Vermelho cor de Sangue escrita por Maddu Duarte


Capítulo 5
Capítulo 4 - O Caos e o Mártir


Notas iniciais do capítulo

Esse é o último capítulo que adio, porque eu realmente quero saber algumas opiniões, então... mas saibam que a primeira parte da história tem data para ficar completa: dia 15 de agosto saí o nono capítulo, encerrando a primeira parte.
Espero que estejam gostando.
Com carinho,
Madu.



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A curiosidade iria acabar por matar a jovem, isso era certo.

Quando voltou na floresta, exatamente três dias depois, não imaginou reencontrar o rapaz de primeira, mas algo dentro de si ainda desejava que estivesse lá. Queria poder agradecer, ou reclamar, ou apenas perguntar o que tinha acontecido ― o breu em sua memória a incomodava profundamente, saber que alguém tinha poder suficiente para realizar aquilo a deixava profundamente inquieta.

Porém, como chamaria a atenção de um desconhecido? E se ele tivesse ido embora? Naquele dia, parecia nervoso o suficiente para não ficar por nenhum segundo ― e Helena a tinha dito que os guardas a levaram para casa, após a terem identificado como uma aluna da academia local ―, parou alguns segundos.

Existia uma forma.

Foi como antes. Os pés para trás, as mãos dançantes, o vento acariciando seu rosto ― dessa vez, seu pulso estava protegido com tecido e ervas curandeiras ―, a explosão de vento que urgiu sem se preocupar.

Nada.

Repetiu os passos.

E nada ocorreu novamente.

Talvez ele não viesse dessa vez, talvez não estivesse mais ali ― por que estava se preocupando com um desconhecido? Os filmes que via quando pequena sempre a mostraram que nunca se deveria abrir a porta para estranhos na cena de terror.

Preparou-se para uma última tentativa, já exausta ― em dois dias seria seu teste, ainda não estava capacitada para fracassar corretamente ―, quando algo segurou seu pulso vazio. Retornou os pés ao modo ataque, levanto o outro e a bola de energia a quem quer que estivesse segurando-a, até sentir a forte barreira se criar entre os dois corpos.

Era ele.

― O que faz aqui? ― Não parecia o mesmo, poderia afirmar. Seu cabelo continuava desarrumado e suas roupas velhas, mas o rosto estava muito mais magro e o corpo menos musculoso, além disso, dessa vez, o pulso estava a mostra, revelando o espaço em branco já esperado. ― Você é uma suicida, é isso?

Puxou a mão, afobada e meio ofendida. Sua sobrancelha elevou-se com a palavra usada, dessa vez, mais pausadamente ― talvez a crítica a respeito de seu sotaque tenha feito efeito, porque ele tentava ser mais discreto dessa vez ―, porém, não menos dolorosa.

― Você me apagou ― respondeu, como se fosse tudo que quisesse falar. Não era.

Em sua cabeça, perguntas giravam. Aquele rapaz parecia ser a única pessoa fora do círculo que poderia dizer mais sobre ela, uma incógnita, um mistério ambulante.

E só os Deuses sabiam o quanto Zahrah amava mistérios.

― Sim, apaguei. ― E soltou um bufo, como se fosse óbvio e natural. ― De nada, aliás.

― E pelo que eu deveria agradecer? Você me entregou aos guardas, eles poderiam ter me matado!

Não a matariam, é claro. Tudo isso parecia um grande exagero de sua mãe ― e Zahrah era conhecida na região por ajudar a todos, ser simpática, uma boa pessoa. Se fossem guardas locais, até reconheceriam sua mãe como curandeira e enviariam flores desejando sua melhora.

― Poderiam ― enfatizou ―, poder não é fazer. Só que, acredite, teriam feito se tivessem te pego comigo.

E a aproximação que colocou foi o suficiente para fazê-la perder a pose. Existia algo naquele rapaz, talvez fosse o medo do anonimato, ou o fato de que ninguém poderia resgatá-la ― ou a razão seria sua mãe ter implorado para nunca mais voltar a floresta e evitar espaços vazios?

Olharam-se por alguns segundos, como se tentassem entender um ao outro, o que eram, afinal? De certo modo, o moço lhe parecia familiar ― não tinha uma marca, como ela. Não tinha poderes definidos, como ela. Não tinha confiança nas pessoas de poder, como ela.

Seria ele igual a ela?

Aquela pessoa a sua frente poderia lhe dizer, finalmente, o que era?

― Mas... eu fico feliz ― murmurou o garoto, de leve. Os olhos da jovem se arregalaram em surpresa.

― Por?

― Por não terem matado você.

E o peito da garota se contraiu, quase como se as palavras da mãe fizessem todo sentido agora. Lembrou-se do abraço materno, do afeto recebido ao acordar e do desespero sentido por Helena enquanto explicava o ocorrido e ocultava as partes mais importantes. Por todo aquele tempo, sempre sentiu que estavam a escondendo algo, sempre acreditou que estaria em perigo se os outros a vissem, todavia, nunca pareceu tão tangível.

A morte nunca lhe pareceu tão próxima.

― Eu não... eu não contei sobre você ― confessou a menina. ― Para ninguém. Mamãe, Enrique, ninguém. Então, considere esse o meu pagamento pela dívida que temos, tudo bem? Quer dizer... você não parece o tipo de pessoa que quer ser encontrada.

― Eu agradeço... ― parou imediatamente. Os olhos se arregalaram e deixou um dos pés na ponta, virando-o 90 graus, ela não entendeu o que estava acontecendo, mas não teve tempo de perguntar; logo foi jogada para trás pelo corpo do jovem. ― Silêncio.

A palavra proferida com cuidado pairou sobre os dois, agora próximos demais para se afastar. A copa das árvores não era um problema e Zahrah desejou, por alguns instantes, ser capaz de sonhar com aquilo ― queria enxergar as cores da floresta e dos olhos do companheiro que falava tão rápido quanto podia ―, o nervosismo transpareceu quando sentiu as mãos suarem e a voz se apressar. Em um puxão, a apertou ainda mais contra si, colocando sua mão na boca dela e deixando o espaço na frente ainda mais vazio. Demorou até conseguir mostrar que estava disposta a ficar calada, mas o outro acatou bem e continuou com as palavras que a outra nunca tinha ouvido ― seu rosto atônico e concentrado era quase que encantador, se não fosse pelo fato de transparecer medo.

Algo estava ocorrendo.

Primeiro foram as vozes, depois os passos, finalmente, pessoas com vestes elaboradas destruíram o que estava na frente delas e se aproximaram do esconderijo do casal ― a maga suspeitou que eram deles que estavam fugindo ―, o símbolo da guarda real na gargantinha a deixou engolir seco.

Os servidores diretos da realeza não costumavam andar por aquelas áreas ― ninguém andava por aquelas áreas, a vila em que morava era tão pequena que todos conheciam todos ―, ou por aquela floresta. No máximo, iam até a cidade, buscar os poucos que achavam que valiam a pena para se integrar a guerra e lutar, de toda forma, agora estavam os quatro em um território que não deveria ter mais do que dois.

E Zahrah sabia ― sua mãe já havia lhe dito vezes suficiente ― que a realeza nunca trazia coisa boa.

Você sabe por que o Rei, príncipe e adjacentes não possuem nome, filha? Para que o povo não clame por eles na hora da morte. As histórias da infância nunca pareceram tão verídicas e assustadoras quanto agora.

― Vai ficar tudo bem. ― O seu parceiro murmurou em seu ouvido, provavelmente reparando que estava tão nervosa quanto. ― Preciso que se acalme ou seu coeficiente mágico chamará atenção.

Um dos homens ― o mais baixo, com cara achatada ―, chutou uma pedra irritado, gritando um alto e claro desisto. Zahrah teria permanecido olhando se o seu acompanhante não tivesse virado seu rosto para o dele, como se implorasse para que se acalmasse.

Desejou enxergar as cores novamente, ela realmente queria saber a real cor dos seus olhos.

― Estou dizendo, seu idiota, estamos próximos de algo! Olha essa destruição, isso não veio de algo normal, logo vamos capturar alguma merda e ganhar uma ótima recompensa da majestade ― falou o que deveria ser o outro guarda.

O menino de olhos bonitos ― porque sim, mesmo cinza, eles permaneciam bonitos ― continuava focando a atenção para ele. Quando a soltou, a maga entendeu aquilo como um voto de confiança e respirou fundo, antes de observar o outro guarda, alto e narigudo, tocar a terra e a sentir por alguns instantes.

Até que seu olhar foi direcionado exatamente para o ponto em que estavam.

E Zahrah sentiu sua boca ser imobilizada pelas mãos do rapaz, sendo capaz apenas de notar o quão brilhante sua energia parecia ser. Estamos seguros, estamos seguros, estamos seguros. Repetia como mantra, enquanto pensava em diversas desculpas para dar caso fossem pegos. Poderia dizer que eram um jovem casal de namorados a procura de diversão? Suas amigas já haviam feito sexo antes, provavelmente, o assunto se espalharia na vila, mas ela terminaria viva. 

E antes viva com má fama do que morta.

Seu coração só voltou a bater normalmente quando percebeu que o guarda narigudo não foi capaz de sentir a presença da dupla, virando-se para o outro e reclamando sobre ter algo naquele lugar.

Enquanto isso, o recém-conhecido continuava focado, respirava apressado e suava mais que o natural ― a garota indagou internamente sobre seu uso de magia, parecia que estava gastando mais do que o que era capaz e não duraria muito daquela forma ―, porém não a soltava. A segurava firme, como se tivesse mais medo por ela do que por si.

― Escuta aqui, cara: tens algo de errado nesse lugar e eu não vou morrer porque uns adolescentes decidiram estragar tudo. Você sabe o que aconteceu aqui? Provavelmente alguma turma veio treinar em conjunto e causou tudo isso, ou essa floresta é amaldiçoada, sei lá, você ouviu os moradores da região. ― O que havia desistido de princípio insistiu, por alguns segundos, Zahrah simpatizou com sua atitude de levar o outro para longe. Depois, percebeu como o sotaque soava diferente de tudo, menos de algo em particular, olhou para sua traseira, encarando os traços magros do seu atual protetor.

Ela havia escutado aquele mesmo jeito de falar três dias antes.

Três minutos atrás.

E se aquelas pessoas vinham da capital, o seu amigo também. Será que era realmente um amigo? Em sua mente, o sotaque soava insistentemente. Nada de bom poderia vim daquelas pessoas, mas ali estava um deles: a segurando e impedindo de ser pega.

Não tinha escolha a não ser confiar.

― Maldição é o que o Rei irá fazer conosco quando voltarmos sem notícias. Você viu aquela menina de ontem, não? Alguém fez aquilo com ela, precisamos descobrir! ― Estavam falando dela. Estavam falando dela, não suspeitavam, mas falavam dela.

O nervosismo começou a brilhar, seu pulso palpitava ― sentia a magia implorar para sair e a respiração do outro se afobar ainda mais, como se não fosse aguentar. Aquilo era ruim, não conseguia se acalmar e, em breve, seriam vistos. Pensou, precisava pensar mais, ser mais ágil, fazer as coisas certas pelo menos uma vez.

Até que um vislumbre passou pela sua cabeça.

E agradeceu por ser um desastre ambulante.

― Sansêl buo'quKeeresson ― as mãos se soltaram com dificuldades, enquanto recebia olhares indagadores da parte do outro. Seriam descobertos? Não se funcionasse. Seu plano precisava funcionar. Em silêncio, pediu: confie em mim. E ele confiou.

Como na vez anterior, o ser negro com olhos afincos e dentes afiados surgiu, destruindo o que estava em sua frente. A maga sentiu seu corpo ser ainda mais apertado em um abraço, enquanto a barreira que os protegiam aumentava de potência. Ela era constante destruição, mas pela primeira vez, agradeceu por isso. O garoto ao seu lado murmurou outro feitiço ― o que a fez se impressionar por sua capacidade de manter uma barreira para duas pessoas e ainda recitar outras coisas ―, e ambos devem ter rezados para que isso fosse o suficiente: foi. Os guardas, em primeiro, recitaram poderes de ataques e, depois, correram. Medrosos, ouviu alguém dizer.

Não se incomodou, o alívio a impedia de continuar a andar. Finalmente, estava a salva. Pelo menos, por enquanto.

Não perguntou, havia se acostumado a não fazer perguntas, mas sentiu a curiosidade de saber o que tanto os dois homens procuravam ― seria o rapaz ao seu lado? ―, de todo modo, quando se levantou, esperou que o outro fizesse o mesmo, o que não ocorreu. Seu corpo caiu, cansado e ofegante, segundos depois, conseguiu se sentar ainda tonto.

― Foi por pouco ― murmurou, incrédulo ―, obrigado.

E Zahrah teria dispensado os agradecimentos, se não estivesse focado em uma pequena tonalidade que escapava do pulso do rapaz, coagulada. Quis perguntar, aquele era o tipo de coisa que não se deixava passar, mas foi impedida pelo mesmo o cobrindo com rapidez e lançando um olhar ríspido.

― Não conte sobre isso a ninguém ― cortou qualquer pensamento da jovem.

― Você está sangrando... eu deveria te levar até minha mãe, ela é uma curandeira. Vai poder te ajudar e... sabe guardar segredos muito bem.

― Não é sobre isso que estou falando. A cor que você acabou de ver, você...

Ambos se entreolharam.

Aquela coisa tão distinta de seu universo, um pingo de brilho, de seus sonhos, ali, na sua frente, escondido no pulso daquele menino. Deus, ela o enfrentaria ― o mataria ― para entender o que estava acontecendo. Felizmente, deixou sua consciência tomar conta de si.

― Não enxergo cores. ― As palavras fluíram naturalmente, era verdade. Não enxergava, mas aquela cor... parecia egoísmo dele mantê-la só para si, mas Zahrah entendia de segredos, embora odiasse não saber ao menos o nome.

Se soubesse ao menos o nome daquela cor... poderia reencontrá-la em seus sonhos?

― Você... não enxerga as cores?

Fez que não com a cabeça, recebendo um olhar meio confuso de volta. Depois de alguns segundos, um aceno. Achou melhor manter aquela memória para si, parecia egoísmo dele não querer compartilhar o mais perto que Zahrah chegou de ser normal, mas também parecia egoísmo dela engolir seus segredos.

― Aliás, o que foi aquela barreira?

― Ilusão ― interrompeu bruscamente, tentando se levantar ―, vocês não estudam isso?

Negou com a cabeça.

― Eu imaginei que não. De toda forma, gasta muita energia, não imite sem supervisão de adulto ou responsável, ou melhor, não imite.

Soltou uma leve risada, o que também o fez relaxar. Parecia que o desconhecido era a zona mais segura, no entanto, estava farta da segurança. Queria arriscar, por isso, deixou-se fluir:

― Eu ainda não sei seu nome... ― E ele parou. Por alguns segundos, pensou a respeito e Zahrah pensou se foi um erro pedir uma informação do porte ― será que na capital as pessoas não tão nome? Ou será que ele apenas está fugindo de algo muito maior e seu nome será uma informação confidencial? ― Pode ser um apelido, se quiser... só que, eu não sei ainda como te chamar.

― Eu também não sei como te chamar ― respondeu rapidamente.

― Zahrah.

E seu nome soou tão natural. Esticou a mão ― a esquerda, a mesma que ele havia curado e que havia os salvados há pouco tempo ― para um aperto, como se fixasse alguma coisa. Não resistiu a abrir um sorriso quando o próprio apertou sua mão da mesma forma, aceitando a oferta.

― Ace. Você... ainda é estudante? ― Ela elevou as sobrancelhas, como se quisesse entender a pergunta. ― Seu pulso, está vazio. Eu o vi quando curei, você é estudante? ― Ah, suspirou, assentindo. ― Eu devo fazer o teste em três dias. Provavelmente, é por isso que tem guardas por essas bandas.

O jeito que ele abaixou o olhar a disse que estava enganada, mas o jeito que Ace a olhou a disse outra coisa, uma coisa que estava acostumada a ver apenas de sua mãe: cuidado.

― Zahrah... ― parou, negando com a cabeça o que viria a seguir. A garota também não se preocupou em escutar o resto, sua cabeça começava a latejar e seu corpo a decair. ― Boa sorte no teste.

E aquelas palavras soaram tão pesadas, mas tão pesadas que ela quase o abraçou.

Em vez disso, o observou. A cor desconhecida emanando de seu pulso, o cansaço que transparecia da sua testa, a forma como sua boca se mexia nos mínimos detalhes.

― Para você também... seja lá o que você esteja enfrentando.

E Ace assentiu, sorrindo. Dessa vez, ele entregou sua mão para ela apertar, e assim a jovem fez, firmando um acordo de silêncio entre ambos, mesmo que as regras não tenham sido estabelecidas ainda.

Depois disso, foi a vez da garota o deixar para trás, agradecendo por tudo ― e perguntando se realmente não desejava ir ver Helena, o que foi negado diversas vezes e exigiu que ela repetisse que nunca contaria a ninguém sobre aquele encontro.

― Ace ― perguntou, antes de completar seu caminho para casa.

― Sim?

― Ainda te verei de novo?

Engoliu seco. O que responder? A mente do rapaz era confusão, seu corpo viagem, nunca parado em um mesmo lugar, nunca suportando as mesmas memórias. Já havia perdido tanto, que até o nome da garota o dava impressão de luto.

A perderia se continuasse a vendo?

― Se for esse o destino.

― Se for esse o destino ― repetiu a menina, sorrindo e se afastando.

Se tivesse permanecido um pouco mais, veria a figura de um rapaz de cabelo tão negro quanto a escuridão de seu quarto jogada ao chão. Exausto por esgotamento de magia, não restava um lugar para Ace ir ― ele havia gasto sua última gota com a menina no aperto de mão que deram antes de se afastarem, rezando para que isso a protegesse, ou a controlasse ―, não restava um nome para ser chamado. No clamor da batalha, era apenas alteza. Na revolução, era Ace. Em seu coração, apenas era um menino. O esgotamento o deixou ali, parado, no chão sujo e, aos poucos, molhado pela chuva que começava a cair. A terra queimada tinha cheiro de batalha.

O cenário tinha gosto de passado.

E seu passado não era seguro.

Porém, precisava permanecer ali. Pelo menos por mais três dias, por aquela menina que tanto roubou sua atenção.

Não, não era no sentido romântico. Queria que fosse, mas sua personalidade não era das mais graciosas e seu rosto negro poderia ser bonito, mas há meses havia deixado de sentir atração de qualquer forma. A questão era a magia: um bloqueador e um destruidor de alto grau foram necessários para vencer o que ela havia criado, a sua capacidade de elaborar coisas não deveria provim de erros básicos ou se iniciantes. Não. Além disso, não conseguia descrever a sensação de ser sugado quando a tocou, como se algo estivesse o puxando para dentro.

Desejou que tudo fosse uma ilusão de sua cabeça, já mais cansada do que o normal, porém tinha quase que certeza de que não era. Algo o dizia que nem mesmo Zahrah sabia do poder que possuía, o que a fazia mais a mercê dos guardas que ele.

Ace possuía a experiência do castelo, os ensinamentos dos professores, os treinos da rebelião. Zahrah possuía sua magia e dúvidas, pensar nisso trouxe de volta tudo que tanto quis esquecer: o passado. O vermelho emaranhado no cabelo de uma pessoa sem vida, no pó do que um dia foi alguém.

Nos últimos anos vislumbrou vitórias, derrotas, sombras e pessoas, viu mais do que durante todo o tempo na prisão que chamavam de castelo. Apenas uma criatura era capaz de criar coisas tão reais e sugar tanta energia, desejou que Zahrah não fosse uma delas, porque se fosse... aquele seria seu último teste.

E, novamente, mais uma pessoa haveria de morrer por sua falta de responsabilidade.

Ou talvez...

Não, retirou o pensamento antes mesmo de surgir.

Precisava recuperar energia, estava perto da hora de partir.


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Notas finais do capítulo

Lembrando sempre que qualquer erro pode e deve ser comentado, vocês possuem todo direito e eu me sentirei honrada de corrigir.
Obrigada pela atenção!
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