Ranpo não sabia o que era o melhor do seu dia, se era o enorme bolo de veludo vermelho que Kunikida lhe fez; os quatro manuscritos - seus preferidos - dos mistérios escritos por Poe; o “Feliz aniversário, Ranpo” de Yukichi; os beijos de bom dia de Chuuya que foram da sua boca até as áreas mais ínfimas do seu corpo; a coleção completa do seu mangá preferido, presente de Yosano; ou o enorme tigre de pelúcia com o qual Atsushi o presenteou - e que lhe custou manter o presente, pois Fukuzawa esteve bastante interessado no mesmo. Talvez os tantos outros presentes que ganhou daqueles com quem trabalhava e quem conhecia.

Não era um segredo, muito menos algo que espantaria qualquer um que ouvisse, Ranpo gostava de presentes e do seu aniversário, sempre gostou de ser tratado com favoritismo, mas sendo único dia que era o centro das atenções sem precisar fazer nada. Não que precisasse nos demais dias, ele sempre foi alguém excepcional, especial, uma estrela na sua área de trabalho, no entanto, era bom ser presenteado por simplesmente existir e não por mais um mistério resolvido.

O caso era que Edogawa amava aquilo, a atenção recebida - ele era egocêntrico afinal -, mas sinceramente sabia, beeem lá no fundo mesmo, que não era apenas por ser mimado como sempre queria ser que o dia se tornava melhor que os demais do ano. Era saber que a atenção recebida no dia 21 de Outubro significava que aqueles que o presenteavam e se faziam presentes na sua vida se importavam com ele, e aquilo sim que tornava tudo especial.