Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 48
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, pessoal!

Beijos!



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—Bom dia a todos.

Tentando se desvencilhar do desagrado em dá de cara com Bryan, Dylan procurou ser cordial.

—Bom dia. – Levantei para cumprimenta-lo, com um beijo na bochecha. –Chegou em uma boa hora. Eva acabou de servir o café, está fresquinho.

—Devo confessar que vim mesmo lhe fazer companhia. – Ele piscou para mim, sorrindo de canto.

—Tenho alguns assuntos para resolver. Com licença.

—Você nem tocou no prato ainda! – Disse Dylan, observando o prato arrumado de Bryan. –O café da manhã é essencial para um dia de energia!

—Estou satisfeito.

—Quanta desfeita, Bryan! – Dylan abraçou o ombro dele, como se fosse um velho amigo. –Parece até que minha presença o incomoda.

Bryan não era muito de falar, por isso, na maioria das vezes, era o seu olhar a dizer tudo. Pela cara azeda, ele não estava gostando da insistência de Dylan que, propositadamente, estava agindo com implicância.

—Já que está fazendo tanta insistência para que eu fique... – Bryan voltou para o seu lugar.

—Eva! – Chamei-a casualmente. Eu queria mesmo ter um motivo para dispersar o mal-estar que se instalou entre nós.

Depois de pedir algumas coisas a Eva, voltei a atenção para os dois homens ao meu lado. Bryan estava concentrado em algum ponto do prato, Dylan o sondava claramente.

—Então, depois de tanto tempo você vai mesmo sair dessa casa?

A pergunta de Dylan me deixou um pouco eufórica. Como ele estava sabendo disso?

—Não só da mansão, mas da empresa Griffin também.

Foi um baque para mim ouvir aquela declaração. Eu não estava esperando que Bryan fosse agir com tanta urgência.

—Uh. – Murmurou Dylan, afundado no assunto. –William vai demorar a aceitar sua demissão, afinal você é o braço direito dele.

—Ele vai se acostumar com isso, além do mais, não demorará muito para Stella aprender tudo que ela precisa saber na empresa. – Bryan me observou, fixamente. –Ela vai ser uma ótima parceira.

—Com toda a certeza!

—Você... – Murmurei extasiada pela notícia. –Por que você tomou essa decisão de repente? William sabe que você pretende se demitir?

Bryan deu um longo suspiro. Estava claro que ele não queria falar sobre coisas pessoais com Dylan por perto, mas, àquela altura, sua vida não era mais um segredo.

—Na verdade, tenho preparado minha demissão há muito tempo.

—Quando? – Perguntei gravemente. Foi como se alguém estivesse me dando uma apunhalada pela costa. –Quando? – Insisti.

—Desde que você apareceu.

Antes, todas as coisas que ela mencionava sobre eu substituí-lo não fazia o menor sentido para mim, no entanto, naquele momento, todas àquelas coisas intencionadas se encaixavam. Bryan estava mesmo saindo das nossas vidas.

—William não vai concordar com isso!

—Stella... – Bryan conteve minha ansiedade. –Não se trata do que William quer. É necessário que isso aconteça.

—Você está sendo muito sistemático! – De repente, me exaltei. –Compreendo que sua vida esteja uma verdadeira bagunça agora, mas... sair da empresa não vai melhorar seus dias!

Bryan suspirou alto. Era nítido a falta de incompatibilidade naquele diálogo, ainda assim, decidimos lavar toda a roupa suja.

—Acho que Bryan está certo. – De telespectador, Dylan entrou na conversa. –A família Griffin está passando por um período de turbulência agora. É sensato que não haja mais pessoas envolvidas no mesmo estresse. – Disse levando a xícara à boca. –Você tomou uma sábia decisão.

Houve silêncio entre nós. Meus olhos confusos encaravam Bryan sem descanso.

—Você está se sacrificando em vão. Independentemente de onde você estiver, as pessoas irão falar mal de você! E daí se esses idiotas engravatados te acharem um espertalhão? O que importa é o que sabemos sobre você! Nós conhecemos você realmente!

—Estou fazendo isso por você! Será que é tão difícil de entender? – Bryan se estressou comigo.

—Por mim? – Sorri irônica.

—É. Por você! – Ele me encarou duramente. –Você acha mesmo que eu queria sair daqui? Acha mesmo que eu quero jogar toda a minha carreira para o alto? Não! Eu não quero! Mas, isso é algo inevitável! – Virei o rosto, desviando dos seus olhos frios. –Você sabe o que está em jogo aqui, Stella, então, não force mais as coisas!

Ouvi a cadeira riscar o chão, em seguida, passos apressados encheram meus ouvidos. Bryan estava indo embora.
Furiosa, bati a mão contra tudo que estava na mesa, varrendo a comida para baixo. O barulho de coisas quebrando alarmou a todos. Todos os empregados chegaram assustados na sala de jantar.

—Está tudo bem. – Dylan os acalmou. –A senhorita Stella está precisando descansar agora.

Atencioso Dylan me levou para o jardim. Depois de andarmos um pouco em licencio, chegamos a piscina. Enquanto caminhava ao meu lado, ele me lançava olhares curiosos.

—Acho que me enganei a respeito do Bryan. – Disse ele, com as mãos nos bolsos. –Eu estava certo de que ele tentaria se aproveitar de você. Ao invés disso, ele está desistindo de tudo.

—Ele nunca foi esse tipo de pessoa. – Mencionei mais calma. –Desde o início ele deixou claro que meu lugar é ao do mau pai. Eu... – Engoli a seco. –Sempre achei que era uma maneira de ele dizer que eu nunca mais sairia do lado de William. – Parei, abruptamente. –Eu não esperava que ele tomasse essa decisão tão facilmente.

Dylan suspirou, depois de refletir. –Na verdade, você queria que seus sentimentos o impedisse de ir. – Ele sorriu. –Então, não é só uma paixãozinha boba. Está rolando algo entre vocês.

O tempo todo Dylan fingiu não enxergar meus sentimentos.

—Você é homem. Sabe que nenhum homem fica nesses joguinhos sentimentais por muito tempo. Então, resumidamente, isso é tudo o que acontece entre Bryan e eu. – Voltei a andar, Dylan me seguiu. –Tivemos chances de termos sidos bons amantes? Claro que sim, mas... sempre fomos impedidos de dá um único passo. – Eu queria falar sobre os meus sentimentos, por isso não tive medo, nem pudor. –Toda garota sonha com seu príncipe encantado, por mais irreal e imaturo que isso seja. – Achei graça das minhas próprias palavras. –Bryan foi meu príncipe encantado secreto. – Respirei fundo, andando sem rumo. –Agora ele se foi para sempre. – Dylan estava atento a meu desabafo. -Desculpa está falando essas coisas para você.

—Tudo bem. – Ele sorriu tirando do rosto toda a seriedade. Gentilmente segurou minha mão, impedindo nossos passos. –Bryan é realmente um tolo. Uma garota como você não deveria ser deixada para trás.

Sem aviso, Dylan uniu seus lábios aos meus. Eu não estava esperando por um beijo dele, por isso não reagi como ele gostaria. Gentilmente, pus as mãos em seu peito, cessando seu contato. Dylan parecia realmente confuso.

—Achei que você...

—Não é você, é que não estou bem nesse momento. Preciso pensar um pouco. – Devagar, afastei dele. –Desculpa.

Continuando andando, à medida que meu coração acelerava, meus passos também aceleravam. Assim, fugi dos braços do homem que poderia ser meu príncipe encantado real, mas a realidade ali era outra, não havia perfeição em meu destino.

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Final de semana...

A situação era completamente desconfortável! Meus irmãos eram os únicos entusiasmados com a casa. Minha mãe claramente não queria está lá e Peter estava com cara de peixe fora d’água.

—Stella! Podemos pular na sua cama? – Anna chegou eufórica na companhia de Peter Jr.

—Está bem. Mas, tirem os sapatos e não mexam nas minhas coisas!

—Yes! – Os pestinhas saíram correndo pela escada.

—Sabe que eles vão destruir o seu quarto, não é? – Indagou minha mãe, com a pequena Lucy nos braços. –Peter já está providenciando um hotel. – Lembrou minha mãe. William imediatamente reagiu.

—Fiquem o quanto precisarem. Faço questão de recebe-los em minha casa.

—Casa? – Peter deu risada. –Cara, nosso apartamento inteiro cabe em seu quarto de hóspede. – Ele estava realmente impressionado com o tamanho da casa. –Você sempre foi um cara de sorte, William! Mesmo depois de tanto tempo continua um cara boa pinta. – Era uma provocação que Peter tentava parecer descontraído.

—Ter prosperidade na vida não significa ter sorte, Peter. Somente os apostadores ganham dinheiro na sorte. Tudo que minha família adquiriu foi por meio de muito trabalho.

—Claro. – Ele tossiu alto, desviando o fora que levou gratuitamente. –Stella vai herdar tudo isso! – Ele sorriu para mim. –Posso sinceramente dizer que tenho uma filha de muita sorte!

—Eu gostaria que você não se referisse a minha filha dessa forma na minha frente.

Ninguém estava esperando por aquela intimidação.

—Stella pode ser sua filha biológica, William, mas fui eu a está ao lado dela todos esses anos. Carinhosamente, eu a amo como filha.

William coçou o nariz, contendo-se para não perder a postura.

—Não sei que tipo de conceito você idealiza ao falar que se vê como ‘pai’ de Stella, sendo que nunca se esforçou para dá carinho a ela. – Peter não tinha como fugir daquela verdade, por isso se acovardou. –Enfim, acho que não precisamos falar mais sobre isso. – William enfatizou o que Peter tinha que se lembrar: Stella Griffin não era sua filha e nunca seria.

—Nunca concordei com a ideia de Stella está aqui. – Minha mãe resolveu acalmar os ânimos entre os dois homens. –Agora que sua esposa se foi, sinto que será melhor que ela vá comigo. Considere que é perigoso essa tal de Kristen está à solta por aí.

—Ninguém vai encostar um dedo sequer na Stella. Eu prometo!

—Mas, isso quer dizer o que? – Minha mãe confrontou meu pai. –Stella já está um bom tempo com você! Nem a vejo mais e tampouco consigo falar com ela! Não é justo que, de repente, você queira trancafiá-la aqui!

—Não estou proibindo-a de sair dessa casa, eu apenas...

—Olha, William! – Minha mãe se levantou do sofá, perdendo toda a paciência que lhe restava. –Stella precisa viver em um ambiente seguro! No momento, sua vida se tornou muito instável! Além do mais, não quero que ela siga os seus passos, sendo uma escrava do trabalho! E de forma alguma eu vou permitir que Katherine Griffin a transforme em um fantoche da alta sociedade!

—Você ainda é a mesma garota ingênua. – Inesperadamente minha avó apareceu, radiante como nunca estivera. –Por mais que você tente direcionar Stella para outro lugar, o destino sempre irá trazê-la para os Griffin, está no sangue dela!

—Um sangue que você teve vergonha de reconhecer!

—É verdade. – Katherine se sentou, elegantemente. –Agora você sabe o quanto isso me sacrificou, por anos.

—Não me importo com seu arrependimento, Katherine! Fique longe da minha filha! Você não tem o direito de envolve-la em suas mentiras!

Com um aceno para Eva, Katherine imediatamente teve uma taça de champanhe depositada em sua mão.

—Vou levar Lucy para o quarto. – Peter pegou a filha no colo.

—Peter... – De repente, minha avó o chamou, deixando-nos confusos. –Já faz muito tempo.

Peter sorriu surpreso. –A senhora está me confundindo com alguém.

Eva apareceu e tirou Lucy dos braços do homem confuso.

Minha avó sorriu de canto. –Você tinha um colega de quarto que se chamava Nicholas.

Minha mãe olhou o marido sem nada entender.

—Lembro-me que você era uma pessoa próxima de Kimberly e Nicholas era uma pessoa próxima de você. Eu tinha que saber tudo sobre a garota que estava namorando meu filho, por isso me aproximei do seu colega de quarto. – Minha avó estava prestes a contar mais um segredo? –Fiquei sabendo que você estava interessado na Kimberly, mas era simples demais para competir com William.

—A senhora está realmente me confundindo com outra pessoa.

—Deixe ela terminar! – Minha mãe olhava fixamente para a minha avó.

—O seu amigo revelou a você que alguém lhe daria certa quantia se você conseguisse fazer que todos pensassem que Kimberly era sua namorada. – Katherine cruzou as pernas. –Você nunca contou isso a sua esposa?

Um estalo na mente da minha mãe a rompeu por inteira. A maneira que ela olhou Peter me fez tremer por inteira.

—O dinheiro que você conseguiu para abrirmos a loja... Foi Katharine quem lhe deu? – Minha mãe se aproximou do marido. –Responda, Peter. – Ela estava tão contida que não parecia ser Kimberly Evans.

—Eu estava em uma situação muito difícil. Naquela época, a mensalidade da faculdade estava atrasada e... – Ele suspirou. –Eu estava apaixonado por você. – Olhou a esposa tristemente. –Além do mais, todos sabiam que William não voltaria mais para vê-la.

—E você contribuiu para que Kimberly realmente acreditasse nisso! – William deu passos na direção de Peter, mas intervir o avanço. –É melhor você ir embora daqui!

William não era um homem violento, mas ele estava há um passo de sucumbir toda a ira adormecida em seu ser.

—Kimberly...

—Vá embora! – Em um acesso de fúria, minha mãe agarrou um vaso de cristal e atirou contra o marido. –Vá agora ou eu juro que...!

Ela abafou o choro com a mão e se virou de costas. Peter deixou a casa sem mais se atrever a dar qualquer explicação.

—Ele era só um jovem ambicioso e apaixonado. Era uma criança também, assim como você. Fui eu a envolve-lo em meu objetivo. – Katherine observava as costas da minha mãe.

—Você é um monstro! – Kimberly se virou para a mulher que ela teria coragem de esganar até a morte. –Você fez a minha vida virar um verdadeiro inferno! Por sua culpa, me casei com um homem que eu não amava só para poder criar minha filha em paz! – O sangue corria em suas veias. –Eu nunca vou perdoá-la, Katherine Griffin! Vou amaldiçoa-la pelo resto da minha vida!

Minha avó não parecia incomodada com todo aquele ódio voltado para si, ela simplesmente se levantou, deixou a taça no braço do sofá e superficialmente mexeu no cabelo.

—Entendo que você jamais consiga me perdoar. – Disse calmamente. –Mas, não viva com todo esse ódio por causa de uma pessoa como eu.

Minha mãe virou o rosto rispidamente. A presença de Katherine Griffin a enojava profundamente.

—Stella...

—Não se aproxime dela. – William bloqueou a intenção da mãe. –Volte para a sua casa e procure viver seus dias em paz.

Orgulhosa, Katherine não deu o braço a torcer.

—Você pode me excluir da sua vida, mas não pode querer que Stella faça o mesmo. Eu posso desistir de qualquer coisa, mas não desistirei da minha neta! – Ao falar, ela também fez um breve lembrete a minha mãe.  

 


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