Overlord - A batalha de FourKnights escrita por TDK FanFics


Capítulo 10
Águas passadas




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  Algumas horas se passaram desde o ataque à capital. O sol nascia em meio as colinas a leste, revelando pilhas de corpos deformados e carbonizados pelo fogo. O cheiro de carne queimada ainda impregnava o ar ao redor da área. As crateras que se abriram no chão foram todas fechadas durante a noite, sem nem deixar rastros da destruição ocorrida a apenas algumas horas. 
  Grupos de soldados buscavam os incontáveis corpos e os colocavam em algumas carroças que os acompanhavam, assim, podiam se livrar dos corpos mais facilmente, jogando-os dentro do abismo que cercava a capital.

  Momon se encontravam na sala do trono, juntamente com Joseph e Alícia, discutindo sobre o plano de evacuação dos moradores da cidade do cavaleiro dourado. Haviam recebido naquela mesma manhã, uma carta que contava a situação da cidade, que havia piorado da noite para o dia. Monstros de grande e médio porte iniciaram seus ataques contra o forte onde o cavaleiro estava, forçando-os a lutarem sem descanso para que ficassem seguros.
  Não iriam conseguir segurar os monstros por muito mais tempo. Era apenas questão de tempo até que o forte caísse, e Joseph não poderia deixar que isso acontecesse.

   - Momon. -Joseph diz. – Em algumas horas os soldados estarão prontos para partir.

  Momon acena com a cabeça.

   - A propósito... -Ele continua. – Depois da demonstração de poder de ontem a noite, creio que que posso lhe mostrar o que lhe prometi.

  Momon altera levemente sua postura e fica mais sério, pois já tinha em mente sobre o que Joseph iria falar.

   - Espero que me conte tudo que sabe, ajudaria muito se não esquecesse nem um detalhe. -Momon diz.

  Uma gota de suor desce pelo rosto de Joseph.

   - Não se preocupe com palavras. -Joseph diz. – Posso lhe mostrar o caminho até lá.

   - Você só precisa me seguir! -Ele continua. – Logo chegaremos ao local do qual estou falando.

  Momon se aproxima um pouco de Joseph e mais uma vez acena com a cabeça.

  Joseph se vira em direção ao trono, mas antes que consiga dar algum passo adiante, Momon segura um de seus ombros e o vira para si.

   - Espero que não esteja tentando me levar para alguma armadilha. -Momon diz. – Ser surpreendido no caminho pode me deixar um pouco estressado.

  As palavras de Momon foram o suficiente para causar calafrios em Joseph, que ficou paralisado com a sensação de medo que percorria seu corpo naquele momento.
  Ele se virou para Momon e afastou sua mão de seu ombro.

   - Não se preocupe. -Joseph diz com sua voz trêmula. – Conheço bem seu potencial, então não ousaria te desafiar.

  Momon pode ver no olhar de Joseph que estava tomado pelo medo, que estava dizendo a verdade, então deixou que ele o guiasse ao local do qual estava falando.

  Joseph sobe até o trono e para ao lado dele, segura em um dos apoios laterais e aperta um pequeno botão que ficava escondido entre os entalhes de ouro que enfeitavam o mesmo, levantando uma pequena tampa e revelando algo que parecia ser um leitor de cartões.

  De um de seus bolsos, Joseph retira um pequeno cartão platinado e o introduz na abertura que o trono havia revelado, e com um bipe, o leitor indica que o cartão foi aceito.

  Joseph guarda novamente o cartão no bolso de sua armadura e pede que Momon suba e se aproxime do trono. Ao se aproximar de Joseph, Momon avista uma estreita passagem que se abriu atrás do trono, que mesmo imersa no escuro, ainda era possível ver o início de uma escada que levava para o subsolo do palácio real.

   - Estão prontos? -Joseph pergunta ao mesmo tempo que invoca uma pequena chama na palma de sua mão, que seria usada para iluminar o caminho tomado pelas sombras.

  Momon e Alícia acenam positivamente com a cabeça e se aproximam, prontos para seguirem adiante.

   - Então vamos lá! -Ele responde ao silêncio dos dois.

  Um passo atrás do outro, eles começam a descer na escada. Todos sempre perto uns dos outros para não se perderem da luz que pousava sobre a mão de Joseph.
  As escadas pareciam não ter fim. Alícia parecia um pouco assustada com a atmosfera do local, o que poderia significar que talvez ela nunca tenha estado aqui, o que não era o caso de Joseph, que parecia bem tranquilo naquele lugar.

        “Você com certeza sabe o que nos espera lá embaixo”

  Momon deduziu enquanto observava a expressão dos dois ao seu lado.

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  Após alguns minutos descendo as escadas, eles chegam a um pequeno corredor, com uma porta a alguns passos de distância dos últimos degraus.
  A porta possuía escritas que Momon desconhecia, mas algo chamou mais sua atenção naquela porta. Em seu centro havia três marcas onduladas, o que representava as ondas do mar.

  Joseph se aproxima da porta e coloca a mão que estava vazia no centro do círculo, e com muita calma ele transfere parte de seu poder para ela.
  Um pequeno brilho atravessa seu braço e para na palma se sua mão. Ele faz um pouco mais de pressão sobre o símbolo e a energia que se concentrou em sua palma percorre toda a porta, iluminando cada um dos símbolos estranhos nela. Ao retirar sua mão, toda a energia que se concentrou nos símbolos se junta na marca ondulada no centro dela e desaparece.

  Pela expressão séria e inalterada de Joseph, era visível que tudo estava indo como ele queria, apesar de Momon não saber absolutamente nada do que estava acontecendo naquele momento.

  Passados alguns segundos, a porta começa a se mover para frente, se dividindo no meio e revelando mais uma sala completamente escura.
  Sem muitas cerimônias, todos os três entram na sala. Joseph, ao passar pela porta, desfaz a magia de iluminação que usou antes de descerem as escadas na sala do trono.

   - O que é isso? -Momon pergunta.

   - Não se preocupe. -Joseph responde. – Não precisaremos dela a partir daqui!

  Um barulho de palmas batendo é ouvido na sala, o que provavelmente é obra de Joseph. Com o som, algumas tochas presas a parede se acedem, iluminando a gigantesca sala em que estavam.

  A sala possuía uma ponte que ligava a porta por onde vieram até o centro, onde havia dois pilares entrelaçados em formatos de cobra. À frente dos pilares, havia um pequeno pedestal que não era tão visível ao longe, mas Momon conseguiu ver um pequeno objeto sobre ele. A sala ainda era cercada por água, sendo que os únicos lugares por onde podiam andar eram da entrada ao centro, passando por aquela estreita ponte.

  Momon podia sentir a incrível energia vinda do objeto, mas não podia dizer o que era aquilo exatamente.

   - Onde nós estamos? -Momon pergunta.

   - Essa é uma sala secreta que fica no subsolo da capital, uma sala que só a família real tem conhecimento. -Joseph responde. – Esse é o local que serve de moradia para o protetor deste reino. O pedestal de Leviathan.

   - Leviathan... entendo. -Momon diz.

  Até onde Momon sabia, Leviathan era o nome do demônio que representava a inveja, e também um dos sete príncipes infernais. Em jogos online, era apenas uma criatura marinha que aparecia em forma de serpente ou polvo. Ao que parece, aqui ele é o protetor deste reino, mas deduções não serão necessárias aqui, pois logo Momon ficaria cara a cara com ele.

   - Apenas uma pessoa pode atravessar essa ponte. -Joseph diz. – Meu pai costumava dizer que essa pessoa era o escolhido a qual a profecia se referia. Em outras palavras...

  Joseph olha para Momon e termina sua frase.

   - ...você Momon!

   - E o que eu vou encontrar lá? -Momon pergunta.

  Joseph balança a cabeça negativamente e responde à pergunta de Momon:

   - Não sabemos. -Ele diz. – Porque ninguém nunca conseguiu chegar ao outro lado antes de ficar inconsciente.

  Momon acredita nas palavras de Joseph e dá alguns passos em direção ao outro lado, mas antes que se afaste muito, Joseph o segura pelo ombro para lhe dar um aviso.

   - Não sabemos o que vai acontecer se você realmente conseguir chegar ao outro lado. -Ele diz. – Então tome cuidado e não faça nada precipitado de mais.

  Momon não diz nada, apenas retira a mão de Joseph de seu ombro e continua em direção ao altar sem mais interrupções.

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  Ele não sentiu absolutamente nada enquanto se aproximava dos pilares em formato de cobra, mas também não acha que Joseph estava mentindo enquanto dizia que não sabia o que iria se passar quando chegasse ao outro lado, e assim continuou até se aproximar o suficiente para poder tocar o objeto que estava no pequeno pedestal a frente dos dois pilares.

  Era uma pequena caixa, com entalhes feitos de diamantes da cor azul-ciano e uma pequena trava feita de um material que ele desconhecia. Era um pouco maior que sua mão, e devido ao seu peso, com certeza havia algo em seu interior.

   - Detect Item. -Momon usa uma magia simples para identificar o objeto.

    “Não consigo nenhuma informação sobre essa caixa com o Detect Item, mas posso dizer que não possuí nenhuma armadilha atrelada a ela.”

  Momon então decide abrir o objeto para saber o que havia dentro. Ele faz uma leve pressão sobre a trava e empurra a tampa para cima, e com muita facilidade, o objeto se abre.
  Seu interior era feito de um material que parecia com escamas na cor verde, o que mais parecia a cor de um lago de águas cristalinas. O material era parecia tão resistente, que Momon duvidou que até mesmo ele conseguisse quebra-lo com facilidade.

  Perfeitamente encaixado junto ao material dentro da caixa, havia um bracelete dourado, que possuía a forma de uma criatura que Momon jamais havia visto.
  Ele coloca sua mão sobre o objeto, que reage no mesmo instante. Ele deixa a caixa em que estava e rasteja até a mão de Momon como uma serpente. Quando o objeto para de rasteja por seu braço, ele ergue três pares de asas em suas laterais e se fecha, ficando preso ao pulso de Momon. Ele tentou retirar o objeto de seu braço, mas foi um esforço em vão, pois estava completamente fixado no lugar.

   - Você se acha digno de usar este item? -Uma misteriosa e grave voz ecoa na cabeça de Momon.

  Ele olha em volta procurando algo de diferente, mas não encontra nada.

   - Quem é você? -Momon faz uma pergunta, mas não recebe uma resposta para ela.

   - Feche seus olhos e se concentre. – A voz diz. – Deixe que o som de minha voz sirva como seu guia até mim.

  Como não recebeu uma resposta para sua pergunta, Momon permanecia cauteloso frente a situação.

   - Se você quer saber sobre o poder deste bracelete, esta é sua única opção. -A voz diz. – Este item sagrado apenas pode ser usado por aqueles que se mostrem dignos de seu poder. Então venha e me prove que ele pode ser seu.

  Como Momon esperava, aquele era um dos itens sagrados que estava atrás. Ele precisava de qualquer maneira desse item, então acabou por ceder e fez o que a voz estava pedindo.
  Ele se aproximou dos pilares e colocou suas mãos sobre os dois. Com os olhos fechados, ele se concentra no fundo de seu consciente, procurando pela parte de onde a voz misteriosa vinha.

  Como foi com Inguiinil, ele sentiu a atmosfera do local mudando aos poucos enquanto mantinha os olhos fechados, e a única coisa que sempre estava ali era o som de água no local. Passado algum tempo, ele decide abrir seus olhos, e como esperado ele já não estava mais junto de Joseph e Alícia.

  O lugar era dentro da mesma caverna, mas não havia nenhuma saída. Ao olhar para baixo, Momon reparou que estava andando sobre a água, que naquele momento parecia mais como concreto. A ponte havia desaparecido junto com o centro onde o pedestal ficava. A água era cristalina, com cristais de iluminação azuis submergidos nela, os mesmos eram a única fonte de iluminação no local, dando um efeito florescente na superfície.

   - Vejo que você conseguiu. -A voz misteriosa diz novamente, mas agora não estava dentro de sua cabeça, mais sim em algum lugar naquela enorme caverna.

  Momon puxa sua espada da bainha e olha em todos os lugares na sala, procurando pelo dono da voz.

   - Apareça logo! -Ele diz.

   - Aqui você está em meu subconsciente. -A voz diz. – Acredito que saiba o que isso significa.

  Momon, depois de ouvir o que a voz disse, resolve guardar a espada.

   - Quer dizer que não posso lhe ferir, não é? -Momon diz.

  Ele guarda a espada novamente em sua bainha.

   - Mas nada impede o contrário. -A voz diz vinda de trás e Momon.

  Quando Momon olha para trás, uma gigantesca criatura saía lentamente da água. A criatura possuía a forma de uma serpente, com a cabeça que mais parecia a cabeça de um dragão, com três pares de asas que se encontravam ao longo de seu tronco. Sua coloração variava de acordo com a posição da luz em relação ao seu corpo, sendo que uma hora ele era azul-ciano que se tornava azul marinho e depois um verde bem claro. Era como os vários tons das águas puras e cristalinas de um lago, o que fazia bastante sentido na situação em que estava.

   - Posso deduzir que você seja a criatura que Joseph chamou de Leviathan. -Momon diz.

   - Correto. -A criatura diz enquanto aproxima sua cabeça de Momon. – Sou um dos quatro seres celestiais que você procura.

  Momon já tinha a impressão de que ele seria uma das criaturas portadoras dos itens sagrados, pois sua energia, apesar de mais fraca, quase se igualava a de Inguiinil.

   - Não pretendo travar uma batalha pelo bracelete. -Ele diz. – Ofereço-lhe a Divine Protection, que é capaz de maximizar suas defesas durante um breve período de tempo.

  Aquele poder seria realmente muito útil no que estava por vir, pois se essa tal profecia estiver correta, Momon iria enfrentar um inimigo mais poderoso que ele. Nesse momento, tudo seria útil para auxiliar em sua batalha.

   - Para obter este poder, você deve me mostrar que é capaz de suportar a energia necessária para ativá-lo. -Leviathan diz. – Irei absorver uma pequena parte do seu poder, e usá-la para invocar o Divine Protection. Se essa pequena parte for o suficiente para isso, você será digno de usar meu poder.

  Momon não reagiu diante as palavras de Leviathan.

   -  Se você entendeu, então vamos começar! – Leviathan diz.

  Leviathan enrola sua calda ao redor do corpo de Momon, o suspende no ar e o aproxima de sua boca. Momon não reage, apenas deixa que Leviathan guie o ritual.
  Ele recita algumas palavras que Momon desconhecia. Uma repentina queimação surge no peito de Momon, mas ele ainda não reage.

   - Você é bem resistente para um simples humano. -Leviathan diz.

  Um orbe de luz surge no local da queimação no peito de Momon, sendo levado até a boca da criatura. Em uma única mordida, Leviathan engole o orbe de luz que continha uma parcela do poder de Momon.

  Logo após o ritual, ele coloca Momon que continuava inalterado de volta em seu lugar. Ele sentia apenas um leve desconforto na região de onde o orbe surgiu.

   - Você realmente tem uma grande quantidade de energia! -Leviathan afirma. – Talvez não tenha problemas em usar meu...

  Leviathan fica em silêncio, seu olho verde muda gradualmente para um tom vermelho sangue enquanto o resto de seu corpo começa tendo leves espasmos.

   - O que você fez? -Leviathan pergunta.

  Momon olha para ele com um pequeno sorriso em seu rosto, um sorriso de causar calafrios.

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  Voltando ao subsolo da capital, Joseph e Alícia esperavam Momon que estava em pé com as mãos apoiadas nos dois pilares no centro da sala.

   - O que deve estar acontecendo do outro lado. -Joseph pensa alto.

  Neste instante, um intenso vento sopro na sala, o que era impossível dado o lugar em que estavam.

   - Afaste-se. -Ele diz a Alícia.

  Em volta do centro da sala, a água começa a se agitar violentamente, formando um furacão ao redor do pedestal.

   - Momon. -Joseph diz. – O que está acontecendo com você?

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  O corpo de Leviathan começa a se contorcer e queimar, fazendo com que suas escamas e alguns pedaços de sua pele se queimassem e caíssem, afundando na água.
  Leviathan tentava de tudo para se livrar da dor, mas era tudo em vão.

   - O que você está fazendo comigo!? -Ele grita para Momon.

   - Você disse que precisava ver se “eu” suportaria seu poder... -Momon diz.

   - Impossível... -Leviathan diz.

  Ele tenta acertar Momon com sua calda, mas ele a para com apenas uma mão.

   - Como pode um mero humano... -Ele diz enquanto seu corpo começa a se desfazer devido a quantidade de poder que seu corpo havia recebido.

  Ele se fixa aos olhos de Momon, que por alguns milésimos de segundos emitem um intenso brilho vermelho.

  Leviathan fecha seus olhos e junta forças para dizer suas últimas palavras.

   - Entendo... é por isso que... -Seu corpo se desfaz completamente, e suas cinzas se espalham pela sala, que agora começa a ser imersa nas sobras.

           “Hora de voltar! Isso foi até mais fácil do que eu imaginava”

  Momon fecha os olhos e se prepara para retornar.

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   O tornado em volta do pedestal ficava cada vez mais forte, chegando ao ponto de causar tremores dentro da caverna.

   - Precisamos sair daqui agora! – Joseph diz a Alícia.

   - Mas e ele? -Ela pergunta olhando para Momon.

   - Conhecendo-o, tenho certeza que isso não será problema algum. -Joseph responde.

  Ela acena com a cabeça e os dois se viram para a saída, mas quando começa a correr, uma gigantesca pedra se desprende do teto, caindo na direção dos dois. Joseph tenta invocar algumas barreiras para se protegerem, mas a pedra as fazia em pedaços. Em uma tentativa desesperada de proteger sua irmã, ele a puxa pelo braço e a arremessa em direção a saída.
  Ela se choca com o chão e se vira imediatamente para seu irmão.

   - JOSEPH! -Ela grita enquanto a pedra se aproximava cada vez mais de seu irmão.

  Quando a pedra estava para atingi-lo, ela virou o rosto para não ver o momento que seu irmão era esmagado brutalmente por ela. O tremor da pedra se chocando contra o chão balança Alícia que estava de joelhos com os olhos cheios de lágrimas.

  Passados alguns segundos, ele resolve olhar o que havia acontecido com o local e ao se virar, ela vê seu irmão envolto em um campo de força que surgiu alguns milésimos de segundos antes da pedra acerta-lo.

   - JOSEPH! -Alícia grita novamente. – Como você conseguiu fazer isso?

   - Eu não estou fazendo nada! -Ele responde.

   - Então... -Alícia diz em baixo tom de voz.

   Os dois virão seus olhares para o pedestal.

  O tornado continuava a piorar cada vez mais. A água estava tão densa em sua estrutura, que era impossível ver Momon do outro lado. Mas uma explosão gera um campo de força que dissipa as águas do tornado instantaneamente. Em meio a densa chuva que se formou em volta do pedestal, Momon caminhava lentamente em direção aos dois, emitindo uma aura tão negra quanto o monstro mais maligno que Joseph podia pensar naquele momento. Ao se aproximar de Joseph, o campo de força que o cobria se desfaz.

   - Temos mais coisas a fazer. -Momon diz olhando para os dois. – Não podemos mais perder tempo aqui.

  Logo em seguida, ele anda em direção a saída, pois agora que conhecia o caminho, não necessitava que ninguém o guiasse para fora.

  Enquanto ele andava para a saída, Joseph o seguia com o olhar, pensando no que acabou de ocorrer ali. O porque da atitude de Momon frente a tantos perigos; O porque de ele não hesitar quando é ameaçado, se mantendo sempre calmo; E o porque ele estava emitindo uma aura tão assustadora quanto aquela de alguns momentos atrás, uma aura que se equiparava a da própria morte. Multidões de perguntas irrompem a cabeça de Joseph.

   “A questão não é mais sobre ‘quem’ você é, mas sim ‘o que’ você é.”

  Ele pensou.

   “Momon! Não importa como nós o vemos ou quem você diz ser. Mas de uma coisa tenho certeza, é impossível que alguém como você seja humano.”

  Como ele havia acabado de salvar sua vida, Joseph acabou deixando o assunto de lado por hora. Mas nunca iria esquecer aquela aura assustadora, que o fez congelar de medo. 
  Os dois então vão logo atrás de Momon, que está alguns passos à frente deles.

   - Obrigado por me salvar, Momon. -Joseph diz.

   - Não foi nada. -Momon responde.

   - Não posso deixar que você morra. Pelo menos não antes de abrir mão de seu reino e entrega-lo para mim! -Momon diz enquanto seus olhos emitem uma intensa chama vermelho escarlate, que logo é absorvida pelas sombras do local.
                                 

                                                                                                                       Continua...


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