Overlord - A batalha de FourKnights escrita por TDK FanFics


Capítulo 15
Portão Celestial




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  De volta a capital, Momon andava pelas ruas enquanto notava uma estranha multidão agrupada nos entornos de grande parte dos lugares. Essas pessoas estavam com expressões vazias em suas faces, andando lentamente seguindo a fila que levava a alguns voluntários que distribuíam comida para eles. Momon conhecia bem aquele olhar, olhos vazios de pessoas que perderam tudo, suas casas, seus amigos e suas famílias.

— Momon!? -Uma voz feminina chama por ele.

Momon reconhecia aquela voz de algum lugar. Ao se virar, ele se depara com dois rostos bastante familiares. Eram Lizandra e sua filha Liz. Ele se lembrou de quando havia as encontrado com as duas na vila Farhill durante seu caminho até a capital.

— Então era você mesmo! -Liz diz eufórica enquanto se aproxima de Momon.

"Se elas estão em meio a essas pessoas, isso só pode significar que..."

— A quanto tempo. -Momon diz. – Parece que vocês continuam firmes e fortes, não é?

Liz baixa um pouco sua cabeça tentando manter seu sorriso, mas logo ele se desfaz quando ela fica pensativa, talvez recordando algo ruim.

— Nossa vila foi alvo dos ataques dos monstros a apenas alguns dias. -Liz disse, mas Momon não ficou surpreso. – Eu vi muitas das pessoas que cresceram comigo sendo mortas enquanto tentávamos fugir. Quando me dei conta eu estava sendo levada junto dos sobreviventes em uma daquelas máquinas de transportar pessoas que há na capital. (ela se refere aos caminhões)

O silêncio tomou o ar durante alguns segundos, como se ela estivesse perdida naquelas dolorosas memórias do passado, mas não demora muito até que ela se recomponha.

— Mas temos que seguir em frente! -Ela afirma enquanto devolve o sorriso em seu rosto. – Não há como esquecer o que aconteceu lá e talvez eu nem queira esquecer, mas não posso ficar presa naquilo para sempre, foi então que decidi viver e me dedicar por aqueles que ainda tem esperanças.

Momon fica admirado pela determinação que viu nos olhos de Liz naquele momento, eram os olhos de quem faria tudo que estivesse ao seu alcance para cumprir seu objetivo. Ele reconhecia isso, pois eram poucas as pessoas que seriam capazes de dedicar tudo o que elas têm por algo tão trivial.

— Não será uma tarefa simples! -Momon afirma. – Mas dê o seu melhor.

Seu sorriso se estende ainda mais com as palavras de Momon, enquanto uma pequena lágrima escorre pelo seu rosto.

— Preciso ir até o ferreiro para que eu possa checar algo. -Ele diz enquanto nota que as duas carregavam pequenas cestas com variados tipos de metais.

— Também estamos indo entregar essas coisas ao dono daquela loja. -Lizandra diz. – Estamos ajudando-o durante nosso tempo aqui. Em troca ele nos deixa ficar em um dos quartos que estavam vazios.

— Bom... -Momon diz enquanto acena com a cabeça. – ...então vamos indo!

— Sim! -Ela responde com seu persistente sorriso enquanto eles seguem pelas ruas da capital até a loja daquele ferreiro.

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O ferreiro que estava trabalhando em algumas espadas nos fundos da loja ouviu o pequeno sino na porta ressoar, logo ele deixou suas coisas encima da bancada de trabalho e foi ao encontro do visitante.

— Vocês voltaram? -O homem diz ao escutar as doces risadas de Liz que deixavam a loja com um ar mais feliz e aconchegante, o que o fez lembrar de sua filha que a muito tempo não via. – Trouxeram os materiais que eu havia...

Ao passar por um pequeno pedaço de tecido que separava a parte da loja da forja, o homem pousa seu olhar sobre Momon, que estava acompanhado das duas mulheres que haviam sido encarregadas de trazer para eles os materiais que tinham sido encomendados.

— Estamos de volta, Sr. Mayen. -Liz diz em voz alta para que o homem escute.

Ele se aproxima do balcão para receber as garotas sem tirar os olhos de Momon, até que finalmente resolve perguntar:

— E quem seria esse cavaleiro que está as acompanhando?

— Ele se chama Momon! -Liz afirma. – E ele me salvou a algum tempo atrás.

O homem ainda olhava com uma certa desconfiança para Momon, mas se ele realmente salvou a vida de Liz, não havia o que se fazer além de cumprimenta-lo apropriadamente.

— Meu nome é Mayen. -O homem diz ao mesmo tempo que estende sua mão na direção do cavaleiro, demonstrando assim suas boas intensões.

— Eu sou Momon. -O cavaleiro diz enquanto agarra a mão de Mayen e a sacode, completando o cumprimento entre os dois.

O olhar desconfiado não desaparece do rosto de Mayen, mas Momon não parecia querer causar problemas, o que fez com que Mayen ficasse mais tranquilo com sua presença.

Liz e Lizandra se apressam para colocar as cestas dentro da sala da forja enquanto deixavam Momon e Mayen sozinhos para que pudessem conversar entre si.

— O que o trás aqui, senhor Momon? -Mayen pergunta.

— Me chame apenas de Momon. -Ele responde.

Mayen não responde, apenas acena com a cabeça demonstrando que havia entendido.

— A alguns dias atrás eu deixei minha espada com uma mulher que estava trabalhando aqui. -Momon diz. – Vim ver como está o progresso de restauração dela!

Momon nota a mudança no humor de Mayen, ele parece mais animado quando a espada é citada na conversa.

— Aguarde um momento. -Mayen diz.

Após pedir para que Momon aguarde, Mayen corre para dentro da sala de forja novamente. Por alguns instantes, barulho de coisas sendo reviradas podiam ser ouvidas enquanto ecoavam pelo interior da sala, até que ele retorna segurando um longo objeto embrulhado em tecido.
Ele colocou o objeto sobre o balcão e lentamente desenrolou o tecido que estava protegendo-o. Ao acabar de retirar todo o tecido, Momon podia ver o brilho dourado dos detalhes na bainha da espada que havia se revelado. Mayen a pega pela empunhadura que era encrustada de pequenos cristais e a puxa para fora, revelando os dentes de metal no formato de garras que cobriam a parte de cima da espada e uma lâmina dourada extremamente afiada.

A espada estava completa, e seu brilho encheu os olhos dos dois, surpreendendo até mesmo as duas mulheres que retornavam para a sala.

— Aquela mulher que recebeu seu pedido é minha esposa. -Mayen diz. – Ela está ajudando como voluntária as pessoas que estão vindo para a capital para se abrigarem dos ataques recentes de monstros que estão acontecendo nos vilarejos próximos ultimamente.

— Ela disse que levaria aproximadamente uma semana para que a espada ficasse pronta. -Momon diz.

— Com aquela pedra que você pagou, conseguimos uma quantidade de dinheiro suficiente para comprar os materiais e apressar sua entrega. -Mayen explica. – Por causa disso, conseguimos terminar mais rápido do que o esperado.

Mayen guarda a espada de volta dentro de sua bainha, escondendo o brilho dourado que emanava da lâmina e a entrega a Momon.

— Aqui está. -Ele segura a espada com as duas mãos e estende para que Momon possa pegar.

Ele sente as mãos pesadas de Momon sobre a espada, mas logo esse peso é aliviado quando a espada é tomada dele.

Mesmo que não esteja perfeita como era, Momon pode sentir o poder fluindo pelo seu corpo apenas por empunhar a espada. Aquilo era o suficiente para ele saber que ela funcionaria muito bem em combate novamente.

— Ela está ótima! -Ele afirma enquanto encara Mayen.

Enquanto Momon colocava a espada em suas costas, Liz lhe faz uma pergunta:

— Agora que você recuperou sua espada, o que planeja fazer?

Mayen, após notar suas intenções, diz logo em seguida:

— Se quiser pode ficar e...

— Me desculpe, mas terei que recusar. -Momon interrompe Mayen. – Preciso ir até o palácio para me encontrar com Joseph, mas agradeço pela proposta.

A decepção nos olhos de Liz era muito evidente, mas ela sabia que não havia nada a se fazer.

— Bom. -Mayen diz. – Volte sempre que precisar.

Momon acena com a cabeça e brevemente olha para Liz e sua mãe que estavam o encarando.

— Se cuidem. -Ele diz enquanto se vira em direção a porta e caminha em passos pesados que ressoam com a colisão do metal de suas botas com o chão.

Ao chegar na porta, ele ajusta a espada Excalibur em suas costas e a Katana em sua cintura.

— Momon. -Ele escuta Liz chamar por seu nome e olha para ela por cima de seu ombro. – Tome cuidado lá fora, e também...

Seu rosto fica corado e sua voz se recusa a sair, mas com um pouco de esforço e determinação, Liz finalmente consegue terminar sua frase.

— ...volte para nos visitar!

Momon, que ainda olhava por cima do ombro, acena mais uma vez com a cabeça antes de sair pela porta e deixar os três por conta própria dentro da loja.

Fora da loja, o ar gélido da noite recai novamente sobre Momon, mas o frio não o incomodava, logo que tudo estava em ordem, ele seguiu na direção do bloco residencial com destino ao grande palácio onde Joseph, Alícia e Zahir estavam a sua espera.

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Ao se aproximar da escadaria do palácio, um dos guardas saiu de sua posição para se encontrar com Momon.

— O senhor Joseph e seus irmãos o aguardam na sala do trono! -O guarda afirma. – Siga-me.

Momon acena com a cabeça e logo os dois sobem até o palácio.

Depois de um tempo andando pelos corredores, eles chegam a uma grande porta dupla que Momon conhecia bem. Era a porta que levava ao vasto salão na sala do trono, onde se encontrou com Joseph pela primeira vez.

Com alguns toques do soldado na grande porta, ela se abre, mostrando seu interior belamente decorado. Os olhares dos cavaleiros ao fundo se encontraram com Momon, logo ele começou a andar e se aproximar cada vez mais dos três irmãos.

— Vejo que está pronto para continuar, não é... -Joseph diz com seus olhos pratas brilhando enquanto encara o cavaleiro de armadura negra que se aproximava deles. - ...Momon?

Ao deixar certa distância entre eles, Momon para e diz:

— Você disse que precisávamos conversar, não é? -Momon nota que a mais guardas aqui do que da última vez. – Bom, estou aqui!

Joseph faz um sinal para um de seus soldados, que acena com a cabeça e vai até um dos móveis nos cantos da sala e retira uma pequena caixa de madeira polida, ornada com pedras preciosas vermelhas formando um padrão que parecia uma rosa. Ele se apressou novamente e parou logo à frente de Momon enquanto segurava a caixa com as duas mãos.

— Abra! -Joseph ordena ao guarda.

O soldado libera uma pequena trava localizada na frente da caixa, e com a mesma mão ele forca sua metade superior para cima para que possa abri-la. Havia um pequeno emblema feito de Selenita transparente moldada como um escudo com quatro espadas cruzadas feitas de diferentes metais dentro dela. Uma peça magnifica que emitia um leve brilho em suas bordas.

— Isso... -Momon nota que esse pequeno objeta emitia uma grande energia, era como se ele fosse...

— ...é um dos itens sagrados? -Momon termina. – O que isso significa?

— Esse é o emblema de nossa família que é passado de geração em geração na cerimônia de sucessão real. -Joseph diz. – Como já deve ter notado, ele também é um dos itens sagrados que...

Joseph é impedido de continuar, sua voz se recusava a sair. Imediatamente ele notou uma energia estranha saindo de Momon, era algo como uma intenção assassina que assustou a todos no salão.

— Quer dizer que você mentiu para mim? -Momon diz enquanto olha para Joseph. – Porque não me disse nada sobre isso? Se não me engano, era para esse item estar sobre posso de algum monstro como os outros, não é?

Depois de se recuperar parcialmente do choque, Joseph reúne suas forças para que possa falar.

— M-Momon... -Sua voz ainda permanece trêmula. - ...você entendeu errado!

Ao passar os olhos pelo salão, Joseph percebeu que ele era o único que conseguia se pronunciar. Todos os outros estavam incapacitados, era como se estivessem sendo privados até mesmo de sua respiração.

— V-Você entregaria o tesouro das gerações de sua família para alguém que acabou de conhecer? Sem saber se podia confiar na pessoa? -Joseph argumenta. – Não podia fazer isso até ter certeza se podia realmente confiar em você!

Momon coloca a mão em seu queixo e fica pensativo por um momento, logo as pessoas presentes na sala suspiram em uníssono enquanto caem de joelhos, deixando as gotas de suor que saíam dos poros de suas faces escorrerem.

— Acho que você tem razão. -Momon chega a sua conclusão. – Me perdoem por isso.

Momon entendeu o que Joseph estava tentando proteger, ele mesmo não confiava nas pessoas tão facilmente, trata-los dessa maneira não seria nada mais do que hipocrisia de sua parte.

— Mais uma pergunta. -Momon diz. – Vocês não sabem de ninguém que queira algo comigo, não é?

Com a respiração pesada, Joseph responde à pergunta:

— P-Por que diz isso?

— Sinto que, desde que retornei para a capital, alguém anda me seguindo. -Momon diz. – Sinto que estou sendo observado.

— Você tem a minha palavra que não estamos envolvidos nisso! -Joseph diz.

Não havia como saber se eles estavam por trás disso, sendo que poderia ser até mesmo uma impressão de Momon, mas ele sabia que Joseph não estava mentindo, podia ver isso em seus olhos.

— Tudo bem. -Momon diz. – Eu acredito em você.

— Obrigado pela confiança! -Joseph diz.

Os soldados no salão haviam voltado ao normal, juntamente com os irmãos de Joseph. Eles ainda sentiam o medo causado pela intenção assassina de Momon, mas não deixavam esse medo transparecer, aguentando o máximo que conseguiam.

— Voltando ao emblema. -Momon diz. – O que quer que eu faça com isso?

— Esse cristal tem a propriedade de fortalecer nossa energia espiritual. Com isso, creio que sua conexão com o portal celestial seja possível, já que você agora possui os quatro itens sagrados. -Joseph explica. – Siga-me.

Joseph e seus irmãos saem pela porta dupla e Momon sai logo atrás deles.

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O lugar que os cavaleiros queriam mostrar a Momon era um pequeno templo que ficava atrás do palácio. O templo não possuía paredes, mas haviam pilares feitos de granito com uma cobra petrificada enrolada em todos eles. Sua área era no formato circular, e no centro havia mais dois pilares, mas eles eram diferentes dos outros, esses dois em específico eram maiores e mais detalhados, no topo dos dois havia um ornamento que se baseava em duas cabeças gigantes de cobra viradas para direções opostas colocado de forma vertical acima dos pilares, fechando o espaço entre eles e formando algo parecido com uma porta.

No chão do templo, havia uma imagem que Momon desconhecia. Hordas de monstros e explosões de fogo estavam espalhados pelas terras devastadas enquanto corriam em direção a um raio de luz que subia na altura das nuvens. Era algo muito bonito de se olhar e parecia também ter um significado mais profundo do que Momon podia imaginar, mas tentar captar os sentimentos de uma pintura era a menor das preocupações deles naquele momento.

Os cavaleiros pararam a uma certa distância daquele portão no meio do templo, já os guardas nem sequer pisaram aqui, retornando para seus postos assim que Joseph e seus dois irmãos deixaram a sala do trono.

— Esse é aquele a qual as pessoas chamam de 'Portão Celestial'. Dizem que quem obtiver os quatro itens sagrados e atravessar esse portal, ganhara a proteção e a benção de Vritra para combater o senhor das trevas. -Joseph diz. – Mas não se sabe o que acontece lá dentro, então não podemos garantir sua segurança.

Momon se aproxima do portal com cautela enquanto procura por qualquer coisa que possa ser analisada em sua estrutura. Quando ele toca um dos pilares, o emblema que havia recebido de Joseph emite uma forte luz em sua outra mão.

— Mas o que... -Momon diz.

— Parece que o portal está reconhecendo os itens sagrados -Joseph diz.

— Foque sua energia no emblema para que ele se abra! -Alícia afirma.

Momon olha para o emblema que está em sua mão esquerda e o aperta com mais força, apoiando sua mão direita sobre o pilar. Ele força o fluxo de sua magia sobre o cristal, que retransmite a energia para o portal constantemente. O portal produz uma pequena parede de luz com cores distorcidas, que emite uma grande quantidade de energia que parecia ser estável.

Momon se afasta alguns passos para ver se o portal se fecharia, mas ele continua aberto. Algo estava sustentando a magia para que ele se mantivesse aberto sem usar sua energia.

— Essa é sua chance! -Joseph diz. – Esse portal está ligado à dimensão celestial.

Momon está um pouco hesitante, pois aquilo poderia sair em qualquer lugar no mundo, e ele não sabia o que estaria o esperando do outro lado daquela coisa.

Após olhar fixamente para o portal, Momon pode sentir como se algo estivesse chamando por ele. Era uma atração inexplicável que ele estava sentindo, logo seu corpo começou a se mover involuntariamente em direção a parede de luz. Quanto mais ele se aproximava, mais calorosa a luz ficava, até que sua hesitação se foi e ele finalmente entrou no portal, deixando para trás apenas os três cavaleiros que o acompanharam até ali.

— O que fazemos agora? -Alícia pergunta

— Só podemos confiar que ele retornará! -Joseph responde. – Agora, tudo depende dele...

Um poderoso terremoto atinge a capital, forte o suficiente para fazer com que alguns pedaços das estruturas se desprendessem e caíssem do céu.

— O QUE FOI ISSO!? -Zahir diz aflito.

Joseph equilibra seu corpo quando o solo começa a se estabilizar. Ao longe dali seus olhos se fixam na escuridão da noite que estava sendo iluminada com um tom vermelho claro. Era como um gigantesco mar de fogo que estava se alastrando.

— Parece que já começou! -Ele diz.

— O que você quer dizer com 'começou'? -Zahir pergunta.

— O despertar... -Alícia responde com seus olhos refletindo o brilho das chamas que ardiam em meio as sombras.

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Pouco antes do terremoto:

Havia uma pequena e calma floresta bem longe da capital. Nessa floresta, um homem que vivia sozinho estava indo buscar água para deixar em sua casa e usar para suas necessidades diárias. Ele estava ajoelhado na beira de um pequeno riacho não muito longe de sua casa, com uma tocha cravada na areia molhada iluminando um pouco o ambiente a sua volta.

Mergulhando um balde de tamanho mediano na água, ele percebeu que algo estava errado, pois a água parecia estar fervendo.

— Mas o que está... -Ele interrompe sua fala.

Ele fixa o olhar nos movimentos da água que estava ficando cada vez mais quente e agitada, chegando ao ponto de liberar uma grande quantidade de fumaça que subia e desaparecia no escuro quando saía do raio de iluminação da tocha.
Ele se levantou e se afastou um pouco após retirar a tocha que estava cravada no chão, logo depois disso um clarão tomou conta de seus olhos por uma fração de segundo. Quando a visão do homem voltou ao normal, a floresta estava em chamas enquanto explosões de fogo saiam do chão e vinham em sua direção, abrindo uma imensa cratera de lava na extensão da área.

O homem logo começou a correr o mais rápido que podia para escapar, olhando uma última vez na direção de sua casa que agora estava afundando no grande poço de chamas que havia se formado. Com os olhos cheios de lágrimas por ver o seu lar sendo destruído, o homem apenas continuou correndo sem poder fazer nada além disso. Nesse momento um poderoso terremoto tremeu a terra com tanta força que fez o homem perder seu equilíbrio e cair de forma violenta.
Enquanto estava caído, o homem viu uma gigantesca sombra se movendo lentamente na escuridão. Outra explosão de chamas ainda mais poderosa iluminou o local, revelando um gigantesco braço que saía do chão. Era a primeira vez em sua vida que ele havia visto algo parecido.
Enquanto tentava desesperadamente se levantar para poder correr, aquele braço monstruoso se dobra e acerta o poço de lava com sua mão, fazendo com que a lava voasse pelo ar atingindo grandes distâncias.

Quando os tremores diminuíram um pouco, o homem aproveitou a oportunidade para rapidamente se levantar e continuar a correr, deixando para trás até mesmo a tocha que havia levado consigo. Sem desviar o olhar do caminho a sua frente, ele continuou correndo cada vez mais rápido. Mesmo que suas pernas estivessem doendo e ele estivesse cansado, apenas queria que aquele pesadelo terminasse. Ele apenas conseguia pensar em sair dali, ignorando tudo, até mesmo o estrondoso e ensurdecedor rugido que veio de algum lugar em meio ao caos de chamas que a floresta que costumava chamar de casa havia se transformado.

Continua....

 


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