This Is Us escrita por Rayanne Reis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?

Capítulo sobre a Hayley e espero que gostem. Obrigada o todos que estão acompanhando.



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—Oi princesinha. - Edward pegou a filha no colo e ela soltou um gritinho quando ele passou a barba pelo rosto dela.

—Para. - reclamou rindo tentando se afastar.

—Viu a sua irmã? - ela balançou a cabeça e apontou para o quarto da irmã.

—Heyli tá dodói. - respondeu com as mãos no rosto do pai. Ela estava com a testa franzida e ele deu um beijo nela.

—Ela vai ficar boa. Vamos lá vê-la? - tentou não desmontar preocupação, mas a verdade era que toda vez que Hayley sentia algo, sua preocupação ia às alturas. A pequena nasceu com uma deformidade no coração e vinha sendo acompanhada desde o nascimento para que o problema não evoluísse e chegasse a ser preciso fazer cirurgia. Por isso, ele e Bella ficavam atentos a qualquer problema de saúde que a filha apresentasse.

—Heyli. - Lucy desceu do colo do pai e correu para deitar ao lado da irmã.

—O que está sentindo meu anjo? - ajoelhou ao lado dela e depositou um beijo na testa dela, que sorriu ao ver o pai.

—Meu coração está doendo, papai. - levou a mão ao coração e o de Edward apertou ainda mais.

—Princesinha. - virou para filha mais nova. - Pode chamar a mamãe? - ela desceu da cama e saiu correndo. - Cuidado com a escada. - gritou torcendo para que ela não caísse. - Está doendo muito?

—Não papai. Já vai passar. Estava brincando com a Lulu e acho que corri demais. - apesar do problema no coração, ela não conseguia ficar parada e era a mais agitada dos seis. Ela gostava de brincar com os irmãos e com os animais. Não deixaria que nada a impedisse de ter uma infância normal e os pais faziam de tudo para garantir isso. Eles se preocupavam muito e estava sempre de olho nela, mas não a impediam de fazer nada. Queriam ver a filha saudável e feliz.

—O que foi? - Bella entrou no quarto e correu para ficar ao lado da filha.

—Está tudo bem, mamãe. - Hayley tentou soar confiante, não queria que os pais se preocupassem demais com ela, mas o rosto dela a entregou. Estava muito pálida e sentindo dores.

—Melhor irmos para o hospital. - Edward sugeriu e a filha agarrou a mão dele.

—Não, por favor. - choramingou. Ela odiava hospitais. - Já estou melhor. - tentou levantar, mas sentiu uma fisgada e deitou novamente.

—É só para ver se está tudo bem. - passou a mão pelo rosto da filha. - Pode ligar para a Sra. Fitz enquanto arrumo ela? - Edward assentiu. A vizinha deles, às vezes os ajudava cuidando das crianças para eles.

—Não quero ir mamãe. - ela choramingou agarrada à mãe.

—Eu sei meu anjo. - a abraçou. - Mas precisamos ir e ver se você está bem, não quero ver você doente.

—Não quero agulha. - ela não poderia garantir a filha que não haveria agulhas.

—Não se preocupe, a mamãe vai ficar ao seu lado o tempo todo. - garantiu beijando a testa dela.

Bella segurou para não chorar na frente da filha. Odiava ver os filhos doentes, principalmente Hayley…

[...]

—Vai ter que ser cesariana. - a médica avisou e Bella cruzou os braços, irritada.

—Nós queríamos que fosse parto natural. Do Henry foi. - Edward tentava argumentar enquanto a esposa olhava pela janela do quarto de hospital.

A primeira gravidez havia sido bem tranquila. Não teve enjôos, não sentiu dores e conseguiu trabalhar até o último mês de gestação, o que deixou Edward de cabelos brancos. O parto também foi tranquilo e ela imaginou que da segunda vez seria da mesma forma, mas não poderia estar mais enganada.

Para começar, teve fortes enjôos pela manhã, nos primeiros meses e teve que se afastar do serviço no sexto mês, a gravidez dela era de risco e precisava de cuidados. Ela tinha pré eclampsia grave e tanto ela quanto o bebê corriam riscos.

—Eu sei Edward. – a médica colocou a mão sobre o braço dele. – Mas infelizmente não será possível. Teremos que induzir o parto.

—O quê? – aquela possibilidade já havia sido discutida, mas eles esperavam que pudessem esperar mais algumas semanas.

—A Bella já está de 28 semanas e apesar de não ser o melhor, devemos fazer isso, ou corremos o risco de perder as duas. – falou baixo para que apenas ele ouvisse.

Edward olhou para esposa e lembrou-se da discussão que eles tiveram sobre o assunto. Foi à primeira briga séria deles e desde então, a relação deles estava estremecida.

—Você só pode ter enlouquecido. – Edward gritou e Bella encolheu.

—Eu quero que você a escolha ao invés de mim.

—Eu jamais a escolheria no seu lugar. Podemos ter outros filhos, mas eu não posso ter outra você. – ele não queria gritar, mas estava tão furioso com ela que não conseguia conter os sentimentos.

—E se fosse entre me escolher e escolher a Agnes ou o Henry ou o Tyler? Você ainda me escolheria? – ele levou as mãos ao rosto. Ele escolheria os filhos, mas naquele caso era diferente e ela não conseguia entender isso. – Eu amo a nossa filha e não é porque ela ainda não nasceu que a vida dela é menos importante do que a dos outros. Tem que entender isso. – gritou com ele.

—Eu também amo a nossa filha, mas a sua vida é mais importante do que a dela.

—Você não consegue ver como está sendo um idiota? – eles estavam há vários minutos tentando fazer o outro enxergar o ponto de vista do outro. – Você não consegue sentir, você não a ama como eu amo. – acusou e voltou a chorar.

—Bella, eu amo ela, mas eu te amo tanto que não posso simplesmente abrir mão de você. Não posso dizer que você vai morrer e que ela vai viver. Não posso cuidar dos nossos filhos, sozinho. – sentou ao lado dela e passou a sussurrar. – Não posso perder você, eu não suportaria.

—Todos morremos, uma hora ou outra. – retrucou fungando.

—Vai trocar viver com três filhos para salvar a vida de um?

—Sim. Porque assim eu teria quatro lindos filhos e mesmo que eu não os veja, saberei que eles estão bem, pois você vai cuidar deles e amá-los com todo o seu coração.

—Eu sempre a verei como a responsável pela sua morte. – Bella virou e colocou o dedo sobre os lábios dele.

—Não ouse odiar a nossa filha. Ela não tem culpa de nada, e se estou pedindo para você a escolher, é porque quero que ela seja feliz e que o pai dela a ame.

—Essa escolha não é sua e nem minha. – levantou secando o rosto. Nem percebeu quando começou a chorar.

—De quem é então? – perguntou com sarcasmo. – Dos médicos? Ou vamos jogar cara ou coroa?

—Eu não sei e não quero pensar nisso. – andou de um lado para o outro. Ele precisava sair dali e respirar um pouco. – Só sei que não vou ser o responsável pela sua morte e muito menos vou deixar que você seja. Eu não te perdoaria. – não deixou que ela falasse e saiu batendo a porta com força.

—Certo.  – balançou a cabeça, desolado. – Mas salve a Bella, custe o que custar. – ele sabia que a esposa pediria exatamente o contrário, mas esperava que a médica o ouvisse. – Como está? – Edward perguntou sentando ao lado da esposa. A médica havia saído para preparar tudo para o parto.

—Eu sei o que você pediu. – falou magoada.

—Não dá Bella. – ele deu de ombros. Pensou muito no assunto, mas manteria a mesma opinião até o fim. Ele a escolheria. – Quer que eu acompanhe o parto? A médica disse que posso, mas se as coisas complicarem terei que sair.

Ótimo, ela só precisaria estar consciente para implorar que salvassem a filha dela. Estava com muita raiva do marido, ele não conseguia entender...Como ele poderia preferir salvar ela e não a filha deles? Sabia que ele a amava, mas ele deveria escolher os filhos, sempre, não importando se eles já tinham nascido ou não. A mãe e a sogra haviam dito que para o homem era diferente, que eles só começavam a amar os filhos quando eles nasciam, mas ela não aceitava aquilo. Desde o momento em que soube que estava grávida... Hayley já era amada por ela e Bella faria de tudo para protegê-la. Nem que para isso tivesse que brigar com o pai dela.

Desde a briga deles, eles mal se olhavam. Edward foi dormir no quarto de hóspedes e Bella o evitava ao máximo, mas sobre a pergunta dele... É claro que ela o queria ao lado dela. Ela precisava dele. E a filha também precisaria dele. Quando ele colocasse os olhos nela, entenderia o que ela não conseguia explicar.

—Fique ao meu lado. – implorou e ele segurou a mão dela e a beijou em seguida.

—Vocês duas vão ficar bem, vou garantir isso. – prometeu e mesmo sabendo que ele não poderia garantir aquilo, ela sentiu como se ele pudesse e relaxou um pouco. – Nós três entramos nesse hospital e nós três vamos sair.

[...]

E agora a cena se repetia, não exatamente, mas os três estavam de volta ao hospital e aquela familiaridade sempre fazia Edward estremecer. Ele amava Hayley com todas as forças e ao olhar para ela, sempre se perguntava como teria sido se ele tivesse que fazer a escolha. Será que ele seria capaz de escolher a vida da esposa ao invés da filha? Ele preferia dar a vida dele em troca da delas e agradecia todos os dias pelas duas estarem vivas e bem.

Hayley teve que ficar algumas semanas no hospital e apesar do problema no coração, ela era uma criança saudável e feliz. E ele era muito grato por isso. A apertou em seus braços, como se quisesse conferir que ela estava realmente ali. Ele nunca quis que algo de ruim acontecesse a ela e depois do sufoco passado, Bella entendeu isso e o perdoou, e ele também conseguiu se perdoar.

—Oi lindinha. - Hayley sorriu ao ver o médico entrar. Ela estava feliz por ser o pediatra e não o cardiologista, ela achava que ele tinha cara de mal, enquanto que Seth era super gentil e alegre.

—Oi Seth. - Bella o cumprimentou. Já estava tão acostumada com o pediatra dos filhos que já eram praticamente amigos.

—Só um susto ou aconteceu algo? - pegou o estetoscópio. Ele sabia como casal tendia a exagerar um pouco, mas não os julgava. Também tinha uma filha e agia da mesma forma.

—Ela reclamou de dor no peito. Estava brincando com a Lucy e começou a sentir dor. - Seth fez alguns exames e testes rápidos.

— Podem relaxar. - avisou, mas o casal continuou tenso. - A princípio, não é nada para se preocupar. Quero que a Hayley passe a noite aqui para podermos fazer uns exames e ter certeza de que ela está bem. Ela tem reagido bem ao tratamento. - eles suspiraram aliviados.

—Seth, não é melhor colocá-la na lista de transplantes? - Edward não queria que a filha passasse por uma cirurgia, mas não suportava vê-la assim tão frágil.

—Se os exames disseram algo de diferente, vamos avaliar, mas por enquanto não é necessário. Como eu disse, ela está reagindo bem ao tratamento. Vamos aguardar para ter certeza. Enquanto isso sugiro que descansem um pouco. - ele sabia que eles não descansariam, mas não custava nada tentar. - Vejo você daqui a pouco, lindinha. - sorriu para paciente.

—Ele é alegrinho demais. - Edward reclamou e Hayley riu. Ele não gostava muito de como o pediatra ficava sorrindo para Bella.

—Ele só é gentil e as crianças gostam dele. - explicou pela centésima vez. - Como está, querida?

—Meu coração já parou de doer. Posso ir embora? - pediu fazendo bico.

—Ainda não. Vamos ter que dormir aqui. - Edward explicou e ela gemeu.

—Pode ir para casa, amor. Eu fico com ela.

—De jeito nenhum. Vou ficar aqui também. - ele não arredaria o pé de perto da filha. Pegou o celular e colocou num desenho que ela amava. - Por que não assiste um pouco?

—Assiste comigo, papai? - pediu manhosa e não havia nada que ele negasse a ela, talvez sorvete antes do jantar e mesmo assim, quase sempre ele acabava cedendo aos pedidos dos filhos. A verdade era que eles o tinham nas mãos deles.

—É claro, meu amor. - deu um beijo na testa dela. - Escolhe um episódio bem legal entanto eu converso um pouco com a mamãe. - avisou e ela sorriu animada. - Ei, não precisa ficar preocupada. - a abraçou. - Hayley vai ficar bem.

—Temos mais cinco filhos. - lembrou e os dois riram.

—Uma está bem protegida no dormitório da universidade e os outros quatro estão bem também. Liguei para minha mãe e ela vai ficar com eles. - Bella fechou os olhos aproveitando o conforto dos braços dele.

—Está sendo uma semana e tanto.

—Todas são. E assim como nas outras, vamos sobreviver a essa também.

—Sim. Juntos. - prometeu e ele a beijou.

—Já escolhi. - Hayley ergueu o celular. - Vem também mamãe. Esse é bem engraçado.

Os dois sorriam para ela. Além de ser a mais agitada, Hayley era também a mais otimista e mesmo quando estava no hospital, passando mal, ela mantinha o sorriso no rosto e fazia parecer que estava tudo bem. E enquanto ela estivesse sorrindo, eles também estariam.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da Hayley? Ela é uma fofa também.
Não dá para julgar nem a Bella e nem o Edward, os dois tiveram pontos de vistas diferentes, mas só queriam garantir a segurança daqueles que amam. O Edward ama muitos os filhos e se sentem culpado por ter escolhido a Bella ao invés da Hayley, mas ele não fez isso por mal.

Próximo capítulo e sobre a fofura da Lucy.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.