Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 30
Confissões não permitidas


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoas. Esse cap. será pequeno, 2 temporada, mas o próximo será maior. Isso é uma introdução do que nossa protagonista está para se aventurar. Beijos!



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Foi a manhã mais difícil que Eu havia enfrentado na minha nova moradia. Os olhos azuis de Kristen e o sorriso sádico de Stephany ainda assombravam meus pensamentos, e enlouqueciam a minha sanidade.

—A senhorita não me parece nada bem. – Eva me serviu o chá recentemente pronto.

—Você estaria bem se vivesse em uma casa cheia de inimigos? – Desabafei, sem muito pensar. –É assim que estou me sentindo.

—Isso é muito triste, principalmente pelo fato do senhor William apreciar a sua presença. – Ela sorriu. –Os vi jogando tênis. Ele estava mesmo feliz.

Suspirei, deixando a xícara de lado. –Mas, tenho a impressão que essa felicidade não durará para sempre.

—Não diga isso, senhorita! Pensamentos ruins atrai coisas ruins!

—Por que não diz isso a sua patroa? – Perguntei, confundindo Eva. –Você já deve saber que a Kristen tem uma personalidade horrível e um ego do tamanho do mundo. – Eva se limitou a fazer comentários. –Você trabalha aqui há muito tempo. Conhece a Kristen muito bem, certo? – Eva não se atreveu a falar bem ou mal da patroa. –Você pode confiar em mim.

Eva se manteve calada e inquieta. Eu já esperava àquele silêncio, ainda mais se tratando de alguém que respeitava seu local de trabalho categoricamente.

—Entendo que a senhorita esteja curiosa, mas a minha falta de ética poderá causar muitos problemas para nós. Claro, é só uma maneira de dizer por que não posso me comparar à filha do meu patrão.

—Infelizmente, ser filha de William Griffin não está me valendo de nada nessa casa. – Ela respirou fundo, quase me dando um voto de confiança. –Preciso saber de que lado você está, Eva.

—Não têm lados aqui. Só vejo uma família. – Era só mais uma controvérsia do medo em ser despedida.

—Família... A Kristen criou um cenário e o chamou de família. Será que sou Eu vejo isso?

—Fale baixo! Qualquer um poderá ouvi-la!

—Então, você se importa comigo! – Sorri para ela, contente por tê-la ao meu lado. –Preciso ter um amigo de verdade nessa casa, Eva, e você é esse amigo!

—A senhorita não pode confundir as coisas! Só sou uma empregada!

—E Eu sou a bastarda que sua patroa adorou ameaçar essa manhã.

—Se ela se atreveu a ameaça-la, sendo filha do senhor William... pode imaginar o que ela não faria comigo?

—Você conhece a Kristen muito bem, por isso a teme.

—Qualquer empregado teme o patrão, por seu emprego. – Mais calma, ela me fez companhia à vista da janela. –Eu sei que a senhora Kristen é uma mulher de personalidade forte.

—E ambiciosa. – Eva concordou, embora silenciosa. –Eu a enfrentei por motivos que nem sei dizer que um dia serão válidos. – Abri meus problemas a ela. –Mas, só sou uma garota que leva na bagagem de vida um punhado de experiência. – Mesmo relutante, as lágrimas caíram. –Nem mesmo o apoio de William Eu tenho. Como poderei enfrentar essa mulher?

—Não a enfrente! Volte para a casa da sua mãe e deixe as coisas como sempre foram!

Por um minuto, pensei em jogar tudo para o alto, e esquecer que um dia conheci os Griffin.

—Quando cheguei aqui, vim decidida a tirar a paz dessa família, principalmente a paz de William, mas... hoje sinto a necessidade de consertar o que já encontrei destruído. – Eva também se entregou às lágrimas, por que seu silêncio comprava minhas palavras. –Eu sei que William é fraco por não querer enxergar quem realmente é a esposa. E Bryan... Está entrando no mundo de aparências que William entrou. – Sequei as lágrimas, sendo observada fielmente. –Talvez Eu estava enganada e William ame aquela víbora e Bryan esteja feliz com a Grace, mas... Por que não sinto isso?

Eva pôs a mão em meu ombro, e me observou intensamente. –Você não está enganada. – Meus olhos dançaram freneticamente, meus lábios se entreabriram. Eva estava mesmo do meu lado. –Não posso me expor, mas nada me impede de lhe dá algumas informações.

—Estou ouvindo!

Ela foi à porta e a trancou. Apesar de tensa, estava mesmo disposta a me ajudar.

—Vá à Los Angeles, assim que você puder.

—À Los Angeles? – Indaguei confusa. –Quem está lá?

—A senhora Katherine Griffin, a sua avó.

—A... O quê? – Balbuciei perdida na recente informação. –Não li nada no google sobre Katherine Griffin. – Matutei. –Acho que fiquei tão alucinada que... William nunca me disse nada sobre Eu ter uma avó viva!

—Ela é real e não se dá nada bem com a senhora Kristen. – Mais uma revelação bombástica. –Ela se distanciou do senhor William quando ele resolveu se casar com a senhora Kristen, e desde então, mãe e filho não se viram mais. – De boca aberta, tateei uma cadeira. –Se tem alguém que pode te ajudar, esse alguém é a senhora Katherine, no entanto... – Advertiu, enfatizada. –A sua avó é uma mulher extremamente... antipática e indelicada. Ela é do tipo de pessoa que fala o que pensa, doa a quem doer, por isso... você precisa chegar até ela ciente de que ela pode não ser uma avó legal.

—E como vou fazer com que ela me ajude, se ela nem deve saber que existo? – Dei um pulo da cadeira, voltando à estaca zero. –Ela vai me escorraçar da casa dela, isso sim!

—Acho que não. – Não tinha tanta certeza, porém havia esperança em seu meio sorriso. –Ela sempre demonstrou interesse em ser avó e, quando o senhor William apresentou os enteados, a sua avó quase gritou aos quatro cantos do mundo que nenhum deles herdaria a fortuna de seu falecido marido.

—Minha nossa! – Ainda petrificada a cada revelação. –Mas... Creio que a Kristen e William tiveram oportunidades de ter filhos juntos.

—Ela bem que tentou convencê-lo, porém ele alegava que já estava muito cansado para ter um bebê em casa. – Foi a única coisa que ele fez de certo em seu casamento com a Kristen. –Stella, só lhe contei essas coisas por que decidi confiar em você.

—E você não vai se arrepender dessa escolha. – Ela sabia que não, mas ainda era muito cedo para apostar tanto em uma garota que mal conhecia.

 


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