—As respostas que você busca não estão aqui no momento. -Ouvi a voz atrás de mim e me virei, atrás de mim havia uma raposa vermelha, que outrora não estava ali.

—Quem é você?

Juro que ouvi a raposa dar uma risadinha antes de sair correndo, sendo assim corri atrás dela. A medida que eu corria, eu sentia meu coração bater mais forte, sentia o cheiro de eucalipto e das ervas da tia Hilda, eu sentia o cheiro de biscoito recém assado, eu sentia o cheiro de casa! Um grande calor percorria por todo o meu corpo, era uma sensação boa, uma sensação de estar completa. A raposa me levou até uma caverna e fui seguindo-a, até haver muita luz ali e ficar difícil vê-la, continuei em frente, mas a luz era cegante e pisquei algumas vezes, pisquei até que abri meus olhos e me encontrei encarando o teto do meu quarto.

Senti muito dolorida, mas isso não me impedia de levantar, com um pouco de dificuldade em mexer o braço vesti um vestido de alcinha, e fui procurar algo para comer. O caminho até a cozinha foi mais longo e árduo do que o normal, mas quando cheguei encontrei todos tomando café da manhã normalmente, pisquei algumas vezes para ter certeza que não era outro sonho.

—Louvado seja! -Minha mãe foi a primeira a notar minha presença, ela parecia realmente aliviada.

Tia Hilda logo tratou de me ajudar a sentar e me perguntar o que eu queria comer.

—Como se sente Ruiva? -Ambrose perguntou em tom de preocupação.

—Como se tivesse sido torturada Ambie.

Sabrina me olhava curiosa, mas foi minha mãe que fez a pergunta que todos queriam saber, deixando o jornal de lado ela me perguntou:

—O que aconteceu Zaira? Por que tem um lobo de fora da nossa casa?

Suspirei:

—A aula terminou mais cedo ontem, uns caçadores me pegaram com a guarda baixa e decidiram que queriam saber sobre o Coven, foi Magnus quem me salvou, mas o que ele está fazendo aqui eu não sei.

—O que eles fizeram com você? -Sabrina finalmente me perguntou, após passar um longo tempo analisando meus machucados.

Eu ri secamente e então disse amarga:

—O que caçadores fazem Sabrina: tortura. Você pode achar que mortais são fofos e até leva-los para sua casa, mas ele são tão cruéis quanto qualquer besta e quando eles querem machucar... ah eles são muito bons nisso.

Eu terminei com um olhar sombrio e um enorme desejo de vingança.

Ao terminar de comer, tia Hilda me arrumou uma bandeja e disse:

—Leve para o seu amigo, ele está lá há muito tempo.

Me levantei com dificuldade e fui levar a bandeja com pãezinhos e leite para Magnus.

—Bom dia flor do dia! -Eu disse me aproximando do banco que ele estava sentado.

—Bom dia princesa! -Ele disse com um sorriso de lado -Café da manhã na varanda? Recepção calorosa... -Ele terminou erguendo a sobrancelha.

Rolei os olhos:

—Só não se acostume.

—O veneno está nos pães ou no leite?

Sorri:

—Minha tia não te envenenaria, não quando você foi meu herói. -Disse essa ultima parte com uma pontada de sarcasmo

Eu o observei comer, quando terminou ele disse:

—Preciso agradecer a sua tia.

Dei de ombros, mas então falei:

—Os caçadores?

—Sei que você iria querer queima-los você mesma, mas precisei queimar a cabana e aqueles filhos da mãe.

Suspirei.

—Bem não é o que eu queria, mas que queimem no inferno. -Sorri sadicamente, não me culpem, se eles estivessem aguardando minha vingança, seria algo épico... Afinal ninguém me tortura e sai ileso.

Eu o chamei para dentro, estava faltando apenas Sabrina, mas Magnus entregou a bandeja a tia Hilda e a agradeceu.

Ambrose foi quem não perdeu tempo:

—Não sabia que minha prima possuía amigos tão... heroicos.

Magnus sorriu de canto

—Nos conhecemos há muito tempo. -Vi Zelda erguer os olhos de seu jornal interessada no rumo daquela conversa. -Já salvei a vida dela algumas vezes...

Bufei

—Como se eu já não tivesse salvado sua pele -murmurei.

—Sou Ambrose Spellman. -Ambrose se apresentou...

Fuzilei Ambrose com o olhar, mas ele não se importou.

—Magnus Woolf. Mais uma vez muito obrigado pelo café da manhã senhorita Spellman, agora preciso ir pois deixei dois lobos soltos na cidade e tenho que encontra-los antes que irritem seu Coven.

Eu o acompanhei até a porta e ele então disse antes de sair:

—Precisamos conversar a sós.

Eu assenti e após vê-lo entrar no carro, voltei para a cozinha e vi tia Hilda exibir o maior de seus sorrisos, enquanto Ambrose me olhava com a cara de quem sabia que havia algo ali. Minha mãe, no entanto, escondia o olha por trás do jornal russo.

—Dá para pararem de me olhar assim, estão me assustando.

—Mas seu amigo é um gato priminha, não tem como ser só seu amigo... -Ambrose disse e eu rolei os olhos, ele então arregalou os olhos.

—Maldito seja, você e o lobo Zaira? -Ele disse chocado.

Dirigi a ele um olhar irritado e dei uma mordida em um cookie da tia Hilda. Esperei que o dia passasse tranquilo, enquanto pensava em como “escapar” de casa sem ser notada, seria divertido.

 

If I scare you now

Don't run from me

I've been hiding my pain, you see

Decadence - Disturbed

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam do novo amigo da Zaira???
Alguém já assistiu a 2ª parte? Pq eu só vou assistir no feriado T-T



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Other Half-Breed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.