A Clínica dos Poderes Disformes escrita por Pamisa Chan
Notas iniciais do capítulo
Oi galerissss quase não postei hoje :v Tava com um bloqueio criativo ;-; Então, se tiverem mais ideias pros próximos cap, mandem aí!
No capítulo anterior, todos os pacientes uniram forças pra impedir a Kate de ser demitida.
Enquanto os demais pacientes estavam no andar de baixo almoçando, a senhora Hipkins guiou Kate, Christine e Kiara, que ainda estava numa cadeira de rodas, para a ala de reclusão feminina. Ao chegarem na porta do quarto onde Sophie estava, as garotas olharam pela janela e viram a jovem furiosa. Ela gritava enquanto tentava soltar raios de gelo, mas sem resultado. Suas palavras eram inaudíveis porque o quarto possuía isolamento acústico, porém era possível ler em seus lábios frases como "Me tirem daqui" e "Eu odeio esse lugar".
— Ela não consegue usar os poderes? — Kaitlin perguntou intrigada com a cena que estava vendo.
— As salas possuem uma tecnologia neutralizadora de poderes que pode ser ativada ou desativada.
— Se existe uma tecnologia que neutraliza poderes, por que não usam nos pacientes da clínica?
— Que pergunta idiota! Como você se sentiria se tirassem seus poderes...? — Kiara retrucou imediatamente e depois parou para refletir no que acabara de dizer — Ah é... Desculpe. — Ela se sentiu envergonhada.
— Tudo bem... Eu não ligo. — Kate respondeu colocando a mão atrás da nuca, com um sorriso torto.
— Neutralizar poderes sem que estes estejam apresentando risco para a pessoa ou para terceiros é uma violação dos direitos humanos, embora esse assunto seja bem polêmico e controverso. — A senhora Hipkins explicou.
— Eu gostaria que legalizassem a neutralização de poderes... — Christine comentou com um suspiro.
— Eu não! A gente nasceu assim e é um processo invasivo! Nossos poderes são nossa identidade!
— Acho que as pessoas deviam poder escolher o que elas acham melhor... Mas eu posso dizer que não ter poderes é uma droga! Eu tenho 25 anos e sou sustentada pelos meus pais porque não consigo emprego... As pessoas fazem perguntas indiscretas, nos olham como se fôssemos aberrações... Por isso que gosto daqueles filmes de ficção onde o mundo é feito de pessoas sem poderes e os poderosos que são diferentes!
— Eu acho esses filmes uma idiotice... — Kiara rolou os olhos.
De repente as garotas perceberam um barulho vindo da porta. Quando voltaram sua atenção naquela direção viram que Sophie estava ali as encarando e batendo na porta, gritando alguma coisa ininteligível. Ela não tinha mais uma expressão revoltada em seu rosto, mas sim parecia desesperada, querendo que abrissem a porta. A senhora Hipkins então pediu para que as três garotas se afastassem e usou seus poderes para abrir a porta e imobilizar a garota com poderes de gelo.
— Me deixa falar com elas, Bertha! — Sophie pediu em um tom mais gentil do que de costume.
A enfermeira chefe então pediu para que as garotas entrassem no quarto e trancou a porta, as deixando a sós. Só então ela parou de usar seus poderes em Sophie, que imediatamente correu e abraçou a colega na cadeira de rodas.
— Borracha! Me desculpa — ela começou a chorar — Eu não queria te machucar! É que esse lugar me faz tão mal que eu acabo descontando nos outros... Me perdoa! Você tá bem? — Ela terminou o abraço e ficou agachada de frente com a mulher elástica, a olhando nos olhos.
— Tudo bem, Gelo. Só tente ser mais paciente e grata pela vida que você tem. Seus pais são quiseram te cuidar mas nós te acolhemos e é isso que importa, não?
— É, a gente tá aqui pra você... Somos uma família! — Christine acrescentou com um sorriso caloroso.
— Você tem muita sorte de ter esse pessoal na sua vida... — Kate disse — Cada uma das pessoas nessa clínica é incrível. Eu ficaria muito feliz de ser considerada parte dessa família.
— Se você soubesse tudo que a gente passou pra chegar até vocês e convencer a senhora Hipkins de não te demitir, você teria certeza que já é parte da família! — Christine falou com um sorriso que fez os olhos de Kate marejarem.
— Eu não sei nem o que dizer... — Ela sorriu e as quatro compartilharam um abraço, sendo que a cabeça de Chris atravessou as amigas.
— Sabe... Uma das coisas que eu mais sinto falta de quando meus poderes ainda funcionavam era poder tocar as pessoas. Agora tudo que eu consigo "tocar" é com o imperânio... Então... bem, eu não sinto mais nada.
— E mesmo assim você não pode entrar na justiça pra neutralizar seus poderes? — Kate perguntou compadecida.
— Bom, talvez eu poderia, mas com certeza seria um processo muito burocrático e absurdamente caro. E, bom... —Ela olhou para todos os lados e começou a sussurrar — Fica entre nós, por favor! Mas... eu já tentei neutralizar meus poderes uma vez. Mas não funcionou direito e eu passei mal por vários dias.
— O quê?! — Kiara não conseguiu conter seu choque, mas depois começou a falar de forma discreta — Onde você conseguiu isso?!
— Eu tenho meus contatos... — Sophie respondeu estufando o peito, deixando evidente que foi ela que conseguiu isso para a amiga.
— Contatos criminosos, você quer dizer, né?! — A garota elástica retrucou indignada. — Chris, eu nunca imaginei que você seria capaz de uma coisa dessas!
— Vamos ter um pouco de empatia? A gente não sabe o que é não ser capaz de sentir o toque de ninguém! Então a gente não tem o direito de julgar! — Kate falou se esforçando para não soar agressiva.
— A novata tem razão, Borracha. — Sophie concordou, com os braços cruzados.
Antes que Kiara pudesse contra-argumentar, uma enfermeira abriu a porta trazendo uma bandeja com quatro pratos de comida. Ela cuidadosamente entregou um para cada garota, além dos talheres e copos.
— Sério? Eu não posso sair daqui nem pra almoçar?! — Sophie se revoltou, voltando ao seu jeito de sempre.
— Negativo, senhorita Weinhart. E lembre-se que não era nem para as suas amigas estarem aqui. Então contente-se com isso. Se você se comportar, vai poder sair à tarde.
Depois que a enfermeira saiu dali e fechou a porta, Sophie deixou um xingamento escapar por entre seus dentes. Ela se sentou no chão, Kate e Christine sentaram na cama e as quatro começaram a comer.
No refeitório, os pacientes comentavam sobre o ocorrido.
— Aquilo foi incrível! — Cherrie falou orgulhosa — A gente arrasou!
— Até a Felicia ajudou... — Lily falou com um sorriso debochado.
— Eu fiz isso por vocês! — A garota se defendeu.
— Você foi incrível, Fe! — Mel elogiou — Nossos esforços valeram a pena!
— Aliás, a Riley gritando pra espantar os enfermeiros foi algo... interessante. — Mary falou enquanto lambia as patas.
— OBRIG...
— Come sua comida, Riley. — Cherrie interrompeu, como sempre.
— A melhor parte foi a Julia tirando a roupa pra fugir sem ser notada! — Wayne gritou da outra mesa, fazendo a maioria rir.
— E o Jason se teleportando do nada?! — Kyle gargalhou e ergueu a mão para dar um tapa amigável no ombro do amigo.
— Kilo, não! — Jeremy gritou no ouvido do amigo ao perceber o que ele estava prestes a fazer — Tá querendo que o cara perca outro membro?!
— Foi mal... — Kyle parou e coçou a cabeça, envergonhado.
— Gente, não vamos esquecer dos movimentos de mestre do Sereio aqui ensopando o Sisi! — Wayne falou com a cabeça erguida e um sorriso arrogante.
— Ei! — O enfermeiro em questão gritou do outro lado do refeitório.
— Eu não acredito que você deixou tudo isso acontecer! — Uma enfermeira se indignou.
— Seria mais fácil se a senhorita ali tivesse me ajudado em vez de correr atrás de uma paciente invisível despida! — Ele falou olhando para a enfermeira Sarah, que colocou seus talheres na mesa e o encarou de volta.
— Claro, até porque é muito fácil cuidar de 20 pessoas sozinha!
— Na verdade estávamos em 15 — Sean corrigiu do outro lado do refeitório.
— Querida, você já viu o tamanho dessa cidade? — Mary se manifestou de seu lugar — Nada funciona extraordinariamente aqui. Ninguém vai nem se importar com o que aconteceu!
— É, talvez o chefe leve isso em conta e não demita vocês dois! — Julia acrescentou, fazendo Sarah e Simon arregalarem os olhos e engasgarem com a comida.
— Eu ainda acho que a gente vai ter problemas por causa disso... — Felicia falou apreensiva com uma voz chorosa.
— Eles tem a obrigação de vigiar a gente, já que nós somos potencialmente "perigosos" para a sociedade e somos considerados "doentes" — Lilian respondeu fazendo aspas com as mãos. — Então se alguém vai ter problemas não somos nós.
— É, mas quando a gente não se comporta a gente sofre as consequências! — A telepata respondeu preocupada.
De repente, uma pessoa desconhecida para a maioria dos pacientes entrou no refeitório. Era um homem num terno preto que aparentava ter um pouco mais de 50 anos. Sua feição séria intimidava a todos, principalmente os que já o conheciam. Num tom firme em alto e bom som, com uma perfeita dicção, ele anunciou:
— Depois do almoço, eu quero todos os pacientes no espaço de convivência. Eu vou conversar com vocês.
Após suas palavras, ele simplesmente se virou e saiu, deixando os rostos confusos e ansiosos para trás. Alguns segundos depois de sua partida, um burburinho começou no ambiente.
— Quem é ele? — Vários pacientes e até mesmo alguns funcionários mais recentes na clínica perguntaram.
— Não sei quem é, mas não é um coroa de se desperdiçar, viu? — Cherrie falou com o cotovelo apoiado na mesa e a bochecha recostada na mão e um sorriso abobalhado, levando em seguida uma cotovelada de Riley.
— Ele é o chefe! — Julia revelou com um ar de obviedade.
—Não brinca?! O cara nunca deu as caras por aqui! — A garota superveloz lembrou surpresa.
— Hoje deve ser um dia importante... — Lilian falou com o mínimo de animação. — Nas minhas décadas aqui consigo contar nos dedos quantas vezes já vi ele.
— Pois é. — Mary concordou, sendo também uma das pacientes que estava na clínica havia mais tempo. — E devo dizer que ele envelheceu bem, mas era ainda mais gracioso quando tinha seus 30 anos.
— Bichana falando de homens? Taí outra coisa que não se vê todo dia... — Cherrie riu e continuou olhando para o além com seu sorriso bobo.
— É, eu não esperava um comentário tão fútil vindo de você, Gata. — Lily falou com uma careta de nojo.
— Podemos parar com essa conversa idiota e nos concentrar no fato de que o chefe quer conversar com a gente?! Pessoalmente? A gente vai ser ser expulso daqui! Ou trancados na reclusão até o Vovô nascer! — Felicia falou com os olhos arregalados e as mãos na cabeça, que balançava freneticamente.
— Peraí, o que vai acontecer quando chegarmos no ano em que o Herbert nasce?! — Wayne perguntou com a sobrancelha arqueada.
— Vamos parar com as perguntas difíceis, não queremos o Cabeça dando pane de novo! — Kyle falou enquanto tapava os ouvidos do amigo superinteligente.
— Isso não importa! A gente tá perdido! — Felicia começou a chorar e a se balançar para frente e para trás incansavelmente.
— Tá tudo bem, Fe! Ele só quer conversar! Não adianta a gente sofrer por antecipação! — Mel falou enquanto abraçava a amiga e dava tapinhas no topo da cabeça dela.
— "Se alguém vai ter problemas, não seremos nós" — Sarah olhou para os pacientes com um sorriso sarcástico e desafiador.
— Uau, Sarah! Quanta sensibilidade para com uma paciente tendo um colapso mental. — Mary retribuiu o comentário com sua ironia elegante de sempre.
De repente, o homem elegante apareceu na porta novamente e acrescentou:
— Ah, e enfermeiros, estejam na sala de reunião às 15 horas. Eu quero discutir alguns assuntos. — Ele disse e logo se retirou.
— Parece que não vamos nos lascar sozinhos... — Cherrie olhou de canto com um sorriso de deboche para Sarah.
Depois do almoço, todos os pacientes que estavam no refeitório se dirigiram ao espaço de convivência.
— Eu tô com medo... — Felicia falou preocupada.
— Tá tudo bem, Fe! — Mel respondeu enquanto levitava sobre os degraus.
— Não é como se fossem expulsar a gente daqui... — Cherrie tentou parecer inabalável mas seu coração estava acelerado e seu estômago embrulhado em ansiedade.
— É, o máximo que pode acontecer é sermos enviados todos pra reclusão... — Mary falou enquanto passava por entre as pernas das garotas, totalmente despreocupada.
— Será que não vai sobrar nada pra Fantasma? Foi ela que abriu a porta bloqueada! — Cherrie começou a deixar seu desespero transparecer.
— Relaxa, Flecha! — Wayne falou com seu sorriso de canto como sempre — Quer um pouco de água pra acalmar?
— Eu tô calma! — Ela franziu o cenho.
Ao chegarem no andar de cima, os pacientes se encontraram com Kiara, Christine, Sophie e Kate sentadas no sofá de canto do espaço de convivência. A maioria foi até elas para ver como estavam Kiara e Sophie.
— Eu tô melhor, gente, tá tudo bem... — Kiara respondeu e agradeceu a preocupação.
— E deixaram você sair da reclusão? — Perguntaram para Sophie.
— Sim, o tiozão quer falar comigo também! — Ela se referiu ao dono da Clínica, com os braços cruzados e expressão de desprezo.
— Então vai sobrar pra todo mundo mesmo... — Cherrie falou entre os dentes.
— Estão todos aqui? — O homem de repente apareceu pela porta da enfermaria, fazendo todos ficarem em silêncio e o encararem. — É, parece que sim. — Ele apontou para os assentos na sala indicando que todos se sentassem e foi o que os pacientes fizeram.
Em seguida, ele colocou as mãos atrás das costas e começou a andar de um lado para o outro com o peito estufado, pensando em como começar seu discurso.
— Percebo que alguns de vocês não me conhecem. Eu sou John Novander, o fundador desta clínica e de outras instituições para disforme-poderosos desta cidade, como a Creche para Disforme-Poderosos e o Colégio para Disforme-Poderosos. O motivo para eu raramente aparecer por aqui é que eu preciso administrar todos esses lugares e diferente da minha secretária, eu não tenho poder de multi-tarefas. — Ele sorriu mas todos continuaram a o encarar sérios, fazendo-o desmanchar o sorriso — Talvez vocês estejam se perguntando porque eu apareci aqui hoje. Ou talvez vocês saibam exatamente porque estou aqui.
— Você tá aqui pra dizer o quanto somos pacientes maravilhosos e merecemos elogios, né? — Wayne falou com os braços largados no encosto do sofá.
— Deixa de ser imbecil, ele veio aqui pra dar uma dura na gente! — Sophie respondeu revirando os olhos.
— Não é bem assim! — John explicou — Na verdade, primeiramente eu gostaria de saber de vocês. Quem participou no plano de entrar na enfermaria? Levantem a mão.
— Plano? Do que você tá falando, cara? — Sophie interrogou.
— Acho que você deveria ter um pouco mais de respeito com os mais velhos, senhorita...
— Sophie.
— Weinhart, senhor. É Sophie Weinhart! — Christine acrescentou com um sorriso envergonhado e depois murmurou para a amiga — Se eu não atravessasse as coisas te daria uma cotovelada agora!
— Eles se juntaram pra entrar na enfermaria pra bisbilhotar a conversa da Bertha com a Kate... — Mary, que estava deitada no braço do sofá, respondeu.
— Eles?! Você tava junto! — Cherrie acusou.
— Silêncio! — O chefe ordenou sério — Apenas levantem as mãos, por favor.
Os que levantaram as mãos foram Christine, Edgar, Sean, Wayne, um dos Shane, Kyle, Jeremy, Riley, Julia e Lilian. Cherrie ficou emburrada com os braços cruzados.
— Vocês que ergueram as mãos... — John Novander começou a falar, fazendo todos ficarem nervosos — Obrigado pela sinceridade. A coragem de assumir seus atos é uma grande virtude e demonstra seu grande caráter. Mas eu sei que todos vocês, com exceção da senhorita Weinhart que estava na reclusão, fizeram parte do plano.
— Se essa gata falou que não participou eu também não participei! — Cherrie respondeu com o cenho franzido.
— Então diga o que eu fiz para contribuir com o plano, querida. — A felina retrucou.
— O pintor de rodapé aqui também não contribuiu em nada, mas ele ergueu a mão mesmo assim, porque tava junto. — Kyle argumentou.
— Diz o cara que queria derrubar a parede da enfermaria... — O pequeno retribuiu a provocação com um sorriso desafiador.
— Eu fiquei com medo! — Felicia respondeu encolhida enquanto chorava de desespero. — Desculpa, desculpa!
— E você não sabia o que ele tava pensando? — Lily questionou.
— Não... É como se ele não estivesse pensando nada...
— Por que você não levantou a mão, imprestável? — Shane perguntou para o outro.
— Vou saber o que ele ia fazer com quem levantasse a mão? — O clone respondeu com os braços cruzados.
— E você, cremador? — Jeremy perguntou para Richard com uma risadinha.
— Eu não cremei ninguém, cremei?
— Mas ia! — Shane lembrou.
— Você defendeu a Kate na enfermaria! Foi tão meigo! — O rapaz minúsculo riu de novo.
— Ok, chega! — John interrompeu novamente — Olha, é admirável que vocês tenham se juntado por uma causa maior, mas... Por favor, o que é isso?! Esta clínica é só para maiores de idade! Alguns de vocês tem quase ou até mais de 30 anos! Vocês acham que esse é o jeito de resolver as coisas? Fazendo pirraça, fugindo dos enfermeiros, usando seus poderes para invadir uma área restrita? Você, Julia... — Os pacientes olharam surpresos ao ver que ele a chamou pelo primeiro nome — Não aprendeu nada?
A garota invisível não disse nada, mas era perceptível pela posição de sua camiseta que ela estava cabisbaixa, claramente envergonhada.
— Eu gostaria que vocês agissem como os adultos que são. Ninguém aqui é criança!
— Só a Lily... — Wayne falou, fazendo os outros rapazes e algumas garotas rirem.
— Como você é idiota. — A mulher de 43 anos no corpo de 7 respondeu com o cenho franzido.
— O jeito como alguns estão agindo me faz achar que talvez devessem estar no colégio para disforme-poderosos, não numa clínica para adultos!
— Talvez ajudaria se você não tratasse a gente como se isso fosse uma droga de um manicômio! Fala sério, reclusão? Talheres contados? — Sophie argumentou à altura. — Nós temos poderes defeituosos, não transtornos mentais! — A garota olhou para os lados — Pelo menos não todos... — Ela acrescentou em um tom mais baixo.
— É, o Simon tava querendo usar a reclusão como castigo, e não foi a primeira vez que fizeram isso! — Cherrie delatou.
— Eu vou conversar com os funcionários depois. Mas o que diz respeito a vocês é que deveriam repensar suas atitudes. Talvez se agissem civilizadamente não seriam tratados assim. Enfim, era isso que eu queria dizer. Pensem sobre isso. — O chefe finalizou — Senhorita Burns, gostaria que participasse da nossa reunião de funcionários também. — Ele disse e entrou pelas portas da enfermagem.
— Sim, senhor... — Kate foi pega desprevenida pelo pedido e arregalou os olhos.
— Será que os funcionários também vão receber esse discurso vexatório? — Sophie respondeu com os braços cruzados e feição carrancuda.
— É o que eu vou descobrir daqui a pouco... — Kate disse e se levantou, indo em direção ao mesmo lugar onde John havia entrado.
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O que acharam de conhecer o chefe? Será que ele é bom, mau, neutro? Por que será que ele e a Julia tem essa intimidade? Por que a Fe não conseguiu ler a mente dele? Quais os poderes dele? O que acharam do discurso dele mandando a real pra turma? Concordam? Discordam?
Deem dicas pros próximos capítulos kk
Muito obrigada por ler ♥