Um Novo Alvorecer escrita por JC Forbes


Capítulo 8
Capítulo Oito — Ilha Ember




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O Sol fraco já dava lugar para a lua que aparecia timidamente entre algumas nuvens. A brisa estava um pouco fria por conta do mar, era um dia fresco. Já fazia algumas horas desde que saíram do palácio, Tio Iroh se comprometeu em cuidar de tudo na ausência do rei. Sokka cuidava de Toph que parecia irritada por estar tanto tempo no mar, Muka brincava com o rabo de cavalo do rapaz. Zuko e Katara estavam mais afastados, conversavam baixo sobre os problemas do reino. Assim que avistaram a praia abriram um enorme sorriso, certamente se Toph conseguisse ver e soubesse nadar já teria pulado do navio. Para alegria da dobradora de terra, logo foi anunciado que chegariam em poucos minutos na Ilha.

— Acompanharemos o Senhor até a pousada. — Afirmou um guarda.

— Muito obrigado. — Zuko respondeu, estendeu a mão para ajudar Katara se levantar.

Ao descerem do navio sentiram a areia entrar pelos calçados abertos e uma brisa quente, mais afastado tinha sons de pessoas conversando e rindo alto. Logo chegaram na casa em que ficariam, era uma propriedade do reino.

A casa tinha apenas um andar, mas era enorme e ficava no topo de uma pequena montanha de pedra. As paredes eram todas vermelhas, a decoração dourada e os móveis de madeira escura, muito parecido com o palácio. As janelas que ocupavam grande parte das paredes eram todas de vidro, o que fazia o lugar ser clareado com a luz natural do Sol.

Duas mulheres recepcionaram o pequeno grupo, porém logo foram dispensadas.

— Temos três quartos, Katara e eu ficaremos com o quarto principal, — O quarto principal era o antigo cômodo do rei e da rainha. — Vocês três decidam quem fica em qual quarto.

— Eu fico o quarto do Zuko! — Muka gritou rápido já reservando onde ficaria. — Ele é o segundo maior e tem a vista mais bonita. — Justificou, ela já conhecia bem aquela casa, embora no seu tempo estivesse um pouco diferente.

— Toph você quer dormir na sala ou no outro quarto? — Sokka perguntou, não se importariam em dormir no sofá, já havia dormindo em lugares piores.

— Pode ficar com o quarto da dona esquentadinha, fico com a sala. — A garota cega sorriu mostrando todos os dentes, o quarto de Azula era do lado do quarto principal, era semelhante ao resto da casa. Após se arrumarem o grupo foi até a praia, o casal estava mais afastado a morena traçava os cabelos lisos do rei que estava deitado em seu colo. Ele a observava, pensava consigo o quanto gostava da garota em sua frente.

— Katara, você quer casar comigo? — A voz de Zuko saiu como sussurro, Katara olhou surpresa, em questão de segundos os cantos dos olhos ganharam rugas e um enorme sorriso contido no rosto.

— É claro que sim! — Ela se inclinou e começou um ataque de beijos no rosto do seu noivo.

***

A lua estava no seu auge, estrelas brilhavam por todo o céu, no silêncio ouvisse o cantar dos grilos. Os cincos estavam ao redor da mesa, todos jantavam calmamente.

— Ah... Zuko e eu temos uma notícia para dar. — Katara estava nervosa, porém a felicidade transbordava pelo seus olhos, não conseguia desfazer o enorme sorriso do rosto. Muka e Sokka se viraram para ela, pararam de comer para prestar atenção. — Nós vamos nos casar! — Ao contrário do que pensava, eles ficaram em silêncio, Katara olhou preocupada para Zuko, ele apenas deu de ombros.

— Se Zuko é senhor do fogo, então Katara vai ser a senhora do fogo, mas ela é dobradora de água... Não faz sentido! — Sokka concluiu, Muka revirou os olhos e voltou a comer.

— Sokka, cala a boca. — Toph respondeu e também voltou a jantar.

— Ela não irá se tornar a "senhora do fogo", irá penas receber o título de rainha. — Zuko falou, não queria ser grosso com seu futuro cunhado.

— Parabéns. — A viajante disse com um meio sorriso.

Sokka sugeriu fazerem uma festa, algo para comemorar o noivado e aproveitar a folga que tiveram. Concordaram em fazer algo simples, uma fogueira perto do mar com música. Não queriam chamar tanta atenção.

***

A noite seguinte estava bonita, havia poucas estrelas e a lua não estava completamente visível, algumas tochas iluminavam os cantos da praia, no meio uma fogueira servia para assar os alimentos, o grupo chamou cantores para apresentar ao vivo. Um clima calmo, com música e poucas pessoas. Zuko e Katara estavam perto de uma das tochas, observavam os outros dançando e conversando.

— Acho que a música chamou a atenção dos moradores. — O rapaz disse vendo inúmeras pessoas que nem conhecia.

— Isso porque eles não sabem o motivo desta festa. — Katara respondeu dando um beijo no rosto do noivo.

Enquanto isso Toph competia contra Sokka e Muka para ver quem fazia o melhor castelo de areia. A dobradora de terra usava a dominação como vantagem, estava aperfeiçoando a dobra da areia, do outro lado Muka dobrava a água para Sokka moldar a areia, no fim ficou para o casal de noivos decidirem qual ficou melhor. Toph ganhou com os dois votos.

A festa ocorria bem, aos poucos iam surgindo mais pessoas, dançavam, comiam, conversavam e davam risadas. Zuko e Katara voltaram para casa sem serem percebidos, queriam ficar em um lugar mais calmo, já Sokka se divertia dançando com uma garota que não sabia nem o nome, Toph e Muka comiam e conversavam sobre as sub-dobras.

— Preciso de ajuda. — Sokka ouviu o sussurro e foi puxado para longe da festa.

— Quem é você? — Ele perguntou se soltando do desconhecido, a resposta que obteve foi a pessoa tirando o capaz que escondia o seu rosto.

— Azula? O que faz aqui? Como parou aqui na Ilha? Você está bem?

— Mais alguma pergunta? — Questionou séria, ele negou com a cabeça. — Preciso pegar algumas coisas que está no quarto onde você dormiu.

— Que tipo de coisa?— Ela entregou uma lista, ele apenas passou os olhos rapidamente. — Porque está pedindo a minha ajuda? — Ele a encarou com mesma seriedade que ela o encarava.

— Porque só tenho você. — Ela respondeu desviando o olhar.
Sokka pensou por alguns segundos e pegou a mão da princesa, levou ela até a casa.

— Não faça eu me arrepender. — Sussurrou abrindo a porta lentamente, ambos entraram em silêncio, conseguiam ouvir as risadas do casal no quarto ao lado.

— Pega o você precisa, vou vigiar a porta. — Sokka falou saindo do quarto de encostando a porta atrás de si, encostou na parede e esperou.
O rapaz estava quase cochilando quando a porta abriu, Azula puxou ele para dentro e trancou a porta.

— Você sabe onde está a caixa que estava aqui? — Ela perguntou abrindo uma das gavetas do guarda roupa.

— No quarto do Zuko. — Respondeu calmo deitando na cama.

— Droga!— Xingou baixo e encarou Sokka.— Não coloca esses calçados sujos em cima da minha cama. — Falou brava.

— O que tem nessa caixa? — Sokka perguntou colocando os pés fora da cama, ela sentou do lado dele.

— Nada.

— Azula, para de mentir.

— Alguns documentos... lembranças.

— Que tipo de documentos?

— Você faz muitas perguntas. — Azula respondeu fechando a cara.

— E você não as responde. — Sokka revirou os olhos. — Você pretende fugir? — Fez outra pergunta. Ela não respondeu novamente. — Azula, você está tentando fugir com os documentos que podem te prender?

— Eu estou confusa. — Disse deitando, olhava o teto, sentia saudade do tempo que viajava para a ilha quando era criança.

— Quer dormir aqui? — Sokka falou depois de um tempo em silêncio, Azula olhou confusa com a pergunta. — Posso dormir naquele sofazinho, parece confortável. — Respondeu olhando para o outro canto do quarto.

— Porque você é tão gentil comigo? Não deveria tentar me prender? — Azula sentou -se de novo.

— Não sei, acho que é porque você confia em mim.

— Eu não confio em você.

— Se não confiasse e não estaria aqui. — Ficaram em silêncio novamente. Sokka pegou um travesseiro e uma coberta fina e foi para o sofá, deitou e fechou os olhos. — Boa noite, princesa.

Azula se acomodou na cama, demorou para conseguir dormir, muitos pensamentos invadiam sua cabeça.

No quarto do lado, Zuko e Katara estavam deitados abraçados e conversando, falavam sobre as mudanças no reino, e imaginavam a reação das pessoas ao saberem do noivado.

— Preciso pedir sua mão á sua avó. — Zuko falou. — Espero encontrar seu pai só depois de termos casados. — Katara riu com o comentário.

— Acho que também tenho que pedir a bênção do seu pai. Aposto que Ozai vai ficar feliz com a notícia.— Respondeu, o rapaz a encarou de canto de olho.— Estou brincando, mas falando sério acho que minha vó nos mataria se soubesse que estamos dormindo juntos antes do casamento.

— Ela não vai ficar sabendo mesmo, então vamos aproveitar. — Zuko abraçou Katara pela cintura e a pôs cima dele, começou a beija-la.

***

— É Toph, eles nos abandonaram. — Muka falou, as duas voltavam para a casa, andavam lentamente por conta da barriga cheia.

— Eu vou cair na cama quando chegar. — Toph disse depois de arrotar.

— Você não vai tomar banho?

— Não, estou bem assim. — A garota cega bocejou.


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