Meia Lua escrita por Nanda Vladstav


Capítulo 5
(Aqueles do outro lado)


Notas iniciais do capítulo

É um capítulo bem curto, que acontece entre o quatro e o seguinte.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764761/chapter/5

Cinquenta e duas horas? Eles vão levar mais de dois dias pra chegar aqui? Puta que pariu!! Vou fazê-los voltar AGORA!

— Frederico, você sabe que a missão deles é mais importante que nós. Quando eles impedirem toda essa merda de acontecer e salvarem sete bilhões de vidas, a Marina vai ficar bem. Monte um drone menor, mande uma mensagem pra ela. Em dois dias eles estarão aqui e tudo vai ficar bem.

— É! É, é, é isso mesmo! Vou montar um drone tão pequeno que vai passar pela janela quebrada! Pelo vão do banheiro! Pela fresta da porta! Ah, como eu me odeio por só instalar essa câmera térmica esse mês!

“Deus, que a Marina esteja lá. E que esteja pelo menos um pouquinho sã, ou vou perder o Fred de vez” pensava, preocupado. Ouvia-o cantar uma melodia desafinada — Céus, Fred! Esse é o resfriador da máquina do tempo! Larga isso aí!

Quando Fred estava nos dias bons, era a mente mais afiada, o mais habilidoso com as mãos, o mais organizado. Nos dias ruins, algo desconectava, e ele se tornava um cientista louco hiperativo com amigos imaginários. Conviver com ele era conduzir um elefante raivoso. Montava projetos até a metade e os abandonava, andava pra lá e pra cá sem parar, começava a planejar coisas mirabolantes:  Naquela tarde, estava certo de poder matar todos os obsessivos com uma bomba.

Quando aquilo acontecia, Mauro e Cássio tinham de ficar no laboratório ou não podiam voltar, se tivessem saído; Luca passava o dia rodando atrás de Fred, pra impedi-lo de explodir ou desmontar algo essencial. Que a civilização tivesse caído, tudo bem; que não houvesse mais asfalto sem buracos, vá lá; mas entre a dupla personalidade de Mauro, a sociopatia de Cássio e o sei-lá-que de Frederico, o que Luca sentia falta de verdade era dos remédios tarja preta. Era muita doença em pouco espaço.

Hoje o problema era a Marina. Desde que acreditou que sua namorada podia estar lá, ele não parava de falar dela, arrumar coisas pra ela, choramingar por ela. Luca tinha que manter um olho no Fred e outro na missão de salvar a espécie humana. Coisa simples.

— Não importa se você a ama há dez anos, Fred! Ela fica no próprio canto! A garota tá lá fora há um ano, não vai dormir na sua cama! Dá um tempo pra menina!

— Marina? Onde ela está, Luca? Nim e Cas já foram buscá-la?

— Solta esse lençol, cara. Isso mesmo. Vá completar o mini drone pra mandarmos um recado pra Marina.

— É mesmo! O drone!

— Ah, meu pai...Espera, Fred!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, o nome verdadeiro de Franja é Carlos Frederico (é o que diz a Wikipédia). E sim, ele é louco. Nenhum deles sabe exatamente o que ele tem, e deixei assim de propósito. Não tentem enquadrar pessoas de verdade em personagens de ficção.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meia Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.