Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 45
Floresta Proibida


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa noite a todos, como vão?

Eu tô muito contente em trazer capítulo novo pra vcs antes do fim do mês, sério, tá muito difícil de escrever. Se alguém tiver dicas de escrita eu aceito de muito bom grado ♥

MUITO OBRIGADA POR TODO O APOIO E INCENTIVO Q VCS ME DÃO, AO FAVORITAR, AO COMENTAR, AO ME MANDAR MENSAGEM NO PRIVADO. Sério, eu só tenho a agradecer.

Enfim, vamos aos refrescos >>>>>



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766538/chapter/45

 

A Floresta ficou no mais absoluto silêncio.

Sakura não fazia ideia de quanto tempo ficou com a cabeça enterrada nos braços, encolhida no chão daquele jeito. Ela se sentia exausta e tudo o que conseguia fazer era chorar.

Nunca tinha matado ninguém antes. Nunca.

Mesmo nas disputas de gangue na ilha. O máximo de sangue que já havia parado em suas mãos antes foi quando tinha quebrado o nariz de Sasori quando ele saiu espalhando para a Ilha inteira que tinham se beijado; a outra vez foi quando Juugo estava perto de si e tinha tirado o “Primeiro Sangue” de Yahiko.

O método do primeiro sangue era como acabava um disputa entre gangues, mas era só. Um simples corte, apenas um encostar de espada.

E agora...

Parou de refletir apenas quando sentiu passos perto de si.

— Malévola? – perguntou uma das criaturas aladas de antes, as que, surpreendentemente, se pareciam com sua mãe. Só que eles não eram fadas.

Tinha se esquecido completamente de que não estava sozinha.

Estava na Floresta Proibida, o lugar onde todo e qualquer tipo de criatura que seria rejeitada pelo reino de Konoha estaria, seja apenas por aparência ou por ser realmente perigosa.

— Se afastem – disse uma nova voz, uma voz que era completamente familiar para Sakura. – Não é a Malévola.

A garota ouviu o barulho de asas se afastando, mas não ergueu a cabeça, não tinha certeza se era sua mente lhe pregando uma peça, querendo o conforto de alguém. Ainda se sentia bastante cansada. Esgotada era a palavra certa devido à magia que tinha usado sem pensar apenas um momento atrás.

Ainda conseguia sentir o eco do ódio que correu por todo o seu corpo.

Sentiu braços ao redor de si e se surpreendeu.

— Tudo bem – disse a voz nova, em tom calmo, perto de seu ouvido. – Eu estou aqui.

— Pai? – Sakura levantou a cabeça enfim, a voz em tom de choro.

— Pronto, viu? – apontou ao redor. – Já acabou.

Realmente, não havia mais fogo algum na floresta. Na verdade parecia como se nunca houvesse existido qualquer tipo de fogo que fosse.

— Me surpreende você ser minha filha e não perceber que o que vê não passa de uma simples ilusão – seu pai lhe deu uma bronca, o tom de voz levemente carinhoso. – Há quanto tempo não dorme?

Sakura não tinha certeza, mas parecia fazer muito tempo.

— Não sei – foi o que respondeu. – Não me lembro.

— Vamos – ele lhe forçou a se levantar. – Você precisa descansar.

Caminharam por um tempo, por uma trilha invisível aos olhos, mas que Sakura sentia que daria em um lugar calmo e tranquilo. Não se lembrava muito do caminho, mas sentiu seu corpo relaxar satisfeito assim que seu pai a fez se deitar...

.

.

.

Quando Sakura acordou precisou de um momento para assimilar tudo ao seu redor. Piscou os olhos por um momento, confusa. Estava deixada em uma espécie de cama feita de folhagens, a céu aberto, embaixo de uma árvore enorme. Uma espécie de árvore que nunca havia visto antes, era toda na cor preta, não, ajustou seus olhos, era de um tom de verde muito escuro, próximo ao preto.

Se sentia em casa de uma forma inexplicável.

Ali sim era seu lugar.

Algo dentro de si clamava por aquilo.

— Vejo que enfim acordou – disse uma voz, em leve tom de diversão.

Sakura sabia exatamente de quem era.

— Pai – o cumprimentou quando o encontrou próximo... de um penhasco. – Oi.

— Como está se sentindo? – ele se aproximou e Sakura se sentou olhando ao redor... e suspirou.

A vista era magnífica.

Tantos tons de verde e marrom... Era tudo a Floresta Proibida? Mesmo no horizonte não conseguia distinguir. A paisagem lhe lembrou o mar, se entendia numa vastidão enorme e não parecia ter fim.

A filha da Malévola se espreguiçou e descobriu que, por mais descansada que estivesse, estava com fome. Então respondeu ao pai:

— Me sinto descansada – mas seu estômago se manifestou logo em seguida.

— Imaginei que estaria com fome – ele sorriu de lado e a fez se levantar. – Afinal, dormiu por três dias seguidos – comentou risonho.

“Nossa” pensou Sakura, “Três dias seguidos? Meus amigos devem estar preocupados comigo.”

— Vem, vamos procurar alguma coisa para você comer – o pai tomou a frente guiando o caminho seja lá para onde a estivesse levando.

Sakura foi observando ao redor: as árvores, as plantas, as flores, até reparar que havia animais e criaturas os seguindo de longe. Tentou esticar uma mão para incentivar um deles a se aproximar, mas tudo o que a pobre criatura fez foi correr para longe.

— Eles não vão se aproximar de você – disse o pai calmamente. – Não enquanto eu estiver por perto pelo menos – explicou. – Nenhuma criatura ou animal daqui confia em mim.

Sakura não se surpreendia. O pai sendo quem era... Devia sempre ter um pé atrás com ele, mesmo que ele fosse seu pai.

A filha da Malévola sempre teve a curiosidade de saber como é que seus pais acabaram se envolvendo, mas não tinha certeza se queria saber dos detalhes ou se estava preparada para a história cabulosa que devia ser relacionado ao seu nascimento.

E é claro que tinha o fato do pai ser o único ser que conhecia que conseguia entrar e sair da Ilha sempre que quisesse.

Já tinha tentado algumas vezes, mas jamais conseguia imaginar a mãe grávida. Quando era mais nova às vezes pensava se não tinha vindo de um ovo, às vezes queria rir de sua versão mais jovem. Bons tempos aqueles antes de começar a trabalhar com as mãos...

.

.

.

Tinham parado em uma espécie de clareira e seu pai tinha dito simplesmente:

— Sirva-se.

Havia várias espécies de árvores, plantas e flores no lugar e ficou contente de não precisar perguntar ao pai se podia comer uma ou outra, as próprias plantas falavam consigo quando tocava nelas.

Eram alimentos bem diferentes da Academia e com toda certeza eram bem diferentes de qualquer coisa que pudesse servir de alimento na Ilha.

Depois de se empanturrar de frutas Sakura enfim decidiu perguntar ao pai:

— Então – começou a falar sutilmente, o relacionamento entre eles nunca fora muito próximo como o de Ino e do pai dela, que era a maior referência que tinha de um pai e de um filho juntos, mas dava graças por não ser nem um pouco como o relacionamento de Shikamaru e Jafar. – Vai me contar o que exatamente aconteceu antes de eu cair nesse sono de três dias?

O pai perdeu o sorriso leve que tinha no rosto imediatamente e virou a cabeça para cima, como se contemplasse suas ideias.

— Alguém queria usar você e conseguiu – ele explicou sucinto.

Suas memórias antes de apagar estavam uma bagunça. Tinha tido uma tarde maravilhosa com Sasuke quando foram interrompidos por um dragão e correram de volta para a Academia, depois ajudou os dragões a fugirem e aí tinha ido parar na Floresta Proibida, onde não só estava sendo atacada por humanos, como também estava repleta de chamas. Se lembrou do pedido de ajuda da Floresta...

— O que eu senti... quando cheguei aqui... foi muito forte – disse pausadamente. – A Floresta estava pedindo a minha ajuda e eu quis ajudar, só que então...

— O seu corpo se encheu de ódio e você descarregou sua magia em quem era seu inimigo – terminou o pai.

Sakura assentiu com a cabeça.

— Fazia parte do plano de alguém.

— Mas quem queria me usar? – perguntou ao pai, completamente confusa.

— Consigo pensar em algumas possibilidades – o pai deu de ombros. – O que nos leva a questão do seu julgamento.

Aquilo assustou Sakura.

— Meu julgamento?

— Você foi vista montada em um dragão para protegê-lo – ele esclareceu dando de ombros mais uma vez. – Mas mais importante que isso: viram você matar, essa é a acusação que você tem que se preocupar e se livrar.

Sakura se lembrava vagamente, o que mais se lembrava era do ódio que sentiu.

— Você tem certeza de que eu não matei ninguém? – porque ela mesma não tinha essa certeza.

— Acha mesmo que eu vou deixar você manchar suas mãos com uma coisa tão feia como a morte? – disse o pai preocupado. – No que depender de mim, isso nunca vai acontecer – falou resoluto.

O pai sumiu do nada. Ele fazia isso de vez em quando e Sakura nunca havia se acostumado. Mas voltou rapidamente e trazia um corpo morto nos braços.

Sakura pulou para longe.

— Não se assuste – o pai a advertiu. – É uma prova. Esse corpo está em decomposição faz semanas já, o que o mantinha vivo era isso – apontou para um colar no pescoço.

Estranhamente aquele colar parecia com o que Neji uma vez tinha.

— Foi o Doutor Facilier – Sakura percebeu.

— Hum... – o pai murmurou. – Parece mesmo obra dos amigos do outro lado – comentou. – Mas você não pode acusar ele.

— Por que não? Se ele é o culpado, eu estou livre – disse indignada.

— Sakura, minha filha, entenda: eles não estão procurando um culpado. Eles estão procurando uma forma de te culpar e te mandar de volta para a Ilha.

Ela sabia que cada palavra dita pelo pai era verdade, mas isso não diminuía sua raiva por causa de toda a injustiça.

— O que me leva a outra questão: como vai fazer para chegar a tempo do horário do seu julgamento, que é hoje até o pôr-do-sol – ele apontou. – E antes de dar ideias, os dragões não vão poder te ajudar. Vai ser melhor para você se não chegar em grande estilo assustando todo mundo.

Tinha voado nas costas do dragão por horas, então a Floresta Proibida devia ser bem longe da Academia.

— O que sugere então?

.

.

.

Sakura suspirou frustrada. Quase bateu em uma árvore mais uma vez.

— Você precisa se concentrar e se lembrar de que a Floresta não é sua inimiga – falou o pai, sentado em um galho alto de uma das árvores.

Para ele era fácil falar.

Seu pai tinha lhe feito tirar o que ele considerava ser peso extra: sua jaqueta e suas botas. Então só estava usando o mesmo vestido de sábado e, àquela altura, depois de tantas tentativas frustradas, seu vestido estava todo esfarrapado. Ino com certeza iria lhe matar se visse o estado em que estava.

— Lembre-se de que seu tempo está acabando – avisou o pai.

—Você não está ajudando – reclamou.

Em um instante ele estava do seu lado.

— Quantas vezes eu vou ter que te dizer: relaxe, se conecte com a natureza, sinta o chão embaixo de você e então é só correr. Não tem segredo. Faz parte de você. Não precisa ter medo.

Sakura fez o que ele mandou. Fechou os olhos, respirou fundo e se concentrou na natureza, tudo que havia em volta dela, desde ás plantas até as criaturas. Se sentia conectada. Respirou mais relaxada dessa vez e então correu como se não houvesse amanhã.

Enfim tinha dado certo.

Acabou indo parar na mesma clareira de antes. Havia criaturas lá, muito mais delas agora. Ficou parada, esperando que elas lhe repelissem como fizeram o dia inteiro. Mas não foi o que aconteceu.

Decidiu mostrar algum respeito por elas.

— Obrigada por me receberem – agradeceu e se curvou.

“Por que mente?” uma voz se fez presente em sua cabeça.

— O que? – perguntou confusa.

“Você mentiu e enganou, dá para sentir o cheiro em você” falou outra voz.

Sakura ficou assustada.

— Mas eu não – tentou responder confusa, mas foi interrompida.

“NÃO MINTA!” disse outra voz, mais alto e grave.

“Não queremos outro da espécie de seu pai aqui” avisou uma delas.

“Malévola nunca mentiu para nós”

“Ela não se parece muito com a mãe”

“Mas está no caminho para se tornar como o pai”

As vozes estavam começando a bagunçar sua cabeça. Não conseguia pensar direito.

— Eles não parecem gostar muito de você – disse uma voz em tom claro. Sakura se virou em direção de onde o som viera. Era uma das criaturas aladas que se pareciam com sua mãe, a mesma de antes de quando havia chegado montada no dragão. – O que fez para deixá-los aborrecidos?

Sakura pensou nas mentiras que havia dito e nas situações que havia manipulado.

— Nada que eu não possa concertar – respondeu.

— Isso é bom – aprovou a criatura alada se aproximando. – Você poderia ser uma boa representante para nós.

Sakura ficou surpresa com a palavra representante. Não era o que a Fada Madrinha era?

De repente as criaturas correram para longe.

— Conseguiu – disse a voz do pai atrás de si. – Meus parabéns – ele disse animado, mas logo ficou sério. – Está na hora de ir, ou você vai perder o seu julgamento e isso é uma coisa que não queremos.

— Vai comigo? – ela disse surpresa. – Você disse que era melhor que eu não chegasse em grande estilo.

— Você vai chegar em grande estilo de qualquer jeito já que estamos sem tempo – ele deu de ombros. – O que eu quis dizer é que é melhor você não chegar acompanhada.

— E é isso que eu vim fazer aqui – disse a criatura alada chamando a atenção dos dois. – Se precisar de testemunhas pode contar comigo.

— Obrigada – Sakura agradeceu surpresa.

— Boa sorte filha de Malévola – desejou a criatura se preparando para voar para longe. – Vai precisar.

— Espere – pediu. – Qual é o seu nome?

— Sou Utakata Lirium dos Moors – disse a criatura antes de levantar vôo.

— É um grande feito ter o apoio do príncipe dos Moors – disse o pai, a voz em tom de que apreciava a situação depois que a criatura se afastou. Sakura não gostou do tom.

— Vamos – ela o chamou, impaciente.

Era hora de enfrentar seu julgamento.

.

.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero mesmo q sim!!!!

Notas:
♦ Finalmente sabemos o q aconteceu na Floresta Proibida!!!
♦ A Sakura não matou ninguém, graças!!!!
♦ E finalmente temos a aparição do pai da Sakura, eu não falei nenhum nome pq tenho uma cena em específico mais pra frente onde vai ser revelado, fiquem no aguardo...
♦ E as criaturas da floresta não gostaram nada nada da Sakura agir como o pai...
♦ Mas dá pra ver q o pai dela não é de todo ruim...
♦ E agora sabemos com certeza q o Dr. Facilier tem uma coisa nessa história toda...
♦ Príncipe Utakata dos Moors? (pra quem não sabe ou não assistiu, essas criaturas aparecem no segundo filme da Malévola, Dona do Mal, e eu achei interessante trazer pra cá, também posso estar pensando em alguns planos para esse personagem, mas não prometo nada)

♦ Próximo capítulo: Julgamento!!!

Beijinhos e até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Descendentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.