Um Faraó em minha vida escrita por Iset


Capítulo 15
Uma noite muito louca




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UMA NOITE MUITA LOUCA

Adentraram o banco de trás do sedan preto e espremidos, seguiram pela rua escura. O pavor estampado no rosto de quase todos, já que Tut, parecia satisfeito em não ter que continuar a caminhar a pé e empolgado com o estofamento em vermelho pelúcia do carro da dupla de assaltantes.

一 Vamos morrer, Clay sussurrou baixinho 一 Grande ideia a sua dizer que éramos clientes, agora ao invés de voltarmos sem celular e tênis para casa, vamos ser mortos por uma gangue de traficantes 一 disse a Cris quase como um sussurro.

一 Eles iam atirar na gente 一 a garota retrucou com um sussurro一 E você concordou 一 ela afirmou.

一 Tut, talvez esteja na hora de você usar seu medalhão e tirar a gente daqui 一 sussurrou Clay voltando-se ao faraó.

一 E se os nossos corpos acabarem trocados? 一 Cris arrepiou-se por inteiro.

一 E se nossos corpos acabarem no fundo do rio? 一 retrucou Clay baixinho a garota.

O faraó então pronunciou seu nome e não houve qualquer resposta do medalhão.

一 Que foi? Acabou a bateria? 一 Cris arqueou a sobrancelha.

一 Eu não sei, ele deveria brilhar 一 falou Tut tomando a joia em mãos e tentando mais uma vez 一 Bem que percebi que o azul estava mais brilhante depois que saiu do bebê, acho que ele está cansado.

一 Pedras não cansam! 一 Cris retrucou.

一 Mas ele não é uma pedra, é o olho de Hórus 一 falou balançando a joia.

一 Engraçado que quando é para nos meter em encrenca essa coisa funciona que é uma beleza!

一 Que cordão maneiro 一 o assaltante observou.

一 Eu comprei na loja de bijuterias de cinco dólares 一 Sam se intrometeu no instante que uma Van laranja de serviços de manutenção bateu no parachoque traseiro.

一 Que porra é essa agora?! 一 um dos assaltantes gritou enquanto o outro disparou algumas vezes contra o furgão que se lançava contra eles.

一 Faz alguma coisa Tut一 gritou Sam e ele tomou o amuleto outra vez e nada aconteceu.
Gritaram desesperdaos equanto o furgão batia repetidamente contra eles, fazendo a turma no banco de trás balançar um sobre os outros enquanto gritavam.

一 Nos pneus seu idiota!一 gritou o motorista até que finalmebte o comparça pareceu acertar e o furgão ficou para trás. 一 Todos bem?

一 O que foi aquilo? 一 Clay perguntou.

一 Nao sei não, mas sabe a gente trabalha duro e com isso irritamos muita gente 一 falou o bandido sem dar importancia e Cris puxou a amiga sussurrando algo em seu ouvido.

一 Uma coisa de cada vez Cris 一 Sussurou de volta.

Dirigiram por algumas quadras e pararam em frente a um prédio aparentemente abandonado, porém no seu interior, uma gama de pessoas escutavam música eletrônica alta, dancando, fumando, outros já caídos escorados à parede.

Clay encolheu as mãos junto ao corpo com medo de encostar em algo disposto no corredor de entulhos que levava até uma escada, onde um homem enorme de cabeça raspada e barba espessa fazia a guarda.

一 Adoraria ver um combate corpo a corpo entre este homem e meu general Horemheb, seria épico 一 Tut sussurrou a Sam que voltou o olhar a ele.

一 Tut, eu sei que não entende muita coisa, mas estamos em perigo. Então eu sei que disse para não usar o medalhão nas pessoas, mas agora é necessário 一 ela sussurrou a ele enquanto os dois assaltantes conversavam com o homem enorme.

一 Eu não sei porque ele não está me respondendo, o olho ele é algo vivo entende? Ele ainda é parte de Hórus. Talvez esteja me castigando por ter sido descuidado, os Deuses egípcios são muito temperamentais. Ainda que não estamos lidando com Sekhmet, ela provavelmente teria destruído a humanidade a esta altura 一 o faraó explicou.

一 Subam, o JB tá fora da cidade.

一 Então a gente volta outra hora 一 Cris falou tentando dar a volta e foi impedida por um deles 一 ou não.

一 O sinistro, vai receber vocês.

一 Sinistro? 一 Clay perguntou assustado.

一 Ele mesmo 一 o assaltante sorriu e abriu espaço.

O grupo se entreolhou assustado e Tut sorriu deu dois tapinhas no ombro do homem que fazia a guarda que o encarou confuso.

一 Seria um espetáculo magnífico te ver numa disputa na arena 一 falou ao homem e Sam o puxou.

一 Desculpa, ele tá meio alto 一 ela falou ao homem que enrugou a testa.

Subiram ao segundo andar, e foram conduzidos por um corredor estreito até uma sala, que diferente do resto o prédio, era bem decorada com poltronas, quadros, uma mesa de madeira entalhada, sob a qual havia uma pistola dourada e um vidro de formol já fosco com aparentemente uma mão humana dentro dele.

一 Sinistro, a garotada do JB veio buscar o bagulho 一 falou um outro homem que estava postado a porta.

Os jovens estremeceram por instantes, vendo a grande poltrona giratória, a qual só possibilitava vislumbrar o topo da cabeça do tal sinistro. Cris recuou um passo assustada e instintivamente tomou a mão de Clay que correspondeu ao toque sem pensar nas bactérias.

Tut olhava para os artigos dourados pela sala curioso, mas o que mais lhe chamou a atenção foi a pistola sobre a mesa. A cadeira finalmente virou-se para eles e os três adolescentes trocaram a expressão de medo por surpresa.

一 Peraí, você é o sinistro? 一 Cris perguntou ao perceber a sua frente um jovem de não mais que dezoito anos, cabelos negros, porte atlético, nariz bem talhado e sobrancelhas negras, que facilmente seria confundido com um dos alunos da sua escola.

一 Sou, como vocês trabalham pro meu irmão e eu não os conheço? 一 falou arqueando a sobrancelha e Cris percebeu que ainda segurava a mão de Clay e a soltou imediatamente.

一 Nós somos novos 一 Sam respondeu hesitante.

一 Novos? 一 Ele se levantou e caminhou até a frente da mesa onde recostou-se e tomou a pistola em mãos 一 E de escola ou faculdade são?

一 Priston High School 一 Clay mentiu.

一 Não Clay é Woodbury School! 一 o faraó o corrigiu 一 Tem uma placa grande na frente, não viu? 一 falou e Sinistro sorriu enquanto os jovens voltaram olhares mortais ao faraó 一 O que foi?

一Gostei de você 一 Sinistro falou apontando a arma pro grupo que se abaixou, exceto Tut que não esboçou qualquer reação 一 Olha só, ele não tem medo de levar uma bala no meio da fuça 一 constatou curioso 一 muito interessante.

Sam se levantou ainda assustada e puxou Tut novamente para perto deles.

一 Ele, não sabe o que isso faz. Olha, senhor Sinistro, nós não trabalhamos pro seu irmão, eu tranquei a chave dentro do carro e nós só estávamos no lugar errado, na hora errada e falamos coisas que não devíamos durante o assalto 一 Sam confessou 一 Nós só queremos ir para casa.

一E o que uma galerinha da Woodbury tava fazendo nessa área?

一 Ah! Você não ia acreditar 一 Cris revirou os olhos.

一 Sabe o que eu acho, bonitinha? 一 Ele falou balançando a pistola 一 Acho que o seu grupinho tá tentando nos roubar, aproveitando que meu irmão tá fora, vocês vieram aqui para tentar me enganar, para tentar roubar o nosso bagulho, só que amarelaram. Não acha tripa seca? 一 perguntou ao comparsa que concordou com a cabeça 一 tripa porque não desce lá e manda darem dar uma lição naqueles ladrõezinhos que ajudaram esses playboyzinhos a tentar nos roubar.

一 Não! 一 os três responderam em coro.

一 É sério, foi tudo um engano, a gente não usa drogas, nem nunca experimentou um baseado! Para que íamos roubar 一 Sam gritou aflita.

一 Não é bem assim 一 cris disse.

一 O que? 一 ela se voltou a amiga.

一 Qual é? Eu tenho um irmão universitário que cursa humanas, sei os esconderijos dele e sou curiosa demais para resistir experimentar.

一 Cris! 一 Samantha a repreendeu 一 Porque nunca me contou achei que éramos melhores amigas.

一 Eu só experimentei e você é filha do seu pai, era capaz de contar pros meus pais e pedir para eles me internaram numa clínica de dependentes químicos.

一 Meninas, eu acho melhor deixarem a DR prá depois que não estivermos em risco de vida 一 observou Clay. Viram tripa seca se afastar e fechar a porta e um sorriso realmente sinistro surgir no rosto do jovem traficante.

一 Porque não se sentam? 一 falou.

一 Se matar a gente, a cidade toda vai procurar, vão ficar revoltados, e vão pedir mais policiamento nas ruas, nas escolas e isso vai atrapalhar os seus negócios 一 Clay falou.

一 Eu não vou matar vocês 一 disse e suspiraram aliviados 一 mas meu irmão vai. Nada pessoal, é gerenciamento de negócios, se alguém tenta te enganar você mata. Impõe respeito.

 


一 Não estávamos tentando te roubar! 一 Sam falou.

一 Eu sei. Vocês não tem cara de serem espertos o suficiente para isso.

一 Olha aqui... 一 Cris começou a falar e Sam a cutucou e a interrompeu.

一Então?!

一 Mas entre o que eu sei e o que eu vou contar pro meu irmão, existe muita disparidade. E essa diferença se reflete, no que vocês podem fazer por mim 一 Ele sorriu tirando um canivete do bolso.

一 Não vamos matar ninguém 一 Cris falou.

一 Eu posso matar 一 Tut levantou a mão e levou uma cotovelada de Sam 一 Não seria a primeira vez, um faraó tem que fazer coisas difíceis às vezes 一 ele disse.

一 Não vai ter que matar ninguém 一 o garoto franziu a testa ao olhar para Tut 一 Eu preciso levar um pacote a Santa Bárbara, só que digamos que, existe uma gangue que tá tentando exterminar a minha família por conta de rixa do passado. Então, meu irmão tá fora da cidade, para tentar fazer acordos com outras gangues e virar o jogo e eu não posso sair desse lugar sem correr o risco de levar um tiro na testa. Então, vocês com essas carinhas inocentes vão me ajudar a ir até lá.

一 E porque não pede pros seus homens armados?

一 Porque eles obedecem ao meu irmão, e ele não quer que eu faça isso.

一 Basicamente quer usar a gente de escudo humano. 一 Clay arqueou a sobrancelha

一 Não, porque nunca na vida alguém vai desconfiar que o Sinistro tá andando com um bando de criancinhas, é perfeito. Vocês me levam até Santa Bárbara e eu não conto pro meu irmão que tentaram roubá-lo e ele não vai encher vocês de tiro.

一 Seu chantagista filho da 一 Sam fechou a boca de Cris.

一 Dou cinco minutos para pensarem, e depois eu chamo o Tripa Seca. Tic tac.

Se reuniram os quatro e tiveram uma breve discussão sobre o quão sensato seria aceitar a proposta, mas dadas as opções, pelo menos ganhariam tempo para tentar sair de toda aquela confusão.

一 Certo, a gente te leva a Santa Bárbara 一 Sam anunciou e o rapaz sorriu.

一 Escolheram bem, agora só façam parte do Show.

Sinistro desceu com os jovens e a pistola em punho, pelas escadas dos fundos onde outro segurança com enormes correntes douradas e anéis em todos os dedos fazia a guarda.

一 Vai aonde? Seu irmão disse para ficar aqui até ele voltar 一 o guarda falou e Tut tentou se aproximar dele mas foi puxado pelos amigos para trás.

一Vou dar uma festinha em casa com meus novos amigos falou colocando os braços sobre os ombros de Tut e samantha.

一 De, aqui ué, é só dizer o que quer que a gente peega para você.

一 É uma festinha particular 一 falou Sinistro dando uma piscadela.

一Não quero me encrencar com o JB 一 o homem respondeu.

一 Não vai se encrencar se ele não saber 一respondeu o garoto

一 Tâ bem, mas fica esperto e não sai da casa 一 instruiu o homem e saíram pela porta dos fundos, onde Sinistro levou - os até um conversível vermelho intenso com volante dourado que fez Tut ficar boquiaberto.

一 Gosto desse lugar, as pessoas realmente sabem como se apresentar 一 falou passando os dedos pelo capo.

一 É do meu irmão. 一 entrem.

一 Não vamos nesse carro né?

一 Porque não?

一 Porque não há nada nele que não grite gangster suburbano 一 Clay observou.

一 Tá me ofendendo é?

一 Não, mas não vamos sair do bairro num carro discreto deste sem sermos parados pela polícia ou pelos outros gangsters que querem te matar! 一 exclamou Clay 一 Eu só queria tirar fotos de uma múmia famosa, porque diabos eu fui parar no meio de uma briga de gangues?! 一 Desabafou nervoso e Tut colocou a mão sobre seu ombro.

一 Sabe que eu pensei o mesmo, eu só era um menino, um filho de uma esposa menos importante e de repente me deram uma coroa, uma esposa e pilha de problemas 一 falou e Clay voltou um olhar furioso a ele 一 Não me olhe como se quisesse me matar, eu estava quietinho há mais de três mil anos, foram vocês que meteram as mãos onde não deviam 一 se defendeu o faraó.

一 Do que diabos vocês estão falando? 一 Sinistro questionou inquieto.

一Você não vai querer saber 一 Cris falou.

一É acho que não quero, já tenho meus próprios problemas.

一 É, que a gente tá sendo obrigado a resolver 一 a garota retrucou.

一 Cris ele tem uma arma, então pega leve. 一 Sam instruiu baixinho a amiga一 Eu tenho uma minivan. Está com os documentos em dia e não tem cara de carro de gangster 一 falou e refletiu 一 com todo o respeito.

一 Tá certo, mas precisamos ir na minha casa pegar o pacote, então entrem ai.

Entraram no automóvel e ele dirigiu até adentrarem a garagem de uma casa aparentemente comum, causando uma estranheza nos adolescentes que não passou despercebida pelo jovem traficante.

一 Qual é? Acham que gente do crime não tem vida em família não? E vê se tirem os sapatos antes de entrar, a sujeira da rua fica na rua 一 falou e Clay espantou-se.

Andaram pela casinha que parecia ter sido decorada por uma velhinha de setenta anos, havia quadros antigos nas paredes, móveis rústicos, flores de plástico, muitos bibelôs, santos em resina e trabalhos em crochê. Sob a mesa da cozinha uma galinha de porcelana com diversos ovos.

一 Querem beber alguma coisa? Uma cerveja? 一 Sinistro falou abrindo a geladeira.

一 Eu aceito!一 Tut respondeu rapidamente.

一 Não! 一 sam protestou 一 Ainda não tem idade para beber!

一 Uii a patroa não deixa 一 Sinistro riu.

一 Eu aceito 一 Cris adiantou-se e pegou a bebida da mão do rapaz.

一 Cris!

一 Sam, numa noite a gente, mentiu pro seu pai, enganou a polícia, devolvemos um bebê que nós mesmos sequestramos, mentimos para assaltantes que éramos traficantes de drogas e agora vamos fazer sei lá o que, em Santa Bárbara para um delinquente juvenil que tá jurado de morte. O lance de ser as garotas certinhas, já era.一 falou pegando a garrafinha.

一 Você tem razão 一 Clay constatou 一 Eu não vou morrer ou ir para cadeia sem nunca ter bebido uma cerveja 一 falou estendendo a mão pro rapaz que sorriu e alcançou outra garrafinha a ele.

一 Tut nem pense nisso 一 Sam falou quando viu o rapaz estender a mão também. Ele revirou os olhos e voltou a se recostar a mesa com cara de entediado.

一 Retiro o que disse sobre você não parecer tanto a Ankhesenamon, ela nunca queria se divertir.

一 Desculpa por tentar ficar sóbria no momento mais incrivelmente complicado das nossas vidas 一 falou enquanto Clay espirrava álcool em gel que tirou do bolso num copo.一 Porque você não pega logo o que veio pegar e a gente termina com isso logo?

一 Tâ. E meu é é felippo Bonacci.

一 Sou Cris e esses são Samatha, Tut e Clay.

一 Legal 一 falou tirando a camiseta一 eu vou me trocar e já volto 一 falou piscando para Cris que sorriu envergonhada.

一 Ele é um traficante 一 Clay observou incomodado.

一 E é muito gato!一 disse ela e Clay revirou os olhos dando um gole na cerveja.

一 Isso é bom 一 Clay constatou.

一 Agradeça aos meus antepassados por isso 一 falou Tut.

一 Quer um prêmio pelos egípcios inventaram a cerveja e você ter destruído a minha vida? 一O garoto retrucou.

一 Okay eu desisto, fiquem bêbados e deixem a nossa vida ir por água abaixo!一 Sam se afastou no momento que Felippo retornou a cozinha com uma pelúcia de gatinho na mão e algumas roupas.

一 Estou pronto 一 sorriu e jogou as roupas para Clay一 Veste isso que eu tenho uma reputação a zelar, não vou correr o risco de ser visto com um cara que parece que vai pro culto.

一 Jamais vestiria algo tão simplório e sem graça num culto 一 Tutankhamon observou.

一 Qual é a do cabeludo? 一 Felippo perguntou e todos desviaram o olhar 一 não importa veste aí 一 insistiu a Clay

一 Eu sou alérgico a poliéster 一 falou.

一 E a chumbo? 一 o dono da casa disse levantando a camiseta e mostrando a arma no cós da calça.

一 Só para constar que isso pode ser enquadrado como tortura na sua ficha criminal 一 Clay se levantou pegando as roupas e Fellipo apontou o banheiro.

Minutos depois o rapaz voltou com um jeans apertado, camiseta justa, um colete moderno com capuz e cabelo bagunçado, fazendo as duas garotas arregalaram os olhos.

一 Uau Clay 一 se eu fosse você adotava o poliéster 一 Sam observou 一 Não acha Cris?

一 Para com isso Sam 一 a garota respondeu com o rosto enrubescido.

一 Isso coça e o que tem no gato? 一 perguntou a Sinistro.

一 Não importa, agora vamos.

Voltaram ao conversível e se dirigiram a minivan, onde Fellipo demorou exatos trinta e sete segundos para abrir a porta do motorista com um grampo de cabelo e uma barra de alumínio fino.

一 Nem pensar, eu dirijo 一 Sam o puxou quando o viu sentado no banco do motorista.

一 Okay, mas eu vou na frente 一 falou passando pro banco do carona.

Clay mandou uma mensagem ao pai e desligou o celular, sabia que a mãe usaria o localizador para encontrá-lo, caso a escola ligasse para avisar de sua falta. Ligou o computador, fez uma pesquisa rápida sobre a gangue do tal JB, não encontrou nada além de poucos artigos sobre tráfico de drogas. Sintonizou no jornal local, e chamou a atenção de Cris que já cochilava com a cabeça recostada à janela, sorriram ao ver o casal falar sobre o milagre acontecido na madrugada, depois que dois misteriosos adolescentes oraram pelo regresso da pequena gracie, que exibia um sorriso enorme nos braços da mãe. Cerca de meia hora depois, os três jovens dormiam nos bancos traseiros e Sam tentava se manter de olhos abertos na estrada enquanto Fellipo trocava mensagens no celular, viu a garota bocejar e voltou a atenção a ela.

一 Quer que eu dirija? Aí pode dormir um pouco.

一 Para que você não sinta culpa ao nos ver implorando quando for atirar nas nossas cabeças enquanto dormimos? Não, obrigada.

一 Não vou atirar em vocês 一 falou tirando a pistola da cintura e colocando sobre o painel 一 Desculpa se foi um pouco "Sinistro", mas a verdade é que eu não sou assim, mas preciso aprender a ser se quiser sobreviver.

一 Dá para tirar ela daí? E se eu passar num quebra molas e ela disparar?

一 Tem que destravar primeiro, armas não disparam sozinhas.

一 Será que pode contar o que vamos fazer em Santa Bárbara?

一 Bom, Jorge Berilo é o chefe do pessoal que controla as anfetaminas em Santa Bárbara e ele tem uma filha, muito, mas muito gata. Nos conhecemos no verão passado num acampamento de literatura e amamos.

一 Acampamento de literatura?

一 Eu vivia com uma família temporária, eu ia a escola e ao cinema... mas aí meu irmão saiu da cadeia e sabe... Tive que entrar pro negócio da família 一falou tirando um baseado do bolso.

一 Não vai fumar um baseado no carro da minha mãe 一 protestou enquanto ele o acendia.

一 Nem dá para chamar isso de droga, sabiam que usam isso no tratamento do câncer?

一 Você tem câncer?

一 Não.

一Então apaga isso, agora 一 falou irritada e o garoto revirou os olhos apagando o cigarro.

一 Obrigado, e qual seu lance com a garota? Vai fugir com ela?

一 Não, acontece que os Berillo e Bonaccio são inimigos, e desde que meu bisavô matou o bisavô dela, nossas famílias andam se matando. Quero acabar com isso, mas meu irmão acha que sou um idiota.

一 Peraí, duas famílias italianas nervosinhas, adolescentes apaixonados e juramentos de morte? Já não assistiu como o filme acaba? 一 Cris acordou num salto curvando-se entre aos bancos da frente.

一 Ninguém vai morrer, okay? 一 o garoto respondeu 一 Pelo menos espero que não e não estava dormindo?

一 Estava até o cheiro de maconha impregnar o carro e eu ver a placa avisando sobre a patrulha rodoviária há cem metros 一 Disse e Sam freou repentinamente fazendo os garotos adormecidos no fundo da van voarem para frente e Felippo bater a cabeça contra o parabrisa.

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Notas finais do capítulo

Curiosidades Faraônicas:

GENERAL HOREMHEB

Horemheb - "Horus está jubiloso" - (1319 a.C. - 1292 a.C.), foi o último faraó da XVIII, dinastia.

Horemheb, o general que se tornou rei o que define bem quem foi este homem: a princípio era um serviçal da corte de Akhenaton, Tutankhamon e posteriormente Ay. Após a morte deste último acendeu ao trono e concentrou esforços para apagar estes seus três antecessores da história egípcia.



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