Limites Que Não Existem escrita por asthenia


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

De volta para mais drama!

Essa história esteve na minha cabeça por dias. Sempre quis escrever algo com Naruto e Hinata se desentendendo. Pra mim, sempre foi difícil imaginar isso.
Eu e meu marido temos um sistema para todas as vezes que a gente briga: nós sempre sentamos e conversamos sobre as coisas que nos chateiam. No entanto, mesmo quando a gente conversa, às vezes um ainda fica chateado com o outro. E é sobre isso esse enredo.
Essa história pode estar parecida com a "Anseio", mas é narrada em primeira pessoa e acho que o drama dessa é um pouco maior que da outra, hahaha.
Por mais que o enredo já estivesse na minha cabeça há um tempo, depois de ler a fic "Álbum", a inspiração veio em cheio. A autora da história, Jackehina descreveu uma Hinata muito real que eu também quis por aqui. Leiam essa oneshot, é realmente muito boa. Segue o link: https://fanfiction.com.br/historia/722483/Album/capitulo/1/

Enfim, vamos a história!



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“Eu poderia te amar em níveis inimagináveis. ”

Essa frase nunca tinha soado na minha cabeça. Não era um cara que ultimamente tinha tempo para pensar em coisas desse tipo. Provavelmente foi a convivência com o Shikamaru que às vezes vinha com umas palavras complicadas. No entanto hoje isso fez tanto sentido para mim, tanto sentido em tantos pedaços do que vivemos e vivíamos que meu coração parece explodir com isso.

Eu sei o quanto dói a ela. Parece que não, mas eu sei. Eu sou um cara que viveu sozinho. Sei que a solidão é uma sombra que persegue até quando não há luz. Ela te tira o sono, a fome, as vontades. Eu sei que eu posso causar isso nela todas as vezes em que eu não volto para casa. Isso me dilacera. Arrebenta. Vê-la chorando por uma briga boba não é comum. Eu sei – é uma merda — que isso é um amontoado de sentimentos negativos que eu causei.

Ela não me ouve. É a pior coisa que alguém pode fazer a um cara que gosta de falar. Até os piores vilões que enfrentei pararam para me ouvir e nem isso ela conseguia fazer. Eu fiquei com raiva. Raiva porque Hinata não estava toda errada em não me ouvir.

Porra, Hinata. Ela não sabe o quanto seu choro me cala. Quando ela parou, desculpando-se pelo lapso, limpando as lágrimas rapidamente, eu tive mais raiva ainda. Hinata sempre se fazia de designada. Eu odiava quando ela tentava mentir para si mesma.

“Pára com isso, pára de fingir que você tá bem, ‘ttebayo! Só me ouve!”

Ela parou. Com os lábios apertados. O peito cheio. Olhou para mim com aqueles dois olhos mais abertos que o normal e soltou o ar. Ela estava muito brava comigo. Muito. E eu, com toda a postura de um Hokage, tive vontade de diminuir sob teu olhar e beijar teus pés. Perdi a coragem de dizer qualquer outra coisa. Porém ela é dessas pessoas que levam as discussões a níveis mais profundos, querendo resolver todas as feridas para não deixar abertura nenhuma para uma possível futura briga. Isso significava que ali nós colocaríamos tudo, absolutamente tudo, em pratos limpos. Mais de dez anos de casamento não me fizeram deixar de temer por esse momento.

Ela se sentou. Eu sentei ao seu lado. Tive uma imensa vontade de pedir perdão. Mas ela ia pedir mais e eu tinha que me preparar para isso.

“Boruto está mais satisfeito com a sua presença em casa. Himawari voltou a colorir seus desenhos de laranja e está indo muito bem na academia.”

Era um elogio. Logo viria a bomba.

“E você?”, perguntei. Hinata não me olhava.

“Meus filhos estão partindo, Naruto. Eu estou ficando para trás. Sozinha.”

Fechei meus olhos e apertei com força.

“Se eu disser que estou com você, você não acredita, não é’ttebayo?”

Ela me olhou.

“Eu tento, mas fica difícil. Sei que não posso exigir tanto de você.”

Naquele minuto eu devolvi o olhar e franzi o cenho. Exigir de mim. Não fez sentido nenhum. Foi assim que a constatação veio a minha cabeça.

“Eu sou capaz de amar você em níveis que você não faz nem ideia que existam.”

Ela me olhou. As lágrimas estavam secas em seu rosto. Ela não entendeu.

“Eu poderia amar você em níveis inimagináveis. É óbvio que você não pode exigir mais de mim quando não existem mais medidas. Mas eu sou feito para amar você em outras esferas, Hinata, em níveis que nem eu sabia que eram possíveis. ”

Aquilo saiu como se um bolo estivesse na minha garganta. Hinata me olhava ainda sem saber o que dizer. Ela não se aproximou e eu me senti como o Naruto de dezoito anos, que acabara de se declarar a ela pela primeira vez. Seus olhos eram iguais ao daquela noite. Ela parecia refletir sobre o que eu havia dito.

“Às vezes eu esqueço que você é o rei dos discursos convincentes, Naruto-kun.”

Ela segurou minha mão em suas mãos. Eu terminei de limpar seu rosto molhado. O sorriso em seu rosto era fraco.

Naquela noite não nos falamos mais. Não soube o que continuava errado. Hinata também não chorou mais. Jantamos com as crianças normalmente. No entanto eu ainda sentia um abismo entre nós. Quando nos deitamos, eu fiquei por um longo tempo encarando o teto acima de mim. Ela se virou na cama, em minha direção me cutucando. Eu a olhei.

“Me desculpe.”

“Você não deve se desculpar. Nós brigamos por minha culpa. Nunca se culpe por estar chateada comigo.”

“Não é por isso que estou me desculpando.”, ela se aproximou de mim, passou os dedos nas mechas curtas de minha testa. “Estou me desculpando por colocar seu amor a prova. Nunca duvidei que você me amasse.”

Ela ficou corada. Respirou fundo.

“Mas é que às vezes eu volto a me sentir insegura. Como se tivesse doze anos, prestes a enfrentar Neji nos exames Chunnin.”

Ela sorriu, desviando o olhar do meu.

“Se você se sente assim, lembre-se que eu estive lá torcendo por você. E que você só foi capaz de enfrentar a sua luta não por mim, mas porque você é forte, ‘ttebayo.”

Pela primeira vez naquele dia, ela sorriu sincero. Mordeu o lábio inferior e colou seu corpo ainda mais no meu.

“E você me ama em níveis inimagináveis.”

Eu sorri e a abracei, puxando seu corpo para ainda mais em cima do meu.

“Às vezes eu uso palavras difíceis.”, disse rindo, “Mas isso é a mais pura verdade.”

Hinata me beijou. Duas, três vezes.

“E eu te amo em formas imensuráveis!”

Eu a puxei para baixo de mim. Beijei seu pescoço, rosto, cheirei seu cabelo, ouvi sua risada e não demorei a tirar sua roupa. Eu realmente não sabia como era capaz de amar tanto.


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Notas finais do capítulo

Eu juro que vou tentar voltar a escrever histórias sem tantos dramas pra esses dois, hahahaha. NaruHina sempre será meu OTP ♥