— Respira assim, oh. – o moreno demonstrou.

— Kiba, eu vou me casar, não parir um filho. – Hinata respondeu ríspida, olhando o amigo pelo reflexo do espelho.

Ela sabia que o Inuzuka estava só brincando. E como queria rir das babaquices dele, mas, a Hyuuga estava tão nervosa, que não conseguia relaxar. Felizmente, por já lidar com Hinata e com noivas há tanto tempo, Kiba nem se importou com o corte da resposta. Ele apenas riu enquanto segurava a mecha de cabelo recém-cacheada pelo babyliss.

— Não que isso vá demorar para acontecer. – o homem sorriu sacana, enrolando outra mecha no aparelho modelador.

A morena se concentrou bastante para não ficar vermelha com a insinuação, mas, falhou miseravelmente, o que fez o amigo rir ainda mais. E ela não conseguiu segurar, rindo também.

— Para de me fazer rir! Eu tô nervosa! Preciso descontar em alguém e você me fazer rir, faz eu me sentir culpada por ser o único disponível aqui pra isso.

Kiba soltou mais uma risadinha, colocando o babyliss na bancada e pegando o laquê para finalizar o penteado.

— Se você quer discutir, tudo bem. – o moreno jogou laquê nas mechas. – Vou te dar um motivo pra gente discutir.

O Inuzuka se sentou no sofá branco que tinha próximo às penteadeiras cheias de maquiagens, perfumes e adereços de cabelos. Hinata girou na cadeira e encarou o amigo que sorria exalando provocação. Por um momento mínimo, Hinata ficou preocupada.

— Quem você pensa que é pra não me chamar pra ser seu padrinho?

A Hyuuga abriu um sorriso e sentiu-se aliviada ao ver que tudo não passava de implicância só para distraí-la. Ela sabia que Kiba não se importava nenhum pouco com ser ou não seu padrinho de casamento.

— Você sabe que tem um milhão de outras pessoas melhores que você pra serem meus padrinhos, não é?

Kiba desmanchou o sorriso e semicerrou os olhos.

— Você não brinca mesmo em serviço hein, Hinata! – o Inuzuka se levantou, e segurou nas mãos de Hinata, que também já estava de pé, em todo seu glamour com o roupão branco. – Te deixei me usar de saco de pancadas, mas, não precisava me ferir de verdade.

O moreno dramatizou colocando a mão no peito. A mulher se sentiu culpada. Talvez tivesse realmente pegado um pouco pesado. Mas, então o sorriso presunçoso surgindo no rosto de seu melhor amigo, fez Hinata revirar os olhos ao se lembrar de quando os dois eram pequenos e o Inuzuka sempre passava a perna nela, se aproveitando de sua inocência. Ela também sentiu um pouco de raiva de si mesma por sempre cair nas baboseiras de Kiba.

— Além do mais, eu sei que Shino e eu seremos os padrinhos da mini-Hinata. Vou repetir pra dar ênfase. Da mini-Hinata. Deus me livre ser padrinho de um mini-Naruto. – ele estremeceu teatralmente fazendo Hinata rir.

— Eu te amo, sabia?

— Iiiih! Tô vendo lágrimas aí! – apontou para os olhos perolados se enchendo de água. – Vai borrar a maquiagem e jogar todo meu trabalho fora por nada.

A Hyuuga olhou pra cima e abanou o rosto com as mãos, afastando as lágrimas.

— Ah, vem cá! – o moreno a puxou para um abraço e beijou-lhe a testa. – Também te amo, pequena. Obrigado por ser a melhor amiga do mundo.

Hinata se afastou um pouco do abraço pra encarar seu amigo nos olhos.

— Só amiga? – indagou erguendo uma sobrancelha.

— Amiga, cupido... São sinônimos... – Kiba concluiu com um sorriso amarelo e meio tímido. – Você quer que eu te agradeça por me fazer enxergar o Shino com outros olhos? Tudo bem! – ele deu um passo pra trás e ergueu os braços. – Obrigado por me fazer enxergar o amor da minha vida com outros olhos!

— Gostei da declaração.

A voz grossa vinda da porta da sala das noivas assustou o Inuzuka, o fazendo corar tanto quanto Hinata.

— ...Oi, mô. – Kiba sorriu envergonhado.

Shino deu um beijinho na bochecha do namorado enquanto a Hyuuga sorria feliz por seus melhores amigos.

— Hina, Ino disse que já vem com a Konan pra te ajudar o vestido e pediu pra eu tirar esse tarado daqui.

— Não vai nem elogiar a noiva, seu grosso? – o moreno implicou levantando uma das sobrancelhas. – O tarado aqui mandou muito bem.

— Ah, então você quer o elogio pra você! Agora entendi. Hina, você tá maravilhosa. O Naruto vai enfartar quando te ver. – o Aburame mostrou um de seus raros sorrisos. E Hinata soube que ele estava genuinamente feliz por ela. Geralmente, ele era um homem de poucas palavras.

— Obrigada, Shino. – agradeceu o elogio.

— Até mais, noiva. Nos vemos no altar.

Os dois saíram discutindo sobre a necessidade de atenção de Kiba.

Hinata, então respirou fundo. Agora que estava sozinha, percebera o quão próxima a hora de dizer “Aceito” no altar estava. Ela se encarou no espelho e pegou o batom para retocar. Sozinha, ela percebeu que não precisava ficar tão ansiosa com a cerimônia. Ela e Naruto se amavam e nenhum deles iria desistir, além de que suas amigas fariam qualquer coisa pra que tudo saísse mais que perfeito.

— Toc-toc, noiva mais linda desse mundo!

— Eu sei que você fala isso pra todas as noivas, Ino.

— Ah, não! Sem insegurança hoje, né Hinata! – Ino se aproximou com as mãos na cintura. – Tu é maravilhosa sim, cala a boca.

— Concordo com ela. – Konan assentiu.

— Não tô insegura, meninas. Juro. Na verdade tô mais calma com o casamento que achei que estaria. Eu sei que vocês vão estar o tempo todo comigo pra que tudo saia perfeito e que o Naruto vai estar mais nervoso que eu, então vou ter que segurar as pontas por nós dois.

— Ai, meu deus do céu! Que linda! – a Yamanaka pôs as mãos nas bochechas. – Os filhos crescem tão rápido, não é Konan?

Hinata revirou os olhos e Konan riu.

— Vamos logo colocar esse vestido, porque se eu atrasar, o Naruto cai duro no altar.

— Cai mesmo. – a loira assentiu.

(...)

— Pronta, meu amor?

Hinata assentiu e respirou fundo.

— Pronta, papai. Vamos lá.

Então a marcha nupcial começou a soar de dentro da igreja e os Hyuugas caminharam até o centro do corredor com o tapete vermelho de veludo.

A mulher pode ver Naruto segurar a respiração e sorrir o mais contido que conseguiu, o que não foi muita coisa. Ela sorriu também.