Desde pequena eu tenho um sonho recorrente.

Estou numa floresta densa quando entro numa clareira. Lá no centro, um lago cuja água imaculada cintila. Ajoelho-me e toco a superfície devagar. Mergulho e não preciso respirar.

O chão acomoda-me erguendo pó. Acima, há uma lua prateada e um par de peixes koi que nadam uma ao redor da outra ao circundar a figura do satélite.

Quando volto, ele está ao meu lado, segurando minha mão. Dançamos sem nos cansar. E o meu coração nunca esteve em tamanha paz e pânico ao mesmo tempo.

Vovó dizia que este era um sonho fatíloquo.