“Os cidadãos dizem que funcionários do governo costumam negligenciar seus trabalhos, então não entendo porque estamos trabalhando tão intensamente. Não deveríamos cumprir às suas expectativas?”

Tsujimura balbuciou sonolenta, sua cabeça encostada à mesa.

Era a terceira vez que ela falava algo em prol de uma autorização para descanso só naquele dia, e a cada tentativa, Ango se sentia tentado a aceitar. Seu próprio corpo sentia os efeitos de 7 dias sem sono apropriado, não era seu limite, mas ele estava cansado, aquela era uma verdade inegável.

“Não deveríamos viver às expectativas dos outros.” Respondeu complacente, digitando no teclado sem pausar apesar da interrupção.

Sua contra-resposta não veio, Ango notou após alguns minutos ouvindo apenas o som das teclas que apertava continuamente.

Tsujimura não ouviu uma única palavra que disse, pois estava adormecida debruçada sobre sua mesa.

Ango considerou acordá-la, de novo.

Suspirando pesadamente deixou de lado seu pensamento cruel. Tsujimura não era tão resistente quanto ele — não que fosse algo de se orgulhar, sinceramente —, portanto, Ango podia deixá-la dormir por uma única hora antes de acordá-la.

Sua decisão se provou um erro, pois a expressão serena no rosto de Tsujimura o distraiu em um total de vinte minutos durante a uma hora que se seguiu.