(Re)Lembrar escrita por Dani


Capítulo 12
Perguntas e Histórias


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, tudo bem? Deem uma lida aqui antes de lerem a história por favorzinho ♥

Então, eu tenho recebido várias mensagens de pessoas perguntando se vou abandonar a fanfic, e gente, eu não vou abandonar tá? prometo kkkkkkkkkk

Mas é que muita coisa aconteceu na minha vida, comecei uma nova fase da minha vida, perdi meu avô, perdi meu primo e ainda estou com COVID, além de que eu sou uma pessoa que naturalmente demora a att, então eu lhes peço MUITA paciência, pois eu posso demorar, mas eu vou voltar heheheheheheh

Eu realmente tenho um carinho grande por essa história, mas o desenvolvimento dela é um pouco complicado, pois tento encontrar o equilíbrio entre um bom aprofundamento dos personagens e ainda evitar que fique algo tedioso, eu espero mesmo que estejam gostando até agora e esse capítulo valha a pena pela demora ♥

Obrigada a todos que leram até aqui e me acompanharam até aqui, espero que tenham uma boa leitura ♥



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Normalmente especialistas estão presentes em todos os lugares, são uma parte excepcionalmente importante do sistema de segurança de todo o mundo mágico. Ao terminarem sua formação são inseridos no meio militar, mas podendo estar em níveis diferentes da hierarquia de comando.

Você poderia encontrar especialistas tomando conta de multas de trânsito, assim como também poderia encontra-los sendo parte de exércitos e guardas especiais das famílias reais de cada monarquia.

Independente da posição, os especialistas eram sempre respeitados, pois todos sabiam do juramente de proteger cada vida, e se saído de uma escola como Fonte Rubra, um status a mais lhe era concedido.

Mas claro, mesmo ainda sem terem se graduado, os estudantes que preparavam para tal posição também tinham certo status, e também conseguiam trabalhos no setor de segurança, mesmo que em posições mais inferiores que o comum, no entanto, não era incomum quando os estudantes também arrumavam profissões distintas, como técnicos de laboratório, auxiliares na construção de naves e etc.

Entretanto, nunca foi pensado que um dia se veria futuros formandos especialistas, onde dentre eles havia um rei herdeiro, servindo sucos, vitaminas e lanchinhos em um bar humano a beira da praia.

— Como Codatorta pode permitir isso? — Um garoto de cara emburrada e longos cabelos espetados lilases, se recostava na bancada do bar lotado.

— Faz parte de nosso disfarce — Sky falou, ajeitando mais uma rodada de sucos na bandeja que estranhamente conseguia equilibrar facilmente.

— De uma missão que não nos lembramos Sky.

— Mesmo assim Riven — Um garoto de longos cabelos se aproximou do grupo — Veja isso como férias, já que não podemos voltar para Fonte Rubra, e tampouco sabemos o que vinhemos fazer aqui, só relaxa.

— Por que não enfia essas férias...

— Riven já chega.

Timmy se aproximou, sendo o único que não estava trabalhando devido ao braço engessado, mas pediu para ficar por trás do balcão, para pelo menos ajudar com a entrega dos copos, mesmo que de forma lenta.

E então após alguns segundos, Brandon também se juntou ao grupo, sorrindo animado, provavelmente uma mesa de garotas que lhe acenava tinha algo a ver com aquela alegria.

— Pois é Riven, eu também não gostei quando aquele cara estranhou chegou no nosso apartamento e nos arrastou para cá, mas não estou reclamando.

— Por que você ta flertando — Riven cuspiu.

Brandon olhou confuso para o amigo, franziu o cenho, mas logo soltou um risinho.

— Parece piada, mas juro que não estava, eu só sou bonito.

Murmúrios zombando do garoto soaram pelo pequeno grupo.

— Essa seria a primeira vez — Sky riu, equilibrando um pequeno prato de petiscos pingando queijo em sua bandeja.

— É sério, desde que voltamos eu simplesmente não consigo chegar em ninguém, sei lá, sinto que estou traindo alguém.

— Vai que está traindo mesmo — Falou Hélia.

— Você acha que é verdade o que aquelas fadas disseram?

O garoto de longos cabelos azuis olhou para um ponto distante dali, e apenas deu de ombros, mas um sorriso tranquilo enfeitava seu rosto.

— Algo me diz que não tem como ser mentira.

Os olhares dos outros seguiram o de Hélia, e repentinamente estavam se segurando no largo balcão, enquanto descansavam as bandejas agora desequilibradas.

Do outro lado do estabelecimento, no movimentado caminho de pedras que indicava aos visitantes a entrada para o Bar Fruit music, um grupo de garotas havia acabado de chegar.

As Winx, vestidas com roupas leves e praianas, andavam e se movimentavam com mais leveza desde a última vez, elas riam e sorriam trocando palavras umas com as outras, e antes que os especialistas percebessem, parte dos clientes também olhavam as garotas, e mesmo sem admitir, sentiram uma pontada de ciúme.

Mas também não podiam julgar as pessoas que as olhavam, elas estavam lindas. Com suas roupas combinando umas com as outras e como se tivessem sido feitas especificamente para cada uma, ficavam deslumbrantes. Os semblantes tranquilos e relaxados lhe caiam bem, o riso solto era encantador e pelo pouco que conseguiam escutar em meio ao tumulto de conversas, também soava doce e delicioso aos ouvidos.

Naquela noite não estavam todas reunidas, faltava aquela que eles reconheceram como sendo Aisha, assim como entre eles faltava Nabu que havia avisado que passaria a noite com a namorada, precisavam pôr muita coisa em dia, e também outras coisas.

Eles não sabiam bem a quanto tempo as encaravam, seguindo-as com o olhar desde o momento que haviam chegado até a hora que encontraram uma mesa mais afastada, do lado de fora, onde eram iluminadas tanto pelas fracas lâmpadas que enfeitavam o estabelecimento assim como também pela luz natural da lua que estava presente em todo seu esplendor aquela noite, e aquela junção de luzes, acrescentando ainda a brisa fresca que vinha do oceano, parecia revigorar e dar um brilho aquelas garotas, mesmo em suas formas humanas, elas brilhavam como as mais puras fadas.

Sem dúvidas os agora abobados especialistas teriam continuado olhando-as se não fosse pelo susto que haviam tomado com a chegada de Klaus o entusiasmado e insistente dono do bar.

— Parem de babar em cima das Winx.

O homem alto, de pele bronzeada e curtos cabelos migrando de um loiro areia para um grisalho quase imperceptível, se aproximou com mais uma levada de drinks, rindo.

— Vão trabalhar, andem, aqui Brandon — Colocou apressado os copos na bandeja vazia do moreno — Leve para a mesa das Winx.

Brandon pareceu se inquietar onde estava, desviando o olhar rapidamente para os cabelos loiros brilhantes de uma certa fada.

— Mas...

Klaus o cortou.

— Nada de mais ande logo, vamos.

Brandon tentou recorrer mais uma vez, mas Klaus foi firme, e enquanto ele se afastava tentando equilibrar com dificuldade – pela primeira vez aquela noite – as bebidas, podia sentir os olhares de seus amigos sobre ele.

Ele não estava com medo delas, não era isso, ele não sabia bem o que era, mas desde que tudo acontecerá, eles não tinham tido mais contato com aquelas garotas, ele não tinha tido mais contato com a sua suposta noiva, ainda era estranho pensar que ele havia amado ela a tal ponto que se comprometerá.

Brandon sempre foi como a maioria dos jovens, e ele mesmo admitia, um pouco mais curioso que os outros. Ele gostava de conhecer pessoas, homens e principalmente mulheres, não tinha laços duradouros, era apenas momentos de prazer e diversão, e as pessoas com quem se relacionava sabiam disso. Brandon nem mesmo havia namorado alguma vez na sua vida.

E por isso, saber que um período de sua vida onde ele aparentemente havia se rendido a alguém, havia sido apagado de sua memória, era frustrante, não só por que ele queria saber o quão intensamente podia amar, mas também por que agora estava condenado a ver a dor daquela que um dia foi o alvo de seu afeto.

Mas inesperadamente o olhar dela transmitia outra coisa.

— Boa noite — Forçou a voz a sair, chamando para si olhares e sorrisos.

Pigarreou. Colocou os drinks no centro da pequena mesa, fez uma rápida reverência levemente desengonçada e quando estava prestes a sair, escutou.

— Espera.

Ao se virar, os seus olhos se encontraram com os da princesa de Solaria, que desviou momentaneamente para suas amigas, e sem falarem nada, todas apenas assentiram com a cabeça e levantaram-se com suas bebidas e sorrisos estimuladores e saíram juntas para um ponto mais afastado, onde um pequeno conjunto de espreguiçadeiras estavam dispostas em fila, dando uma visão limpa e clara para o mar noturno de Gardênia.

— Por que não se senta?

A garota indicou as cadeiras vazias. Brandon relutou, e permaneceu de pé, inseguro.

— Eu só quero conversar, acho que você tem muitas perguntas.

Ele realmente tinha, todas sobre ela, mas será que devia fazê-las?

Olhou mais uma vez para os olhos brilhantes cor de mel da garota, e eles não lhe transmitiam dor ou a agonia da última vez que se viram, olhou para o balcão, encontrando apenas Timmy limpando, que ao encontrar seu olhar mandou um sinal positivo com o braço bom.

Brandon respirou e sentou.

Stella sorriu, não escondendo a animação, aquilo fez algo arder no garoto.

— Oi, como você está Brandon?

Ele riu.

— Nervoso.

— Desculpa, isso deve ser estranho pra você, não é? — Stella deu um breve gole em sua vitamina.

— Um pouco, não é todo dia que tenho minha memória apagada sabe? — Riu amarelo, recebendo um sorriso repleto de empatia da garota ao seu lado.

Um silêncio se instaurou entre eles. Brandon havia começado a brincar com os cordões de sua camisa, puxando-os e enrolando em seus dedos, enquanto era atentamente e carinhosamente observado pela garota.

Será que ele devia falar algo? Mas foi ela que o chamou pra conversar, mas foi pra responder as dúvidas dele.

Então ele devia perguntar algo...Mas o quê?

— Por que não pergunta a primeira coisa que vinher a sua cabeça?

Ela falou, como se lendo sua mente. A primeira coisa?

Então sem pensar muito, ele apenas soltou.

— Nós já dormimos juntos?

Stella tossiu, engasgando com a vitamina. Brandon imediatamente bateu de leve nas costas da mesma, tentando ajuda-la enquanto também tentava ignorar o arrepio que sentiu quando sua mão encostou na pele desnuda da fada.

— Desculpa, você está bem?

A loira negou.

— Não precisa se desculpar, eu estou bem, eu só não esperava que essa seria sua primeira pergunta — Riu.

— Eu só falei sem pensar, desculpa — Brandon riu junto, se acalmando e voltando a se sentar.

— Não tem do que se desculpar — Stella repetiu, e um leve rubor tomou conta da sua face — Mas não, nós nunca dormimos juntos, você disse que queria que nossa primeira vez fosse especial, então decidimos esperar.

Agora foi Brandon que quase engasgou.

— Eu disse isso? — Perguntou enfatizando a sua incredulidade.

Ele não podia acreditar que logo ele tinha dito aquilo, mas Stella assentiu confirmado que realmente havia sido.

— É estranho pensar que eu disse isso.

— Concordo, você mudou bastante Brandon.

Ele assentiu ainda chocado.

— Parece mesmo — Deu um gole na água que Hélia havia lhe servido uns momentos atrás — O quanto eu mudei?

Stella suspirou, sorrindo enquanto olhava carinhosamente para ele.

— Bem, foi bastante coisa.

— Eu tenho tempo.

Ela sorriu.

— Quando nos conhecemos, você fingia ser alguém que não era, adorava a atenção e pra ser bem sincera, não era muito fiel — Brandon se encolheu, rindo mas parecendo envergonhado — Você e eu também, admito, não queríamos nada sério, brincávamos um com o outro e com outras pessoas, e nos machucamos muito — Ele concordou, se parecia bastante com quem ele era, mas Stella continuou — Mas isso tudo mudou.

— Quando? — Ele perguntou, curioso.

Stella sorriu.

— Quando nos apaixonamos, não dá pra saber ao certo quando, só aconteceu, como uma chuva de verão, você não espera muito que aconteça, mas quando tem uma, você agradece pelo frescor que ela traz, e nos fomos isso um pro outro Brandon. Você foi uma das pessoas que mais me ajudou a sair da tristeza e frustração que eu me afogava por causa do divórcio dos meus pais, de uma forma irônica, me ajudou a perceber que todas as minhas travessuras e aventuras eram apenas uma forma de fugir dos meus próprios problemas, você me amou como ninguém jamais me amou Brandon — Ela esticou a mão, buscando a dele — Você era duro quando precisava, mas também carinhoso, estava sempre ao meu lado, e eu ao seu, você uma vez me disse que eu era como seu raio de sol, foi bem careta mas muito fofo, você dizia que eu iluminava seu mundo e havia te tirado de um caminho que você nem mesmo sabia que precisava sair — Seus dedos se encontraram — Eu te amei como jamais amei ninguém.

Brandon estava chocado, não conseguia esconder o choque. Seus dedos brincavam com as da garota ao seu lado, e seus olhos se prenderam aos dela. Ele a amou e confiou tanto assim?

Seu coração estava descompassado. A boca ficava seca.

Claro que a confusão que sentia com toda a situação não havia sumido de uma hora pra outra, ele precisava de tempo e paciência para lidar com tudo. Contudo, tudo que ela disse havia respondido parte de suas perguntas, ou pelo menos esclarecido alguns sentimentos.

Brandon era como uma tormenta de emoções. A pele que era tocada por Stella queimava, mas não de uma forma ruim, mas de um jeito caloroso e que lhe causava arrepios que percorriam o seu corpo.

O garoto respirou fundo, tentando controlar seus pensamentos e seu coração inquieto, pois viu que precisava uma última pergunta, a última e única que apenas a fada a sua frente poderia responder.

Soltando um suspiro longo, falou.

— Você... — A voz do garoto falhou, Stella apertou mais sua mão, ele respirou — Você ainda me ama?

Stella acariciou com o dedão as costas da mão do garoto. Sorrindo olhou para a união das suas mãos, se aproximou um pouco mais do moreno, aconchegando-se ao seu lado. O cheiro dela tomava as narinas de Brandon, deixando-o um pouco tonto, ela cheirava a maresia e doce de framboesa e quanto mais ela se aproximava mais ele sentia medo de ela escutar a força com que seu coração batia, ele não sabia o que ela pretendia fazer, seus rostos estavam cada vez mais pertos, suas respirações se misturavam, ele conseguia enxergar as pequenas e quase imperceptíveis sardas acimas do nariz fino e delicado dela, olhava como fios rebeldes caiam sobre o rosto e ela nem se preocupava em tirar, via como uma parcela de seu cabelo estava preso na orelha, observava como seus olhos cintilavam como se pequenas estrelas morassem lá.

E então ela fez algo que ele não imaginava. Depositou um beijo em sua bochecha, um beijo estalado, molhado e mais longo que o normal. E enquanto ela afastava seus rostos, sussurrou algo no ouvido de Brandon que o atormentaria em sonhos por um longo tempo.

— Eu sempre vou te amar.

 


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