Red Snow escrita por Stormy McKnight


Capítulo 1
A Noite do caçador


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?


Essa é uma ideia que me surgiu esses dias e eu resolvi escrevê-la como One. Eu misturei Branca de Neve com Chapeuzinho vermelho e ambientei em uma cidade fictícia no Japão.


Boa leitura!



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Red Snow





A Noite do caçador




Akabuto City, Japão





É noite nessa cidade habitada por diversos seres mágicos e personagens de contos de fada e lendas. O tempo está frio. As luzes dos postes iluminam a rua deserta enquanto os cidadãos dessa cidade dormem. Digo, todos exceto eu, uma caçadora de criaturas mágicas vestindo a capa vermelha que pertenceu ao meu pai e a espingarda do mesmo. Esperando por minha presa do dia, Banshee, também chamadas de “As emissárias da morte”.





Minha história começa 1500 anos atrás nessa mesma cidade.  Minha mãe, uma bela jovem conhecida como Yuuki Shiro, vivia em um vilarejo, fora da cidade.  Um dia, um caçador apareceu no vilarejo. Ele estava armado com uma espingarda e procurava por minha mãe, pois a rainha que vivia naquelas terras, estava com inveja da beleza da jovem e contratou um caçador para encontrá-la e matá-la. O nome dele era Hansel Wright.





O caçador procurou em todas as casas do vilarejo, mas não encontrou ninguém. Resolveu ir até o rio que havia no meio da floresta e chegando lá, ele avistou o seu alvo, a bela Yuuki Shiro, estava completamente despida na margem do rio após ter se banhado nas águas do mesmo e se secava ao sol.





O mesmo então resolveu se esconder atrás de algumas árvores e observar a jovem. Ele em seguida se preparou para matá-la, armou-se com sua espingarda e fez mira na jovem beldade do rio. Ele estava determinado a cumprir sua missão. Então, ele foi vagarosamente puxando o gatilho da arma, mas a beleza daquela jovem acabou seduzindo-o, e ele não tinha mais a intenção de matá-la. Ele estava realmente apaixonado pela mulher.








Mas, o caçador precisava cumprir sua missão e não queria que a rainha descobrisse que ele a havia traído.  Então… o mesmo mirou para o alto e atirou. Os pássaros que haviam na floresta se assustaram e voaram dali.





A jovem Yuuki Shiro acabou estremecendo com o título e foi vestir correndo suas roupas que estavam na margem do rio. Um belo vestido branco com detalhes vermelhos.





Então, o caçador saiu de trás das árvores com sua arma em punho, e andou até a jovem.






— Por favor! Não me mate! — suplicou a jovem enquanto mantinha as mãos no alto.






Quando o caçador chegou perto da jovem, ele mesmo a alertou do perigo que estava correndo.





— Fuja! Eu sou um caçador e vinha aqui para matá-la! E eu não quero isso! Você é muito bonita para eu matar. Além disso, eu caço animais, não pessoas — ele exclamou.





— Por favor! Não me mate! — a jovem continuou a suplicar ao caçador.






— Corra! Caso contrário eu serei obrigado a te matar! — O caçador insistiu.





Então a jovem de traços orientais fitou o caçador, pele da cor de marfim, cabelos dourados e curtos com um bigode da mesma cor e belos olhos azuis. Ela notou que o mesmo usava uma farda marrom com com botas pretas e luvas da mesma cor, e uma manta cinza amarrada no pescoço. O coração dela começou a palpitar bastante acelerado. Talvez o que ela sentia na hora fosse amor. Mas, ela não conseguia tirá-lo da cabeça. Estava tão entranhado em sua mente a imagem dele, que ela não conseguia reagir.









Enfim, resumindo essa longa história. Algum tempo depois, o caçador pediu que a jovem dos traços orientais fugisse e disse que ele iria enganar a Rainha com um coração falso dentro de uma caixa. A Rainha provavelmente não iria notar a diferença.





O caçador caçou um cerdo e lhe arrancou o coração, retirando-o com uma faca. Depois, ele colocou o coração na caixa e levou a mesma para o castelo da rainha.





Quando o caçador entrou na sala da rainha e mostrou a caixa. A mesma ficou muito excitada. Achou que finalmente iria ter a sua prova de que a missão havia sido um sucesso. Porém, o caçador resolveu ser honesto com a rainha e revelar a farsa.





— Não abra a caixa, minha rainha! — ele pediu a ela.






— Por que? Não é nessa caixa que está o coração da jovem Yuuki Shiro? — a rainha questionou-o.





— Não, minha senhora. Eu menti, e eu aceito sua punição por isso. A verdade é que...eu não queria matá-la. Uma jovem tão jovem e bonita como ela….— o caçador balbuciou.





— Você está apaixonado por ela? Agora eu entendo porque você está sendo honesto comigo.  Se não estivesse apaixonado, você não revelaria a verdade para mim, e o coração nessa caixa seria o de Yuuki Shiro — A rainha deduziu.





— Sim. Eu não queria matá-la. Então, eu coloquei o coração de um animal nessa caixa — o caçador admitiu — Yuuki Shiro fugiu. Desculpa, é minha culpa.





— Eu fico muito orgulhosa que você tenha me contado a verdade — a rainha retrucou.





Então a rainha jogou a caixa com o coração falso no chão. A caixa se abriu e o coração saiu de dentro.




No final, a rainha resolveu dar a punição que o caçador havia pedido e jogou nele a maldição do lobisomem. Então em todas as noites de lua cheia, ele se transformaria na fera.




Porém, essa história não para por aí.  






Alguns meses se passaram e o caçador foi à procura de Yuuki Shiro. Ele achou que o amor dela podia curá-lo.  Então, eles dormiram juntos, mas na noite seguinte, quando foi sua primeira noite de lua cheia, ele desapareceu e se transformou na fera.






Yuuki não sabia se o caçador voltaria para ela e começou a tecer uma capa vermelha, que devido a magia desse mundo, deu a mesma, propriedades mágicas. A capa anularia a transformação do lobisomem enquanto o mesmo estivesse usando.





Quando a mesma se encontrou com a fera, ela jogou a capa vermelha na direção dele e a mesma caiu sobre a cabeça da fera.





Envolto pela capa, a fera havia voltado a sua forma humana, o caçador que a jovem tanto amou e eles finalmente ficaram juntos e depois disso se casaram e a jovem Yuuki deu à luz a mim, Haruka Shiro.




Então eu herdei a capa do meu pai, pois quando eu nasci, a maldição do lobisomem foi transferida para mim. Quando eu cresci, eu me tornei a fera num ataque de raiva e matei o meu pai, minha mãe colocou a capa sobre mim para me proteger, e nós enterramos o meu pai em uma cova na floresta.





Desde então, eu comecei a andar pela floresta atrás de monstros para eu mesma matar. Eu caço todo tipo de criatura mágica.




Esta noite, eu estou esperando por uma Banshee. Eu sei que Banshees caminham sempre em ruas vazias na forma de mulheres muito bonitas que atraem suas vítimas com sua beleza, transam e depois as matam cortando seus pescoços. O grito sônico delas só é usado quando as mesmas se sentem ameaçadas ou acuadas.




Eu já estou acostumada com elas. A capa vermelha também me protege com uma barreira invisível que bloqueia os gritos das Banshees.




Minha primeira Banshee surgiu em um dia em que eu e minha mãe achamos ter ouvido a voz do meu falecido pai. A criatura chamou a minha mãe para sair de casa e ir até a floresta, pois ele queria vê-la. E eu tentei impedi-la. Mas, minha mãe estava enfeitiçada pela voz da criatura.




Assim que minha mãe saiu de casa, eu fui correndo atrás dela com minha espingarda na mão.




A Banshee, com a forma do meu pai, foi dar um beijo na minha mãe, mas eu interferi colocando um tiro no meio da testa da criatura que voltou a sua forma original. Uma senhora idosa com cabelos longos e brancos, uma boca sem dentes, e um corpo esquelético.




Eu conjurei uma faca com a magia da capa e fui na direção da criatura. Quando cheguei perto dela, cortei o pescoço da mesma e ela se dissipou. MInha mãe voltou a si e nós voltamos para casa. Eu precisava aceitar o fato de que agora eu tinha um grande fardo nas minhas costas. Eu precisava aceitar a missão de caçar criaturas mágicas sozinha, mas eu faria isso, não por luto, mas porque aquilo era algo que eu tinha que fazer, desde que a minha história com a capa vermelha começou.





Um silêncio mortal se faz presente. Ouço o sussurro do vento daquela noite.












Após algum tempo, ouço sons de passos e aos poucos começo a ver uma mulher completamente nua, de cabelos loiros quase prateados e olhos pretos, caminhando vagarosamente em direção a mim. Vejo um brilho prateado se destacar nos olhos da mesma.  





Eu posso sentir. Ela é uma Banshee por dentro. A aparência tenta me enganar, mas eu não sou um homem para cair no golpe dela. E também não sou um humano normal.






Saia! Saia da minha frente! — a aparição retruca com um coro de vozes.







Não me atrevo a respondê-la. Preparo minha espingarda e depois faço mira na mesma.






Você acha que uma bala pode me deter, caçadora? — a criatura me questiona.







Cala a boca!









Não hesito e dou o primeiro tiro na direção do peito da criatura.






Vejo a bala fazer sua trajetória em direção ao alvo. Ao chegar perto do mesmo, a bala ricocheteia. Parece que a pele da Banshee é como metal. Mas, eu nunca havia usado minha espingarda em uma Banshee antes. Essa é a minha primeira vez e eu faço isso para não abusar da magia da capa. Eu tenho esse código de primeiro distrair a criatura para depois usar a magia, se assim eu preferir.





Você está com medo, garotinha?





Eu tento não me abalar para não acabar respondendo a criatura.






Eu sei que eu não sou mais uma garotinha. Eu tenho 21 anos agora.






A criatura continua vindo na minha direção…






Faço uma linha horizontal no ar com os dedos indicador e médio da minha mão direita. Um feixe de luz branca surge de repente e atravessa o peito da criatura, se dissipando depois. Mas, o tronco da criatura começa a se regenerar rapidamente.







Em seguida, faço uma linha frontal e um feixe de luz branca sai debaixo dela e a empala como uma estaca de baixo pra cima.






A criatura começa a se lamentar enquanto a luz a corta por dentro.






Após algum tempo, a luz desaparece e a criatura volta a se regenerar.






Isso não me fere! — ouço a mesma se queixar.





Talvez ela esteja certa. Talvez eu deva usar a lâmina mesmo.






Conjuro a minha faca e corro na direção da criatura.














Algum tempo depois de cortar o pescoço da criatura, eu me viro e vejo o corpo da mesma desaparecer com chamas prateadas que saem das partes.






É então que eu ouço uma salva de palmas e logo depois uma voz que me chama a atenção.






— Muito bom, mas você parece uma principiante perto de mim. É uma pena que eu não poderei demonstrar minhas habilidades.





Olho ao meu redor e procuro pelo dono da voz.





— Aqui em cima, baixinha! — ele me indica.





Olho para cima e então vejo um rapaz, mais ou menos na mesma idade que eu, com uma touca roxa, óculos dourado de lentes semi-arredondadas, uma jaqueta preta com alguns rebites com uma camiseta da mesma cor da touca comprida, estreita no quadril,larga na barra, parecendo quase um vestido, uma calça jeans, e tênis da mesma cor das duas peças anteriores com detalhes branco e refletivos. Ele estava com  as mãos nos bolsos da jaqueta e parado sobre o topo do poste de luz.





— Eu não sei quem é você, mas não me chame de baixinha! — falo irritada — e eu não sou nenhuma principiante. Eu caço monstros desde que eu nasci.







— Desculpa, mas você parece bem amadora para mim — o garoto debochou de mim.





— Tudo bem. Diga logo quem é você! Eu não tenho tempo para ficar dialogando com um fantasma ou seja lá o que você é… — eu insisti.




O garoto gargalhou um pouco e depois parou.





— Meu nome é Roy Pipper, mas… também sou conhecido como “O Flautista da Boca de lobo”.





— “O flautista da Boca de lobo”, o que é isso? — questionei o garoto.





— “Boca de lobo” é uma caverna onde eu moro. Fica fora da cidade, mas eu apareço sempre que surgir algum “serviço” para mim. Eu sou como o vento. Estou sempre voando — ele explanou.





— Entendo…





— E você, quem é? — o garoto rebateu.







— Haruna Shiro.  Sou filha de Yuuki Shiro e Hansel Wright, um caçador — Me apresentei.





— Aquela que chamavam de “Branca como a neve”? E o caçador amaldiçoado? Não diga! — ele pareceu um pouco chocado.





— Isso mesmo. Eu sou filha deles e herdei essa capa vermelha. Ela me protege da maldição do lobisomem...eu também viro um se não estiver usando essa capa… — explanei.




— Me desculpa pelo que eu disse. Eu não quis ofendê-la. Mas, agora que você explicou, eu acho que você parece ser muito interessante.





Então, Roy tocou sua flauta e uma corrente de ar o carregou até o chão onde ele pousou. Em seguida, o mesmo guardou sua flauta no bolso interno da jaqueta.





Eu fui até ele e o mesmo estendeu a mão para me cumprimentar.





— Amigos? Nós podemos ser amigos, se você quiser… — Roy balbuciou.




Apertei a mão do mesmo.




— Ok. Podemos ser amigos… — resmunguei.




— Você está brava só porque eu apareci? — Roy inquiriu.





— Não! — contestei e dei as costas para ele.





— Então, o que é? — o mesmo quis saber.





Voltei-me para ele e o olhei fixamente.





— É que eu nem te conheço direito e você aparece assim do nada querendo ser meu amigo — revelei.





Roy voltou a gargalhar.





Então Roy parou e voltou a falar comigo.





— Onde você mora? Podemos ir para a sua casa, o que acha?




— A minha casa fica em Oz. E eu não sei...eu não estou sentindo que posso confiar em você… — falei desconfiada.





— Verdade? A sua caza fica em Oz? Então...deve ser longe para você ter que vir até aqui…





— Não! A minha casa não fica em Oz! Eu só não vou te dizer onde é!





— Tudo bem, baixinha. Mas, acho que nós de alguma forma combinamos…





— Para de me chamar de baixinha!





— Eu não falo por mal, eu gosto de baixinhas. Eu acho até fofo…





— Fofo? Eu não tenho nada de fofo! Você já caçou Banshees nessa cidade?





— Ahn….acho que não me recordo…





— Porque você nunca caçou Banshees! Você não sabe mentir!





— E você não sabe caçar monstros! Mas...eu te amo mesmo assim, baixinha! — Roy começou a rir.






Eu acho que no final, acabamos chamando de “um dia” e fomos conversando pela rua…







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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado^^


Yuuki Shiro é inspirada na Branca de Neve. Eu adaptei o nome a partir do nome original do conto, "Snow White"


Hansel Wright faz referência a "Hansel", o João de João e Maria, e também ao filme "João e Maria - Caçadores de Bruxas".


Roy Piper, o "Flautista da Boca de Lobo" é inspirado no Flautista de Hamelin. Ele pode ser ocidental ou asiático, já que eu me inspirei um pouco no anime FMA, que tem personagens com nomes ocidentais e japoneses.


E é isso. Quem sabe eu faça a Short desse universo, futuramente.

“Akabuto City” - Junção de Aka (Vermelho em japonês) e Kabuto (Capacete em japonês) = “Cidade do capacete vermelho”, fazendo meio que uma referência a Chapeuzinho vermelho.



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