Aurora escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 16
Capítulo 140




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Capítulo 140

Mais tarde eu procuro meus irmãos para me desculpar. Eu sempre me senti mal por ouvir mais do que geralmente as pessoas ouvem e agora que sou uma vampira ouço ainda melhor. Antes que eu bata na porta, Alice já me convida para entrar:

— Pode entrar irmã.

Eu estava preocupada se estaria atrapalhando alguma coisa, mas se meus irmãos estivessem fazendo algo mais íntimo eu ouviria e não iria perturbá-los. Deixaria para amanhã o que quero falar; ninguém iria morrer se eu não falasse. Eu também não iria conseguir dormir com a consciência pesada, mas ainda bem que vampiros não dormem então não teria problema esperar mais algumas horas. Eu iria ficar ansiosa, mas teria que esperar.

Abro a porta devagar ainda com receio. Alice e Jasper estão sentados assistindo um filme.

— Desculpe, eu não queria atrapalhar – digo um pouco envergonhada.

— Tudo bem, eu sabia que você viria – ela pega o controle remoto na mesa ao lado e pausa o filme.

— Eu só queria dizer que... Eu só queria pedir desculpas pelo que houve.

Eu não consigo evitar me sentir culpada pelo que aconteceu. Papai não foi rude com meus irmãos, mas eu não queria que eles tivessem levado uma bronca por minha causa. Eles não fizeram de propósito, eu é que sou sensível demais.

— Tudo bem Carol – diz Jasper. – Não precisa se sentir assim.

É claro que ele sabe exatamente como eu estou. Eu não sei o que há comigo, eu não suporto ver alguém sofrer sabendo que eu sou culpada. Mesmo que meus irmãos fizeram isso comigo quando eu era humana e não sentiam remorso nenhum, eu não sou igual eles; não aguento. Minha consciência não fica em paz enquanto eu não me redimir de algum jeito.

— A culpa não foi sua, querida. Nós deveríamos ter mais cuidado – diz Alice. – Eu não previ. Foi muito rápido. Mesmo se não pudesse prever isso, não deveria ter falado sobre os Volturi perto de você. Sabemos que você pode ser acusada, sabíamos desde que você e nossos pais voltaram do Brasil. Foi erro nosso, você não precisa se desculpar.

— Eu sou muito sensível, não deveria ser assim.

Por isso eu consigo ver as auras das pessoas. Todos nós vampiros podemos; não é uma característica exclusiva minha.

— Tudo bem querida, não há nada errado com você. Você é um anjo. Era incompreendida quando humana, mas agora vamos entendê-la como merece.

— Carlisle não brigou conosco como você teme, não se preocupe. Nós estamos na família a muito mais tempo que você e sabemos como funciona – diz Jasper.

— Está tudo bem mesmo?

— Sim, querida; não se preocupe mais.

— Ok, boa noite – digo antes de sair do quarto de meus irmãos.

Mamãe vem subindo e ao me ver me chama para irmos para meu quarto. Ela estava preparando jantar para Renesmee e Jacob e adorando os bisnetos – quem diria! Esme jamais pensou que seria avó e muito menos bisavó. Ela tem idade para ser minha tetravó, mas é minha mãe. De certa forma a nossa avó é nossa mãe também.

Chegamos ao meu aposento e nos aconchegamos na cama. Eu ainda gosto de deitar em seu colo mesmo que eu não possa mais adormecer. Eu me sinto bem em seus braços. É assim quando papai vai trabalhar no turno da noite eu faço companhia para mamãe. Se Esme desconfiou de alguma coisa ao me ver saindo do quarto de meus irmãos não disse nada, mas também pode ser que ela tenha ouvido a conversa entre nós.

Agora eu percebo que nós vampiros podemos sentir o toque um do outro, então provavelmente mamãe sente quando papai a acaricia.

My beautiful Carol, I love you so much! My little Angel!— ela sussurra enquanto afaga meus cabelos.

Isso me faz ter certeza de que ela ouviu mesmo estando no andar de baixo, na cozinha, e ficou ainda mais admirada por mim.

I love you too Mom!— ela sabe que eu a amo mais do que tudo e continua me acariciando.

Ficamos assim abraçadas durante a noite inteira, só levantando quando a primeira claridade do dia aparece através da janela sobre as montanhas.

...XXX...

 

24 de agosto de 2018

Levanto quando Esme fica em pé.

— Será que algum dia vamos voltar para Forks?

— Daqui a alguns anos filha.

— Parece que Renesmee e Bella não gostaram muito de mudar agora. Charlie não vai viver para sempre e elas não querem ir para longe dele.

— Ainda estamos perto de nossa antiga casa, elas podem ir para Forks quando quiserem.

— Poderíamos morar no meio da floresta sem ninguém saber de nossa existência.

— Vou falar com seu pai, ele sabe o que é melhor para nós. Mas não acho que aqui estamos tão mal.

— Não, mãe. Eu não tenho nada contra. Por mim podemos ficar onde for preciso.

— Então porque você está me pedindo para voltar? Não entendo.

— Não é por mim, mãe. Renesmee jamais teria coragem de falar e como eu sou próxima ao papai ela pediu para mim. Bem, não exatamente, ela apenas me mostrou que já estava com saudades de lá. Acho que não só ela, mas Bella também e Jacob. Meu irmão deve estar sofrendo ao ver a esposa e a filha tristes.

— Edward não disse nada.

— Ele é muito cavalheiro para fazer isso, não quer ter que pedir ao pai algo que pode não convir. Mas ao mesmo tempo ele não quer decepcionar a esposa e a filha.

— Porque ela pediu para você não para o pai. Ou ela mesma poderia falar com meu marido. Ele não é inacessível. Edward está na família mais tempo do que você e mais tempo até mesmo do que eu.

— Não sei porque minha sobrinha achou que eu seria melhor para pedir algo ao meu pai do que meu irmão. Eu posso ser a filha mais nova, mas Edward é o primeiro filho.

— Vou comunicar meu marido e discutiremos isso mais tarde.

...XXX...

 

Eu e mamãe ficamos no quarto dela esperando por papai. Eu não poderia deixá-la ‘enfrentar’ ele sozinha. Sei que Esme não corria nenhum perigo, pois Carlisle é muito gentil, mas eu não queria abandoná-la sendo que o pedido foi feito para mim e não para ela. É como se eu passasse a responsabilidade adiante. Se minha sobrinha quisesse envolver a avó, teria pedido direto para ela.

Mas talvez Renesmee soubesse que eu iria tomar esse atalho para chegar até meu pai. Eu sei que ele permitiria que eu falasse abertamente com ele, sem ter que recorrer á ajuda de mamãe, mas eu ainda tenho recordações difíceis do relacionamento com meu pai humano que irão demorar a ser superadas. Mas Carlisle é paciente e sabe respeitar minhas limitações. Ele é um pai de verdade, que merece ser chamado de papai.

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Quando Carlisle chegou deixou a mala no escritório e depois veio ao nosso encontro no quarto. Deu um beijo em mamãe e depois em minha testa.

Esme assume a dianteira e levanta o assunto:

— Querido, nossa filha me disse ontem que nossa neta quer voltar para Forks. Acho que ao menos enquanto Charlie está vivo não podemos simplesmente deixá-lo. Sei que Bella sente falta do pai e Edward também sofre por ver a esposa e a filha tristes.

— Eles sabem que podem ir quando quiserem. Se quiserem ir todos os dias podem ir.

— E se nós morássemos no meio da floresta onde ninguém pudesse nos ver, papai? – intervenho.

— Não é tão simples, querida. Temos que voltar, construir outra casa.

— Talvez possamos usar nossa antiga casa, o mato já deve ter crescido em volta. O clima de lá ajuda.

— Sweetie não somos selvagens para morar no meio do mato – Esme diz.

Mamãe deve se lembrar do que o vovô disse para ela quando ela propôs a mesma coisa no século passado.

— Mãe, não estamos mais em 1900. Podemos morar lá ou se quiserem construir outra casa para nós tudo bem, só porque moramos no meio da floresta não quer dizer que seremos incivilizados.

— Tudo bem filha, no final de semana que vem vamos ver como está nossa casa. E se der mudamos para lá. Vou continuar trabalhando aqui em Vancouver mesmo morando em Forks.

— Papai, não quero deixar as coisas difíceis para você.

Carlisle afaga o topo da minha cabeça:

— Não vai ser problema para mim, filha. Não se preocupe comigo.

— Obrigada papai. Por Renesmee também e por meus irmãos.

— O que me faz pensar porque eles não vieram me pedir?

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— Você não inventou tudo isso para ocultar que é você quem quer que voltemos a Forks, não é querida?

— Não, acho que não – respondo em dúuvida.

Será que minha sobrinha só me mostrou o que eu queria ver? Não acredito, ela me mostrou lugares em que eu não estive. Pode ser, pois ela fez a própria mãe acreditar que estava esperando um menino, como era vontade de Bella.

— Não teria problema se você pedisse para voltar, criança.

— Não sei mais, estou em dúvida será que Renesmee só me mostrou o que eu queria ver? – olho para mamãe.

— É possível darling — Esme responde.

— Humm – eu fico pensativa.

— De qualquer forma vamos ver se podemos nos arranjar lá. Afinal somos o clã de Olympic então temos que ficar lá.

Papai falando em clã. Nós somos uma família não só um clã.

—Somos a família Cullen, podemos morar onde quisermos, querido.

— É claro, querida.

...XXX...

 

Realmente quando fomos até nossa casa em Forks, o mato tomou conta da entrada da rodovia. Mas isso não importa vamos deixar assim mesmo, pois não queremos chamar a tenção. Viveremos aqui como se não tivesse ninguém morando nessa casa. A floresta ajuda a ocultar a casa e não precisamos acender luzes para enxergar. Viveremos aqui, mas sem levantar suspeita de ninguém. Totalmente ocultos como devem se manter os vampiros não vegetarianos.

...XXX...

 

Image 3

Construímos outra casa para Jacob e Renesmee. Por enquanto eles moravam conosco, mas Jacob não gostava disso. O cheiro era quase insuportável. Ele resistia por causa da esposa e dos filhos. O chalé era muito pequeno, por isso os dois tinham que ficar na casa grande.

Jacob também ajudou a fazer a própria casa e por isso o cheiro não ficou muito tempo. É como o cheiro de tinta que logo foi dissipado e não atrapalhou por muito tempo.

...XXX...


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