The Other Half-Breed escrita por Deh


Capítulo 15
2.8: "Nowhere to hide from all of this madness"


Notas iniciais do capítulo

Hello bruxas *-*
Quem aqui já assistiu a 4ª parte e está frustrado com o fim de CAOS?
Para vcs terem a ideia da minha frustração, até consegui escrever um pouco (a que ponto cheguei) *-*
Espero que gostem ^^

POV ZELDA

ATENÇÃO HOT!



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I've seen that look in your eyes

It makes me go blind

Cut me deep, these secrets and lies

Storm in the quiet

Ooh, ooh, ooh

Ooh, ooh, ooh

 

Eu estava dormindo tranquilamente, quando ouvi o grito:

—Socorro! Socorro! Socorro! Não!!!

Instantaneamente me levantei da cama e corri em direção aos gritos desesperados. Abri a porta do quarto da minha filha de uma vez já preparada para lançar os feitiços de ataque. No entanto, suspirei aliviada ao ver que ela gritava enquanto dormia, era só um pesadelo.

Me aproximei da cama, Tom tentava em vão acorda-la com lambidas no rosto. Peguei ela no meu colo e tentei acorda-la:

—Zaira querida é mamãe.

Ela se agarrava a mim como se sua vida dependesse disso, logo senti minha camisola molhar por suas lagrimas, ela soluçava em meus braços enquanto eu tentava acalma-la.

—Foi só um pesadelo coccinelle, shiii mamãe está aqui.

—Zelda? –Ouvi Hilda me chamar da porta, me virei e ali estava ela e meus sobrinhos me encarando assustados.

—Está tudo bem, voltem a dormir, foi só um pesadelo. –Eu disse.

Sabrina e Ambrose milagrosamente fizeram o que eu pedi, já Hilda entrou e se sentou na cama.

Stridio... Você está bem? –Ela perguntou para minha filha que ainda escondia o rosto.

Ouvi o suspiro profundo de Zaira, até ela se virar para Hilda.

—O que foi querida?

Ela se agarrou mais em mim.

—Sangue, eu vi muito sangue.

E novamente ela voltou a esconder seu rosto.

—Foi só um pesadelo stridio, vou preparar um chá de camomila com leite para você dormir melhor.

Imediatamente Zaira se virou para encara-la.

—Eu não quero. Eu não quero dormir, eu não vou dormir nunca mais! –Zaira disse em alto e bom som, mas também bastante desesperada.

Eu suspirei, essa seria uma longa noite.

Enquanto isso, Hilda me olha em expectativa.

—Acho que leite com biscoitos de canela seria mais apropriado. –Eu digo a minha irmã.

Ao ouvir minhas palavras, Zaira me olha em expectativa e o fantasma de um sorriso cruza seu rosto.

Hilda imediatamente se levantou e trilhou para cozinha, comigo carregando a pequena ruiva logo atrás.

Minha filha não desceu do meu colo, ela comia tranquilamente, vez ou outra olhando lá para fora, eu mexia na bagunça vermelha que era os seus cabelos na tentativa de acalma-la, enquanto Hilda tentava fazê-la falar.

—Está tudo bem querida? –Hilda perguntou cuidadosamente.

Zaira fez que não com a cabeça.

—Foi só um sonho ruim Zaira. –Minha irmã tenta confortá-la.

Zaira parou de comer e se agarrou mais em mim, antes de então murmurar:

—Eu vi Sabrina e ela estava morta.

Instintivamente eu puxei Zaira para perto de mim, Hilda estava visivelmente abalada, mas continuou:

—Foi só isso que você viu meu amor?

Zaira fez que não com a cabeça.

—O que mais você viu stridio? –Hilda a incentivou a falar.

Zaira se virou para me encarar, a vermelhidão do choro já havia passado, mas seus olhos ainda estavam inchados.

—Se eu contar eu posso ficar no seu quarto? –Ela me perguntou cuidadosamente.

Foi impossível não sorrir diante de tal proposta, tão pequena e já mostrava as semelhanças com o pai, tão pequena e já uma manipuladora nata.

Mon petit négociateur, se você prometer contar tudo eu deixo você dormir comigo. –Eu digo.

Ela assentiu e se ajeitou no meu colo.

—Tinha um homem mal que fazia coisas ruins, ele queria te levar para longe mamãe. –Minha filha disse.

—E como ele era querida? –Perguntei temendo sua resposta.

—Ele vestia preto e tinha olhos malvados, você não vai me deixar vai mamãe?

—Nunca querida. -Ela me olhou desconfiada. – Prossiga Zaira.

—Ambrose, não o bebê Ambie, estava sozinho e machucado. –Ela disse sombriamente.

—O que mais querida? –Eu a incentivei a falar.

Ela se agarrou a mim.

—Facas, fogo, dor, eu senti dor mamãe. –Ela disse e vi seus olhos ficarem marejados.

—Está tudo bem querida, não vou deixar que nada nos aconteça. –Eu prometi a ela.

Ela me abraçou e então sussurrou em meu ouvido:

—Obrigada mamãe.

Após a conversa, eu a peguei e sai da cozinha, ela foi rápida em dizer:

—Para o seu quarto mamãe, você prometeu.

E assim eu fiz, Tom já estava no meu quarto quando eu entrei, coloquei a pequena ruiva entre meus lençóis negros e me deitei também, logo ela estava se aconchegando em mim.

—Mamãe eu estou com medo.

Lux—Eu disse e a luz do abajur acendeu. –Melhor agora?

Ela fez que sim com a cabeça e me perguntou:

—Você vai me proteger?

—Sempre e sempre minha filha. –Eu garanti a ela.

Sorrindo ela bocejou e logo suas piscadas se tornaram demoradas e não demorou para que eu visse que ela estava dormindo novamente.

— In somnis dulcis, suavis puer. –Eu sussurei o feitiço, para garantir uma noite tranquilo de sono à minha filha.

Fiquei a observar por muito tempo minha filha dormir pacificamente.

Ainda pensando nos relatos dela em algum momento eu acabei pegando no sono.

Acordei pela manhã e notei que nem Zaira e nem Tom estavam no quarto, sem gritos ou sinal de risco aparente, me preparei para o dia tranquilamente, isso até notar que já passava, e muito, da minha hora de levantar.

—Bom dia mamãe, você demorou! –Zaira disse sorridente, assim que me viu adentrar na cozinha

—Bom dia querida, você dormiu bem? –É inevitável que eu não pergunte a minha filha.

Ela assente e volta a atenção para suas panquecas.

—A pequena Zaira acordou há meia hora e me ajudou a preparar panquecas não é querida? –Hilda disse enquanto entregava a minha xícara de chá.

—E busquei seu jornal mamãe. –Zaira disse desviando momentaneamente sua atenção das panquecas.

—Muito bem. –Limito a dizer antes de abrir meu jornal.

—Bom dia tias, Zaira. –Sabrina aparece dizendo sorridente como sempre.

Não demora muito para que Ambrose apareça dizendo:

—Bom dia tias e primas.

Após alguns segundos em silêncio ou o máximo de silêncio que Ambrose e Sabrina conseguem fazer, Zaira se manifestou:

—Tia Hilda quero mais panquecas.

—Mais querida? Mas você já comeu seis. –Hilda disse um tanto espantada.

—O apetite de Zaira sempre foi violento. –Ambrose murmura para Sabrina.

—Louvado seja Satanás Hilda, dê mais panquecas à menina. –Eu resmungo ainda atrás do meu jornal.

—Aqui está meu pequeno demônio. –Hilda diz e eu sou capaz de ouvir a risadinha de Ambrose, enquanto eu rolo os olhos.

Não demora muito e Sabrina vai para a escola, Ambrose desaparece em seu quarto, dizendo que está chegando muito perto de trazer Zaira de volta ao normal, enquanto isso fica apenas Hilda, eu e Zaira.

—Tenho que ir na Academia agora pela manhã Hilda, quando você terá de trabalhar? –Pergunto a minha irmã.

—Após o almoço. –Hilda respondeu, enquanto ainda tomava o seu café da manhã.

—Se importa de cuidar de Zaira, enquanto estou fora? –Perguntei em nome da boa educação, afinal de contas não era como se ela pudesse se negar.

—Mas é claro. –Minha irmã mais nova respondeu prontamente.

—Não vá mamãe. –Zaira falou com a boca cheia de panquecas.

—Não fale com a boca cheia Zaira, é falta de educação. –Eu a repreendo e vejo seus olhos rolarem impacientes, definitivamente certas coisas nunca mudam.

Após ela engolir a comida em sua boca, ela suplica novamente:

—Não vá mamãe.

Vejo seus olhos azuis brilharem diante do pedido.

—Eu tenho que ir querida, mas prometo que estarei aqui em breve. –Limito-me a dizer.

Minha filha por sua vez apenas assente, com uma ligeira carranca.

Antes de sair, ainda sou capaz de ouvir minha filha pedir a Hilda para fazerem cookies de chocolate.

De fato, o tempo parece voar enquanto estou na academia e entre o coral, os flertes de Faustus e os olhares nada amistosos de uma certa professorinha, vejo que minha hora de ir finalmente chegou.

Quando finalmente estou em frente a minha casa, vejo Hilda sentada na varanda observando Zaira sentada no chão, com Salem e Tom.

—Mamãe você chegou! Tommy estava com saudades. –Zaira disse entusiasmada enquanto corria em minha direção.

Não senti não. –Meu familiar rosnou.

—Não seja mentiroso Tommy. –Zaira disse lhe encarando com uma cara feia e então voltou-se para mim e disse simplesmente –Salem sempre diz que prefere Bina.

Vejo o gato preto rosnar antes de correr para dentro de casa.

—Querida, você tem que parar de atormentar os familiares. –Eu digo enquanto a levo para a varanda em meu colo.

—Eu não atormento mamãe, nós estávamos conversando sobre quem sentimos mais falta. –Zaira disse inocentemente.

Eu a coloquei no chão, e ela então foi atrás de Tom que decidiu que era uma boa hora para correr dela.

—Alguma visita indesejada? –Perguntei à minha irmã.

—Não, o feitiço está mantendo sua presença oculta e eu mantive o olho nela o tempo todo. –Hilda me respondeu.

Eu assenti e estava prestes a responde-la, quando de repente fui transportada para outro lugar.

Olhei a minha volta e estava em um escritório escuro, haviam se passado anos, mas eu sabia exatamente onde estava.

—Já faz alguns dias Zelda. –Damon diz sentado em sua cadeira estofada atrás da grande mesa de carvalho negro.

—Saudades Damon? -Digo enquanto caminho em sua direção e me sento no canto de sua mesa.

Ele limita-se a me dirigir um sorriso malicioso antes de então ditar suas ordens:

—Esteja pronta hoje às oito horas.

Eu ergo a sobrancelha diante de sua ordem.

—Isso é um encontro senhor? –Digo em um falso tom de inocência e ele limita-se a sorrir antes de me mandar de volta.

—Zelda! Zelda! –Hilda diz enquanto me sacode.

—Mas que diabos Hilda. –Eu digo me afastando da minha irmã que me sacudia como uma louca.

—Você estava prestes a me dizer algo e de repente você virou uma estátua. –Hilda disse preocupada não tardando e acrescentar –Você está bem?

Assenti antes de dizer:

—Ele só queria me ver.

—Quem? –Hilda perguntou confusa e eu limitei a não rolar os olhos, quem mais seria?

—Oh. –Hilda disse quando finalmente entendeu de quem eu falava e então perguntou apreensiva –Ele sabe sobre ela?

—Não, ele só quer me ver hoje. –Eu disse e logo me arrependi ao ver o olhar malicioso da minha irmã.

—Por favor Hilda, me poupe desse seu olhar tenebroso. –Resmungo, antes de adentrar a casa, com minha irmã me seguindo.

—Mas Zelda vocês tem um encontro, além do mais ele faz o seu tipo. –Hilda diz enquanto me segue.

Instantaneamente eu paro de caminhar e me viro para encará-la um tanto quanto incrédula.

—Isso não é um daqueles seus romances idiotas Hildegarde. –Eu digo ligeiramente irritada e perguntando-me onde está o objeto contundente mais próximo.

—Está bem, não está mais aqui quem falou. Até porque eu tenho que ir trabalhar. –Hilda diz sendo sábia o suficiente para sair antes que eu a coloque na cova de Cain novamente.

Após Hilda sair, passo a tarde com Zaira praticando feitiços simples, já que no passado eu comecei suas lições de magia bem cedo.

A tarde passou lentamente, até que Sabrina chegasse acompanhada de Nicholas, para variar Sabrina não consegue obedecer ao meu simples pedido para manter estranhos longe de casa.

—Nick vai me ajudar com uma coisa tia Zelda, já vamos para o meu quarto. –Sabrina diz mais que depressa puxando o jovem de cabelos escuros para seu quarto, mas não a tempo de que Zaira não os visse.

—Sabrina! Você chegou! Podemos brincar? –Zaira correu até a prima entusiasmada.

—Oi Zaira, Nick e eu temos que fazer uma coisa antes, mas prometo que mais tarde a gente brinca. –Sabrina promete a minha filha.

Vejo minha filha fazer beicinho, antes de olhar para Nick e dizer simplesmente:

—Você é bonito.

—Zaira... –Eu a chamo.

—Obrigado pequena ruiva. –Nicholas diz dando uma piscadinha para minha filha, antes que Sabrina o arraste para longe e briga com ele por flertar com sua prima.

—Podemos caminhar lá fora? –Zaira diz entediada.

—Só um pouco. –Eu digo antes de sairmos, seguidas por Tom, já que ao ver que Sabrina chegou o seu familiar optou por segui-la.

Mais tarde, após jantarmos eu digo a Sabrina para que então tome conta de Zaira, pois precisarei sair e assim vou para meu quarto me preparar.

Quando o relógio bate oito horas, eu estou me olhando no espelho e pensando se havia optado por uma boa escolha de roupas, de qualquer forma fiquei satisfeita com o vestido preto que abraçava todas as minhas curvas perfeitamente, o casaco de pele que usei aquela noite que eu o encontrei, o qual escondia o colar de pérolas que eu usava, um par de sandálias de salto não muito alto e meus cabelos perfeitamente penteados, além de obviamente uma maquiagem que destacava meus olhos.

Em um piscar de olhos me vejo sendo convocada e sem a mínima chance de resistir, sou imediatamente transportada para o que aparentemente é uma floresta.

—Zelda. –Damon murmura quando eu me materialize bem a sua frente.

—Damon. –Eu sussurro por reflexo.

—Venha... –Ele me oferece o braço, o qual eu aceito instantaneamente e nós dois começamos a caminhar lado a lado, pelo que eu percebo ser um parque. –O Central Park é uma das poucas coisas que não mudou muito com o passar dos anos.

—Você está me levando para as famosas orgias do Central Park Damon? – Eu não resisto em perguntar, mas fazendo o possível para manter uma expressão neutra.

—Orgias são interessantes Zelda, entretanto, você sabe que eu sou muito egoísta para dividir. –Ele diz quase que em um sussurro e é inevitável que um calor não me invada.

—Então isso é mesmo um encontro? –Pergunto com um meio sorriso.

—Podemos chamar assim. –Ele diz enquanto caminhamos até um local restrito, onde percebo que há um feitiço para que os mortais não percebam o que acontece no local, onde há um pequeno altar com algumas pedras da lua.

Olhando então para os objetos ali presentes e para a lua cheia que já está no céu é inevitável que eu não resmungue:

—Eu poderia ter feito isso em casa.

—Eu precisava provar a eles que não estariam amaldiçoados. –Ele diz e é inevitável que eu não trave a mandíbula ao ver a quantidade considerável de vampiros ali.

—Quem é ela? –Um rapaz na casa dos trinta anos pergunta ao nos aproximarmos.

—Ela irá executar o feitiço Blake. –Damon diz em seu tom inabalável.

O tal Blake me olha de cima a baixo e então diz:

—Espero que isso não seja uma armadilha.

—Mesmo que fosse, você não faria nada. –Damon diz em seu tom ameaçador e logo acrescenta –O trato é cinquenta anéis da lua e você terá vampiros o suficiente para continuar suas buscas.

Silenciosamente eu observo a interação, não deixando de engolir em seco na menção da quantidade, certamente eu estarei esgotada quando terminar de realizar o feitiço.

—Poderia ser mais, eu já disse que temos as bruxas de Zaira sob vigilância. –Blake diz impaciente e por ainda estar com o meu braço enlaçado no braço de Damon, sinto ele estremecer em impaciência.

—É preciso um tipo especial de bruxa Blake eu já lhe disse isso, agora não me irrite. –Damon disse sinalizando seu descontentamento.

Eu me aproximei do pequeno altar, onde havia uma figura conhecida.

—Tristan. –Eu disse em praticamente um sussurro.

—Milady. –O vampiro de cabelos cor castanhos e olhos verdes disse em respeito.

—Tenho sua garantia que eles não vão me atacar? –Eu digo então voltando a minha atenção para Damon.

Ele limita-se a assentir.

Assim, me vejo pegando a adaga com lamina de prata e fazendo um corte consideravelmente profundo em meu pulso, dando uma última olhada nos vampiros que de repente estavam muito interessados no sangue que gotejava sobre as pedras da lua, eu comecei a murmurar àquelas palavras muito antigas que eu descobri que eram capazes de enfeitiçar as pedras da lua, de forma que o vampiro que as usar estará imune a luz solar.

O que para mim pareceu uma eternidade, durou cerca de quinze minutos, para que todas as cinquentas pedras estivessem devidamente encantadas. No entanto, o uso de grande magia aliado a perca de uma quantia considerável de sangue me deixava zonza o suficiente para que eu precisasse me apoiar em alguém, nesse caso em Tristan, já que Damon irritadamente dizia ao tal Blake que não faria mais anéis e que ele nem sonhasse em tentar localizar-me.

—Vamos. –Ouço ele sussurrar, antes de me pegar e eu perder minha consciência.

Não sei ao certo por quanto tempo perdi minha consciência, mas quando abri meus olhos lentamente eu vi que encarava o teto, não demorou muito para que eu percebesse que estava deitada em uma grande e confortável cama, em algum lugar onde a vista pelas paredes de vidro me proporcionava uma visão única de New York.

Me sentei na cama e olhando ao redor, vi meu casaco e minhas sandálias no recamier. Antes que eu pudesse elaborar qualquer outro pensamento coerente vejo Damon adentrar o cômodo perfeitamente vestido com seu terno negro e segurando uma bandeja de comida.

Inevitavelmente eu ergo a sobrancelha, ele esborça um sorriso mínimo e então coloca a bandeja na cama antes de se sentar.

Vejo então que há duas taças de vinho, um prato de espaguete bolonhesa, uma fatia generosa de bolo Red Velvet, e um copo plástico comprido com um liquido carmesim que eu sabia muito bem o que era.

—Se algo não for do seu agrado, por favor me diga. –Ele disse quando eu ergui o olhar para encará-lo.

—Parece bom... –Eu digo.

—Espero ou o chefe estará perdendo a cabeça hoje. –Ele limitou-se a dizer.

Eu rolei os olhos e então peguei os talheres para atacar o espaguete, que diga-se de passagem estava muito bom.

—Você não vai comer? –Perguntei.

—Mais tarde. –Ele disse em um tom sugestivo, o qual eu fingi não notar, mas acho que o calor que senti em minhas bochechas me denunciou.

Dessa forma, eu devorei o espaguete, enquanto bebia ocasionalmente da minha taça de vinho, não demorando a atacar o meu bolo.

Durante todo o tempo em que eu comi, ele ficou me observando em silêncio bebendo de sua própria taça de vinho.   

Quando finalmente terminei de comer, limpei minha boca com o guardanapo, e o fitei.

—Como você se sente? –Ele me perguntou.

—Satisfeita, mas um pouco cansada. –Confessei.

—Você sabe que vai se recuperar mais rápido se beber isso não sabe? –Ele disse apontando para o copo plástico que eu não toquei.

—E você sabe que eu não gosto de beber sangue, afinal de contas eu sou uma bruxa e não um vampiro. –Eu digo torcendo o nariz ao final.

Ele sorriu minimamente antes de dizer, como se explicasse a uma criança o básico:

—Você perdeu sangue, precisa de sangue. Além do mais, não é como se bruxas não tivessem tendências ao canibalismo.

Rolei os olhos e então peguei o copo, embora o que ele dissesse fosse verdade, não significa que eu concordava com tais atitudes.

Senti o cheiro que indicava que claramente estava fresco, e em um ato impulsivo eu tomei o primeiro gole.

Ainda me pergunto como eu ansiava por isso durante minha gravidez, mas considerando que o meu bebê era metade demoníaco não era tão estranho, porque sinceramente é algo que eu não colocaria em minha dieta de livre e espontânea vontade.

Afasto o copo após dois goles e ergo o olhar para encarar Damon, que me olha hipnotizado. Vejo ele lamber os lábios enquanto olha para a minha boca, antes de dizer:

—Beba mais.

Eu tomo mais dois goles antes de lhe entregar o copo e então o observo beber todo o restante de uma vez, dando graças a Satanás por não precisar beber mais.

Quando estou prestes a limpar minha boca, que tenho a certeza que está suja, com o guardanapo que está na bandeja, ele pega minha mão e em um piscar de olhos ele está me colocando sobre o seu colo.

A bandeja já não está ali, mas não é como se eu me importasse com isso enquanto ele me beija e suga a minha pele, seus beijos são ardentes e sedentos e não demoro para sentir suas mãos atrás das minhas costas à procura do fecho do meu vestido. Em questão de segundos ele está me tirando do meu vestido e eu estou ficando em seu colo apenas de calcinha, já que havia deixado o sutiã para outro dia.

Ele me coloca deitada na cama, sem parar de me beijar, sinto seus beijos molhados pela minha clavícula, até chegar ao meu seio direito que ele suga e brinca com os dentes, enquanto massageia o esquerdo.

Eu por outro lado me limito a tentar tirar seu blazer, mas o ato o incomoda para que ele acabe prendendo minhas mãos em cima da cabeça com sua mão direita.

—Calma Zelda, tudo ao seu tempo. –Ele sussurra em meu ouvido antes de morder o lóbulo da minha orelha.

Enquanto isso sua mão esquerda invade a minha calcinha e o sinto introduzir dois dedos em minha vagina.

—Louvado seja. –Eu me vejo sussurrando e o sinto sorrir contra o meu pescoço.

Quando eu estou a beira do orgasmo ele cessa os movimentos e se afasta de mim, não é preciso dizer que eu o encaro frustrada instantaneamente.

—Tire a minha roupa. –Ele ordena e eu não deixo de bufar, sendo assim ele acrescenta –Algum problema Spellman?

—Não senhor. –Eu digo, quando relutantemente me coloco sobro meus joelhos e finalmente tiro aquele maldito blazer e jogo bem longe, ao passo que sua camisa eu me limito a pegá-la pela gola e a rasgar, afinal de contas eu não estava com a mínima paciência para desabotoar botão por botão.

Seu cinto vai embora em um piscar de olhos e quando eu olho para sua expressão divertida no rosto, eu me vejo tomando uma atitude drástica ao murmurar um feitiço fazendo com que instantaneamente o restante de suas roupas desapareçam.

—Você é uma bruxinha muito travessa Zelda. –Ele murmura contra minha pele.

—Então me puna. –Eu sussurro.

—Com prazer. –Ele diz e eu posso distinguir a diversão em sua voz.

Em um ato brusco ele rasga minha calcinha e me penetra, o gemido que sai de nossas gargantas é animalesco.

Suas estocadas são rápidas e profundas, me vejo enrolando as pernas em sua cintura na intenção de trazê-lo para ainda mais perto de mim, enquanto minhas unhas arranham suas costas em gestos desesperados, ao passo que suas próprias mãos vagueiam sobre meu corpo sem pudor algum.

Quando meu orgasmo vem, ele continua suas estocadas desesperadas até que chegue ao seu próprio ápice.

Ele toma o cuidado para não cair em cima de mim, sendo assim ele desaba ao meu lado e eu me vejo me aconchegando a ele e entrelaçando nossas pernas, eu ainda estou sem folego para falar qualquer coisa, enquanto ele opta pelo silencio enquanto sua mão brinca com meu cabelo.

—Até que enfim esse encontro valeu a pena. –Eu sussurro contra sua pele suada.

—Estou magoado darling, realmente me esforcei com o seu jantar. –Ele diz enrolando uma mexa do meu cabelo ruivo em seu dedo.

—Era o mínimo, depois que eu praticamente desmaiei enfeitiçando aquelas pedras da lua. Para você. –Eu digo enquanto traço o indicador sob as cicatrizes de seu torço.

—Ninguém nunca lhe disse que essa sua língua ferina ainda vai lhe colocar em problemas darling? –Ele pergunta.

Eu limito-me a um simples bufar, antes de então perguntar, enquanto eu me aconchego em seu peito:

—Posso saber o por que o que você vai fazer com tantas pedras da lua?

—Por ora, acho melhor não. –Ele diz.

Ainda traçando desenhos imaginários em seu peito, sinto meus olhos cada vez mais pesados, até que pôr fim a escuridão me acolhe.

Não sei ao certo quanto tempo se passa, mas quando acordo ele ainda está mexendo em meu cabelo.

—Acordei você? –Ele pergunta em falso tom de preocupação.

—Não, quantas horas? –Pergunto enquanto me ergo para encará-lo.

—Quase a hora das bruxas. –Ele diz pacientemente.

Me espreguiço, antes de então me aproveitar que ele continua deitado e me colocar sentada sobre ele.

—Se me lembro bem, você estava falando da minha língua ferina... –Comecei enquanto encarava seus olhos negros, ele por sua vez limitou-se a assentir, enquanto observava todo o meu corpo nu sobre o dele.

—Você deveria tomar cuidado, ou alguém pode cortá-la –Ele me provoca.

E então eu me abaixo até sua orelha, onde após lambe-la eu sussurro:

—Você não deixaria.

E assim eu distribuo beijos lentos e molhados pelo seu corpo até chegar ao seu pênis que faço a questão de lamber exageradamente.

—Zellll...da –Ele diz em quase um sussurro, antes que eu possa abocanha-lo.

Quando ele goza em minha boca, ele me puxa pelos cabelos até que consiga me beijar, não demora muito para que ele esteja me colocando de costas no colchão e após distribuir beijos em meu pescoço, ele me penetra lentamente.

—Mais rápido. –Eu praticamente imploro.

—Você pode mandar em outros lugares Zelda, mas não aqui. –Ele sussurra em meu ouvido e vai ainda mais devagar, se é que isso é possível.

—Damon.... –Eu me vejo sussurrando.

—Então peça Zelda. –Ele me provoca.

Eu abro os olhos para encará-lo, seus olhos estão tão negros quanto a noite lá fora, seu cabelo está despenteado e pela sua expressão eu sei que não sou apenas eu que está sendo torturada por esse ritmo lento.

—Pedir o que? –Sussurro com dificuldade.

—Por favor. –Ele diz quase que instantaneamente e assim, aproveitando a oportunidade, eu acabo invertendo nossas posições.

—Trapaceira. –Ele diz sabendo que eu aproveitei o seu momento de distração.

—Não mandei você ser lento, mas acho que deve ser a idade. –Digo e instantaneamente sito suas mãos em minha cintura ditando meus movimentos.

Não demora muito e logo nós dois chegamos ao ápice novamente, entretanto, eu não tenho o mesmo cuidado que ele e acabo caindo em seu peito.

Após alguns segundos, ouvindo apenas o ritmo constante de seu coração, levanto o olhar para encará-lo e posso jurar que a um fantasma de um sorriso em sua expressão sempre estoica.

—Já pensou que poderíamos ter isso todas as noites? –Ele me perguntou e eu fechei meus olhos por alguns segundos quase que imaginando um universo paralelo em que poderíamos ter uma vida.

—O príncipe do inferno brincando de casinha com uma bruxa? Acho que isso não seria bom para sua reputação. –Eu digo enquanto me movo para seu lado.

—Aquela oferta não tem prazo expiração Zelda. –Ele me diz e eu quase me engasgo ao me lembrar exatamente daquela sua proposta muito antiga.

—Eu sempre serei sua Damon, mas eu não posso abandonar minha família... –Eu sussurro sem encará-lo, sabendo que fiz o certo quando o ouvi bufar.

—Eu poderia leva-la para Nigrum Castrum de qualquer forma... –Ele murmura como uma criança birrenta.

Sabendo muito bem que estávamos adentrando uma zona perigosa, eu me levantando a cabeça para encará-lo.

—Nós dois sabemos que isso funciona porque não nos vemos com frequência. –Eu digo antes de selar nossos lábios em um beijo rápido, entretanto, ele não deixa que eu me afaste antes que fiquemos sem folego.

—Talvez. –Ele diz a contragosto.

—Até porque como você poderia participar de suas orgias lendárias e continuar suas briguinhas com Zaira comigo por perto? –Eu digo rolando os olhos.

—Deixando as orgias de lado, as brigas com Zaira só acontecem porque ela é tão teimosa quanto a mãe. –Ele diz me fitando.

Eu rolo os olhos antes de me aconchegar a ele.

—Até parece. –Eu digo em falso tom de irritação.

Cochilo um pouco mais até acordar por volta das cinco da manhã, olho para o lado e o vejo dormindo tranquilamente, desvio então o olhar para a janela de vidro onde vejo o sol nascer, me espreguiço antes de me dirigir até o banheiro, onde ligo o chuveiro.

Estou lavando o meu cabelo, quando sinto as mãos deles em meu corpo, não demora muito para que eu esteja pressionada contra os azulejos do banheiro.

Quase uma hora depois, ele está fechando o zíper do meu vestido, enquanto eu coloco meu cabelo em ordem com um feitiço simples. Ele me ajuda com o casaco e assim estando um de frente ao outro eu também o encaro, ele sela nossos lábios em um beijo rápido.

—Então isso é um até breve? –Pergunto.

—Com certeza. –Ele diz.

Eu sorrio de canto antes que ele possa me mandar de volta para casa e assim em um piscar de olhos eu estou novamente no meu quarto.

Suspirando, eu me sento em minha cama e encaro o nada, temendo estar deixando as coisas irem longe demais, afinal de contas quem brinca com fogo acaba por se queimar.

Me levanto então, e vou trocar de roupa, enquanto me ocupo de esquecer toda essa loucura com Damon por algumas horas, claro que não posso esquecer-me que ainda temos que fazer minha filha voltar ao normal.

Como de costume, sou a primeira a me juntar a Hilda na cozinha, que como sempre não sabe se manter calada:

—Então como foi o seu encontro Zelda?

Não respondi, limitando-me a lhe fuzilar com o olhar.

—Tudo bem, vou deixar que essas marcas roxas no seu pescoço falem por si mesmas. –Ela diz com um grande sorriso e um tanto horrorizada eu me vejo conjurando um espelho para ver se ela realmente está falando a verdade.

Um tanto horrorizada com a falta de discrição de Damon, me vejo obrigada a conjurar um lenço, já que um feitiço dificilmente esconderá essas marcas, enquanto faço o possível para não sorrir, ao me lembrar de como consegui os hematomas.

—Se eu não te conhecesse tão bem, eu diria que não está sendo um trabalho tão difícil deixar o príncipe do inferno distraído. –Hilda provocou.

—Pare com essa loucura logo Hilda, porque não estou com disposição de abrir a cova de Cain hoje. –Eu resmungo.

—Oh… o encontro definitivamente foi bom. –Hilda disse com uma risadinha e antes que eu pudesse conjurar qualquer arma mortal Zaira apareceu salvando Hilda.

—Mamãe você voltou! Tommy disse que você tinha me abandonado. –Ela disse enquanto saltava em meu colo.

—Tom… -Eu digo lançando um olhar não muito feliz para o meu familiar, que seguia implicando com minha filha.

Só estou avisando que se você arrumar outra demôbruxa eu estou abandonando esse hospício. – Meu familiar resmunga e eu faço uma careta.

 

Feel the fury closing in

Are we sisters wearing thin

Nowhere to run from all of this havoc

Nowhere to hide from all of this madness

Madness - Ruelle

 


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam desse retorno repentino?
Curtiram o capítulo?
O que acharam dessa implicância do Tom com a baby Zara? E da Tia Hilda provocando Zelda? Definitivamente algumas pessoas não temem a morte... he he he.
Alguma opinião sobre o fato da Zelda ser a única bruxa capaz de realizar o encantamento nas pedras da lua?
Damon e Zelda são shipaveis ou não? Para Hilda sim, para Tom não, então com quem vcs estão? kkkkk



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