—Feliz Aniversário! - Os seis gritaram juntos quando Edward entrou na cozinha.

—Que surpresa ver vocês acordados tão cedo e com tanta disposição. - Recebeu abraços de cada um dos filhos.

—Você que acordou tarde, pai. Estamos aqui há um tempão. - Tyler avisou.

—Fizemos um café especial. - Hayley estendeu uma xícara de café para o pai.

—Não precisava pessoal. O que tem para comer?

—Eu fiz o café e quebrei a cafeteira, então desisti de tentar mais alguma coisa. - Agnes deu de ombro se desculpando.

—Então o café especial é só o café mesmo? - Fez uma careta ao tomar um gole.

—Tem presente. - Henry estendeu a cesta.

—Vocês são os melhores filhos do mundo inteiro. - Agradeceu sorridente. O dia dele não poderia ser melhor.

—Faz panqueca, papai? - John pediu e Edward prontamente atendeu ao pedido dele.

—Quem sabe o sétimo não seja desenvolva interesse por cozinhar.

—Quem é sétimo? - Lucy ergueu os braços para que a mãe a carregasse.

—Nada de peso. - Alertou, mas a pequena já estava no colo da mãe.

—Nem comece. - Bella retrucou, mas sentou com a filha no colo. Não queria correr riscos desnecessários.

—Vocês estão estranhos demais. - Agnes olhou de um para o outro tentando desvendar o mistério.

—Querida, pode cuidar da festa? Tenho que sair com o seu pai.

—Vão onde? - Agnes sabia que os dois estavam escondendo algo.

—Resolver uns assuntos, mas não vamos demorar.

—A festa vai ser grande? - Edward amava festas e organizava as melhores, mas a esposa não tinha o mesmo apreço por festas e geralmente deixava a cargo dele as datas comemorativas.

—Só nós, Connor, seus pais, Emmett e Rosalie. - Bella sorriu sem graça. Sabia que ele queria algo grande, mas queria diminuir as expectativas dele quando ao casamento para poder surpreendê-lo ainda mais.

—Nem as crianças vão vir? Ou seus pais? Jackson?

—As crianças foram passar o final de semana com os pais da Rosalie. Meus pais estão fazendo um cruzeiro e Alice está passando mal e Jasper não quer deixá-la sozinha, mas ele disse que comprou o seu presente e entrega na segunda.

—E você estava nesse mistério todo para organizar uma festa tão pequena? - Perguntou decepcionado.

—Estou fazendo o meu melhor. Encomendei o seu bolo favorito.

—Que seja. - Ele estava chateado e não conseguia imaginar como seria a festa de casamento deles.

—O importante é estarmos juntos. - Retrucou brava. Os hormônios já estavam atacando. - E pensa em como a sua manhã foi maravilhosa. Não teria como planejar aquilo.

—Aquilo o quê? - Hayley perguntou curiosa, a garota não deixava passar nada.

—Coisas de adulto.

—Ah, pai, vocês sempre falam isso e nunca dizem o que é. - Reclamou cruzando os braços.

—Quando você tiver 30 anos poderá saber. - Soprou um beijo para ela. - Agora escolham suas panquecas, pois eu vou arrasar na decoração.

[...]

—O que faz aqui em cima? - Bella estava à procura do marido e o encontrou sentado na cama deles. - Emmett e eu estávamos te procurando. Está na hora do bolo.

—Só quis descansar um pouco. A médica nos deu muito que pensar.

—Ela disse que está tudo bem. - Bella sentou ao lado do marido. - Vamos ficar bem. - Garantiu segurando a mão dele.

—Eu sei que sim. Será que as crianças vão ficar com ciúmes?

—A Lucy eu tenho certeza que sim. - Bella riu ao imaginar a reação dos filhos.

Emmett parou na porta do quarto do casal. Ele queria comer do bolo, mas para isso o aniversariante precisava estar presente.

—Vamos aproveitar que a família está reunida e contar sobre o novo membro da família?

—Não sei querido. Deveríamos conversar com a Agnes primeiro. Ela vai ficar bem assustada. Só de pensar na possibilidade da gravidez já fez com que ela ficasse maluca.

—Tem razão. Ainda bem que ela tem o Combo para dar apoio.

Emmett não terminou de ouvir a conversa, estava chocado demais para ficar parado. Como aquele garoto ousava engravidar a sobrinha dele? E a pior parte para ele era que Edward parecia estar conformado com aquilo.

—Oi tio. Viu os meus pais? - Agnes também estava à procura dos pais. O sorriso dela morreu ao ver a expressão de decepção do tio.

—Como pôde Agnes? Sabe que está jogando o seu futuro todo fora? Um bebê agora vai atrapalhar todos os seus planos. E vocês nem são casados. - Apontou, exasperado.

—Do que está falando? - Perguntou sem entender nada.

—Estou decepcionado com você, Agnes. - Balançou a cabeça. - Você nem conhece esse garoto, poderia ter pegado uma doença. Seus pais devem estar arrasados.

—É sério, tio. Do que você está falando?

—Da sua gravidez e não se faça de desentendida. - Apontou o dedo para ela.

—Já vi que loucura é de família. - Resmungou. - Tio, eu não estou grávida e não sei de onde tirou essa ideia absurda.

—Eu sei a verdade. - Declarou segurando o ombro dela. - Você tem o meu apoio, apesar de estar triste com você.

—O que estão fazendo aqui no corredor? - Edward e Bella levaram um susto ao ver os dois parados lá. Eles decidiram que contariam a novidade para todos de uma vez.

—Estamos falando da gravidez da sua filha. - Emmett explicou e Edward empalideceu.

—Você está grávida? - Perguntou saindo apressado. - Eu mato aquele garoto. Traiu a minha confiança bem debaixo do meu nariz. - Saiu gritando e os três correram atrás dele. - Dê adeus a sua vida, Combo. - Avisou antes de agarrar o genro pelo colarinho da camisa. - Como foi engravidar a minha filha?

—Não estou grávida e solte-o, papai. - Agnes teve que gritar para se fazer ouvir.

—Até parece que você não sabia. - Emmett resmungou e Edward o olhou de lado.

—Sabia do quê? - Perguntou sem soltar o genro.

—Que a sua filha está grávida, ora essa. Do que mais estamos falando?

—Acha que se eu soubesse disso esse moleque estaria vivo? - O sacudiu um pouco.

—Pai, solta o Connor agora! Eu não estou grávida e não faço a mínima ideia do que o tio Emmett está falando.

—Agora todo mundo vai se fazer de desentendido. - Emmett reclamou erguendo as mãos.

—Será que dá para você explicar do que está falando? - Bella pediu perdendo a paciência.

—Da conversa que vocês estavam tendo lá dentro do quarto. Escutei vocês falando do novo integrante da família e que a Agnes estava surtando com a gravidez.

—Ah! - Bella e Edward falando juntos.

—Não era da Agnes que estávamos falando. - Edward explicou soltando Connor.

—É claro que não. Nem tem como eu estar grávida. - Agnes cruzou os braços.

—Se você estivesse com certeza eu não seria o pai. - Connor retrucou ajeitando a camiseta.

—Vocês não... - Edward apontou de um para o outro e Agnes negou. - Sabia que a minha filha era pura.

—Não foi isso o que eu disse. - Agnes falou baixinho.

—Alguém pode, por favor, explicar o que está acontecendo? - Carlisle pediu.

—Bella e eu vamos ter mais um filho.

—Vão adotar? - Esme não via a hora de ter mais um neto ou neta.

—Não mãe, é fabricação própria mesmo. - Edward segurou a mão da esposa.

—Como isso é possível?

—Ora, irmãozinho, eu já tive essa conversa com você. - Edward provocou.

—Seu engraçadinho. Vocês não podem ter filhos. Então como a sua esposa está grávida?

—Nós podemos sim ter filhos. Só optamos por não ter mais biológicos, por causa do que passamos da última vez.

—Desde então temos tomado todas as precauções, mas houve uma falha e aqui estamos. Vocês deveriam ficar contentes.

—E se for como da última vez?

—Não vai ser filha. - Bella garantiu. - Vai ser uma gravidez bem tranquila e todos participaram dela. - Agnes deu as costas e saiu correndo de lá.

—Tem um bebê na sua barriga, mamãe? - Lucy perguntou tocando na barriga da mãe.

—Tem sim, querida.

—E como ele foi parar aí?

—Você explica. - Bella cutucou Edward.

—Ei, por que eu?

—Não posso me estressar. - Explicou indo atrás da filha mais velha.

—O papai ligou para a empresa das cegonhas e eles mandaram o bebê.

—É mentira isso. - Hayleu apontou. - Outro dia você nem sabia que a mamãe ia ter um bebê. Como pode ter ligado para a empresa das cegonhas? - Edward não soube o que responder.

—Vocês poderiam ser um pouco menos espertos?

—Queremos a verdade. - Hayley insistiu. – Não teria como correr, os filhos eram muito espertos e não se esqueceriam daquele assunto.

—Certo, vamos lá então. Quando duas pessoas se amam, eles ficam juntos e fazem coisas de adultos. Então o papai coloca uma coisa especial dentro da barriga da mamãe e assim surgem os bebês.

—Como ele coloca? - John também estava interessado.

—Isso é segredo. Só quem tem uma esposa pode saber. - Edward queria fugir daquela situação embaraçadora.

—Então a Agnes não pode ter bebê. Porque o Connor é só namorado dela e não marido. - Hayley sorriu com a descoberta.

—Isso mesmo. Ele nem sabe o que fazer. - Olhou o ameaçando.

—Vocês dois tem certeza disso? - Esme perguntou desviando a atenção da explicação desastrosa de onde vêm os bebês.

—Sim, mãe. Não foi planejado e estamos bem surpresos, mas vamos ter esse bebê e vai dar tudo certo dessa vez.

—Papai. - Hayley foi até ele. - É verdade que a mamãe e eu quase morremos e por isso vocês não queriam mais fazer um bebê?

—É sim, meu anjo. - Ele a colocou sentada no colo dele. - Você e a mamãe ficaram doentes, mas deu tudo certo e agora vocês estão bem e fortes.

—A mamãe vai ficar doente de novo?

—Vai não. Ninguém vai ficar doente e vocês vão ajudar a cuidar dela e do irmãozinho, não vão?

—Mais bebê não, papai. Eu sou o bebê. - Lucy cruzou os braços em protesto.

—Agora vamos ter mais um bebê, mas você sempre será o nosso bebê.

—Só eu, papai. - Pediu fazendo bico.

—Estou aqui para ajudar. - Tyler avisou e Edward sorriu em agradecimento. Ele não esperava uma reação tão fria por parte da família.

—Tomara que seja um menino para desempatar. - Henry já imaginava os garotos tendo uma vantagem.

—Já está desempatado, temos o Connor.

—Ty, o Combo não conta. Ele não é um Cullen-Swan.

—Posso mudar meu sobrenome. - Sugeriu animado por isso.

—Boa tentativa. O que acham de uma aposta?

—Eu organizo o bolão. - Henry avisou e começou a anotar os palpites.

[...]

—Posso sentar? - Bella apontou para o lugar vago ao lado da filha e ela deu de ombros.

—Faça o que quiser. Minha opinião não importa mesmo.

—É claro que importa. - Colocou a mão no joelho da filha. - Sei que está chateada…

—Chateada? Mãe, eu estou com muita raiva e decepcionada. Você me garantiu que não tinha como estar grávida. E agora?

—Não tem com o que se preocupar, querida. Já estou fazendo acompanhamento médico e vai ficar tudo bem. Nenhuma gravidez é igual a outra. E não quer dizer que essa vai ser de risco. Temos que ficar calmos e torcer para que dê tudo certo.

—Então tenho que torcer para você não morrer? Simples assim. - Resmungou passando a mão no cabelo. - Mãe, você não entende, não é mesmo? Eu não posso te perder de forma alguma. Se algo te acontecer, vai deixar o papai sozinho com sete crianças para cuidar?

—Você não é mais uma criança. - Bella retrucou, segurando a mão dela.

—Sou sim, mãe. Eu não sei nada sobre a vida e preciso de você para me guiar. Eu preciso de você, mãe. Nós todos precisamos de você. Não dá para você desistir de nós. Desculpa se estou sendo egoísta, mas eu não posso perder você. - Se jogou nos braços da mãe, chorando.

—Oh, meu bebê. - Bella afagava as costas da filha. - Não tem como eu jurar, mas farei tudo que estiver ao meu alcance para não deixar vocês. Amo você e seus irmãos mais do que tudo e não vou desistir de vocês. Acha que quero perder vocês casando, tendo filhos, se formando, ganhando prêmios ou perder qualquer minuto da vida de vocês?

—Estava disposta a abrir mão de nós pela Hayley.

—Não iria abrir mão de vocês, iria salvar a vida dela. - Bella ergueu o rosto da filha. - Preciso de você. Seu pai e eu estamos com medo, mas felizes por termos mais um filho. Quero que fique ao nosso lado.

—Sempre, mãe. Só não quero te perder.

—Não vamos sofrer por antecedência. Lidaremos com o que vier juntos e como uma família. Isso eu posso e prometo.

—Tudo bem. - Agnes secou o rosto e respirou fundo. - Podemos voltar? Quero ver o papai explicando de onde vêm os bebês.

—Não podemos perder isso. - Bella abraçou a filha. - Te amo muito.

—Eu também, mãe. E pode não parecer, mas eu amo o meu irmãozinho ou irmãzinha. Espero que venha com muita saúde e que seja a sensatez da família.

—Não coloque muita pressão sobre ele ou ela. Ninguém nessa família é sensato o suficiente.

—Não mesmo, mas é isso o que nos torna tão especiais.