Follow Your Soul escrita por Nez


Capítulo 41
Capítulo 39




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Capítulo 39

-“Definitivamente tu és louco!” – disse-me a rir ensopada, quando entrámos no shopping.

-“Vais dizer que não foi giro?” – disse ele a sorrir abanando a cabeça , salpicando tudo e todos.

-“Ai ó parvo ‘tás a molhar-me!” – disse-lhe dando-lhe um encontrão.

-“Desculpe menina! Fogo tou todo molhado! Como entro assim?” – refilava ele para os seus botões.

-“Entrar?! Onde vais?”

-“Não me digas que isso faz parte da tua perseguição?” – ria-se ele.

-“Oh. Tá bem não digas. Só queria saber, mais nada. Olha vou ter com uma pessoa. Xau!” – virei costas em direcção á parte da restauração. Reparei que havia um chiar super irritante, quando me apercebi que as pessoas olhavam para mim.

-“OHHH INÊS!” – ouvi alguém gritar. Mas não me virei. Continuei a andar ensopada e com os tennis a chiar.

-“INÊS PÁ!”- senti alguém a agarrar o braço –“ Passaste-te ou quê? O que te deu?” – perguntava confuso e claramente irritado.

-“Não gostei da tua resposta! Se não me queres dizer não digas. Também não me conheces!” – respondi secamente.

-“Ai que ‘tá louca! Eu estava a brincar contigo nez. Escusavas de ter bazado assim né?”

-“Oh!” – encolhi os ombros –“Se calhar exagerei um bocadinho.”

-“Um bocadinho?!” – disse ele com os olhos demasiadamente abertos surpreso com a minha resposta. O que fez logo rir- “Vês? Assim é melhor. Agora não fujas de mim, que esse chiar dos teus tennis é um tormento!”

-“Oh. Diz-me lá onde vais. Ou vais assaltar alguma loja e não me queres dizer porque senão tinhas que me matar?”

-“Na verdade ainda não sei.” - disse encolhendo os ombros.

-“O quê?!” – olhei parva para ele.

-“Tou a brincar. Acreditas em tudo nez.” – disse sorrindo para mim.

-“Ah tá.” – ri-me –“ eu vou almoçar com uma amiga. Já comeste?”

-“Não tenho fome.” – respondeu.

-“Até podias …Esquece!” – não sei porquê mas não queria que ele fosse embora. Estava farta de perder as pessoas.

-“O quê?” – perguntou ele.

-“Esquece Gabriel. Ia dizer para vires almoçar connosco. Mas com certeza que não queres e também ia ter uma conversa com a minha amiga.”

-“Não me convidaste como sabes que não quero?”

-“Queres? Não te vais sentir mal ali com 2 raparigas a fofocar e a chorar?”

-“Chorar?”

-“Eu vou despedir-me dela hoje.” – disse cabisbaixa.

-“Vais-te embora?” – perguntou baixinho. Reparei que o apanhei desprevenido.

-“Vou. Só vim cá passar o natal com a minha mãe. É … é complicado!” – disse-lhe com os olhos em lágrimas.

-“Estou a ver que sim. Ainda agora te conheci e já te vais embora. “ – disse ele. Notei que estava triste e aproximei-me mais dele para o abraçar mas ele não aceitou –“ Começo a ficar habituado”.

-“O que queres dizer com isso?” – perguntei sem perceber .

-“Nada. Xau. Gostei de te conhecer Inês.” – e foi-se embora.

-“Gabriel? GABRIEL?” – chamei-o e voltei a chamar mas ele não me ligou. Não percebia nada. Ainda pensei em ir atrás dele, mas sei que ele não me iria responder e já tinha a Rita á minha espera.

***

Cheguei á restauração e lá estava a Rita já na fila para o Mcdonalds.

-“Ai Inês estava a ver que não! Estou cheia de fome. Porque demoraste tanto?” – gesticulava ela.

-“Desculpa encontrei uma pessoa e acabei por me distrair.” – desculpei-me tentando não dar muita importância ao assunto.

-“Quem?” – perguntou ela. Curiosa como só ela.

-“Olha é a nossa vez. O que vais comer?” – salva pelo gongo.

Fizemos os nossos pedidos e sentámo-nos numa mesa para almoçar. Não sei como havia de começar a conversa. Ela ainda não sabia que eu ia passar o ano novo em Tavira.

-“Mana… sempre passas aqui o ano novo?” – perguntei. Pode ser que os pais tivessem mudado de ideias e que quisessem passar o ano novo noutro lugar.

-“Passo. E estou a contar contigo mana. Até pensei que podíamos convidar algum pessoal e fazer uma festa só nossa. Que achas?” – ela estava claramente animada com a ideia. E eu não sabia como havia de lhe dizer. Decidi ser directa.

-“Não dá mana. Eu vou passar o ano novo em Tavira.” – dei uma trinca no meu hambúrguer.

-“O quê?! Não passas aqui?” – perguntou ela, pousando a comida e olhando muito séria para mim – “Mana não. Não podes ir já embora! Eu estava com tantas ideias, ainda agora chegaste.” – as lágrimas já ameaçavam.

-“Mana tem que ser. Eu tenho que voltar né?” – tentei parecer descontraída com a situação.

-“Mas não precisavas voltar a correr. O Sérgio não foge fogo!” – disse por fim. Notei que estava chateada e triste. Por isso não levei a peito o que me disse.

-“Mana o Sérgio agora mal me fala. Não sei porquê!” – consegui dizer começando a chorar –“ estávamos bem e quando cheguei aqui ele mudou. Não sei o que se passou. Nada! Depois a caminho para aqui conheci o Gabriel e houve uma grande empatia entre nós. Até dançámos á chuva. soube tão bem. Por momentos não me preocupei com isto do Sérgio. E agora o Gabriel foi-se , magoado comigo. Portanto não fiques magoada comigo também!” – já soluçava. Parece que tinham aberto a barragem que impedia as minhas lágrimas de caírem. Sentia-me tão triste com toda esta situação.

-“Mana…” – agarrou-me ela , enchendo-me de beijinhos – “ eu não estou magoada contigo. Eu só não queria que fosses embora!” – disse com uma voz meiga sorrindo para mim.

-“Obrigada mana!”

A tarde prosseguiu normalmente. Já não houve mais choros, só risos e palermices nossas. Acabei por lhe contar que tinha conhecido o rapaz que salvou a Fá. Que o seu nome era mesmo Gabriel e que era “um rapaz espectacular”.

-“Mana o que foi?” – perguntou-me a Rita quando não continuei a frase. Estava a vaguear nos meus pensamentos, nas minhas lembranças de hoje á tarde.

-“Desculpa . tava a falar dele e tava a visualizar tudo. Ele ficou magoado comigo hoje.” – disse virando a cara no sentido de uma putos que estavam aos berros em frente á loja.

-“Mas ainda hoje o conheceste. Como é que ele já esta magoado contigo? Não faz sentido!”

-“Ele… ele não sabia que eu ia embora.” – voltei  a minha atenção para a minha maninha.

-“Ah tá. Coitadinho. Mas ainda hoje se conheceram. Que exagero. Desculpa mana. Mas mal se conhecem.” – disse pegando numas camisolas para experimentar.

-“Não percebes. Foi muito estranho. Parece que já nos conhecíamos há bué. Ele é…”

-“Giro como tudo! Eu sei!” – dizia ela revirando os olhos só de o imaginar.

-“Mana olha a baba nas camisolas que ainda nem compraste!” – Rimo-nos –“Ele é giro sim. Mas não é isso. Ele acalma-me. Gostei muito de estar com ele, e dançar á chuva foi divertido. E agora nunca mais o vou ver.”

-“Porquê? Quando vieres cá combinam qualquer coisa e encontram-se.”

-“Não sei onde vive , nem o numero de telemóvel, nem o e-mail.” – encolhi os ombros.

-“Tanto tempo e não trocaram nada disso?! Ai mana. Assim é complicado.”

-“Pois é. Mas não falemos de coisas tristes. Pode ser que o volte a ver um dia.” – sorri optimista –“ Vais experimentar isso ou não?

Estávamos quase a chegar a casa quando me lembrei.

-“Mana porque não vens passar o ano novo comigo a Tavira?” – disse histérica já aos saltinhos.

-“Como ia? Sabes que não posso estar a gastar muito dinheiro.”

-“A minha mãe também passa lá o ano novo. Depois voltavas com ela. Que tal?”

-“AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH” – gritou aos saltinhos no meio da rua.

De uma coisa eu estava certa : ia passar o ano novo com a minha mana e nada me ia impedir.


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