The Baby Sitter escrita por Mrs Ridgeway


Capítulo 34
33. Teve a Quem Puxar


Notas iniciais do capítulo

Olá
Aksjsksjsksj



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Rose Weasley parou em frente a gárgula de pedra do terceiro andar. A criatura continuou estática até que a menina dissesse a senha.

— Penas de pavões.

A grande estrutura girou em seu eixo, dando visão a uma escada circular. Rose aproveitou o movimento ascendente para pegar uma carona até os andares superiores. A garota trazia livros pesados em seus braços, mas não que isso não fosse comum.

Assim que a ruiva parou em frente a porta frondosa do escritório da diretora, antes mesmo que batesse, essa se abriu. Lá dentro, três adultos conversavam em meio a sorrisos. 

Minerva McGonagall fez sinal para que Rose se aproximasse.

— Srta. Weasley! – exclamou. – Fico feliz que tenha recebido o meu pergaminho a tempo.

Rose deu alguns passos para dentro do escritório, sem jeito. A outra mulher que acompanhava a diretora se virou em sua direção.

— Olá, Rose. 

Astoria Malfoy sorriu simpática.

— Olá, sra. Malfoy. – a ruiva respondeu. – Sr. Malfoy. – completou a saudação.

Draco apenas assentiu com a cabeça.

— Desculpe a demora. Eu estava com o professor Longbottom. 

— As atividades do sr. Malfoy? – indagou Minerva.

— Sim, também. – respondeu Rose. – Mas as entreguei. Assim como as de transfiguração, mais cedo. 

— Obrigada, srta. Weasley.

— Não fiz nada além da minha obrigação, professora.

— Evidente que sim. – disse a mulher idosa, sorridente. – Eu te chamei até aqui porque gostaria que me fizesse mais um favor. – ela apontou para o casal. – Leve-os até o Scorpius. E, se puder, atualize-os sobre a situação do garoto.

Embora quisesse disfarçar, Rose engoliu a seco. Ela já havia dado todas as explicações possíveis a todos. Não saberia mais o que dizer. 

Astoria a encarou outra vez.

 – Não queremos ser inconvenientes, meu bem. É que gostaríamos de saber mais alguns detalhes, algo que você possa ter deixado passar...

— A garota já disse tudo o que poderia nos dizer, Tori. – Draco falou pela primeira vez.

— Eu sei que pode haver mais alguma coisa. – a mulher insistiu. – Você pode nos ajudar, Rose?

A ruiva soltou um breve suspiro.

— Sim. Claro que sim. – respondeu. – Por favor, me acompanhem.

Ela fez um sinal em direção a saída. 

— A essa hora o Scorpius já deve estar acordado. Ele não perderia a narração do jogo por nada. 

— Obviamente que não. – concordou a sra. Malfoy.

A mulher sorriu, animada. Rose não pode deixar de fazer o mesmo.

 

...

 

Scorpius escutava a partida com certa dificuldade. Os irmãos Scamander não estavam narrando com a mesma energia de sempre. Ou pelo menos um deles não, pensou o loiro, que desconfiava saber que motivo de tal desânimo tinha cabelos vermelhos, era pequena e tinha olhos vibrantes de gato.

Não era tão interessante escutar uma partida da corvinal contra a lufa-lufa, ainda mais a distância. O garoto bocejou, entediado. Todas as suas opções de diversão haviam acabado e não obstante o tique-taque baixo do relógio da enfermaria indicava que ainda não havia chegado perto da hora do almoço. Marcava 10h23 am., num passo tão lento que Scorpius quase quis que o Pirraça viesse puxar os ponteiros.

Malfoy esticou-se na sua maca. Nenhum sinal de Madame Pomfrey. Desde o dia que ele acordara, a curandeira raramente o deixava levantar. Geralmente só na presença de Rose ou alguns dos seus amigos, em especial Albus, visto que Anthony e Lily, depois de uma das suas brincadeirinhas, foram excluídos dessa lista na primeira vez que foram visitá-lo desperto. 

O loiro correu até a mesa de Madame Pomfrey e sentou-se na cadeira disponível. Vasculhou o rolo de pergaminho disponível e percebeu que o papel estava livre para ser usado. Ele molhou a ponta da pena rebuscada na tinta e pôs-se a escrever.

 

Caso isso aconteça outra vez, me mande uma coruja. – pediu a Alicia Spinnet, semanas atrás.

Estava na hora de contar a alguém sobre os sonhos, sobre o velho, e sobre tudo que perturbava a mente de Scorpius. A medibruxa era a sua melhor opção.

 

 

As três figuras seguiam pelo corredor vazio. Duas delas já conversavam há alguns minutos.

— Quando ele acordou, disse a todos não se lembrar de nada. Isso é muito estranho. – pontuou Astoria. – O Scor parece tão bem…

— Mais cedo ele só faltou ter um ataque de nervos quando Madame Pomfrey o avisou que ele ficaria até o final de semana na enfermaria, por segurança. – falou Rose.

— Tenho certeza que ele está odiando.

— Ah, isso só um pouquinho.

Astoria sorriu da brincadeira de Rose e a ruiva sentiu-se mais leve com o gesto.

— Rose, me desculpe o incoveniente, mas eu soube que você e o meu filho estão se entendendo novamente… – a mulher falou com cautela, aproveitando a deixa. – Isso é verdade?

Rose sentiu o seu rosto quente. Muito quente. Sabia que estava bastante vermelha. 

Pela primeira vez, Draco soltou uma risadinha.

— Ela teve a quem puxar. – comentou baixinho para a esposa, que lhe deu uma cutucada instantânea. 

Astoria continuou.

— Estou perguntando porque o Scor é meio reservado, como você bem deve saber. Ele não nos conta as coisas com tanta facilidade…

— Talvez por que ele não queira que vocês saibam? – Rose questionou um pouco ríspida. Não tinha gostado da reação do homem mais velho.

— Somos os seus pais. – Draco disse de imediato. Sabia que fora para ele a indireta. – Temos direito de saber sobre a vida do nosso filho. 

— E vocês também têm o dever de respeitar as decisões dele sobre coisas que não lhe competem.

— Olha, garota, nã…

Astoria ergueu uma mão e se interpelou entre o marido e a adolescente.

— Você está certa, Rose. Temos que respeitá-lo. – ela concordou. – Mas saiba que se for verdade, eu fico muito contente.

Rose a encarou. Não sabia se estava mais surpresa ou curiosa.

— Sério?

— Sim. O Scor está mais feliz desde que vocês se reaproximaram. Ainda que não tenha sido pelo melhor motivo do mundo, admito.

— Eu sinto muito por isso. – Rose se desculpou.

— Sei que foi um acidente. – Astoria a tranquilizou. – Em breve tudo estará bem. 

Rose não pode deixar de sorrir, ainda que algo dentro de si a dissesse que talvez não tivesse sido um acidente. 

— Tenho pesquisado bastante sobre os sintomas do Scor. Já perdi as contas de quantas vezes fui à…

— Biblioteca.

Completou Draco, com um bocejo. – É, imaginamos.

A garota ergueu as sobrancelhas avermelhadas. Existia um quê altivo de afronte no seu olhar azulado.

— Eu tive a quem puxar, não é mesmo, Sr. Malfoy? – indagou com certo sarcasmo.

— Foi o que eu disse.

— Deve ser por isso que o seu filho me acha muito mais interessante.

Sem dizer mais nada, Rose atravessou as portas da enfermaria, deixando o casal para trás. Antes de segui-la, Astoria mirou homem ao seu lado de cara feia.

— Você precisava mesmo provocá-la? – questionou irritada.

Contudo, Draco não respondeu. Não prestava atenção na esposa no momento. Seu pensamento estava bem longe dali, a passear por um passado que ele evitava quase sempre revisitar.

Ainda não compreendia muito bem sua opinião sobre Rose, porém, não podia negar um fato: a garota Weasley tinha pulso. Se ela, de fato, fosse todo esse desafio que a sua postura se propunha a ser, também sabia que Scorpius não desistiria tão fácil de tê-la. 

A vida, como sempre, a pregar peças, pensou.

Ele empurrou a maçaneta atrás de Astoria.

 

 

A lua cheia brilhava há muito tempo do lado de fora do castelo. Todas as visitas já tinham ido embora e grande parte dos alunos e professores já descansavam em seus quartos. 

Porém, dentro do grande salão de pedras, entre as duas últimas camas vazias da enfermaria, um casal se beijava loucamente no chão.

— Scor… – Rose sussurrou. – Madame…

— Pomfrey… Abaffiato. – o loiro completou. – Você viu quando chegou.

— Sim, eu vi…

A garota estava com as unhas cravadas nos ombros de Malfoy. Seus dedos pareciam não querer soltá-lo de nenhuma maneira, embora soubesse que deveria.

— Scor...

— Oi…

O chamado de Rose não surtiu muito efeito dessa vez. Scorpius estava realmente empenhado no seu trabalho de beijá-la e acariciá-la. E, diga-se de passagem, o investimento do loiro estava surtindo um grande efeito. 

Rose sentiu a mão do garoto apertar a lateral interna de uma das suas coxas com vontade, por baixo do vestido. Ela se contorceu devagar quando sentiu uma pontada insistente no seu baixo ventre.

Eles precisavam se controlar. Por hora, pelo menos.

— Não…

A ruiva pôs as duas palmas das mãos no peito do namorado.

— Rosie? – Scor franziu a testa.

— Não.

Rose ofegava. – Não devemos…

O garoto arregalou os olhos.

— Eu não… Rose, eu não quis te forçar.

— Eu sei. – a ruiva concordou. – Está tudo bem. Você não está me forçando a nada.

— O que houve,?

— Acho que só não é a nossa hora.

E quando será? a própria Rose se questionou. No fundo, ela sabia que o medo era outro. Como ficaria com Scorpius sabendo que todo o mal que ele sofria poderia ter sido propositalmente por sua culpa? A garota não conseguia lidar mais com aquilo.

A culpa consumia Rose dia após dia.

Alheio àqueles sentimentos ruins que passavam pela cabeça da ruiva, Malfoy acariciou o rosto da namorada.

— Eu posso te esperar até o fim do mundo, sabia? – ele disse.

— Não queria te fazer esperar tanto.

— Não me importo com isso. O que vale para mim é estar com você.

O garoto beijou com um estalo a bochecha sardenta de Rose.

— Eu te amo, ruiva. Isso que importa.

Ela sorriu.

— Eu também te amo… – sussurrou, próximo aos lábios de Malfoy.

E quando os dois deitaram novamente no chão da enfermaria, Rose soube que, por enquanto, beijos poderiam sim ser o suficiente.

 

 


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Notas finais do capítulo

Nossa história ainda está viva ?



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