P.O.V. Scott.

Ela tem muito nervo pra vir até aqui.

—Eu não sou seu filho. Lembra?!

—Eu falei aquilo para proteger você meu filho. Eu não queria essa vida pra você, mas... não é fácil fugir do destino.

—Não acredito em destino.

Eu ia fechar a porta na cara dela. Mas, ela segurou a porta.

—Você tem que me ouvir filho. Você é um dos últimos Van Helsing. Você é mais inteligente que um ser humano normal, logo. Muito em breve você vai fazer dezoito anos e tudo vai mudar. As suas habilidades vão começar a aparecer e os demônios virão atrás de você. Verbena. Está aprendendo. Isso é bom.

—Você sabe sobre a verbena? Sobre os vampiros?

—Sei. Quando fizer dezoito, sua vida vai mudar, pra sempre. Você é um Van Helsing, um membro da irmandade dos sete. Abençoados e criados por uma bruxa moribunda.

—Qetsyiah Bennett. A bruxa que criou os primeiros imortais.

—Uau! Estou surpresa que saiba disso tudo. Era pra você ser um menino normal, era pra você ter algo melhor do que o que eu tive. É tudo o que eu sempre quis pra você filho, algo melhor. Por isso eu te dei pra adoção, assim você não cresceria como eu, assim você cresceria á salvo e amado. Posso saber de onde tirou todas essas informações?

—Minha namorada.

—Ela é caçadora também?

—Não. Ela é uma híbrida. Hope Volturi.

—Volturi? Está... se relacionando com a abominação?!

—Ela não é abominação! Ela é a minha namorada e eu a amo.

—Filho, essas coisas são... demônios, são criaturas malignas. Eles matam sem misericórdia. Eles não são humanos.

—Eu sei. Hope me deu verbena assim eu não seria controlado, me disse que se eu bebesse... meu sangue virava veneno e fazia os vampiros passarem mal e impedia a transformação.

—Eles são mestres em enganar. Eles são todos lindos como o sonho do paraíso, mas então... quando você acorda o sonho vira pesadelo. É só... sangue, morte, aflição.

—Você virou as costas pra mim quando eu fui te procurar. Você disse que não queria nada a ver comigo, que não ligava.

—Mas, eu ligo. Você é sangue do meu sangue.

Então, uma estaca atravessou o peito da minha mãe biológica.

—Qual é amor, não me diga que estava caindo nessa?

—Hope.

—Relaxa, ela não está morta e nem vai morrer. Os caçadores da irmandade dos sete tem habilidade sobrenatural de cura.

—Você...

—Eu suspeitava. Mas, não tinha certeza. Você é descendente de Abraham e Gabriel Van Helsing.

—E a tal irmandade dos sete?

—Sim. Sete famílias, sete guerreiros abençoados. O último feitiço que Qetsyiah lançou antes de morrer. Ela concedeu a esses guerreiros dons especiais. Você vai ser tão rápido quanto um vampiro, tão forte quanto um vampiro, habilidade sobrenatural de cura, inteligencia superior. O problema é que agora que você vai ser um caçador...

Ela começou a chorar.

—Não podemos ficar mais juntos.

—Eu nunca... machucaria você.

—Você não compreende não é? Para os membros da irmandade dos sete, matar vampiros não é uma opção. É um de seus instintos mais básicos. Em breve, você vai começar a fazer estacas enquanto dorme, tudo em que vai conseguir pensar é... em matar vampiros. Vai sonhar com isso, vai pensar nisso vinte e quatro horas por dia.

—Eu... vamos arrumar um jeito de acabar com isso. Quais são as sete famílias? Quem foram os guerreiros abençoados?

—Solomon Kane, James Grimm, Lucian Summers, Alastair Saltzman, Elias Gilmore, Wolfgang MacLoren e o membro cuja a linhagem que mais se destacou... Abraham Van Helsing. Minha mãe contava histórias, contos de terror. Mas, pra mim eram apenas contos de terror.

—Que contos de terror?

—Havia uma época, em que... os caçadores costumavam matar famílias inteiras, tiravam crianças de suas camas, queimavam vilarejos inteiros, mas suas histórias nunca pareceram reais. Até agora.