Sasuke ficou surpreso ao acordar de seu cochilo, uma hora depois, com a cabeça no colo de Sakura, o vestido dela ainda estava úmido.

Não tivera coragem de pedir para que ela o tirasse para secar ao sol.

A filha da Malévola dormia tranquilamente. Como ela conseguia, ele não sabia, tinha despertado justamente porque suas costas estavam doendo por causa do chão duro.

Aliás, ainda não sabia bem o que fazer.

Sakura o havia enfeitiçado com aquele cookie, mas por quê?

Não podia ser para usá-lo, ela não precisava disso, ela realmente demonstrara preocupação!

Depois de pular no lago sentiu seu corpo formigar e aquele véu do feitiço sair de seu olhar. Se virara para Sakura imediatamente, mas ela estava mais concentrada no espelho.

— Me mostre minha mãe – a ouviu dizer. Sakura demonstrara uma vulnerabilidade rara. Fosse o que fosse que tivesse visto, passou rápido. – Me mostre meu pai – pediu ela em seguida. O filho da Bela e da Fera se perguntou quem seria ele. – Me mostre a... não, não mostre – ela guardou o espelho na cesta rapidamente.

Ela ficara um tempo perdida em pensamentos até se dar conta que ele havia sumido.

— Sasuke? – ela perguntou por ele preocupada. Repetiu seu nome mais duas vezes antes de se atirar na água e demorar a retornar.

Sasuke foi em direção a ela rapidamente enquanto ela se debatia.

Ela não sabia nadar e mesmo assim fora atrás dele sem pensar duas vezes. Ela se importava consigo!

Enquanto sentia o cafuné pensou nas palavras dela antes, um pouco de sua história na ilha. Ficou surpreso com a pontada de ciúmes que sentia em seu peito por causa do filho do Gaston, quem diria, mas o ciúme ficava mais forte por causa do filho do Hades, Sakura falara com carinho sobre o garoto.

Será que ela ainda sentia algo pelo garoto? Será que poderia sentir o mesmo por si?

Se trocou rapidamente e se pôs a contemplá-la, ela era tão linda, os cabelos pareciam mais rosa que nunca e aquele aspecto de pele cinzenta de quem não tomava sol havia muito ido embora. Sakura agora tinha a pele mais viva, rosada e com alguma surpresa cheia de sardas.

Ela havia mudado, não era mais aquela garota da Ilha.

E ele estava perdidamente apaixonado por ela.

Respirou fundo, estava decidido a continuar com aquilo então, esperaria ela mesma quebrar o "feitiço".

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— Sasuke? – o irmão mais velho tentava chamar a atenção dele sem qualquer sucesso.
O príncipe mais novo estava tão distraído que não percebeu o irmão mais velho lhe chamar.

— Esquece Itachi – caçoou Naruto. – Quando ele está com essa cara é porque está pensando na-

— Menina mais linda desse mundo – interrompeu Sasuke. Não queria dizer que os pais e o irmão soubessem que a garota por quem estava apaixonado era Sakura. Ainda não. – Estou apaixonado Itachi – suspirou, era a única coisa que diria.

— Isso é maravilhoso meu irmão – ele felicitou, o abraçando em seguida.

— Ouvi dizer que meu filho mais novo está apaixonado? – tamanha era a distração que não percebeu a aproximação dos pais.

A rainha trocou um olhar com o rei admirada e feliz pelo filho.

— É alguém que conhecemos? – questionou ávida.

— É alguém que eu amo – Sasuke revelou, suspirando apaixonado.

— É a mesma menina que você disse ser diferente das outras? – arqueou a sobrancelha.

— Sim.

— Quando pretende nos apresentá-la? – a voz imperiosa de seu pai de fez ouvir.

— Assim que eu descobrir se ela sente o mesmo por mim – respondeu Sasuke sério.

— Majestades – um criado apareceu rapidamente no jardim. – O almoço está servido. O conselheiro real e o diretor da academia já estão à espera, a filha do diretor está com eles.

— Muito bem, vamos almoçar – chamou a rainha.

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O rei e rainha conversavam amenidades durante a refeição, mas estava claro que o conselheiro e o diretor não estavam ali à cortesia. Os mais jovens se mantiveram em silêncio.

— Peço para que me perdoem majestades, mas o assunto não podia mais esperar – o conselheiro interrompeu o almoço. – O povo continua em polvoroso por conta da presença dos filhos dos vilões na Academia, chamaram a atenção para o fato de que eles não tem se comportado muito bem, o filho do Jafar em especial, mas principalmente a filha da Malévola.

Sasuke sentiu seu peito gelar por dentro.

— Eu mesmo tenho acompanhado a educação deles e parece não ter melhorado muito – disse o diretor e acrescentou tardiamente: – Majestades.

— Eles estão aqui há menos de dois meses, o povo não pode esperar que tenham uma mudança drástica em tão pouco tempo – refutou a rainha Bela.

— Só relatando, majestades – falou o conselheiro real tentando demonstrar humildade. – No ritmo em que a situação anda, o povo provavelmente não irá aceitar o príncipe mais velho como rei. Então gostaria de oferecer uma sugestão, se me permitirem: mande os filhos dos vilões de volta para a Ilha, o príncipe Itachi assume a coroa e só então os traga de volta.

Sasuke prendeu a respiração. "Não!" gritou em sua mente.

— Não irei fazer isso – negou Itachi.

— Mas, menino – tentou o conselheiro.

— A ilha também é meu povo, se faço isso, mostro que eles não são tão importantes quanto o povo de Konoha e jamais terei o perdão deles. Já passou da hora da população daqui deixar as desavenças para trás – se levantou de onde estava. – Com sua licença – não esperou pela resposta de ninguém ao se retirar da mesa e sair do salão de refeições.

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— Cara, que situação – Naruto resmungou.

Depois do almoço, que acabou logo após a saída de Itachi, o pai e a mãe se trancaram no escritório com o conselheiro e o diretor. Sasuke temia o resultado daquela conversa, mas preferiu não participar sem o irmão.

— Não podemos deixar que sejam levados de volta apenas porque o povo está com medo – disse Sasuke resoluto.

Izumi havia ficado quieta o tempo todo, temia o pai mais que tudo, mas temia o que tinha no bolso e sua missão de fazer Itachi ingerir fosse o que fosse aquilo.

— Eu aconselharia... – começou a dizer e teve a atenção dos dois príncipes sobre si. – A juntar aqueles que pensam como vocês dois e que fiquem preparados para retaliação.

— O que quer dizer? – Naruto ficou confuso. Já Sasuke temia as palavras seguintes.

— Há alunos se juntando para demonstrar seu desagrado aos filhos dos vilões, muitos por iniciativa dos próprios pais, é claro, mas outros... Por causa da filha da Bela Adormecida e do filho de Aladdin e de Jasmine.

Pronto, estava feito. Se o pior acontecesse, Sasuke ao menos poderia se preparar para a situação.

— Não acredito que Karin vai ser rancorosa a esse ponto – lamentou Sasuke.

— Eu acredito – disse Naruto.

— Se me permite, gostaria de andar pelo palácio, já faz muitos anos que não venho aqui – disse Izumi com carinho do passado distante, do passado em que o pai não era tão terrível.

— Claro, fique a vontade – desejou Sasuke.

Saiu do aposento deixando os dois príncipes conversando para trás.

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Izumi saiu à procura de Itachi, precisava cumprir a ordem do pai antes que tivessem de ir embora.

Poderia ter dito não, mas estava tão exausta daquela vida e ainda temia que se não o fizesse, algo ainda pior pudesse acontecer.

E o destino parecia compadecer de si, já que não demorou muito para encontrar Itachi em um dos longos corredores do castelo.

— Izumi – suspirou ele amenizando o semblante.

Para ele, ela nunca deixava de ser a mais bela visão de seu dia. Izumi usava um vestido longo e de mangas cumpridas. Já não estranhava tanto, fazia tempo que Izumi só vestia mangas cumpridas nos braços. Era secretamente apaixonado por ela desde a adolescência, inclusive seu primeiro beijo havia sido com ela. Mas não sabia o que tinha acontecido entre eles, de repente ela só o afastava e dizia nunca mais querer vê-lo.

Ela tinha a expressão triste e até mesmo assustada.

— Eu queria lhe entregar isso – ela tirou algo do bolso, parecia um cookie. – Fui eu... que fiz – a voz dela tremeu diante a mentira.

— Você se deu ao trabalho de fazer um cookie para mim? – perguntou ele estupefato.

Izumi não disse nem que sim e nem que não, apenas entregou o cookie a ele.

— Eu sei que... não fui boa para você como você foi pra mim, mas eu quero que saiba que eu sempre te amei e nunca deixei de te amar e que se eu me afastei... foi porque tive os meus motivos... – Izumi não conseguiu concluir, Itachi já a tinha puxado para si e a beijado como a muito não fazia.

Izumi tinha lágrimas nos olhos, tinha sentido tanto a falta dele, falta do carinho e dos beijos que somente ele lhe dava.

— O que foi que aconteceu? – ele murmurou entre beijos.

— Por favor, não me pergunte – ela chorou.

Itachi a abraçou forte e começou a puxá-la em direção ao seu quarto. Que tolo fora, devia ter persistido mais na época, sabia que ela não estava bem, mas ela lhe pedira para se afastar e decidiu respeitar sua decisão.

Quando chegou ao quarto, fechou a porta e se deitou com ela em sua cama. Ela chorava copiosamente em seu peito e apertava forte sua camisa.

— Eu estou aqui agora, por você e com você, seja o que for enfrentaremos juntos – ele tornou a beijá-la.

Ele a abraçou depois disso e esperou ela terminar de chorar, parecia que tinha muito guardado.

— Eu quero te pedir um favor – disse ela depois de um tempo, a voz abafada contra seu peito e rouca devido ao choro.

— O que quiser – respondeu ele, beijando o tipo da cabeça dela.

— Quero que esconda isso – ela estendeu o cookie embalado. – Se livre dele, não importa. Não fui eu que fiz e não sei o que tem aí.

— E ia dá-lo a mim? – ele se ressentiu.

— Não teria coragem, não tive – ela se corrigiu. – Eu o amo demais para me permitir perdê-lo – acariciou o rosto dele. – Prefiro que me odeie para sempre ao invés disso.

— Eu também a amo, nunca deixei de te amar – beijou-a novamente. – Mas quem fez esse cookie, espera que tenha algum efeito sobre mim e eu temo que desconte em você de alguma forma – o príncipe tentava juntar alguns pontos confusos, havia alguém que queria o seu mal, que...

— Itachi, preciso falar com você... – Sasuke entrou de supetão no quarto agitado, Naruto vinha logo atrás e deu um grito horrorizado.

— Vocês estão... fazendo sexo? – perguntou com um fio de voz tampando os olhos.

Sasuke ficou envergonhado e se virou de costas.

Itachi corou até a raiz dos cabelos pelo comentário.

— Não é que estão pensando! – esbravejou irritado pela interrupção.

Izumi escondeu o cookie embaixo de um travesseiro disfarçadamente antes de sair de cima de Itachi e se sentar na cama.

— Só... estávamos...

A situação se tornou ainda pior quando o rei e a rainha apareceram junto com o conselheiro e o diretor.

Izumi sentiu o rosto ficar pálido de medo, mas seu pai parecia... satisfeito?

— Estão namorando escondidos de todos nós? – ele perguntou se fingindo de horrorizado. – Filha minha não namora, não me importo se é príncipe, rei ou qualquer outra coisa – ele falava com muita verdade nas palavras, não se importava nem um pouco com futuro rei. – Me ofende e ofende minha filha por tratá-la dessa maneira, vamos embora agora mesmo Izumi! – exigiu. Mas Izumi se sentiu estranha, seu pai estava fazendo o maior teatro. O que ele esperava com aquilo?

— Não, por favor – pediu Itachi. – Eu a amo – disse sinceramente encarando Izumi ao dizer as palavras.

O rei e a rainha ficaram surpresos.

— Por que nunca disse nada antes? – perguntou a rainha confusa.

— Porque eu achava que não tinha nenhuma chance, que ela não sentia o mesmo por mim – ele respondeu sincero.

— Então está dizendo que oferece compromisso a minha filha? – o diretor perguntou.

— Sim, tem minha palavra senhor: quero que Izumi seja rainha ao meu lado.

O quarto inteiro ficou em silêncio.

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Depois de toda a situação resolvida o diretor foi embora com a filha, o conselheiro real foi logo em seguida.

— O que acontece com nossos filhos que se acham indignos das garotas que amam? – a rainha Bela perguntou injuriada.

— Devem ter herdado de mim – murmurou o rei encarando a rainha com uma vulnerabilidade que só se permitia mostrar a ela.

A rainha acariciou a face do marido antes de beijá-lo com carinho.

— Hã – Naruto murmurou enojado. – Pior que ver Itachi quase fazendo sexo é ver seus pais...

Sasuke o interrompeu antes de deixá-lo terminar a frase.

— Vamos pro meu quarto Naruto, fazer coisas de criança, tipo jogar vídeo game – o puxou para longe dos pais.

Antes de sair observou a mãe com o rosto vermelho próximo do rosto do pai que tinha no olhar todo o amor que sentia por ela.

Esperava ter aquilo um dia. E esperava que fosse com Sakura.

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— O plano seguiu conforme o combinado – o diretor sorriu dentro da carruagem para o conselheiro real. – Muito bem, minha filha, se tudo der errado, você ao menos será rainha.

Izumi tremeu diante da sentença. O que o pai e o conselheiro pretendiam?

— O que tinha naquele cookie? – perguntou timidamente temendo ser maltratada.

— Uma poção do amor – respondeu o conselheiro. – E não fui eu quem fez, foi Sakura, a filha da Malévola – acrescentou.

Izumi controlou a respiração, não sabia o que pensar.

Sakura estava envolvida naquilo?

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