Aurora escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 20
Capítulo 144


Notas iniciais do capítulo

fotos do capítulo 144:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1929988807036393&set=pcb.1929989687036305&type=3&theater



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763551/chapter/20

Capítulo 144

28 de dezembro de 2021

Mamãe e papai ficaram apenas uma semana na Ilha Esme. Eu pergunto para Carlisle assim que eles chegam a nossa casa – os dois deixaram o carro no estacionamento do aeroporto em Seattle e por isso ninguém foi buscá-los, assim lhes demos mais privacidade.

— Papai quem era aquele homem que não parava de me olhar durante seu aniversário de casamento com a mamãe?

— Me desculpe filha, eu não estava prestando atenção, não vi quem era. Estava distraído – responde ele ainda entrando  e sentando no sofá ao meu lado, acompanhado por mamãe.

— Muito bem distraído, diga-se de passagem – comenta Esme.

Eu sei. Eu vi o jeito que papai olhava para mamãe, parecia querer ali mesmo. Fiquei até com um pouco de medo.

— Tudo bem pai, ele não me fez nada; só ficou me olhando de um jeito meio estranho. Se ele tivesse tentado fazer alguma coisa comigo com certeza vocês dois e meus irmãos iriam perceber.

— Como ele era?

— Era muito parecido com você.

— Ah – diz Carlisle compreendendo. – Era o meu amigo Frederick.

— Quem? Eu nunca o vi antes.

— Ele é nômade, mas nos encontramos de tempos em tempos. Ele também nunca viu você antes querida, deve ter ficado apenas curioso. Só não entendo porque ele não me perguntou...

— Deve ter ficado com medo – comenta Emmett.

— Não teria motivos para ficar – responde Jasper.

— Talvez ele deduziu – argumenta Edward. – Não é tão difícil perceber que Carol é da família, ela é muito parecida com nossa mãe.

Ah, quanto eu esperei para ouvir isso! Fico tão feliz! Sou aceita por todos agora. Jacob permitiu que eu me tornasse uma Cullen – ele não poderia restringir meus pais se eles asseguravam que eu seria tão inofensiva como os demais integrantes da família. E ainda mais porque minha transformação ocorreu longe do território do tratado, lá no Brasil. Então teoricamente não houve violação.

E até Rosalie não implica mais comigo agora que mamãe me transformou em vampira também. Eu escolhi essa vida e não reclamo como minha irmã; eu não desrespeitei a minha humanidade, eu apenas não queria mais ser humana. Eu nunca fui tratada com dignidade como sou agora, me sinto mais humana apesar de não ser da espécie humana. Mas eu respeito muito os seres humanos, humanos de verdade.

Eu não tive a sorte de ter uma vida como ela teve, então Rosalie não pode reclamar tanto pela minha decisão. Ela não pode entender o que eu sentia, nem eu posso entender o que ela pensa. Nossas realidades eram opostas. Eu queria ter o que ela teve enquanto humana, e tem ainda como vampira, mas não percebe. É meu direito ser feliz como achar que serei. E eu tenho certeza. Eu sou feliz agora. Me sinto bem, muito mais do que bem. Eu não poderia estar melhor.

Eu não tive uma família como os Cullen e agora que tenho não iria desprezar só porque eles são vampiros. Eles são vampiros, mas muito mais humanos e afetuosos do que meus pais humanos que eram apenas na fachada pessoas, mas por dentro eram muito mais monstros do que os Cullen.

— Mas quem é Fred?

— Fred, Carol, como se você fosse amiga íntima dele – diz Emmett tirando uma com a minha cara. O seu sorrisinho me diz que ele achou graça, mas por quê?

 Se eu ainda fosse humana teria enrubescido com certeza ao perceber o motivo que meu irmão está pensando. Eu sei mesmo sem ter o dom de Edward.

Meu irmão mais novo assente, confirmando.

— Bem – pela oscilação na minha voz meu irmão sabe que me desestabilizou e sorri ao ver minha confusão. – ele é amigo da nossa família, não é? – tento me recompor.

Image 1

— Emmett – repreende mamãe. – Não deboche da sua irmã. Você sabe que ela tem instabilidade emocional.

— Isso quer dizer que ela é muito divertida – diz Emmett ainda sorridente. – Rose achava que seria ruim tê-la por perto para sempre, mas para mim é o contrário. Ela é hilária!

Eu teria ficado roxa de vergonha, quase da cor do meu vestido, se eu ainda fosse humana.

— Emmett, pare – diz Jasper sentindo meu constrangimento.

— Hahaha, parei – ele pisca para mim e eu sei que a tortura psicológica vai se repetir outras vezes certamente. - Teremos a eternidade toda.

Isso é bom e mau ao mesmo tempo. Ele não vai me fazer me arrepender de ter desejado viver para sempre, não vai. Por mamãe e papai eu posso suportar as piadas dele.

— Bom, ele é amigo de Carlisle – diz Edward. – e da nossa família também é claro. Depois que ele desistiu de nos atacar junto com o exército de de vampiros recém-criados de Victória.

Eles iriam atacar os Cullen por causa de Bella, era por terem matado James. agora Victoria queria matar minha irmã para fazer meu irmão sentir o que ela sente. mas é claro que os Cullen não iriam abandonar Edward e iriam proteger Bella. o que ela retribuiu depois que se tornou vampira protegendo nossa família dos Volturi - ao menos de um ataque mental, não-físico.

— Ele queria nos matar?! – digo perplexa. Me incluo porque os Cullen são minha família para sempre.

Fred percebeu que o motivo do ataque era outro e não o alegado por Riley. os Cullen jamais foram ameaça para eles. Não havia motivo para atacarem, era apenas a vingança pessoal de Victoria, ele não tinha nada a ver. problema era dela e ela estava usando-os para alcançar seu objetivo. Ele não gostou de saber e desistiu, desertou.

— Não, ele não participou da batalha. Por isso ele sobreviveu assim como outros que fugiram antes do confronto. Ele sabia que não iriam vencer mesmo sendo em maior numero e mais fortes do que nós. Nós tínhamos estratégia, trabalho em equipe, preparo e experiência, além do fator surpresa que eles não estavam preparados para enfrentar: os transmorfos Quileutes.

‘Talvez se ele tivesse vindo com os outros poderiam ter nos derrotado ou ferido alguém de nossa família. Porque do grupo, você sabe que Jacob foi machucado ao defender Leah. Mas Fred é da paz e não queria participar da luta. Assim como nosso pai ele também é avesso à violência.'

Todos nós somos pacíficos em certa medida, se não fossemos não estaríamos aqui.

Eu penso também em Esme e Carlisle e não posso suportar sequer a ideia de perdê-los. (Naquela época era ainda mais grave, pois Bella ainda não poderia protegê-los com seu escudo porque nem havia sido transformada em vampira ainda, nem adiantaria porque o escudo dela é contra ataques mentais e não físicos, mas ainda assim eu ficaria mais aliviada se soubesse que eles teriam alguma proteção. No entanto, apesar de tudo que era contra, ainda bem que eles conseguiram dizimar os recém-criados. E convencer os Volturi e sair ilesos.

Não que eu seja entusiasta por guerras, na verdade eu não entendo porque, mas é melhor que os Cullen tenham sobrevivido ao ataque, ao menos para mim; eu aprendi a amá-los apesar de serem vampiros, já os queria bem antes de ser uma vampira também e isso não mudou, pelo contrário ficou mais forte depois da mudança.

Ou eram eles ou nós que morreríamos. Não havia solução pacífica intermediaria. Eles - os Volturi - vieram com o propósito de matar Bella se ela ainda fosse humana e isso os Cullen não permitiriam. Eu não digo que estavam errados, era o certo a se fazer na época, pois Bella era (e ainda é e para sempre será) parte da família, ela era a parceira de Edward e no futuro ela acabou retribuindo o favor protegendo os Cullen dos Volturi - me controlo para não tremer ao pensar neles. É assim que eles mantêm os imortais, os vampiros (inteligentes ou que não querem ‘morrer’) os temem e tremem ao ouvirem seu nome.

— Porque eles poderiam ter vencido se ele estivesse junto?

— Fred tem um dom. Você não sabe por que ele certamente não usou em você. É um dom impossível de não perceber .

Não sei por que, mas o dom que me vem a mente é o poder de Jane de provocar uma sensação de dor imaginária. Não real, mas incapacitante.

— Ele pode fazer o quê? – Fazer você se apaixonar? Penso com sarcasmo.

— Não – responde Edward ao meu pensamento.– Ele de certa forma faz algo parecido com o dom de Jane, como você imaginou. Ele pode fazer você sentir repulsa, vontade de não se aproximar dele. Ele repele as pessoas. O oposto do seu outro pensamento.

Ele me expôs, mais uma vez eu iria corar. Tenho que me lembrar que ninguém ouviu o que eu disse na minha cabeça a não ser meu irmão e não preciso ficar envergonhada, pois ele não revelou exatamente a palavra que eu imaginei. E se eu ficasse constrangida, ninguém perceberia porque eu não ficaria com o rosto vermelho.

Mas eu estou sentindo algo por ele, mas não é aversão. Como se ele me atraísse e não repelisse. Talvez porque eu esteja distante dele e longe de sua influência. O efeito inverso do que meu irmão disse que ele é capaz de fazer. Talvez seja apenas curiosidade da minha parte com o desconhecido.

— Mas ele não tem os olhos vermelhos como os nômades geralmente têm? Ao menos os que eu conheço - digo.

— Ele não é mesmo um nômade comum. Fred nos conheceu alguns meses mais tarde depois de ter fugido do exército e Carlisle lhe ensinou como era nosso estilo de vida. Ele sempre teve curiosidade em saber sobre nós mesmo antes de nos conhecer. Ele ouvia o que Riley dizia sobre 'os olhos amarelos' e queria saber como conseguíamos refrear a sede por sangue humano e nos controlar para beber apenas sangue animal.

Ele queria aprender a viver sem machucar seres humanos, estava cansado de viver matando pessoas. Queria algo diferente.

Fred é um cientista assim como nosso pai. Ele estava numa viagem pela costa para estudar a fauna marinha quando foi atacado. Mesmo depois de ter recusado a proposta de Riley este o atacou e levou até Victoria que o transformou.'

— Coitado! Assim como papai e Jasper ele foi atacado! - sinto compaixão por ele.

— Está com peninha dele, irmã – Emmett não consegue segurar a gargalhada que faz tremer a base da casa.

— Estou – digo alheia ao que ele está pensando. – Ele não queria, mas assim como papai está fazendo o melhor que pode com o que tem - defendo Fred sem pensar.

— Ela está apaixonada! – Emmett quase rola no chão.

— Não! – minha negação rápida deixa meu irmão ainda mais convicto.

— Logo teremos outro casamento!

— Eu gosto da ideia – diz Alice.

Será que ela já está vendo isso no futuro? Mas eu ainda nem conheci Fred. E será que ele vai me querer? Eu ainda tenho um problema de auto-estima e tenho medo de ser rejeitada. Eu não sei como é namorar, eu nunca namorei enquanto ainda era humana.

— Hummm, pelo jeito a maninha é virgem ainda – comenta Emmett.

Sim, é verdade; eu ainda sou virgem, mas por pouco não aconteceu comigo o que aconteceu com Rosalie. Mamãe me salvou.

Image 2

Carlisle resolve interferir:

— EMMETT!

— Uh! Ela não sabe se defender sozinha tem que vir o papai socorrê-la.

— Emmett, irmão você está indo longe demais – alerta Edward.

— É, você está passando do limite – digo.

— Respeite ao menos nosso pai – intervém Alice.

— Já chega, esse assunto acaba aqui – ordena Carlisle em voz autoritária. Ele raramente utiliza esse tom de voz, pois somos todos adultos – eu ainda não, mas eu me incluo.

Eu ainda nem vi Frederick como posso estar sentindo algo por ele? Sim, eu sinto simpatia e compaixão por ele, mas por enquanto é apenas isso. Será algo mais, só Deus sabe. Quer dizer, se minha irmã Alice já viu e meu irmão Edward também ficou sabendo no instante em que ela previu.

Mas a decisão não é apenas minha, é de Fred também. E se ele já for comprometido? Eu nunca pensei em encontrar um parceiro e ainda nem estou pensando nisso, só estou curiosa para conhecê-lo. Ele é amigo da família então eu preciso conhecê-lo. Não é obrigatório que fiquemos juntos. É muita pressão em cima de nós dois. Argh!

E além do mais se acontecer de namorarmos que mal tem isso? Será problema nenhum. Cabe aos nossos pais aprovar nosso relacionamento se nós dois tivermos afinidade e formos almas-gêmeas, tivermos nascido um para o outro.

...XXX...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aurora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.