Quando Sakura abriu os olhos, percebeu que estava em seu quarto no castelo de Ino e que Sasuke estava deitado ao lado dela, com um pequeno espaço entre os dois.

Tentou se sentar, mas sentiu seu abdômen se contorcer e soltou um suspiro de dor.

Tirou a coberta que a cobria e viu gases enrolados em volta de seu tronco.

— É melhor você não tentar se levantar – avisou Sasuke ao lado dela.

Sakura olhou para ele, para as olheiras visíveis embaixo dos olhos negros.

— Você está bem? – ela tentou perguntar, a voz rouca. Sentia sua garganta seca.

— Eu? Como é que você está? – ele perguntou pegando a mão dela e depositando um beijo no dorso.

— Com dor – ela admitiu.

— Não é todo mundo que enfrenta Chernabog e vive para contar a história – disse Sasuke, suavemente. – Nunca mais faça algo como isso de novo – ele pediu, os olhos enchendo de lágrimas. – Eu achei que fosse te perder – ele encostou a cabeça no ombro dela.

— Me desculpe – ela pediu sentindo as lágrimas nos olhos e levou a mão livre até o cabelo dele, o acariciando.

Ambos choraram, apoiados um no outro. De dor, de amor, de alívio…

— O que aconteceu? – ela perguntou, tentando se acalmar.

— Do que se lembra? – ele enxugou os olhos.

— Lembro de virar dragão… lembro do ataque dele… de ir atrás de vocês… de voar para bem longe… lembro de cair na praia… só – ela respondeu devagar.

— Foi um ferimento bem feio – ele engoliu em seco, a mão pairando acima do abdômen dela. – Você dormiu por três semanas – revelou.

— Tudo isso? – ela perguntou surpresa.

— Sim – respondeu Sasuke.

— E os outros? – ela perguntou.

— Está todo mundo bem, se preocupe com você – ele mandou.

— Então acabou? Nada de vilões soltos?

— Acabou – ele concordou.

Ficaram um tempo em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro.

— Vamos mesmo nos casar? – ele perguntou depois de ambos se acalmarem.

— Se você quiser – ela acenou com a cabeça.

— Eu quero – ele respondeu como se fosse óbvio. – O que eu quero saber é se você quer? – a olhou no fundo dos olhos.

Sakura levou a mão ao rosto dele.

— Eu falei sério antes – ela começou a dizer. – Você me ensinou o que é o amor e eu tenho certeza de que vou te amar para sempre, então sim, eu quero me casar com você.

Sakura já não tinha medo e sequer receio quanto a isso.

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Ainda iria demorar para Sakura estar totalmente recuperada, então toda e qualquer reunião que precisasse da presença dela acontecia no castelo de Ino, mais precisamente no quarto de Sakura.

Sasuke ficou um pouco ranzinza quanto a isso e tentou tomar conta de todos os assuntos sozinho para que não incomodassem Sakura. Sakura, por sua vez, ficou sabendo e se irritou com o agora noivo. Fez questão de andar até a sala de reuniões, mesmo com dor.

Sasuke fez cara de sofrimento quando a viu entrar.

— Não era para você estar descansando? – ele perguntou em um tom controlado.

— Depois a gente conversa sobre isso – ela apontou para ele e se sentou na cadeira ao lado da que pertencia a Ino, que estava vazia no momento.

Na sala de reunião estavam, além de Sakura e Sasuke, Melody, Konan, Yahiko e Nagato.

— Fiquei sabendo que a Konan aceitou o convite de Melody em ser representante do Oceano Profundo – Sakura comentou.

— O que? Só você pode ser representante? – Konan perguntou friamente. Se recusava a demonstrar qualquer tipo de preocupação com a garota de cabelos cor de rosa.

— Eu tenho certeza que todas nós vamos nos dar muito bem – disse Melody enlaçando o braço no de Konan.

— Depois não diga que eu não te avisei – Sakura deu de ombros.

— Tem mais algum pedido? – Melody perguntou animada com a negociação.

— Nós queremos participar de todas as decisões que envolvem a Ilha – disse a filha de Úrsula apontando para Yahiko e Nagato a poucos passos atrás dela.

Sakura trocou um olhar com Sasuke e deu de ombros.

— É justo – concordou Sasuke. – Então estamos resolvidos aqui?

— Acredito que sim – acenou Melody.

— Ótimo – disse Sasuke se levantando e indo em direção a Sakura, a pegando nos braços.

— Eu posso andar – Sakura reclamou.

— Mas não vai – retrucou Sasuke a levando para fora da sala de reuniões. – Eu vou ter que colocar guardas para você não sair do quarto? – ainda o ouviram dizer.

— Eles dois me dão vontade de vomitar – disse Konan observando os dois saírem.

— Eles são muito fofos – sorriu Melody.

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Meses depois…

O casamento aconteceu de maneira simples para o povo dos Reinos Unidos de Konoha. Sakura não gostava de grandes festividades e Sasuke não ligava como seria contanto que estivessem casados, mesmo porque o grande casamento que todos esperavam era o do rei.

O mesmo não podia se dizer quanto a Ilha e os que vieram de lá, era uma prova de que agora teriam seu lugar sem se preocupar em serem mandados de volta por simplesmente serem filhos de vilões.

A cerimônia aconteceu no reino de Ino, com a presença dos amigos e colegas da Academia, além dos vários jovens vindos da Ilha dos Perdidos. Antigos e novos reis e rainhas também estavam presentes para testemunharem o acontecimento histórico: o casamento do príncipe com a filha de uma vilã.

Mas a união que importava de fato era a que aconteceu secretamente na Floresta Proibida, como Sakura era a representante, o parceiro que ela escolhesse se unir precisava ser aceito pela Floresta, o que não teve problema.

Tanto Sakura quanto Sasuke fizeram seus votos descalços perto do penhasco que tinha a árvore de Malévola, uma pequena muda, que crescia a poucos metros da árvore, estava tinindo de alegria pela união dos dois. A forma da antiga Fada Madrinha estava orgulhosa.

Era uma vez…

Um jovem príncipe que se apaixonou pela filha de uma vilã e a ensinou o que era o amor…

E eles viveram felizes para sempre…

Fim…

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