Rony Weasley e a Pedra Filosofal escrita por biapurceno


Capítulo 10
O Aniversário e o Dragão


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!

Mais um capítulo fresquinho pra vcs. Esse foi especial escrever, espero que gostem! ^^

Bjs!



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CAPÍTULO DEZ

O Aniversário e o Dragão.

 

 

 

Desde que tiveram ciência do plano de Snape, garotos fizeram questão de passar pelo corredor proibido do terceiro andar pelo menos três vezes por dia, para ter certeza que Fofo ainda estava rosnando lá dentro e tudo estava normal. O estranho é que dois meses depois nada havia mudado; Snape estava intragável como sempre, nada de diferente, sem nenhum imprevisto. O professor Quirrell sim pareceu mais assustado a cada dia que passava, mas Rony, Hermione e Harry faziam questão de mostrar apoio, mesmo que ele não soubesse o porquê. Rony até mesmo prestava mais atenção nas aulas e chamava a atenção de quem fazia piadas de sua gagueira.

Rony se mexeu preguiçosamente em sua cama, pensando no quão cedo ainda devia ser naquele domingo. Adiantou todas as suas lições no dia anterior para não precisar fazer nada, só descansar e dormir o dia inteiro. Ia até mesmo evitar Hermione, pois a garota andava cismada que deveriam começar a se preparar para as provas finais. Hoje não, ia relaxar e...

Sua cortina foi aberta bruscamente e um forte clarão machucou suas retinas. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, ganhou uma forte travesseirada em cheio na cara, seguida de outra na barriga, e outra nas pernas. Foram várias junto com gritos desconexos, empurrões e cutucadas, sem nem ter a oportunidade de entender o que estava acontecendo. Com dificuldade ainda lutando para se defender, sentou-se na cama, tentando reconhecer seus agressores.

— Até que enfim Roniquinho acordou! — Era Fred, que acertou novamente seu rosto.

— Já estamos esperando a um tempão. — Disse Jorge, acertando sua nuca.

— Não temos o dia todo, sabe? — Fred ia bater de novo, mas Rony o segurou.

— Qual o problema de vocês? — Rosnou. Só então viu que Harry, Simas, Neville e Dino também tinham travesseiros na mão e riam sem parar. Percy estava no quarto, mais afastado — Por que não me deixam dormir?

Os gêmeos se entreolharam, sem entender.

— Como assim por que? Você sabe que dia é hoje?

Rony coçou a cabeça.

— Domingo. Dia de dormir até tarde.

— Não falo do dia da semana, seu burro! — Fred aproveitou para lhe dar outra travesseirada — Hoje é seu aniversário!

Só então entendeu o motivo de toda aquela bagunça. Estava com tanta coisa na cabeça, muitos deveres, a pedra filosofal, Snape, que nem percebeu o tempo passar, e que hoje completava doze anos. Ao mesmo tempo, ficava um pouco assustado. Todos os anos, em seu aniversário, ele se dava mal de alguma forma. No ano anterior, ele corria pelo quintal com seus irmãos e, num momento de distração, tropeçou em um tronco e caiu no meio das couves de Bruxelas que sua mãe plantou, desenterrando vários duendes que estavam escondidos por lá. Os pequenos seres, chateados, lhe deram várias mordidas e no fim do dia ele ficou com várias marquinhas de dentinhos por todo o corpo. Em seu aniversário de dez anos, seu pai tinha apreendido um maçarico à gás, um artefato trouxa, e estava tentando fazê-lo funcionar acompanhado de Rony. Sem saber o que estava fazendo, pediu a Rony que segurasse o cano de ferro enquanto encaixava uma outra peça. Curioso, Rony apontou o cano para si para olhar o que tinha dentro, no mesmo momento em que um jato de fogo saiu de lá. No reflexo Rony levantou o objeto evitando que pegasse em seu rosto. Porém não conseguiu evitar que pegasse em seu cabelo. Se não fosse seu pai ter jogado água com sua varinha teria feito um estrago. O cabelo ele recuperou pois sua mãe sabia uma poção que fazia cabelo crescer, difícil mesmo foi para seu pai explicar que tinha queimado o filho enquanto testava objetos trouxas – coisa que ela odiava. Todos os anos que conseguia se lembrar foram assim, sempre algum incidente desagradável acontecia.

— Nosso Roniquinho já é um pré-adolescente... — Jorge apertou sua bochecha.

— Agora vai ficar ainda mais chato! — Fred completou, apertando o outro lado da bochecha de Rony, que os empurrou, zangado.

— Acho que já está bom. — Percy interviu, apertando a mão de Rony. — Feliz aniversário.

Era um dia ensolarado, então todos saíram do castelo e passaram a manhã inteira nos jardins. Os gêmeos conseguiram uma Goles e Rony, Harry e todos os outros garotos inventaram diversos jogos que sempre acabavam com alguém tomando uma bolada forte e com algum hematoma. O jogo atual consistia em jogar a Goles o mais forte que conseguiam de uma distância considerável, e a outra pessoa tinha que pegar sem deixar cair, e jogar rapidamente para uma terceira. Rony tinha segurado o lançamento de Dino, que tinha um bom braço, aliás, e estava pronto para atirar à Neville. Sabia que seu companheiro de turma era um pouco mais frágil, mas jogo é jogo, e lançaria a Goles como faria com qualquer outro. Armou o braço e lançou de uma vez. Vendo que Rony tinha usado mais força do que esperava, Neville abaixou-se para que a bola não o acertasse, atingindo o livro que Hermione lia à sombra de uma árvore, atirando-o longe, arrancando uma página. Ela lançou um olhar fuzilante aos garotos.

— Você acertou o alvo errado, Rony, perdeu! — Simas riu.

— Quem desviou foi o Neville, quem perdeu foi ele.

— Hermione! — Fred gritou — Lança a bola de volta para Neville. Mas lança com força!

Ela viu ali uma oportunidade de descontar a raiva por ter destruído seu livro. Pegou a Goles e armou o lançamento. A posição era desajeitada, e Rony não conseguiu não rir da pose que fazia. Com um grande impulso ela lançou a bola. Realmente, não tinha jeito, mas surpreendentemente tinha força. Neville, com medo de ser atingido, abaixou-se novamente, e a bola veio direto em Rony, forte, acertando em cheio onde mais dói. O sorriso em seus lábios sumiu no mesmo instante, e foi automático todos os outros garotos gemerem em solidariedade. Rony caiu no chão com as mãos entre as pernas, se contorcendo de dor.

Os outros garotos se aproximaram correndo, enquanto Rony lutava bravamente para não deixar nenhuma lágrima cair. Já era constrangedor o suficiente ter levado uma pancada de Goles naquele lugar na frente de todos.

— Eu sinto muito... — Hermione se desesperou — Foi sem querer, não queria machuca-lo.

Rony não estava em condições de responder, mas em sua cabeça não passava coisa boa sobre sua amiga. A bolada foi sem querer, mas a dor era bem real.

— Eu queria um sobrinho da parte do Rony um dia, sabe? Que pena que Hermione arruinou a possibilidade. — Lamentou Jorge, e Hermione perdeu a cor.

Naquele instante, a professora McGonagall apareceu por trás dos meninos, olhando Rony contorcido no chão.

— O que aconteceu com o senhor Weasley? — ela perguntou aos outros.

— Hermione acertou uma Goles bem no... — Mas Jorge não terminou pois levou um cutucão da garota.

A professora olhou-o de volta, espantada.

— Mas isso é muito sério. Melhor leva-lo à enfermaria para que possa ser examinado.

A perspectiva de ter a enfermeira examinando suas partes íntimas foi pior que a dor, e no reflexo, Rony sentou-se.

— E-está tudo bem, professora. — falou entre os dentes, a dor não diminuíra muita coisa — J-já está passando.

— Senhor Weasley, existem riscos em traumas como esses. Andem, ajudem-no a levantar.

Os garotos o levantaram, sem graça, e seguiram apoiando um Rony curvado até o corredor da enfermaria, onde a Professora Minerva finalmente tomou outro caminho. Fred e Harry, que o apoiavam, esperaram ela sumir e então soltaram Rony. A dor já tinha diminuído, agora o que restou foi um latejar incômodo.

— Não vamos fazer isso com você. — Disse Harry, claramente tentando não rir — Isso seria constrangedor.

— Mas não seria melhor que fosse examinado? — Hermione perguntou, preocupada.

— Não me leve a mal, Mione, não quero que a enfermeira examine meu... — Ele ficou vermelho e pigarreou. — Melhor irmos almoçar.

Ela abaixou a cabeça, sem jeito.

— Me desculpe. — Ela murmurou baixinho.

— Não se preocupe. Já nem sinto mais nada — Mentiu — Aliás, onde você escondia essa força toda?

Hermione riu, relaxando um pouco, e eles seguiram para o salão principal, evitando tocar no assunto novamente.

Para garantir que não houvesse nenhum outro acidente, depois do almoço decidiu ficar pela sala comunal jogando xadrez com suas peças novas que ganhara de aniversário com Hermione, de quem ganhou incontáveis vezes sem mostrar misericórdia, para descontar a bolada que levou. Quando cansaram, juntaram-se aos outros garotos da turma e passaram o resto da tarde rindo com as palhaçadas de seus irmãos

Já a noite, os gêmeos contrabandearam bolos, sucos e algumas tortas salgadas da cozinha, e Rony, junto com seus três irmãos, seus colegas de quarto e Hermione foram para o dormitório masculino, onde devoraram em instantes toda a comida e ainda cantaram parabéns usando um cupcake. Já no final da noite, os gêmeos soltaram alguns mini fogos Filibusteiros que compraram na loja Zonko’s Logros e Brincadeiras, que iluminaram o quarto dos garotos, voando por todos os lados, chamuscando com fagulhas as cortinas das camas dos primeiranistas.

Rony foi dormir até mais leve naquele dia. Apesar do acidente, foi um aniversário divertido e bastante diferente do habitual. Sentiu falta de estar com seus pais e sua irmã caçula, do bolo enorme que Molly faria com todo carinho, de ter todos por perto. Mas em Hogwarts, com seus novos amigos, também fora especial, e já ansiava pelo próximo ano.

Porém a leveza do seu aniversário foi se esvaindo conforme os dias foram passando. A tensão pela Pedra Filosofal, tentar desvendar os planos de Snape e garantir que Quirrell não cedesse às ameaças do outro professor os deixavam sempre em estado de alerta. Ainda tinha Draco, que depois da briga no jogo de quadribol fazia questão de provoca-lo sempre que podia. Agora, além de todas essas coisas, havia Hermione. A garota decidiu que dois meses era muito pouco tempo para se preparar para as provas finais, e passou a infernizar a vida de Rony e Harry para que estudassem o triplo do que já estudavam. Fazia centenas de planos de estudo, planos de revisões, planejamento de horários e já estava levando os meninos à loucura.

— Hermione, os exames estão a séculos de distância.

— Dez semanas — retrucou Hermione. — Não são séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel.

— Mas nós não temos seiscentos anos — lembrou-lhe Rony, fechando o livro que lia com violência — Aliás, o que é que você está revisando? Já sabe as matérias todas de cór!

— Que é que estou revisando? Vocês ficaram malucos? — Ela perguntou com tanto ênfase que Rony e Harry se enterraram em suas poltronas — Vocês já perceberam que precisamos passar nesses exames para chegar ao segundo ano? Eles são muito importantes, eu deveria ter começado a estudar a um mês, não sei o que deu em mim...

O pior de tudo é que todos os professores pareciam compartilhar da ideia, e passavam muito mais deveres do que já passavam normalmente, levando tanto Rony quanto Harry à loucura. A páscoa passou tão rápido que Rony mal lembrou-se da data. O trio passou o feriado inteiro estudando na biblioteca, sem descanso.

— Eu nunca vou me lembrar disso — desabafou Rony, largando a pena de escrever na mesa e desviando o olhar do livro Cem Ervas e Fungos Mágicos, olhando desejoso pela janela da biblioteca. Estava um dia lindo lá fora. O céu aberto e poucas nuvens. Desejou do fundo do coração poder estar lá fora à sombra de uma árvore, jogando pedras no lago, não estudando herbologia. Suspirou, cansado, levantando-se para procurar um outro livro, quando quase tombou com alguém que saía do corredor.

— Rúbeo! Que é que você está fazendo na biblioteca? — Rony perguntou surpreso. Nunca viu Hagrid com um livro nas mãos na vida.

O meio gigante veio arrastando os pés, escondendo alguma coisa às costas.

— Só olhando. — Ele tentou ser casual, mas era um péssimo mentiroso. Como se lembrasse de algo, fitou os três cheio de desconfiança. — E o que é que vocês estão armando? Não continuam procurando o Nicolau Flamel, continuam?

— Ah, já descobrimos quem ele é há séculos — Disse Rony, jogando o livro que pegara na mesa. — E você sabe o que é que aquele cachorro está guardando? É a Pedra Filo...

— Xiiiiiiiii! — Hagrid olhou à sua volta depressa para ver se alguém estava escutando. — Não saiam gritando isso por ai, que foi que deu em vocês?

— Mas, tem umas coisinhas que queríamos perguntar a você. — Harry aproveitou a oportunidade — sobre as outras coisas que estão protegendo a Pedra além do Fofo...

— XIIIIIIIIIII! — fez Hagrid de novo. — Escutem, venham me ver mais tarde, não estou prometendo que vou lhes dizer nada, vejam bem, mas não saiam dando com a língua nos dentes por aí, estudantes não devem saber disso. Vão achar que fui eu que contei a vocês...

— Vemos você mais tarde, então — concordou Harry.

Hagrid saiu arrastando os pés.

— Que é que ele estava escondendo às costas? — perguntou Hermione pensativa. — Acham que tinha alguma coisa a ver com a Pedra?

— Vou ver em que seção ele estava — prontificou-se Rony, uma vez que estava de pé.

Entrou no primeiro corredor à direita e teve uma familiar surpresa. Aquela era a seção de Dragões, Carlinhos vivia pegando livros dessa seção para estudar, alguns deles até tinham em casa. Notou a falta de um deles em uma das prateleiras baixas. Não havia nenhuma outra ausência, só aquela. Rony pegou alguns livros e voltou para Harry e Hermione.

— Dragões. — cochichou — Rúbeo estava procurando coisas sobre dragões! Olhem só estes: Espécies de dragões da Grã-Bretanha e da Irlanda, Do ovo ao inferno, guia do guardador de dragões.

— Rúbeo sempre quis um dragão, ele me disse isso da primeira vez em que nos vimos — comentou Harry.

— Mas é contra as nossas leis — Disse Rony antes de Hermione — Criar dragões foi proibido pela Convenção dos Bruxos de 1709, todo mundo sabe disso. É difícil evitar que os trouxas reparem em nós se criarmos dragões no quintal. Em todo o caso, não se pode domesticar dragões, é perigoso. Vocês deviam ver as queimaduras que Carlinhos recebeu de dragões selvagens na Romênia.

Hermione olhou impressionada para Rony, por saber tudo aquilo.

— Mas tem dragões selvagens na Grã-Bretanha? — perguntou Harry, incrédulo.

— Claro que tem! — respondeu Rony — Os dragões verdes galeses e os negros das ilhas Hébridas. O Ministério da Magia tem muito trabalho para mantê-los em segredo, acredite. O nosso povo vive enfeitiçando trouxas que os viram, para fazê-los esquecer.

— Então o que será que Rúbeo anda armando? — perguntou Hermione.

Não demorou uma hora para partirem em direção à cabana de Hagrid. A atitude dele estava suspeita e se apertassem um pouco sabiam que ele acabaria soltando alguma informação. A coisa toda ficou mais estranha ainda no momento em que chegaram à porta da cabana. Tudo estava fechado, todas as cortinas e qualquer fresta nas paredes estavam vedadas. Por um momento acharam que não tinha ninguém, mas de repente ouviram um sonoro “Quem é?” para então deixá-los entrar, coisa que nunca havia feito antes.

A cabana de Hagrid nunca fora o exemplo de lugar normal, porém geralmente era arejado e confortável, naquele dia não. Fazia bastante calor do lado de fora, mas dentro da cabana era surreal. Estava exageradamente abafado, ao ponto de ser incômodo respirar, pra completar a lareira estava acesa com um fogo muito alto, e Hagrid não parava de cutucar algo no meio daquele fogaréu. Por fim pegou sanduiches e chá, mas os meninos recusaram.

— Então, vocês queriam me perguntar uma coisa? — Ele perguntou.

— Queríamos — disse Harry sem rodeios. — Estivemos pensando se você poderia nos dizer o que mais está protegendo a Pedra Filosofal além de Fofo.

Hagrid amarrou a cara.

— Claro que não posso dizer. Primeiro, eu mesmo não sei. Segundo vocês já sabem demais, de modo que eu não diria a vocês se soubesse. Aquela Pedra está aqui por uma boa razão. Quase foi roubada de Gringotes. Suponho que vocês já chegaram a essa conclusão. Fico até espantado que saibam da existência de Fofo.

— Ah, vamos Rúbeo, talvez você não queira nos dizer, mas você sabe tudo o que acontece por aqui... — o tom acolhedor e lisonjeiro que Hermione usou fez Hagrid recuar na mesma hora — Só estávamos querendo saber realmente quem fez o feitiço de proteção. Estávamos querendo saber em quem Dumbledore teria confiado o suficiente para ajuda-lo, além de você.

O peito de Rúbeo se estufou ao ouvir essas palavras e sua barba se mexeu, e eles perceberam que ele estava sorrindo. Harry e Rony sorriram para Hermione. As garotas tinham um poder além da magia que estudavam em Hogwarts de convencer os homens a fazerem algo. Raramente conseguiam dizer não quando pediam as coisas com jeitinho; era assim com Gina e tinha certeza de que se Hermione usasse esse mesmo tom para lhe pedir algo, ele cederia sem pensar – que ela nunca soubesse disso.

— Bom, acho que não poderia fazer mal contar isso... Vamos ver... Ele pediu Fofo emprestado a mim, depois alguns professores fizeram os feitiços. A Professora Sprout, o Professor Flitwick, a Professora Minerva... — ele foi contando nos dedos — o Professor Quirrell, e o próprio Dumbledore também fez alguma coisa, é claro. Um momento esqueci alguém. Ah, sim, o Professor Snape.

— Snape?

— É, vocês não continuam insistindo naquela ideia, ou continuam? Olhem, Snape ajudou a proteger a Pedra, não está prestes a roubá-la.

Rony olhou para Harry e Hermione e ambos tinham a mesma expressão no rosto. Se Snape fora chamado para proteger a Pedra, devia ter sido fácil descobrir como os outros professores a tinham protegido. Ele provavelmente sabia de tudo, exceto, ao que parecia, o feitiço que Quirrell fizera e de que jeito passar por Fofo.

— Você é o único que sabe como passar pelo Fofo, não e, Rúbeo? — Harry perguntou, ansioso. — E você não diria a ninguém, não é? Nem mesmo a um dos professores?

— Ninguém sabe a não ser eu e Dumbledore — disse Hagrid orgulhoso.

— Bom, isso já é alguma coisa — Harry cochichou para os outros. — Rúbeo, podemos abrir uma janela? Está muito quente.

— Não pode, desculpe Harry — O meio gigante tornou a cutucar algo no meio do fogo. Era grande e negro e lhe era familiar. Rony levantou o corpo para ver melhor, então tomou um susto. É claro que lhe era familiar, já tinha visto um parecido em casa, quando Carlinhos estava estudando. Hagrid não estava cozinhando nada, estava chocando!

— Onde foi que você arranjou isso, Rúbeo? — perguntou Rony, abaixando-se para o fogo para olhar o ovo mais de perto. — Isso deve ter lhe custado uma fortuna.

— Ganhei na noite passada. Eu estava na vila tomando uma bebida e entrei num joguinho de cartas com um estranho. Acho que ele ficou bem contente de se livrar do ovo, para ser sincero.

— Mas o que é que você vai fazer com ele, quando chocar? — perguntou Hermione.

— Bom, andei lendo um pouco — disse Hagrid, tirando um grande livro de baixo do travesseiro. — Apanhei este na biblioteca: A criação de dragões como prazer e fonte de renda. É meio desatualizado, é claro, mas está tudo aqui. Mantenha o ovo no fogo porque as mães sopram fogo em cima deles, sabe, e quando chocar dê-lhe um balde de conhaque misturado com sangue de galinha a cada meia hora. E vejam aqui: como reconhecer os diferentes ovos, e este aqui é um dragão norueguês. São raros esses.

Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo.

— Rúbeo, você mora numa cabana de madeira — lembrou Hermione.

Mas Hagrid nem escutou. Estava cantarolando alegremente enquanto atiçava o fogo.

Como se não bastasse as centenas de lições de casa que os professores estavam passando e a preocupação em proteger a pedra filosofal de Snape, as implicâncias de Draco, agora também teriam que se preocupar com o que aconteceria quando o ovo chocasse e o dragão nascesse.

— Como será ter uma vida tranquila? — suspirou Rony.

Poucos dias depois, enquanto Hermione os ensinava sobre o feitiço do corpo preso, receberam o bilhete que torciam internamente para não receber. Era de Hagrid e continha apenas uma pequena frase:

 “Está furando”.

Tinha que admitir, por um lado não queria que o ovo vingasse, pois um dragão era um animal muito perigoso. Mas por outro, ver um dragão nascer e se desenvolver era uma oportunidade para poucos. Carlinhos sempre falou com muito entusiasmo de seu trabalho, e ver aquele animal eclodir do ovo o colocaria de certa forma perto do irmão, de quem sentia tanta falta.

— Uau! Temos que ir para lá agora! — falou excitado.

— Temos que ir para a aula de herbologia agora você quis dizer, não é? — Hermione corrigiu.

— Mione, quantas vezes na vida vamos ver um dragão saindo do ovo?

— Temos aulas, vamos nos meter em confusão, e isso não vai ser nada comparado à situação de Rúbeo quando descobrirem o que ele anda fazendo.

— Cala a boca! — Harry mandou, nervoso.

Os três olharam para trás e viram Malfoy parado ouvindo a conversa. Quanto ele teria ouvido não sabiam, mas pela expressão em seu rosto era o bastante para causar algum estrago.

— Será que ele ouviu? — Hermione perguntou.

— Não sei, mas vamos logo à cabana de Hagrid, temos de ver o bebê-dragão nascer.

— Não inventa, Rony! — Hermione bradou

— Porque você é tão estraga-prazer? — Rony falou furioso — Vamos fazer assim, teremos um intervalo após a aula, podemos dar uma corrida lá para vermos se o ovo já chocou. Concorda?

— Certo. — Ela falou contra a vontade. Rony e Harry sorriram um para o outro — Mas terá de ser rápido!

Quando a sineta tocou no castelo anunciando o fim da aula de Herbologia, o trio largou o material de qualquer maneira e saíram correndo para a cabana de Hagrid, que os recebeu extasiado.

— Está quase furando. — Ele levou os três para sentarem em volta da mesa onde o ovo estava apoiado. O ovo já tinha várias rachaduras e se mexia sem parar. Rony sentia sua barriga revirar de ansiedade, e quando ouviu um som de “crec” mais alto, sentiu seu coração descompassar. O ovo terminou de abrir e um pequeno dragão todo melado saiu rolando, molinho. Era demais, nunca em sua vida sonhou em ver algo tão esplendido! As asas espinhosas eram enormes em contraste como corpo preto e magro, tinha um focinho longo com narinas largas, tocos de chifres e olhos esbugalhados cor de laranja.

Espirrou, e voaram fagulhas do seu focinho.

— Ele não é lindo? — murmurou Hagrid. Esticou a mão para afagar a cabeça do dragão. O bicho tentou morder seus dedos, deixando à mostra presas pontiagudas.

— Deus o abençoe, olhe, ele conhece a mamãe! — exclamou Hagrid, emocionado.

— Rúbeo, exatamente com que rapidez um dragão norueguês cresce? — Mione perguntou, ansiosa.

Hagrid ia responder quando a cor subitamente desapareceu do seu rosto, ele deu um salto e correu à janela.

— Que foi? — Harry perguntou

— Alguém estava espiando por uma fresta que sobrou nas cortinas, um garoto estava correndo de volta para a escola.

Harry correu para a porta e olhou para fora, e uma expressão de raiva imediatamente tomou seu rosto imediatamente.

— Malfoy! — Harry falou entre os dentes.

A partir dali, as coisas começaram a piorar.

Malfoy passou a semana particularmente quieto e sempre com um sorrisinho estranho no rosto, o que deixava Rony, Harry e Hermione muito nervosos. Rony sabia que Draco ainda esperava por uma oportunidade de se vingar do olho roxo que ele deixara, e esse silêncio depois de tanto tempo de provocação intensa o deixava tenso. Hagrid se recusava a se desfazer do dragão-bebê, que ficava cada vez maior e mais feroz. O trio se empenhava o máximo que podia tentando argumentar com Hagrid em sua cabana sempre que tinham oportunidade.

— Deixe o dragão ir embora — insistia Harry — Solte ele.

— Não posso — disse Hagrid. — Ele é muito pequeno. Morreria.

Eles olharam para o dragão. Aumentara três vezes de comprimento em uma semana. A fumaça não parava de sair de suas narinas. Hagrid não estava cumprindo suas tarefas de guarda-caça porque o dragão o mantinha muito ocupado. Havia garrafas vazias de conhaque e penas de galinha por todo o chão.

— Decidi chama-lo de Norberto — anunciou Hagrid, olhando para o dragão com olhos sonhadores. — Ele realmente sabe quem eu sou, olhem. Norberto! Norberto! Onde está a mamãe?

— Ele tá ficando louco. — cochichou Rony.

— Rúbeo — disse Harry em voz alta —, dê mais quinze dias e Norberto vai ficar do tamanho de sua casa. Malfoy pode procurar Dumbledore a qualquer momento.

Hagrid mordeu o lábio.

— Eu... Eu sei que não vou poder ficar com ele para sempre, mas também não posso larga-lo assim, não posso.

Rony sentiu uma pontada de pena de Hagrid. Ele não era má pessoa, só tinha uma percepção de perigo diferente da maioria.

— Carlinhos! – Harry de repente exclamou, olhando para Rony.

— Você também? — respondeu Rony confuso. Ele sequer conhecia Carlinhos. Diziam que eles eram parecidos, mas daí a confundir... — Já não basta minha mãe confundir. Eu sou Rony, está lembrado?

— Não, quero dizer, Carlinhos. Seu irmão, Carlinhos. Na Romênia. Estudando dragões. Poderíamos mandar Norberto para ele. Carlinhos pode cuidar dele e depois devolvê-lo à floresta!

— Ótima ideia! — exclamou Rony. — Que é que você acha Rúbeo?

Hagrid ainda relutou um pouco para aceitar, dando desculpas de que o dragão já o reconhecia, que sentiria sua falta, que não teria garantias que Carlinhos iria alimentá-lo direito, mas no fim acabou concordando podiam mandar uma coruja para consulta-lo.

Na quarta feira a noite, Rony foi sozinho ajudar Hagrid a alimentar Norberto, uma vez que Harry tinha treino de quadribol e Hermione tinha centenas de coisas desnecessárias para estudar. Hagrid parecia mais cansado que nunca e Norberto já tinha o tamanho de um vira-lata grande. O dragão aprendera a soltar faíscas propositalmente e uma parede da cabana de Hagrid já estava completamente chamuscada.

— Rúbeo, ele está começando a assustar de verdade.

— Que nada, Rony, ele é só um bebezinho. Vamos, pegue aquela caixa de ratos para dar a ele. Ele já consegue comer coisas sólidas, cresce tão rápido — Hagrid falou com os olhos brilhando — As mães deles costumam capturar as presas, mastigar e dar para que eles comam quando pequenos, até ficarem maiores e poder comer com osso e tudo.

Rony sentiu seu estomago embrulhar com a imagem de um dragão filhote comendo comida mastigada.

Rony pegou um rato e se aproximou aos poucos de Norberto. O dragão olhou desconfiado para ele mas não se mexeu. Rony esticou o braço para dar o animal morto, Norberto abriu as asas e mostrou as presas. Antes que pudesse recuar, o dragão mordeu sua mão esticada.

—Rony! — Hagrid gritou.

 A dor foi tão forte que Rony achou que fosse desmaiar, sua mão ficou banhada a sangue na mesma hora. Hagrid jogou a caixa de ratos para Norberto, que desistiu de tentar morder Rony, e levantou o garoto do chão, levando-o para o banheiro, colocando sua mão sob a água.

— O que deu em você? — Ralhou Hagrid — Não devia ter assustado ele!

— O que?! Rúbeo, ele me mordeu! — Rony bradou entre os dentes, tentando suprimir a dor que sentia.

Hagrid pegou um lenço enorme e amarrou no braço de Rony; parecia assustado com a mordida. Melhor você voltar, está muito tarde e Norberto precisa dormir. Só fazer alguns curativos e vai ficar tudo bem. Peça para Hermione ajudar, tenho certeza que ela sabe de algo para fazer isso cicatrizar.

— Não é melhor eu ir a enfermaria?

— Não! — Hagrid gritou assustado — Não é nada demais, é só uma mordidinha. Amanhã vai estar melhor.

Rony colocou a capa de invisibilidade de Harry e saiu da cabana, no momento em que Hagrid começava a cantar uma canção de ninar para o dragão, que tentava cuspir fagulhas no pedaço de rato no chão.

Rony correu o máximo que pôde para dentro do castelo. Sua mão queimava o como se estivesse dentro de uma lareira acesa, com certeza no dia seguinte não estaria curada coisa nenhuma. Entrou esbaforido pelo retrato da mulher gorda e encontrou o salão comunal vazio, apenas com Harry e Hermione a sua espera.

— O dragão me mordeu! — disse ele mostrando a mão — Não vou conseguir segurar a pena de escrever durante um bom tempo. Aquele dragão é o bicho mais horrível que conheci, mas quem ouve Rúbeo falar pensa que ele é um coelhinho fofo. Quando me mordeu, ele brigou comigo por tê-lo assustado. E quando saí, estava cantando uma canção de ninar.

Ouviu-se uma batida na janela escura.

— É a Edwiges! — disse Harry, correndo para deixa-la entrar — Deve estar trazendo a resposta de Carlinhos!

Os três juntaram as cabeças para ler o bilhete.

Caro Rony,

Como vai? Obrigado pela carta, terei prazer em cuidar do dragão norueguês, mas não será fácil manda-lo para mim. Acho que o melhor será manda-lo por alguns amigos que estão vindo me visitar na próxima semana. O problema é que eles não podem ser vistos carregando um dragão ilegal.

Você poderia levar o dragão para a torre mais alta à meia-noite de sábado? Eles podem se encontrar com você lá e leva-lo enquanto ainda está escuro.

Mande-me uma resposta o mais breve possível.

 Afetuosamente,

Carlinhos.

 

Eles se entreolharam. Definitivamente não seria nada fácil.

— Temos a capa da invisibilidade — disse Harry — Não deve ser muito difícil. Acho que a capa é bastante grande para cobrir dois de nós e o Norberto.

Por fim, não tinham outra opção. Responderam à Carlinhos na mesma hora e combinaram de que ele e Harry levariam o dragão para os tais amigos de seu irmão.

Mas houve um imprevisto. Na manhã seguinte, a mordida do dragão fizera a mão de Rony inchar, ficando duas vezes o seu tamanho normal, e doía tanto que estava beirando o insuportável. Ele não sabia se era seguro procurar Madame Pomfrey, com certeza ela saberia identificar uma mordida de dragão.  Lavou o ferimento com cuidado e enrolou a mão em um lenço mais limpo, mas não estava ajudando.

— Rony, e melhor procurarmos a enfermeira, isso está ficando meio verde. — Falou Hermione, colocando a mão em sua testa — Você está ardendo em febre!

— Não, Mione. Caso piore eu vou.

Ela insistiu a manhã inteira, mas Rony não lhe deu ouvidos. Na hora do almoço, sua mão já tinha adquirido uma feia cor verde. Sentia seu corpo fraco e um frio muito forte, e a dor aumentava cada vez mais. Seus amigos já estavam ficando muito preocupados e sabia que logo o obrigariam a ir para a enfermaria querendo ou não. O pior é que eles tinham razão, a febre estava cada vez mais alta e seu corpo cada vez mais fraco.

Não conseguiu tocar na comida e levantou-se antes de Harry e Hermione, dizendo que precisava descansar. Eles o olharam desconfiados, mas Rony se empenhou em não demonstrar todo o desconforto que sentia. Saiu corredor à fora, se apoiando nas paredes. Os quadros murmuravam sobre como sua cara estava péssima, mas não lhes dava atenção: Só queria chegar à sua cama sem ser notado. Mas foi em vão, pois ouviu uma voz conhecida logo atrás de si.

— Vi você saindo do almoço parecendo estar mal, o que aconteceu?— Percy o alcançou, e ao olhar seu braço, deu um salto, assustado .— O que houve com sua mão?!

— Foi um cachorro. — Rony inventou — Estava próximo a floresta proibida e vi um cachorro, pelo menos parecia um. Me aproximei para mexer com ele e me mordeu.

— O que você fazia lá? Não sabe que é proibido?  — Disse Percy com seu tom autoritário, porém um gemido rouco de Rony o desarmou. A fraqueza que sentia estava pior, e pouco a pouco via as coisas embaçarem. — Você não está nada bem.  Melhor procurar madame Pomfrey, vamos! — Rony dessa vez não argumentou, não tinha forças nem pra isso. Quando tentou andar, cambaleou para o lado, e Percy o amparou. — Por Merlin você está fervendo! Vamos rápido, não quero ter que explicar para a mamãe que deixei você ficar doente aqui.

Rony deu alguns passos apoiado no irmão, mas de repente suas pernas pararam de responder. Viu o corredor rodar, o chão parecia estar saindo do lugar. O ar ficou pesado e o canto dos olhos começou a escurecer. Via Percy falar algo mas não conseguia ouvir, tentou falar com ele, dizer como se sentia mas sua voz não saía também e então tudo escureceu de vez.

Rony abriu os olhos assustado. Não estava no corredor e muito menos com Percy, estava na ala hospitalar. Sua mão estava ainda mais inchada se é que era possível, mas estava completamente enfaixada, e a dor tinha diminuído. Ainda se sentia fraco, mas não como antes. Talvez a febre tivesse cedendo.

— Até que enfim você acordou! Seu irmão estava aqui até alguns minutos atrás, mas pedi que fosse embora, o garoto precisava descansar. — Madame Pomfrey falou bondosa, parando a seu lado — Quero que você me diga exatamente o que aconteceu Sr. Weasley. Isso não é uma mordida de cachorro como o Sr Weasley disse. E o que eu acho que te mordeu não há a menor possibilidade de ser real, não aqui em Hogwarts.

— Bem... — Rony se mexeu desconfortável — Essa é a verdade, um cachorro próximo a floresta proibida me mordeu, foi isso.

Madame Pomfrey olhou desconfiada, claramente não acreditava em sua história.

— Sr Weasley, o animal que te mordeu é venenoso e perigoso. Preciso que você fale a verdade. — Rony abaixou a cabeça. Queria dizer a verdade, não sabia que coisas ruins o veneno do dragão poderia fazer para si, mas não tinha coragem de dedurar Hagrid.

Madame Pomfrey ia insistir mais um pouco, porém para sua sorte, ou azar, Draco Malfoy adentrou a enfermaria com seus dois guarda-costas.

— O senhor Weasley não pode receber visitas agora. — Ela falou olhando severamente para os meninos.

— Só vim pegar o livro de defesa contra as artes das trevas emprestado. — Draco falou fingindo simpatia — Nossa Weasley, o que houve com sua mão? Deve ter sido um animal bem perigoso, não? — Os três começaram a rir descontroladamente.

— Não há nada de engraçado aqui, Sr Malfoy. — Madame Pomfrey bradou, pegando o livro da mochila de Rony e entregando-o ao loiro. — Agora retirem-se por favor.

— Já estamos indo, Madame Pomfrey. — Malfoy virou-se para Rony — Estou realmente preocupado com você, espero mesmo que o animal que te mordeu seja apanhado. Se não for, eu mesmo me encarrego de procura-lo. Eu até tenho uma sugestão mas não sei se devo falar. Você acha que devo, Weasley?

— Cala a boca, Malfoy! — Rony falou um pouco rouco. Daria tudo para dar outro soco no olho de Draco, mas sua mão estava dormente ainda, e o estresse de ter que lidar com aquela doninha irritante fez sua cabeça girar. Madame Pomfrey percebeu seu desconforto.

— Saia daqui Sr Malfoy, antes que eu chame algum professor. — Madame Pomfrey bradou e Draco saiu rindo, seguido de Crabbe e Goyle.

— Vou deixar você descansar. — ela falou ajeitando o lençol em cima de Rony — Já te dei uma poção para abaixar sua febre, mas não vai ser muito rápido. Se sentir muita dificuldade para dormir me avise que lhe dou outra poção. Quando você estiver melhor conversamos sobre o suposto cachorro que te mordeu.

A enfermeira foi para sua sala ao fundo da ala hospitalar. Rony ainda sentia o sangue ferver pelo que Malfoy falou. Ele estava o ameaçando e sabia que Draco seria capaz de dedurar Hagrid a qualquer momento. Se descobrissem, tanto Hagrid quanto Harry, Hermione e ele mesmo seriam expulsos de Hogwarts. Pensar nisso fez com que Rony se sentisse pior.

— Rony! — Hermione e Harry entravam às pressas — Percy falou que você desmaiou hoje cedo, fiquei tão preocupada. Você está com uma aparência horrível, não devia ter deixado vocês dois me convencerem a esperar. Sua mão está doendo muito? Está tomando poções para tirar o inchaço?

— Devagar! As vezes você fala como minha mãe! — Rony riu.

— Mas Hermione tem razão, devíamos ter arrastado você a força para cá. Sua mão está muito inchada. — Harry falou — E sua cara está péssima, deve estar doendo um bocado.

— Não é só a minha mão embora ela pareça que vai cair. — Rony contou a Harry e Hermione sobre Draco — Eu não devia ter batido nele no jogo de Quadribol, é por isso que ele está agindo assim. — Rony se mexeu desconfortável, talvez fosse impressão, mas a poção que tomou parecia estar perdendo o efeito, sua mão estava voltando a latejar.

Harry e Hermione se entreolharam nervosos com a cara de dor que Rony fazia.

— Tudo vai terminar à meia-noite de sábado — assegurou Hermione.

Rony sentiu um solavanco no estomago.

— Meia-noite de sábado! — Rony falou com o coração querendo sair pela boca — Ah, não... Ah, não... Acabei de me lembrar, a carta de Carlinhos estava no livro que Malfoy levou, ele vai saber que vamos nos livrar de Norberto.

— Vocês dois! — Madame Pomfrey saiu correndo da sala dela — O Sr Weasley precisa descansar. Para suas casas, já!

— Agora é tarde demais para mudarmos de plano. — Harry falou — Não temos mais tempo para mandar outra coruja a Carlinhos e essa pode ser a nossa única oportunidade de nos livrarmos de Norberto. Teremos de arriscar. E temos a capa da invisibilidade, Malfoy não sabe disso.

Harry e Hermione saíram da ala hospitalar, deixando um Rony com os nervos a flor da pele.

— Toma. — Madame Pomfrey estendeu um copo com um liquido azul para Rony — Vamos, beba isso, é uma poção para dormir e não sonhar. Você está muito agitado com essa dor e com esse excesso de visitas, não vai conseguir dormir e você precisa se quiser ficar bom.

Rony bebeu a poção sem reclamar. Daria tudo para levar Norberto com Harry e Hermione, mas estando desse jeito não teria muito o que fazer. Só o que restava era aguardar por notícias e torcer para nada dar errado e principalmente para que Draco não estragasse tudo. E foi pensando nisso que Rony pegou no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que vcs tenham curtido tanto quanto eu. Deixem comentários pra alegrar meu coração!



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