Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 13
A dança do amor


Notas iniciais do capítulo

Não recomendado para menores de 18 anos



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Os dias passaram mais rápido do que Isabelle gostaria, mas, ainda sentindo-se frágil, sabia que tinha que encontrar forças para continuar. Afinal, não poderia simplesmente largar tudo e voltar a morar com os pais na idade adulta. Tinha uma vida em Nova York para a qual voltar, mesmo sem Richard, que, ela soube, havia voltado a morar com Jade, Beck e Sarah em Los Angeles.

Sam e Freddie tentaram convencê-la a ficar, falaram que não se importavam com o julgamento da sociedade quanto a filhos adultos morando com os pais e que tinham certeza de que em breve ela poderia arranjar um emprego em Seattle e alugar um apartamento próximo, mas a moça não se convenceu. Gostava da independência conquistada.

Era seu último dia em Seattle e Isabelle resolveu que queria se despedir da cidade que já adotara como terra natal de coração. Afinal, dos primeiros anos de vida em Los Angeles, nem mesmo tinha lembranças.

Resolveu pegar o carro de Freddie emprestado para dar uma volta solitária. Sam ofereceu-se a acompanhar a filha, mas, ela manifestou o desejo de ir só.

Cris voltava do trabalho quando viu Isabelle sair da garagem com o carro do pai e, sabendo que aquela poderia ser a última chance de falar com a sua amada, antes do retorno dela a Nova York, como Carly havia feito questão de lhe avisar, resolveu segui-la com o seu carro.

A moça sentia-se mais calma ao volante, gostava da direção e conseguia abstrair os seus pensamentos ruins. Focava toda a atenção em guiar e observar a paisagem. Andou por um bom trecho da cidade e resolveu pegar a estrada que dava nas praias mais próximas. Cris manteve-se um pouco afastado, mas sem perdê-la de vista.

Ela finalmente parou o carro na praia, estacionou e desceu. Foi contemplar o mar, apesar do vento frio. Tirou os sapatos e colocou os pés na areia, aproximou-se do mar e arriscou colocá-los na água gelada. Sentia-se recarregada nesse contato com a natureza. Tomou um susto ao sentir alguém tocar seu ombro e virou-se rapidamente:

— Cris! O que faz aqui? Está me seguindo?

— Não vou negar! Estou sim! Eu soube que você volta amanhã cedo para Nova York. Eu te vi sair do Bushwell e vim atrás, pensando que essa é a minha última chance de abrir meu coração para você.

— Cris, nós já falamos tudo o que era preciso. Eu não vou voltar pra você, já deixei isso muito claro...

— Você não negou que ainda me ama.

— O quê?

— Você disse que se existe amor estava encoberto por uma grossa camada de mágoas. Mesmo que esteja, ainda existe amor.

— Nada do que você diga vai fazer dissipar essa grossa camada de mágoas a ponto de desenterrar esse amor, porque você mesmo o enterrou com as suas ações.

— Você tem razão, nada que eu diga vai ajudar, mas o corpo tem memória – dando um bote em Isabelle e tomando-lhe os lábios num beijo apaixonado.

A moça ficou sem reação, mas, sentiu seu corpo esquentar com o beijo dele e as mãos dele passando pelas suas costas, nuca, cabelos e descendo para a cintura. Abriu a boca e permitiu a passagem da língua dele, acompanhando os movimentos dele e aprofundando o beijo. O coração já estava acelerado e ela sentia seu rosto quente também.

Ele cessou o beijo na boca e passou para o pescoço, fazendo a moça arrepiar-se. Na sequência, pegou ela no colo e a levou para dentro do seu carro, colocando-a no banco traseiro, entrando também e fechando a porta. Ela tentou protestar:

— O que pensa que está fazendo?

— Você sabe o que estou fazendo – tomando os lábios dela novamente, antes que ela dissesse mais alguma coisa.

Em pouco tempo ajudaram-se a se livrar das peças de roupas e estavam nus, amando-se. Ela sobre o colo dele em movimentos de sobe e desce, gemendo, entre beijos molhados. Seus corpos ainda entendiam-se na dança do amor e correspondiam um ao outro sem que nada precisasse ser dito. O tempo havia passado, mas a conexão carnal ainda era a mesma. Desejavam um ao outro. Satisfaziam um ao outro. Assim, chegaram juntos ao ápice do prazer e deixaram seus corpos cansados e suados cair sobre o banco do carro.

Cris admirava Isabelle, que ainda arfava, com as faces coradas, o suor na testa e a face denunciando o prazer. Seu corpo estava ainda mais bonito do que se lembrava, tomando as formas de uma mulher e não mais de uma menina. Ele se aproximou e depositou um beijo estalado nos lábios dela.

— Eu pensei que isso nunca mais fosse acontecer entre nós! Foi demais! Minha Isabelle, você me faz muito feliz!

Ela pareceu acordar de um transe à fala dele e se manifestou de forma inesperada para ele:

— Isso não deveria mesmo ter acontecido! Você me pegou de surpresa. Eu tô frágil, confusa e sem fazer sexo há um tempo!

— Agora a culpa é minha? Do jeito que fala parece que eu te forcei a fazer algo que não queria. É isso que está insinuando?

— Não, Cris, você não me forçou a nada. Eu quis. Mas, estou com a cabeça confusa, está bem? – falava enquanto se vestia.

— Então, isso não significou para você o mesmo que significou para mim?

— Eu não estou na sua cabeça ou no seu coração para saber o que significou para você.

— Antes você era capaz de me entender só pelo olhar, quando nos amamos, tive a impressão de que ainda nos entendemos dessa forma.

— As coisas mudaram, Cris. Eu já repeti isso inúmeras vezes.

— Eu sei que te magoei, mas, você magoou o Richard e deve entender como dói magoar alguém que amamos e que nem sempre queremos realmente isso. Nem assim consegue me perdoar?

— Minha situação com o Richard é completamente diferente e você não tem o direito de opinar.

— Então me desculpa.

— Você só sabe me pedir desculpa e perdão ultimamente.

— E vou continuar, porque eu tenho esperança.

— Não vai ter chance de insistir por muito mais tempo. Vou embora para Nova York amanhã de manhã.

— E não tem nada que eu possa fazer para impedir, certo?

— Certo, até porque você é casado!

— Eu e Mabel não temos mais nada. Eu só estou cuidando dela devido ao quadro de depressão profunda.

— Conversa de todo homem que trai a mulher.

— Por que você nunca acredita em nada do que falo?

— Você me deu motivos para acreditar na sua palavra? É um traidor!

— Eu não te trai!

— Ellie é a prova da sua traição!

— Ellie não é minha filha de sangue!

— Ah não? Então por que se casou às pressas com a minha prima?

— É uma longa história e eu teria que abrir a intimidade da Mabel, não me sinto confortável com isso.

— Claro que não, porque é mentira! Eu vou embora porque é o melhor que faço – abrindo a porta do carro.

Cris segurou o braço de Isabelle e falou:

— Acredita em mim, não estou mentindo, não te trai.

— Tanto faz. O que está feito, está feito – puxando o braço e saindo do carro.

Ela entrou no seu carro, deu partida e foi embora, deixando um desolado Cris para trás.


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