Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 42
Dragons


Notas iniciais do capítulo

Olha quem resolveu dar o ar da graça!!!

Peço desculpas pela demora, mas vcs percebem q as coisas andam meio louca quando a autora atualiza DO NADA no meio da semana em plena madrugada, mas enfim, o importante é atualizar ❤

Sem mais delongas, vamos ao capítulo >>>>>>>>>



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Sakura observou Sasuke usar uma pedra para quebrar o trinco da janela para que pudesse abri-la por inteiro e assim os dois pudessem entrar. Ia sugerir que ela mesma abrisse a janela usando sua magia, mas não conseguiu dizer nada.

Sakura não havia dito toda a verdade a Sasuke: estava assustada. Aquele fogo todo que os dragões haviam espalhado pela Academia parecia corresponder ao seu próprio, tinha medo de se queimar e, pior ainda, tinha medo de não conseguir controlar e queimar a tudo e todos a sua volta.

Era a primeira vez que se sentia assim. E não gostava nem um pouco.

— Você primeiro – Sasuke fez um apoio com as mãos para ajudá-la a subir na janela.

Sakura olhou para o príncipe. Queria deixá-lo longe dos dragões menores, já que não sabia o que iriam encarar, mas não podia, havia um dragão maior e muito mais perigoso perto e, pelos rugidos, o dragão estava cada vez mais próximo.

Segurou o rosto dele com as mãos e pediu:

— Toma cuidado.

Sasuke se surpreendeu pela intensidade do olhar dela. Então fez um leve aceno de cabeça e encostou a testa na dela.

— Estou logo atrás de você – depositou um breve beijo nos lábios dela.

Sakura usou as mãos dele como apoio para se impulsionar para a janela; ele entrou atrás dela logo em seguida. A sala era pequena, mas Sakura logo soube o porquê de haver tanto estrago: era um depósito de produtos de limpeza, obviamente que os produtos químicos haviam inflamado e ajudado a espalhar o fogo.

Ouviram um rugido fraco vindo de fora da sala. Metade da porta ainda estava em chamas. Sakura pegou a mão de Sasuke e se concentrou em tentar criar uma bolha de proteção em volta dos dois como havia feito uma vez quando o colar de Neji fora arrebentado de seu pescoço.

Sakura ainda não conhecia muito bem a própria magia, muito do que fizera nos últimos tempos havia sido instintivo. Agora só lhe restava lembrar-se das sensações de quando usara sua magia anteriormente, ou recorrer às velhas palavras do livro da Rainha Má para controlar o que queria fazer.

Sentiu a mão de Sasuke apertar a sua como forma de incentivo e apoio.

— Eu estou aqui – ele sussurrou. – Eu vou te ajudar, não se preocupa.

Estranhamente se sentiu confortada pelas palavras dele, então reunindo sua coragem empurrou o que restava da porta de uma vez. Talvez fosse pelo fogo, mas a madeira se soltou das dobradiças e caiu com um baque extremamente forte no chão.

Parece que havia sido o bastante para atrair pelo menos um dos dragões, mas logo mais dois se juntaram ao primeiro. Sakura se sentiu encurralada, mesmo com Sasuke atrás de si.

Os pequenos dragões cuspiram fogo imediatamente.

Num primeiro momento temeu não ser forte o bastante para aguentar a chama de três dragões, mesmo que pequenos, mas num segundo momento... Não soube explicar, era como se aqueles dragões estivessem lhe acariciando com o fogo, não com intenção de queimar, mas com a intenção de reconhecimento. Estavam buscando por algo familiar e como não encontravam... estavam com medo.

Sakura desfez a bolha de proteção imediatamente e ergueu as mãos.

— Está tudo bem – disse com a voz tranquila. – Não vou machucar vocês, eu só quero ajudar.

E lentamente tentou se aproximar, mas os filhotes se afastavam a cada passo que dava. Então Sakura estirou a mão, esperando para que eles se aproximassem primeiro.

E funcionou.

Um dos dragões se aproximou e lhe cheirou a mão, depois esfregou a cabeça na mão da filha da Malévola. Sakura sorriu levemente e acariciou o dragão. A pele era escamosa, então tomou cuidado para não se cortar, ainda não sabia se o cheiro de sangue ou carne pudesse ser atrativo para os pequenos.

Desviou seus pensamentos ao perceber Sasuke ao seu lado fazendo o mesmo e outro dos dragões corresponder. Ficou encantada com isso. Esse príncipe de alma gentil...

Um rugido maior e mais forte se fez presente ao longe. Estavam ficando sem tempo.

Sakura olhou nos olhos de cada um dos dragões.

— São só vocês três? A mãe de vocês está preocupada.

O único filhote que não havia se aproximado começou a correr em direção ao refeitório, os outros dois dragões logo o seguiram. Sasuke pegou a mão de Sakura e juntos foram atrás deles.

Na porta de entrada do refeitório estavam mais dois dragões. Eles pareciam farejar alguma coisa lá dentro. Sakura viu Sasuke encrespar os lábios, como se o tal cheiro o desagradasse, tentou sentir o cheiro do que poderia ser, mas não conseguia adivinhar, não fedia para que ele fizesse aquela cara, muito pelo contrário, era até atrativo. Ou talvez aquilo fosse algo que incomodava apenas os humanos.

— Temos que tirar os dragões daqui o mais depressa possível – Sasuke disse a ela. Estranhamente ele parecia nervoso.

Sakura sabia disso, mas até aquele momento não havia pensado em como faria aquilo. Não tinham muito tempo para esperar que cada dragão fosse até ela por livre e espontânea vontade. A mamãe dragão chegaria ali a qualquer momento e não poderiam deixar que ela colocasse fogo em tudo a sua frente até achar os filhotes.

Iria improvisar.

Sakura apertou a mão de Sasuke e depois a soltou, correndo rapidamente até os dragões e fazendo uma chama verde com a mão. Aquilo atraiu eles imediatamente que logo começaram a cuspir fogo em direção a ela como se quisessem brincar. A filha da Malévola não pode deixar de compará-los com cachorros. Eram animais diferentes, mas ambos tinham o mesmo instinto.

Sakura correu em direção à saída mais próxima da Academia por onde pudessem passar os filhotes. Esperava que Sasuke ficasse bem e seguro. Por onde passava, com os dragões logo atrás dela, não pôde deixar de reparar nos estragos feitos pelo fogo dos filhotes.

Assim que avistou a saída correu ainda mais rápido tentando localizar a mamãe dragão assim que se viu a céu aberto. Estava certa quanto ao estrago, ela estava sobrevoando a Academia já tendo visto o fogo nas janelas da maior parte do térreo e do primeiro andar. Esperava que só fossem cinco filhotes mesmo e que mais nenhum estivesse preso nos corredores da escola.

A mamãe dragão se abaixou e pousou perto dos filhotes, que logo fizeram a festa por encontrar sua progenitora.

Sakura não soube quanto tempo ficou ali observando os filhotes se reunirem com sua mãe. Mas só percebeu o que estava acontecendo quando a própria mãe dragão se levantou num impulso, completamente alerta e perigosa. Muitos de seus colegas da Academia e seus professores a rodearam e ela começou a rosnar.

— O que estão fazendo? – Sakura perguntou irritada por eles estarem incomodando os dragões, já não bastasse não saber como eles haviam ido parar ali.

— Temos que matá-los – respondeu o professor Obito, como se estivesse acostumado a situações daquele tipo: de matar dragões sempre que via um.

Sakura se viu horrorizada, principalmente porque via no olhar deles que era isso mesmo o que pretendiam. A filha da Malévola se virou em busca de Sasuke, ele estava logo ali ao lado dela, mas diferente do olhar de seus colegas e professores, o dele era de tristeza.

Eles realmente iriam matá-los?

Não! Não poderia deixar que aquilo acontecesse de maneira nenhuma.

— NÃO! – ela gritou e um círculo de chamas verdes se fez em volta dos dragões. – SE AFASTEM! – mandou.

Os homens obedeceram por puro instinto de se afastar do fogo verde. Sakura adentrou o círculo e se curvou perante o dragão, pedindo permissão para montá-la.

— Vou levá-los para longe – disse baixinho e ergueu o olhar ao pronunciar as próximas palavras: – Não vou deixar que ninguém os machuque.

A mamãe dragou acenou em aprovação e Sakura rapidamente a montou, não sabia quem estava guiando quem, mas juntos, voaram para bem longe.

.

.

.

A filha da Malévola não sabia quanto tempo havia se passado, mas parecia bastante. Estava congelando agarrada nas costas do dragão fêmea. Os filhotes estavam ao seu redor, dormindo. Sakura não sabia como eles conseguiam, mas se sentiam seguros o suficiente com a mãe.

Às vezes tentava vislumbrar algo lá embaixo ou ao longe, mas não conseguia enxergar nada em meio às nuvens e a névoa. A mamãe dragão voava por cima do nevoeiro e isso significava que quanto mais alto ia mais frio Sakura sentia.

Para onde é que estavam indo?

Não demorou muito a ter sua resposta.

Avistou uma massa escura se aproximar e reconheceu como uma floresta. Sakura estranhou a paisagem, diferente do verde presente ao redor de toda a Academia, essa floresta era muito mais escura, num tom de verde tão escuro que chegava a beirar o preto.

O dragão pousou num campo aberto e Sakura entendeu que era sua hora de descer.

Ia perguntar a mamãe dragão onde estavam quando colocou os pés no chão e entendeu que não precisaria perguntar nada. Sentiu uma sensação completamente diferente de tudo o que já havia vivido em toda sua vida. Aquele lugar... Já sonhara com ele.

 A floresta do seu sonho... Estava nela.

A sensação era a mesma: era como se finalmente sentisse onde era seu real lugar nesse mundo. Não na Academia ou em Konoha, muito menos na Ilha. Seu lugar era ali: a Floresta Proibida.

Desviou sua atenção ao perceber a mamãe dragão lhe rugir... uma espécie de aviso? O dragão apontou com a calda as roupas que estava vestindo. Sakura não entendeu, então tocou as peças e um estranho reconhecimento lhe passou pelo corpo: a jaqueta e as botas que usava eram de couro de dragão. Tirou as peças rapidamente, ficando então descalça e os braços descobertos, usando apenas o vestido que Ino lhe fizera.

Sentiu sua pele se arrepiar, mas não era de frio, inclusive a grama sob seus pés era bem mais macia do que parecia a primeira vista.

Nunca havia pensado que usavam couro de dragão para fabricar roupas ou sapatos e se lembrou dos colegas e professores da Academia. Eles encaravam como dever matar as criaturas. Onde é que estava aquilo na etiqueta real? Porque nas aulas que tivera é que noção haviam sido. Será que a Fada Madrinha tinha conhecimento disso? Algo lhe dizia que sim, mas por que ela não fazia nada contra?

Desviou sua atenção para uma criatura que pousara as suas costas e se assustou. A criatura tinha asas enormes, mas o que lhe chamou a atenção mesmo foram os chifres: eram iguais aos de sua mãe.

A criatura farejou ao seu redor e mais duas apareceram ao redor. Sakura sabia lutar, mas não tinha a menor chance contra aquelas criaturas que possuíam o físico de guerreiros.

— Seu cheiro... – disso uma delas –, é familiar.

— Quem é você? – perguntou outra.

Sakura não sabia se respondia ou não.

— Quem são vocês? – revidou a pergunta. Lhe assombrava o fato daquelas criaturas se assemelharem tanto a aparência física de sua mãe.

— Você invade nossa floresta e ainda fica fazendo perguntas? – perguntou a terceira criatura, a voz cheia de ironia amarga.

— Eu não invadi – Sakura se defendeu.

— Não me lembro de ter sido convidada – disse a primeira criatura sorrindo ironicamente.

Sakura olhou para a mamãe dragão que parecia ocupada protegendo os filhotes com suas asas enormes e olhando para um canto da floresta que parecia brilhar em vermelho.

Era fogo.

As criaturas também perceberam.

— Malditos humanos – praguejaram.

Aquele fogo não era como o dos dragões ou o de sua própria magia. Realmente era fogo humano. O que os humanos estavam fazendo? Ali não era proibido? Não era por isso que a Floresta havia recebido esse nome?

— Não vai dar tempo de chamar Conall – disse uma das criaturas.

Sakura se desligou do que eles diziam completamente. De onde vinha o fogo também vinha um pedido de socorro. Não apenas um, mas vários. Como em seu sonho. Correu em direção as chamas.

Não prestou atenção devidamente e agiu de forma automática, assim como havia salvado a vida do professor Obito também usou sua magia para manter o fogo afastado da floresta, impedindo assim que ele se alastrasse.

Não soube por quanto tempo andou, mas pareceu um longo caminho até enfim encontrar os causadores: homens armados protegidos por armaduras e escudos. Foi então que percebeu de que nunca havia sentido tanto ódio em sua vida. Parte do ódio era seu, claro, mas a maior parte... era da Floresta. Todos que ali viviam estavam cansados, exaustos, querendo vingança.

Não sabia quantos homens eram, mas pareciam muitos.

Destilou toda sua magia para cima deles, deixando que a Floresta Proibida lhe usasse como meio de vingança e só quando não conseguiu ver mais nenhum dos homens ficou confusa com o que havia acontecido.

Havia matado eles?

Olhou ao redor desorientada e logo ficou horrorizada, se ajoelhou no chão colocando as mãos na cabeça e se pôs a chorar.

O que tinha feito?

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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Espero q sim!

Notas:
♦ Leve momento SasuSaku no começo pq eu não me aguento
♦ Geral querendo matar os dragões 'o' Pode isso? Não pode!!!
♦ Sakura usando seu fogo verde para proteger os dragões e levá-los para longe (confesso q quando eu pensei nessa cena há muito tempo atrás parecia ser bem mais grandioso na minha cabeça, acho uma pena não ter deixado já anotada antes, dica pra quem escreve: pensou na cena ESCREVE, mesmo q não fique boa, melhor ter uma cena ruim q você teve ideia naquele momento do q deixar pra escrever depois e vc não lembrar do detalhes)
♦ Sakura enfim foi parar na Floresta Proibida...
♦ Essa criaturas são as fadas aladas de Malévola 2: Dona do Mal
♦ Consideração final: eu fiquei muito na dúvida se eu fazia a Sakura matar os humanos ou não, como podem ver mesmo na história a própria Sakura não entende o q fez, então eu vou deixar essa pra vcs, vai depender dos comentários e se essa ideia é aceita ou não, até pq eu mesma não sei se é uma boa...

Enfim, por hoje é isso..
Dúvidas? Sugestões? Palpites? Teorias?

Beijinhos e até o próximo capítulo ❤❤❤



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