Transcedendo Eras escrita por HaleMasayuki


Capítulo 3
Capítulo 3 - Eu nasci para te reencontrar


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!

Há um momento nesse capítulo que será bem legal se vocês colocarem uma musiquinha de fundo. Esse momento será representado por um asterisco (*). É só clicar no link ♥

Enfim, boa leitura! ^-^



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Já fazia três dias desde que aquela menina maluca não aparecia na cafeteria. Para Izuru, aquilo era um alívio. Graças a ela, as suas últimas semanas fugiram totalmente de seu controle. Ela sempre acabava o parando no final do expediente, obrigando-o a se sentar e tomar alguma coisa com ela, atrasando sua hora de chegar em casa. Ela também sempre vinha com uns assuntos bem aleatórios, e nunca conseguia explicá-los direito.

Desde o dia que ela resolveu persegui-lo, Izuru começou a ter sonhos estranhos onde ele acordava encostado a um poço, perdido no que parecia ser uma floresta. Ao procurar por ajuda, se deparava com um vilarejo, onde todos vestiam quimonos, diferente dele que ainda usava seu costumeiro moletom vermelho e jeans surrados. As pessoas daquela vila o conheciam e o cumprimentavam com grandes sorrisos, e ele sentia-se feliz por estar ali, mesmo não conhecendo ninguém.

Em seu sonho, ele também viajava com um grupo de mais três pessoas, um gato que mudava de tamanho e uma criança com uma cauda. Pois é, uma cauda! E esse grupo viajava o Japão exterminando monstros! Uma dessas pessoas era Kagome, que mesmo vestindo o costumeiro traje social exigido pela empresa onde trabalhava, conseguia atirar flechas luminosas a grandes distâncias. E, em todas as vezes que ele estava em perigo, ela estava lá, ao seu lado, arriscando sua vida por ele.

Quão malucos aqueles sonhos pareciam?

Sem contar que, por coincidência ou não, a marca de nascença que tinha abaixo do ombro esquerdo começou a incomodar depois que a conheceu, como se algo pontudo ficasse pinicando o local. Não era sempre, apenas dependendo do movimento ou da força que fazia, mas aquilo chegava a ser ridículo.

Conviver com ela estava o deixando tão paranoico quanto.

Que bom que ela não apareceu mais.

A porta da cafeteria abriu mais uma vez naquele dia, permitindo que outro cliente entrasse. Não era ela, de novo. Que alívio.

Mas por que estava tão desapontado? Que inferno! O dia todo ele agiu daquela forma, olhando para a entrada do café, esperando que a moça maluca passasse por lá. Queria saber se ela estava bem, afinal, ela estava chorando quando foi embora. Queria entender o que tinha acontecido, se ele tinha dito algo errado. Talvez falar do ex-namorado ainda fosse doloroso para ela.

Keh! Bem feito pra ela... Ninguém mandou correr atrás do que estava quieto.

Melhor esquecer isso de uma vez. E iria esquecer mesmo. Com certeza. Depois que falasse umas verdades para aquela doida. Assim que seu turno terminasse, iria procurá-la em sua casa e dizer tudo o que estava pensando. E iria exigir que ela sumisse de vez, ou então tomaria medidas drásticas quanto a isso.

Ele com certeza não ia procurá-la porque estava incomodado por ela ter chorado, nem preocupado se ela estava bem. Definitivamente não.

Kagome havia comentado que morava em um templo com a família não muito longe dali. Assim que seu turno terminou, foi procurar pelo templo Higurashi, pedindo informação para as pessoas que encontrava na rua.

Mais difícil que encontrá-lo foi subir os degraus do templo até chegar ao pátio, onde se encontrava uma casinha de madeira velha à esquerda, árvores ao fundo e uma casa à direita, pouco mais afastada. Chamou por alguém, mas não teve resposta. Decidiu, primeiramente, olhar dentro da casinha velha, talvez houvesse alguém ali.

Mais uma vez, chamou por alguém assim que chegou em frente à porta, mas ninguém lhe respondeu. Lá dentro era frio e escuro. No meio da casa, uma escada levava a um tipo de poço, o que lhe chamou a atenção. Não conteve a curiosidade de ir até lá. Apoiou as duas mãos nas bordas de madeira do mesmo e olhou para dentro, vendo apenas um monte de terra. Só um monte velho de terra, que lhe pareceu... Familiar.

Um sentimento estranho e nostálgico aqueceu-lhe o peito. Lembrou-se de seu sonho estranho, onde também havia um poço, mas diferente daquele lugar cheio de vida, este estava cercado por madeiras que rangiam.

Muitas perguntas surgiam na mente do jovem Izuru. Muitos sentimentos que não conseguia entender.

— Ei, quem está aí? – perguntou um senhor usando um quimono na porta da casa.

— Ah! M-me desculpe... – Izuru rapidamente tratou de sair de dentro da casa, parando frente ao senhor, do lado de fora. – Esse é o templo Higurashi?

— Sim, é aqui mesmo.

— Eu estou procurando pela Kagome.

— Oh, sim, eu sou o avô dela. Infelizmente, a Kagome está muito, muito doente, e está de cama no quarto dela com quarenta e cinco graus de febre.

— Quarenta e cinco graus? – Izuru deu um pulo para trás, surpreso. Era possível uma pessoa chegar a tal temperatura?

— Vovô, a minha irmã não precisa mais que você minta sobre a saúde dela, lembra?

Um jovem garoto aproximou-se dos dois. Aparentemente, estava no fundamental e possuía os cabelos e olhos escuros como os de Kagome. – Peço desculpas pelo meu avô, eu sou o Souta. Você disse que estava procurando pela minha irmã?

— Hm... Sim, eu estou. – Souta o observou por alguns segundos, deixando Izuru incomodado – O que é? Você perdeu algo na minha cara, garoto?

— Você por acaso é o Takeuchi?

— Hã, sim... Como você sabe?

— Minha irmã comentou que tinha conhecido um menino muito parecido com o Inuyasha... Vocês são um a cópia do outro, sem tirar nem por. Até na personalidade.

— Hm... Agora que você falou, realmente... – comentou o avô que até aquele momento estava calado.

Os dois o observaram, deixando Izuru bem irritado e desconfortável. Essa mania de encarar as pessoas só podia ser de família.

— Não sei quem é esse tal de Inuyasha. Estou procurando pela Kagome, ela está?

— Ah, sim. – respondeu Souta – Ela está ali nos fundos, é só seguir reto.

— Obrigado. – Izuru agradeceu, seguindo pelo caminho indicado, resmungando sobre a falta de bom senso da família Higurashi. Estava começando a simpatizar com o tal Inuyasha, ele devia ter seus motivos para terminar com Kagome.

A propósito, que inferno de nome era aquele?

*

Izuru logo avistou a maluca da Kagome, parada em frente a uma árvore. Logo tratou de aproximar-se da mesma, que observava o caule da robusta árvore com uma expressão melancólica. Ele parou a poucos metros da garota, também observando a planta e a marca estranha em seu casco.

Uma leve brisa passou pelos dois, balançando e derrubando algumas folhas alaranjadas do outono. A marca de nascença de Izuru começou a pinicar novamente, agora um pouco mais forte do que deveria, fazendo o menino instintivamente levar a mão até o local para tentar aliviar a dor.

— Takeuchi? Você por aqui? – Kagome havia finalmente notado a presença do rapaz.

— Sim, eu... – ele não conseguiu terminar sua frase, já que aquela árvore, por algum motivo, tomou toda a sua atenção – Essa árvore...

— Hm? Ah, é a Árvore Sagrada. Ela está aqui há muito tempo... Mais de quinhentos anos. – Kagome deu uma pausa antes de continuar – Dizem que havia um youkai lacrado nela, por isso ela possui essas marcas. Bem, um meio-youkai, na verdade...

A marca de Izuru continuava a incomodar – Lacrado? Por quê? Por quem?

— Uma sacerdotisa o lacrou. Ela achava que tinha sido enganada por ele, e que ele tinha roubado a Jóia de Quatro Almas ao qual ela deveria guardar e proteger para seus propósitos egoístas, então, antes de morrer, o lacrou nessa árvore, e esse meio-youkai dormiu por 50 anos...

Jóia de Quatro Almas... Onde havia ouvido falar sobre isso?

Aquele sonho... Kagome havia falado sobre ela naquele sonho.

— Na verdade, eles eram apaixonados um pelo outro, e uma pessoa má quis separá-los. Então fez com que ambos se odiassem para que o coração da sacerdotisa ficasse cheio de ódio. Assim a Jóia ficaria impura, tornando-se ainda mais poderosa. Então essa pessoa poderia usá-la para ter ainda mais poder.

Izuru teve um flash em sua mente. Imagens do seu sonho passaram por seus olhos, mas, dessa vez, seus cabelos prateados agora era longos. À sua frente, via uma linda sacerdotisa, usando um quimono branco e vermelho. Ela tinha as mesmas feições que Kagome.

Sua cabeça começou a latejar.

— Izuru? Está se sentindo bem?

Kagome aproximou-se do rapaz, oferecendo apoio para que o rapaz não caísse. Ele parecia estar sentindo muita dor. Um tempo depois, sua expressão foi suavizando aos poucos.

— Eu... Estou bem.

Izuru fitou o rosto preocupado de Kagome. Aquele sentimento nostálgico voltou a aquecer seu peito. Seu coração passou a bater mais rápido e descompassado. Também teve a sensação de que havia recuperado algo muito importante... Algo que esteve esperando por muito tempo.

Ele mal notou quando uma lágrima desceu por seu rosto.

— Você está chorando? Está doendo tanto assim? Quer que eu te leve a um hospital?

— Não... Não precisa. – o rapaz endireitou sua postura, e instintivamente levou uma das mãos até o rosto de Kagome, que se surpreendeu com sua ação – Kagome, de onde eu te conheço?

A morena sorriu, por fim. Seu rosto demonstrava o quão feliz estava por, enfim, suas dúvidas estarem sendo respondidas. Kagome levou sua mão até o rosto, depositando-a sobre a do rapaz.

— Izuru... Eu acho que nasci nessa era para te reencontrar


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado. Obrigada por ler ♥



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