Visitors escrita por keyci


Capítulo 8
Capítulo 8 Primeiro dia no Acampamento Meio-Sangue


Notas iniciais do capítulo

boa leitura a todos!
espero que gostem, se gostarem mandem reviews e se não gostarem mandem do mesmo jeito =P
ah e obrigada pra quem ta lendo a fic desde o inicio! o apoiro de vcs ta sendo super mega hiper importante *emocionada*



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Eu praticamente fui derrubada da cama por Roselyn. Na Casa Grande tivemos de dividir os quartos e infelizmente dormir com a criança da alegria era acordar às seis da manhã animado como se fosse o dia mais feliz da sua vida. Estava andando praticamente sonâmbula enquanto arrumava-me para o primeiro dia no Acampamento Meio-Sangue.

Optei pela camisa laranja do acampamento e um short, calcei uma bota de cano baixo e em tom marrom. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo deixando propositalmente alguns cachos caindo sobre meu rosto. Usei maquiagem leve, era dia e estava calor. Encontrei Roselyn sentada na varanda da Casa Grande já com os meninos.

O movimento do acampamento já estava intenso, os semideuses andavam de um lado para o outro fazendo coisas, indo a lugares. Eles conversavam, provocavam e desafiavam um ao outro, a competição era visível mas não a julguei como algo ruim, pelo contrário, parecia fazer eles quererem aprender ainda mais.

_Vou treinar arco e flecha – Tyler anunciou.

_Vou contigo, eu estou horrível na minha mira – falei em tom lamentoso – Mist e Kara são ótimas em esgrima, mas tive de aprender sozinha sobre arcos.

_Eu quero ver os pegasus! – Roselyn disse com seus olhos brilhando de animação – Eles são diferentes dos nossos cavalos alados não é?

_São sim, eu vou com você Rose e depois passo na simulação de batalha.

_Tome cuidado com suas habilidades Ryan – aconselhei – Deixe eles se acostumarem a nós aos poucos, assim como será conosco.

_Ie ma’am – disse Ryan em galês querendo diz sim senhora.

Acenei quando nos separamos. Tyler seguiu todo o caminho em silêncio e sempre me esperava quando eu parava para falar com alguém. Devo admitir que eles eram simpáticos e divertidos. Finalmente chegamos no campo onde haviam alvos para os atiradores. Já haviam vários ali, a maioria do chalé de Apolo.

Eram homens de estaturas variadas entre 1,70 a 1,90 metros de altura. Sem exceção todos eram bonitos. A maioria com tons variados de castanho claro e loiro. Estavam concentrados mirando nos alvos e acertando sempre em cheio ou para os mais amadores perto do centro. Aproximei-me do líder do chalé de Apolo, Josh Tompson, um garoto que aparentava a minha idade e era da mesma altura que a minha.

_Lá maith – cumprimentei em um bom dia irlandês – Podemos nos juntar? Estou tentando salvar o meu senso de mira...

Ele sorriu grande, nos arranjou arcos e flechas. Eu sempre ficava perto de Tyler por um único motivo, perto dele sempre estava um pouco mais frio.

_Querem ajuda? Posso chamar alguém – Josh ofereceu – Se não estivesse ocupado eu mesmo o faria...

Havia um pequeno tom de desapontamento. Eu olhei para Tyler, eu tinha planejado ficar sempre com ele, mas ele deu de ombros e se afastou para o seu alvo. Acenei com a cabeça e ele virou-se para gritar:

_Eric Donovan! Preciso de você aqui!

Não foi preciso mais que um minuto para avistar o filho de Apolo. Mas esse era diferente. Ele tinha uns bons um metro e noventa, corpo magro mas eu podia apostar qualquer coisa que bastante definido. O cabelo dele era o castanho mais escuro que vi entre os seus meio-irmãos um pouco grande porém com um penteado rebelde por causa do vento que passava. Os olhos eram dourados, brilhantes, como o mais puro ouro. Eric. Um bonito nome para um bonito dono.

_Eric você pode ajudar Nicole Sanx? – Josh pediu – Tenho de cuidar dos novatos.

_Claro – ele sorriu para o irmão e me encarou – Só não me chame de professor, é formal demais certo?

_Ok – respondi.

O fitei por mais um segundo e peguei o arco. Josh se afastou depois de lançar um olhar para nós. Eric aproximou-se e eu notei como a blusa do laranja colava em seu peito e ficava folgada no abdômen. Franzi rapidamente o cenho, certo ele era bonito assim como tantos outros que eu já encontrei, mas porque eu o analisava tanto?

_Ok, o que você sabe? – Eric perguntou mantendo uma boa distância.

_Posso demonstrar?

_A vontade.

Posicionei a flecha no arco e demorei mirando. Certo o alvo estava mais longe do que eu imaginava, e estava ventando. Sabia que tinha de calcular velocidade e o desvio do vento, como é que os arqueiros conseguiam fazer isso em segundos? Ao meu lado Tyler já havia lançado pelo menos duas flechas enquanto eu ainda mirava.

_Se pensar demais vai dar tempo suficiente para seu inimigo ir no banheiro e voltar – Eric comentou.

Soltei a flecha, ela acertou o limite superior do alvo. Resmunguei baixinho irritada. Eu odiava errar as cosias, mas isso só me fazia ser persistente. Kara e Mist diziam que isso era teimosia, mas que seja.

_Posicione de novo – Eric instruiu – E não fique tão ansiosa.

_É difícil com o vento forte – me defendi.

_Eu sei, mas escolhemos justamente esse lugar por causa do vento. Quanto mais difícil, mais aperfeiçoamos as nossas habilidades. O que não deixa de ser ruim para os novatos e necessário para os veteranos.

Posicionei outra flecha e puxei a corda. Dessa vez Eric aproximou-se mais, porque eu consegui sentir o seu cheiro quando o vento podia levar toda a sua fragrância? Ah ele era quente, mais quente que um humano normal como se estivesse com febre alta e eu pude sentir isso apesar da distância ser de alguns passos atrás de mim. A única explicação para isso era porque ele era filho do deus do sol. Eric tocou no meu braço o abaixando mais.

_Nessa altura aqui – ele falou sério – Mire sempre um pouco mais acima, o peso da flecha faz a flecha cair se a distância for demais e não houver força suficiente. Agora dispare.

Eu obedeci mesmo sem perceber, dessa vez acertei no circulo vermelho, dois depois do centro. Um avanço em pouco tempo, tinha de admitir. Virei meu rosto para trás apenas para ver Eric afastar-se e sorri. Não havia um interesse mais nele, era como se eu fosse uma garota que precisava de ajuda na aula de tiro ao alvo e não a filha de Freya que estava precisando de ajuda. Sim, isso sempre teve muita diferença. Seria um momento perfeito para qualquer homem se mostrar, mas Eric estava mesmo me ensinando. Eu estava surpresa apesar de manter a aparência tranqüila.

_A posição também é tudo – Eric disse e pegou o arco que estava pendurado em seu ombro – Olhe.

Ele fez uma demonstração e eu pude comparar com a de Tyler, era a mesma, a posição perfeita para acertar o alvo com precisão. Ele parece um herói dos quadrinhos da Marvel. Bonito e com ar de guerreiro justiceiro.

_Posso tentar de novo? – pedi.

_Deve, arco e flecha exige dedicação – Eric disse sorrindo – Apesar de que você vai muito bem para uma iniciante.

Eu tentei imitar a posição dele e deixar meu braço onde antes ele havia posicionado. O tiro saiu mais próximo do alvo certeiro e isso me animou. Eric continuava me dando algumas dicas e eu às vezes as entendia de primeira, outras apenas depois de algumas repetições. Tyler ao meu lado estava concentrado e a vontade, era o seu domínio afinal de contas.

_Já que não é boa em arco e flecha, imagino que seja boa em lutas em curta distância – Eric comentou em dado momento.

Eu estava preparando uma flecha no arco quando ele falou, o encarei e sorri de leve.

_O que te garante que eu seja uma guerreira? – questionei.

_Pelo seu jeito, ainda não desistiu certo? E parece ter já um treinamento, tem postura – Eric explicou – Seu pai ou sua mãe então não é um deus que usa arco e flecha, ao contrário do seu amigo ali. Ele é surpreendente, não errou um alvo até agora e sua precisão não diminuiu apesar do tempo de treino.

_Ponto para você raios de sol – brinquei usando um apelido referente ao seu pai deus do sol – Mas você tem idéia de quem sejam os deuses nórdicos?

_Apenas o que eu joguei no RPG Ragnarok – admitiu Eric em um sorriso culposo.

Aquilo me fez rir, não me senti ofendida pela falta de conhecimento dele, mas porque até mesmo eu já joguei esse RPG online. Não sou tão anormal assim certo? Eu ia comentar algo do tipo quando vi vários campistas correndo para a arena de luta. Olhei para Tyler e ele já andava para onde a multidão seguia.

_Vamos, deve ser alguma confusão – Eric chamou deixando o arco no chão.

Confusão. Para o primeiro dia no acampamento aquela palavra não me soava muito bem. O segui ansiosa e quando chegamos na arena suspirei exasperada, o pior de tudo era que eu estava certa. Ryan estava duelando com alguma garota alta e bem forte, ela tinha um brilho sanguinário nos olhos.

Era claro a divisão, os do Chalé da garota a incentivava para atacar e mutilar Ryan todo e coisas do tipo, enquanto alguns outros gritavam para que Ryan acabasse com a garota.

_Clarisse, a líder do Chalé de Ares, sempre arruma confusão – Eric disse tenso também.

_Você só tem tamanho, gelinho do norte! – provocava Clarisse.

_Ah sim, isso ai na sua armadura é um porco? Não sei porque achei que combina perfeitamente – Ryan atacava também.

_É um javali seu idiota!

Furiosa a filha de Ares atacou a sério, com uma intenção de ferir gravemente Ryan. Eu tentei avançar, mas Eric segurou meu braço. Eu o olhei rapidamente, mas escutei o som de alguém caindo e vi Ryan rolando para o lado para levantar-se de uma queda. Ares era o deus da guerra, claro que a filha dele seria muito boa em uma luta, o que ele estava pensando ao desafiá-la?

_Não interfira, vai ser pior, todos estão olhando e achariam o seu amigo um fraco – Eric aconselhou.

_Mas isso é...

_Lutas por aqui são comuns, vai perceber isso. O chalé de Ares na maioria das vezes esta metido em confusão, se não fosse o nórdico ali seria qualquer outro – Eric tentou explicar.

Escutei o som de espadas e voltei minha atenção para a luta. Ryan atacava e defendia, ele era filho de Thor e também era um grande herói, não sabia dizer quem estava ganhando de quem. Até que eu vi Percy Jackson entrando na arena e gritando com eles:

_Parem! Vocês estão lutando a sério, pode acontecer um desastre!

_Cai fora peixinho – Clarisse resmungou e investiu ainda mais.

_Haha precisa de um garoto para te defender? Não sabia que era uma donzela! – caçoou Ryan.

_Seu filho da...

Foi então que uma maré atingiu os dois. Literalmente. Percy estava ao lado de dois baús cheios de água que provavelmente seria para abastecer alguma coisa, suas mãos levantadas controlando a água enquanto atingia Clarisse e Ryan. Nunca pensei que iria gostar de alguém tão rápido, mas Percy Jackson acabara de subir no meu conceito, até porque se ele não tivesse feito aquilo um desastre realmente teria acontecido. Ryan já estava no calor da batalha, logo ele invocaria os seus raios e sem querer poderia ter atingindo alguém e ferido gravemente. Isso não seria um desastre, mas sim uma catástrofe para o nosso primeiro dia ali.

_O que foi isso?! – Ryan exclamou confuso, jogado no chão e todo molhado.

_Percy Jackson você me paga! – Clarisse saiu praticamente cuspindo fogo – Escreva o que eu to dizendo filho de Poseidon!

Soltei-me de Eric e corri para o lado de Ryan o ajudando a levantar-se. Apenas para dar um tapa na altura de sua nuca e o olhar com revolta.

_Está louco? Poderia ter acontecido algo sério! – repreendi.

_Ela que começou! – Ryan defendeu-se olhando o chão.

_Eu vi o que aconteceu – Annabeth apareceu da multidão – Clarisse começou a chamar os nórdicos de bárbaros gorilas e algumas outras coisas. Então Ryan a desafiou e não deu tempo de ninguém impedir.

_Bárbaros gorilas? – repeti ficando ofendida também.

_Não pense mal – pediu Percy – Quando eu cheguei no acampamento ela tentou colocar minha cabeça dentro de uma privada.

Eu os fitei. Alguns campistas haviam se separado e voltado a fazer o que havia sido interrompido. Roselyn e Tyler aproximaram-se com calma, perguntando rapidamente a Ryan se ele estava bem. Percy e Annabeth me fitavam como se esperassem eu decretar se começaria uma guerra no acampamento ou não, afinal nós que fomos os ofendidos.

_Tudo bem – respondi sorrindo de leve – Não seria uma boa recepção se fosse tudo a mil maravilhas, seria falsidade.

_Aquela garota quase acabou com você – Roselyn provocou Ryan divertida.

_Eu estava quase ganhando se não fosse o Percy! – Ryan disse rápido.

Roselyn riu, mas a risada dela era sempre contagiante. Eu tentei me segurar, mas logo estava rindo e o mesmo foi com todos os outros. Roselyn era a alegria, era a tranqüilidade, tinha isso como um dom de seu pai, Frey.

_Eu soube que vocês vão começar a construir um Chalé novo – Annabeth disse quando a crise de riso passou. Ela estava tentando conter a animação, mas estava estampado em seus olhos cinzas o interesse.

_Ah sim, o Chalé dos Visitantes – respondi.

_A Annabeth poderia ajudar – Percy disse – Não há melhor arquiteta por aqui.

_Percy! – Annabeth exclamou corando um pouco.

_Não é verdade? – Percy a fitou sorrindo – Você que está reconstruindo o Olimpo depois da guerra.

_Nossa, isso é sério? – Rosalyn ficou impressionada.

_Bom sim... – Annabeth tinha orgulho em seus olhos – Eu pensei em ajudar vocês.

_Poderíamos almoçar hoje na mesa de Athena – comentei – Ai você aproveita e nos conta essa história sobre arquitetura no Olimpo.

_Só se vocês me contarem como é Asgard... Como são os prédios, os palácios...

_Feito!

Seguimos para o refeitório já tagarelando. Percy parecia meio desligado do assunto, mas fazia esforço para acompanhar a animação da namorada. Ryan e Tyler estavam completamente em outro assunto, mas nos acompanharam até a mesa. Para um primeiro dia devo dizer que estava até bem, apesar da pequena confusão com a garota de Ares. Poderia ter sido pior, certo?


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Notas finais do capítulo

boa leitura, proximo cap. amanhã pelo inicio da tarde!
bjokas =*