Primeiro Encontro escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Vamos terminar o dia dos namorados com uma one?


Boa leitura ♥



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Fevereiro de 2017

Eu não conseguia respirar.

— Pai? — Florence chamou por mim, cutucando meu braço. — Você tá me assustando, está sem falar nada por cinco minutos.

Olhei bem para minha filha diante de mim, sem conseguir acreditar no que a garotinha que gostava de brincar de carrinhos, dançar e subir em árvores estava me contando. Ela tinha um encontro, um encontro!

— Pai, fala algo — Florence pediu, continuando a cutucar meu braço.

O que ela queria que eu falasse? Não sabia o que dizer, não depois de ouvir que minha garotinha iria para seu primeiro encontro na noite seguinte.

— Olha, pai, sei que isso lhe pegou desprevenido, mas eu já tenho 14 anos, estou bem grandinha.

Florence estava ansiosa, enrolando sem parar uma mecha de cabelo em seu dedo. Minha filha parecia muito com a mãe dela, cabelos negros ondulados, olhos azuis, alta — certo, isso também era influência minha —, e o sorriso mais doce do mundo.

— Por quê? — indaguei, ouvindo o choro no fundo da minha voz.

— Por que o que, pai? — Ela franziu o cenho.

— Por que você cresceu? — questionei.

Ela não deveria ter crescido, eu sentia falta da Florence criança que só queria saber de brincar. Por que os filhos cresciam?

— Pai, isso é tipo a lei natural da vida — Florence falou, me lançando um sorriso culpado. — Não surta, tá legal?

Tarde demais!

Naqueles momentos eu sentia muito a falta de Irina, mais do que nunca. Minha esposa saberia lidar com aquilo melhor do que eu, ela era incrível nessas coisas. Mas, eu a perdi para o câncer quando Florence tinha só 7 anos de idade.

Cuidar sozinho de uma filha não foi tarefa fácil, claro que eu tinha a ajuda da minha família e podia contar com babás, só que não ter a mãe de Florence comigo fez muita diferença. Irina e eu tínhamos um daqueles amores que todos juravam que seria para sempre, inclusive nós dois, só que não foi eterno.

Por um ano eu fiquei absolutamente perdido, morando com Florence na casa dos meus pais, desempregado e sem saber como seguir a vida depois de Irina partir. Foi preciso Florence ir até mim e dizer as seguintes palavras para eu voltar a vida, voltar a viver.

Papai, a mamãe não ia querer te ver triste, está na hora de sorrir.

Depois daquele dia Florence e eu recomeçamos, compramos um apartamento novo, eu consegui um emprego e nós aprendemos a lidar com a ausência de Irina. Ela sempre seria uma das pessoas mais especiais da nossa vida, mas Florence estava certa, não poderíamos ficar tristes para sempre.

— Você é nova demais para ter um encontro, Florence — protestei, ela revirou os olhos.

— Pai, já falei, eu tenho 14 anos.

— E dai? Só fui ter meu primeiro encontro com 17 anos.

— Ninguém mandou você ter sido antissocial durante sua adolescência. — Ela deu de ombros.

— Ei! — exclamei revoltado.

— Qual é, pai? Eu já não sou uma criança, tá bom? Tenho aula de educação sexual na escola, fora isso a tia Alice e a tia Rosalie já falaram sobre sexo comigo, eu não sou nenhuma idiota.

— Ninguém aqui estava falando sobre sexo! — gritei, sentindo o sangue fugir do meu rosto.

— Ok, se concentra, pai — ela pediu, eu bufei. — O Dylan é um cara muito legal, tá bom? Prometo que não vai acontecer nada demais, nós só vamos ir comer algo em uma lanchonete.

Eu a observei atentamente, ela parecia estar falando a verdade. Entretanto, e se o tal de Dylan a enrolasse? Florence era esperta, mas até os espertos podiam ser passados para trás.

Qual é, eu ainda estava pagando um plano de dez anos de uma academia que só fui uma vez, tudo porque o gerente falava tão rápido que não entendia quase nada. Mesmo sendo um advogado não consegui desfazer o contrato, por isso eu ainda teria mais sete anos filiado a uma academia que simplesmente não ia.

— Então, eu posso ir? — Florence indagou. — Vai, diz que sim! — insistiu.

— Não sei.

— Pai, você tem que me deixar ir! — ela implorou ansiosa. — Olha só o convite fofo que o Dylan fez! — Tirou seu celular do bolso da calça, mexeu nele e o mostrou para mim, deixando com que eu visse o tal convite “fofo”.

Dylan Watson: E ai, quer ir comer algo comigo na lanchonete Charlie’s amanhã?

Encarei Florence, tentando entender como a menina achou aquilo fofo. Eu era mais carinhoso com a minha TV do que aquilo, sério, eu amava minha TV de 60 polegadas.

— Onde isso é fofo?

— Ai, pai, você não entende nada.

— Não entendo mesmo — admiti. — Não faz sentido nenhum você achar isso fofo, Florence.

— Tá pai, só diz logo se eu posso ir ou não.

— Não.

— Papai! — ela exclamou desesperada. — Você tem de me deixar ir, por favor. O Dylan é o cara mais gato da minha turma, ele está na equipe de luta livre, é muito cobiçado e escolheu passar o dia dos namorados comigo, você não pode estragar nosso amor.

— Amor? — Engasguei.

— Sim, eu o amo!

— Florence. — Bati uma mão no meu rosto. — Você não ama esse tal de Dylan, tá legal? — Sai do sofá onde estava sentado. — Só está deslumbrada.

— Você nunca foi tão chato — ela protestou.

 — Sou um pai, tenho que ser chato.

— Pai, eu imploro, me deixe ir a esse encontro! — Florence dramatizou ainda mais, se jogando no chão a minha frente de joelhos, unindo suas mãos. — Prometo que vou tirar um A na minha próxima prova de biologia, que vou começar a lavar minha roupa e limpar o banheiro, também prometo que nunca mais digo para a minha professora de inglês que você é solteiro e que vocês deviam sair juntos.

— Espera, o que? — Arregalei os olhos, ela ficou pálida.

— Nada não — mentiu.

— Florence...

— Esquece isso, pai. E aí, agora posso sair com o Dylan?

Respirei fundo, pensando no que responder. Irina iria ter permitido, dizendo que Florence mesmo tendo só 14 anos precisava viver a vida dela, também diria que experiências sempre eram bem-vindas, ela acabaria me convencendo a permitir, foi por isso que respondi:

— Tudo bem, você pode sair com o Dylan.

Florence gritou, se colocando de pé e começando a pular em comemoração. No entanto, a felicidade dela sumiu quando eu completei.

— Tem uma condição para você ir a esse encontro.

— Qual?

— Eu irei junto.

— O quê?

— Isso mesmo que ouviu, você só vai a esse encontro se eu for junto.

— Pai, isso é muito injusto! — argumentou.

— A vida é injusta, lide com isso. Nem precisa fazer um escândalo sobre isso, ok? Não é como se eu fosse ficar sentado na mesma mesa que vocês, só estarei na lanchonete também, me certificando de que você estará segura.

— Pai, eu vou estar em uma lanchonete, não em uma guerra — disse irritada, cruzando os braços na frente do corpo. — Além do mais, você não tem aquele encontro com a amiga do clube do livro da tia Alice?

Merda, sim!

— Eu vou pedir para Alice adiar.

— Pai, você não pode adiar seu encontro.

— Então adie o seu.

— Nem pensar.

Suspirei.

— Vou adiar o meu — declarei. — Não queria ir a esse encontro mesmo, sua tia que fica me empurrando as amigas dela.

— Pai, você vai mesmo estar por perto durante meu primeiro encontro? — Florence perguntou tensa.

— Vou sim. — Sorri para ela, a menina me encarou furiosa.

— Inadmissível, papai, inadmissível.

***

Na noite seguinte, dia dos namorados, Florence estava pronta esperando o tal Dylan aparecer. Minha filha usava um vestido preto com estampas de flores, ele ia até seus joelhos, era meio rodado e tinha mangas curtas, seus cabelos estavam soltos e ela os alisou com chapinha, usava um pouco de maquiagem, nada demais, em seus pés saltos baixos.

Com eles ela andava de um lado para o outro em nossa sala de estar, nervosa demais para se manter quieta. Eu assistia aquilo tudo com dor no coração, pensando na minha menina indo para seu primeiro encontro com algum lutador idiota chamado Dylan.

Fora isso, ainda me sentia culpado por ter pedido que Alice — esposa de um dos meus irmãos — adiasse o encontro às escuras que ela armou entre mim e uma das suas amigas, não que eu estivesse animado pelo encontro, mas minha cunhada me xingou tanto que me senti bem errado por isso. Eu não estava vivendo um celibato desde a morte de Irina, inclusive tive três namoradas depois dela, mas nenhuma que roubasse meu coração.

— Ele chegou! — Florence gritou quando ouvimos o interfone tocar, ela correu para atender, indo liberar a entrada do Dylan no prédio.

Resmunguei, me colocando de pé e indo para perto da porta. Queria abrir a porta, queria deixar o garoto sabendo que se ele fizesse algo de errado com a minha filha eu quebraria a cara dele, certo, não quebraria coisa nenhuma, eu não larguei a academia à toa, o fato era que odiava exercícios físicos e se entrasse numa briga — mesmo com um adolescente — seria bem capaz de sair perdendo feio.

Logo Florence estava ao meu lado, voltando a se mexer inquietamente enquanto aguardávamos seu par para aquele dia dos namorados aparecer. Quando ele tocou a campainha ela tentou abrir a porta, mas consegui ser mais rápido abrindo antes dela.

Dylan era um típico adolescente, camisa de banda, jaqueta, calça jeans desbotada, tênis sujo. Olhos escuros, cabelos castanhos cortados em algum corte da moda, mais ou menos da altura de Florence, cara de 14 anos como ela disse que ele também tinha e o mais irritante, mascava um chiclete como se fosse um boi ruminando.

O que diabos Florence viu naquele garoto?

— Oi, Dylan! — Florence abriu um grande sorriso para ele.

— Oi, Flo.

Olhei para Florence, que não se incomodou de ser chamada daquele jeito, sendo que desde criança ela odiava aquele apelido. Sério? Que palhaçada era aquela? Eu não queria minha filha aceitando tudo só porque um garoto estava mexendo com a cabeça dela.

— Olá, Dylan Watson! — falei com ele, engrossando bem minha voz, querendo soar ameaçador. O menino me olhou meio assustado, internamente comemorei por isso, ficando ainda mais tenso quando eu peguei a mão dele e a apertei com toda minha força.

Sério, eu precisava voltar para a academia e fazer todo aquele dinheiro valer a pena. Ia começar na próxima segunda, jurei aquilo para mim mesmo.

— Dylan, esse é meu pai, Edward Cullen — Florence disse nervosa quando soltei a mão do moleque. — Pai, esse é o Dylan.

— Belo apartamento, senhor Cullen — Dylan disse, mesmo que ele não tivesse visto mais que o hall de entrada.

— Que seja — resmunguei. — Para onde vamos?

Dylan me olhou confuso.

— Como assim?

— O encontro, onde vai ser mesmo? Preciso saber para onde dirigir.

— Não precisa nos levar, senhor Cullen — ele falou. — Vamos pegar um táxi.

— Levar vocês? A Florence não contou que eu irei junto? — Olhei para a menina, que me lançou um sorriso amarelo.

— Eu estava esperando você mudar de ideia de última hora, papai — confessou.

— Infelizmente, para você, mocinha, isso não vai acontecer — alertei. — Irei com vocês.

— Ma-Mas — Dylan gaguejou.

— Algum problema? — o confrontei.

— N-Não — ele murmurou, se encolhendo dentro da sua jaqueta. — Tudo suave.

Tudo suave? Sério, minha filha tinha um péssimo gosto.

— Certo, vamos logo, o toque de recolher da Florence é às dez. — Peguei as minhas chaves do suporte próximo a porta, pegando meu casaco também e a jaqueta da minha filha.

Nós três seguimos em silêncio para o elevador, como entramos em silêncio no meu carro. Os dois adolescentes no banco de trás, conversando baixinho sobre suas aulas, os amigos em comum e alguma série que eu não assistia.

Quando chegamos à lanchonete que eles tinham escolhido ir, eu os deixei entrarem primeiro, depois fui estacionar meu carro na rua de trás. Voltei caminhando até o lugar, logo localizei os dois sentados a uma mesa, de frente um para o outro, liam o mesmo cardápio e riam de algo juntos.

Fui até a primeira mesa vazia que encontrei, a lanchonete estava parcialmente cheia, em sua maior parte por casais mais novos, mas também tinha algumas crianças com seus pais. O local estava decorado para o dia dos namorados, cada cadeira tinha um balão vermelho em formato de coração preso no encosto, as mesas uma rosa e uma vela, nas paredes faixas de feliz dia dos namorados. O amor estava para o todo lado, aquilo era meio sufocante.

— Olá, o que deseja? — uma garçonete parou ao meu lado, me entregando um cardápio.

— Um sanduíche de peito de peru — pedi a ela, lendo rapidamente o cardápio. — Com um suco de uva.

— Só isso?

— Sim, sim — confirmei, não achava que iria conseguir comer muito, estava muito tenso em estar presenciando o primeiro encontro da minha única filha.

 — Certo — a garçonete concordou, afastando-se da minha mesa.

Eu me inclinei sobre a mesa, tentando a sorte em ouvir o que Florence e Dylan falavam, mas os dois estavam sentados muito longe para que eu conseguisse escutar algo. Entretanto, eu fiquei ainda mais tenso quando Dylan passou a mão pelo rosto de Florence.

Senti alguém cutucar meu ombro, fazendo com que eu me assustasse. Olhei para o lado, vendo uma mulher que devia ter seus trinta anos, ela tinha longos cabelos castanhos cor de mogno, olhos também castanhos, usava uma calça jeans, saltos e uma blusa fina de mangas, com umas estampas coloridas.

— Pois não? — perguntei, ela me encarava com a pior das expressões.

— Você não se enxerga? — ela indagou em um tom de voz furioso. — Tem o que, uns 40 anos e fica secando uma adolescente que deve ter uns 15? — Gesticulou para Florence, que estava concentrada demais na sua bolha com Dylan para perceber o que estava acontecendo.

— O quê? Não...

— Meus pais são os donos desse lugar, é melhor você cair fora agora, ou vou chamar a polícia.

— Não, eu não...

— Não inventa desculpas, cara — ela exigiu. — Eu vi quando você entrou, logo ficou encarando a menina, isso é doentio, você devia ir se tratar!

— Não sou um maníaco! — consegui falar.

— É o que todos os maníacos dizem, mas eu não vou deixar você ficar sentado aí encarando uma garota que tem idade para ser sua filha.

— Sim, ela tem idade para ser minha filha, porque é a minha filha — declarei, a mulher hesitou, cruzando os braços na frente do corpo.

— Não, não acredito em você — disse por fim.

— Quer que eu prove?

— Quero que você caia fora.

— Eu vou provar e não irei embora. — Tirei o celular do bolso, mostrando meu papel de parede, uma foto de Florence e eu no último Natal, enquanto montávamos um boneco de neve. — Olha ai! — Balancei o celular para a desconhecida. — Sou o pai dela, não um maníaco.

A mulher descruzou os braços, parecendo culpada imediatamente.

— Ok, me desculpe por isso — ela pediu envergonhada. — Mas, foi estranho você ficar encarando a garota.

— É o primeiro encontro dela — contei. — Estou aqui para ter certeza de que ela está segura.

— Oh, eu entendo — a mulher disse. — Desculpa ter acusado você de ser um maníaco.

— É, tudo bem. — Guardei meu celular. — Na verdade, obrigado por tê-la defendido, se fosse mesmo um maníaco estou contente que a Florence teria alguém para o expulsar de perto de si.

— Ok, certo, vou voltar para minha mesa e fingir que nunca paguei esse mico — ela disse corando.

— Sério, está tudo bem — falei, sem querer que a mulher se sentisse mal por aquilo. — Qual seu nome? — perguntei.

— Isabella Swan — respondeu, estendendo uma mão para mim, eu apertei sua mão macia gentilmente. — E o seu?

— Edward Cullen.

— Bella! — Uma mulher parecida com Isabella, só que mais velha e de olhos claros apareceu. — Você precisa ir lá para o escritório, ou ir embora, está ocupando uma mesa tem muito tempo.

— Mamãe — Isabella resmungou, tirando sua mão da minha.

 — Foi mal, mas precisa ir trabalhar em outro lugar. — A mulher olhou para mim. — Você já foi atendido, querido?

— Já sim, muito obrigado — agradeci a mulher.

— Eu não quero ir para o escritório, o papai fica puxando papo e me distrai — Isabella disse para a mulher. — E não posso voltar para meu apartamento ainda, tenho que esperar mais um pouco até o cheiro da tinta sumir.

— Ou você vai aturar seu pai, ou vai aturar o cheiro de tinta — a outra mulher decretou.

— Você pode sentar comigo — sugeri, fazendo com que as duas mulheres me encarassem ao mesmo tempo. A mãe de Isabella lançou um sorrisinho malicioso para a filha, enquanto a própria voltava a corar.

— Não está esperando ninguém? — a mãe dela me perguntou.

— Hum, não — respondi. — Você pode sentar aqui — disse para Isabella. — Prometo não atrapalhar seu trabalho.

— Não, não preci...

— Isso é muito gentil da sua parte, qual seu nome mesmo? — a mãe dela perguntou.

— Edward Cullen — falei.

— Sou Renée Swan — a mulher falou. — Sua conta hoje é por conta da casa — disse alegremente. — Isabella, sente-se com o Edward! — ordenou para a filha.

Isabella abriu a boca, parecendo pronta para protestar, mas não foi o que aconteceu. Ela só andou até a mesa atrás da que eu estava, pegou o notebook que estava lá e sentou à minha frente.

— Satisfeita, mãe?

— Você não faz ideia! — Renée exclamou. — Divirtam-se! — Ela se afastou, indo atender um casal em outra mesa.

— Desculpe por isso — Isabella pediu. — Eu preciso mesmo trabalhar, mas não quis ficar até tarde no jornal que trabalho para que não ficassem pensando que sou uma fracassada que não tem um namorado, mas também não posso ir para meu apartamento, porque pintaram ele hoje e o cheiro de tinta me enlouquece, também não posso ir para a casa dos meus pais, porque eles tem um gato e eu tenho alergia, e se eu fosse para o escritório do meu pai lá atrás ia ter que ficar ouvindo ele falar sem parar sobre esportes e me perguntando porque eu não tenho um namorado.

 — Uau — falei quando ela acabou.

— Ai, desculpa, eu falo muito — ela disse, me lançando um sorriso sem graça. — Prometo que não vou mais abrir a boca, e a minha mãe está certa, tudo que você consumir hoje é por conta da casa, pode aproveitar e ficar aí espionando sua filha.

— Não estou espionando, ela sabe que estou aqui. — Olhei para Florence, que ainda ria com Dylan. Do que eles tanto riam?

— Isso é espionar ainda assim — Isabella disse. — Mas, já me meti demais em sua vida, não vou mais fazer isso, Edward.

Assenti, ela se concentrou em seu notebook. Eu fiquei olhando dela para Florence o chato do Dylan, logo meu pedido chegou.

— Não vai comer nada? — perguntei para Isabella.

— Não, já comi uns três hamburguês de bacon mais cedo na cozinha — ela respondeu, olhando para mim por cima da tela do seu computador. — Estava nervosa, o carinha que ia sair comigo hoje cancelou por motivos familiares. — Rolou os olhos.

— Lamento por isso.

— Não, tudo bem — ela falou, mordendo seu lábio sem parar. — Eu o encontrarei amanhã, nem tudo está perdido. — Suspirou.

— Bom, espero que ele não seja um maníaco.

Isabella riu alto, chamando a atenção de muitos na lanchonete para nós dois. Inclusive Florence, minha filha arregalou os olhos quando viu que eu não estava sozinho, eu apenas dei de ombros, voltando minha atenção para a mulher sentada comigo.

— É, seria uma pena se ele fosse um maníaco — ela falou, digitando em seu notebook sem nem precisar olhar para a tela.

— Então, sobre o que está escrevendo?

— Sobre maternidade — respondeu. — Sou colunista no Seattle News — contou. — Minha coluna sai amanhã e eu só comecei a escrever hoje, sou uma grande procrastinadora.

— Você é mãe?

— Ah, não mesmo. Aquele teste de farmácia no colegial deu negativo — contou, foi minha vez de rir. — Graças a Deus, ou eu teria um bebê com o idiota do Mike Newton, ninguém merece isso. Ei! — ela exclamou.

— O quê?

— Você não deveria estar passando o dia dos namorados com a mãe da Florence? — Sorri ao perceber que ela tinha gravado o nome da minha filha.

— Não, a mãe dela faleceu alguns anos atrás — contei.

— Ah, isso é uma pena, sinto muito — falou. — Agora prometo calar a boca.

— Não, tudo bem, é bom ter alguém com quem conversar enquanto espiono minha filha — disse. — Pode falar o quanto quiser, Isabella.

— Só Bella — ela falou.

 — Beleza, só Bella.

Nós voltamos a ficar em silêncio, ela digitando e eu comendo. Até que, Bella voltou a falar.

— Com quantos anos você teve a Florence?

— Vinte — contei. — Minha namorada da faculdade e eu nos descuidamos e viramos pais, foi uma grande surpresa.

Bella olhou para onde Florence estava sentada.

— Ela não parece com você — disse voltando a olhar para mim, vendo olhos verdes, cabelos ruivos e até mesmo algumas sardas em meu rosto.

— É, ela é bem parecida com a mãe — falei.

— Ela tem o que? Quinze?

— Catorze — respondi. — Você está me entrevistando?

— Mais ou menos — confessou. — Estou querendo falar sobre maternidade na coluna porque sábado é aniversário da minha mãe, mas eu não sei muito bem o que dizer.

— Florence diria para você falar com seu coração.

Bella sorriu.

— Isso é fofo.

— Ela é fofa, mas agora estou revoltado demais para achar isso, não acredito que ela está em um encontro.

— Me poupa, vai dizer que você não estava tendo encontros na idade dela?

— Não mesmo, eu estava lendo igual um louco. Só fui ter meu primeiro encontro aos dezessete anos.

Bella me encarou surpresa.

— Cara!

— Pois é.

— Nossa, você foi um adolescente tímido, não?

— Com certeza.

— Com que trabalha?

— Sou advogado — contei. — Estudando para um dia ser juiz.

— Quente — Bella disse sorrindo, arregalando seus olhos quando se deu conta do que falou. — Quer dizer, não, eu não disse isso.

Apenas ri, terminando de beber meu suco.

— Tudo bem, é mesmo quente, não que eu ache juízes quentes, só as juízas.

— Maníaco — Bella disse por trás de uma falsa tosse. — Você pode ler o que já escrevi até aqui? Quero ter certeza de que não estou escrevendo uma grande bobagem.

— Posso sim.

Ela passou o notebook para mim, eu li com facilidade. A escrita de Bella era simples, não de uma forma ruim, mas sim de um jeito sem enrolações, ou coisas do tipo, seu texto realmente cativava.

— Está muito bom, mas sua mãe não vai surtar sobre você escrevendo quando ela teve dor de barriga no avião?

— Não mesmo — Bella negou. — Aquela lá é uma exibida — disse rindo. — Mesmo nos maus momentos.

— E seu pai?

— Outro exibido, eles se merecem — disse com um sorrisinho no rosto. — E os seus?

— Bem tímidos, com certeza puxei deles, meus irmãos também. Emmett e Jasper, sério, todos da nossa família são tímidos. Florence não, ela é extrovertida como a mãe dela, minhas cunhadas também.

— Florence parece uma menina incrível.

— Ela com certeza é, por isso eu não entendo ela estar com aquele garoto, ele é um mala.

— Ele é, ou você só está sendo um pai ciumento?

— Ele fica mascando chiclete como um boi ruminando.

Bella fez uma careta.

— Ok, ele parece um mala.

— Será que eles vão se beijar? — perguntei, olhando para minha filha, os dois estavam comendo, trocando algumas palavras com sorrisinhos pequenos nos rostos.

— Não sei, eu só beijo no segundo encontro — falou.

— Sério?

— Sim, nada de beijo no primeiro encontro, gosto de deixar os caras na vontade. Bom, talvez seja por isso que eu tenho trinta e um anos e estou solteira, mas tanto faz.

— Espero que seu encontro de amanhã seja bom.

— Eu também! — ela exclamou, voltando para seu texto. — Mas, o cara já começou furando comigo hoje, acho que não vai dar em nada.

— Ele disse que estava com problemas — defendi o cara.

— Ou só estava se livrando de mim...

— Papai? — Nós olhamos para o lado, Florence estava parada perto da mesa, com uma expressão nada contente no rosto.

— O que foi? — fui logo perguntando.

— Hum, desculpa atrapalhar — ela disse, acenando para Bella. — Oi, eu sou a Florence.

— Bella.

— O que aconteceu? — Voltei a questionar minha filha.

— Quero ir embora.

— O quê? Por quê? O que aquele Dylan babaca fez?

— Ele disse que não gosta da Beyoncé, isso é um absurdo, pai.

— Quem não gosta da Beyoncé? — Bella perguntou abalada.

— Não é? — Florence falou com ela. — Qual, é? É a Queen B, todos amam ela, não posso continuar em um encontro com quem não a venera.

— Ele é um idiota — Bella disse. — Você faz muito bem em dispensá-lo, daqui a pouco ele seria capaz de dizer que não gosta da Anne Hathaway.

Florence ficou aterrorizada.

— Isso parece terrível, O Diabo Veste Prada é um dos meus filmes favoritos.

— É meu preferido — Bella contou. — Eu o adoro.

— A cena do manuscrito é a melhor — Florence falou sorridente.

— Sim, é sensacional — Bella concordou.

Eu sorri vendo as duas conversarem, pareciam ter muito em comum.

— Mas, eu tenho de ser sincera, meu favorito da Anne é Os Miseráveis, adoro musicais.

— Chorei tanto no cinema com esse filme, eu sai da sala com os olhos inchados.

— Eu também, até o papai chorou.

— Chorei nada — menti, as duas me encararam com expressões divertidas no rosto.

— Você chorou sim — Florence acusou. — Ele ficou cantando as músicas por uma semana, falando nisso.

— Ei, Florence. — Dylan se aproximou. — Você não vai voltar para a mesa?

Bella e minha filha olharam com caretas parecidas de desgosto para o garoto.

— Você gosta da Anne Hathaway? — Bella indagou, deixando o garoto perdido.

— Quem é essa?

Florence arfou, Bella balançou a cabeça em negação.

— Sinto muito, Florence — ela disse para minha filha.

— Dylan, você é lindo e um partidão, mas não podemos continuar esse encontro, ou ter um segundo — Florence falou decidida. — Você não gosta da Beyoncé e sequer conhece a Anne Hathaway, não posso aceitar isso.

— Ma-Mas...

— Pai, eu te espero lá fora — falou para mim, acenou para Isabella e saiu.

— Tchau, Dylan! — exclamei contente.

— Ma-Mas... — ele tornou a gaguejar.

— Bella, muito obrigado pela companhia — agradeci a ela, que sorriu para mim.

— Sem problemas, obrigada por ter me deixado roubar sua mesa e nem pense em pagar, é mesmo por conta da casa.

— Obrigado por isso. Bom, melhor eu ir agora. — Meti a mão no bolso da calça, tirando minha carteira de lá e estendi um dos meus cartões de visita para ela. — Se precisar de um advogado sabe quem procurar.

— Farei isso — prometeu.

Sorri uma última vez para ela, antes de me afastar. Antes que eu estivesse longe o suficiente a ouvi dizer para Dylan:

— Senta aí, garoto. Vou te contar porque você deve amar Beyoncé e te explicar quem é a Anne Hathaway.

Encontrei Florence do lado de fora, ela parecia triste.

— Sinto muito por seu primeiro encontro não ter sido bom, querida — falei, afagando seu braço, começando a andar com ela para longe da lanchonete.

— Sente nada, você devia estar torcendo para dar errado. Mas, ok, eu posso sobreviver, ainda terei mil outros encontros pela frente. Quem era aquela mesmo?

— Bella, filha dos donos da lanchonete.

— Você a conhecia de antes?

— Não.

Florence franziu o cenho, me olhando atentamente.

— Você parecia estar se dando bem com ela, pai — disse, sem falar nada até que estivéssemos no carro. — Sabe, eu não te via feliz com uma mulher daquele jeito desde que a mamãe morreu.

— Isso te incomoda?

— Não mesmo! — respondeu. — Bella parece legal, você deveria a chamar para um encontro.

Eu apenas sorri.

— Se um dia a reencontrar irei a chamar para um encontro.

— Promete?

— Prometo!

***

O meu encontro do dia seguinte foi bom, entretanto não o suficiente para me fazer querer ter um segundo encontro com a mulher. Por isso, eu fui sincero com a amiga de Alice, deixando claro que seria só aquele encontro quando ele chegou ao fim.

No sábado de manhã Florence e eu estávamos preguiçosos, eu sugeri sairmos para tomar café. Com uma carinha de quem estava planejando algo, ela concordou rapidamente.

— Onde quer ir? — perguntei quando entramos no meu carro. — Starbucks?

— Não, quero ir ao Charlie’s — disse prontamente. — Quem sabe a Bella tá lá, você ainda precisa chamá-la para um encontro.

— Florence...

— Vai, papai, dirige!

Eu ri, começando a dirigir até a lanchonete. O lugar, diferente de dias antes no dia dos namorados, não estava cheio, ou decorado com balões em formato de corações, era novamente só uma lanchonete comum.

Entretanto, Florence estava me levando lá não apenas para tomar café, sim em uma missão. Ela deu um gritinho quando entramos e vimos Bella sentada a uma das mesas, com seu notebook, digitando concentradamente, enquanto ouvia algo em fones de ouvidos.

— Vai lá, pai! — Florence me empurrou em direção à mulher, eu bufei, aquela menina era impossível.

Ainda assim, andei até a mesa de Bella. A jornalista ergueu o olhar para mim, retirando seus fones de ouvido rapidamente.

— Olá! — a cumprimentei.

— Ed-Edward — gaguejou, surpresa.

— É, sou eu. Tudo bem?

— Tudo, tudo bem e com você?

— Tudo bem. É, Florence e eu viemos tomar café — falei, gesticulando para minha filha ainda parada junto a entrada da lanchonete.

Bella sorriu largamente e acenou para Florence, que acenou de volta.

— Venha até aqui — Bella chamou por ela, praticamente saltitando Florence caminhou até a gente.

— O papai já te chamou para o encontro?

— O quê?

— Florence!

— Opa!

— Você veio me convidar para um encontro? — Bella me perguntou.

— É — confirmei, coçando minha nuca.

— Eu aceito! — respondeu rapidamente.

— Ainda nem pedi.

— Cala a boca, pai, ela já aceitou. — Florence cutucou minhas costelas.

— Já aceitei mesmo — Bella disse, mordiscando seu lábio em seguida. — Não pode voltar atrás agora.

— Não vou. — Sorri para ela.

— Hoje é aniversário da minha mãe, ela dará uma festa aqui, você e Florence podem vir.

— Oba, eu amo aniversários. — Minha filha sentou ao lado de Bella. — Vai ter bolo?

— Com certeza, de chocolate — Bella disse, enquanto eu sentava do outro lado da mesa, nós trocamos um rápido olhar.

— O que está escrevendo? — Florence perguntou, espiando o notebook de Bella.

— É uma coluna para o jornal que trabalho, sobre pais vendo suas filhas indo para primeiros encontros. — Piscou para mim, me fazendo rir.

— Ah, isso é familiar — Florence disse emburrada. — Na próxima você pode escrever sobre quando o papai ficou mais emocionado do que eu na Disney? Ou sobre a academia que ele paga e não vai?

— Isso é um bom material — Bella falou.

— Aparentemente nós somos um bom material para você escrever sobre — falei para ela, que riu.

— Por isso vou sair naquele encontro com você, Edward.

— O primeiro de muitos, eu já estou shippando vocês — Florence disse, fazendo com que a olhássemos. — Vou chamar vocês dois de Beward, ficarão juntos para sempre.

Bella e eu rimos, sem ter ideia de que Florence estava certa.

Fevereiro de 2018

Coloquei o suco sobre a mesa, apreciando o belo café da manhã que preparei. Prendi o último balão em formato de coração na cadeira, ainda mais contente.

Florence foi a primeira a aparecer, usando roupas coloridas demais que combinavam com seus cabelos que tinham sido recentemente pintados de azuis. Algo para combinar com os verdes da sua namorada, é, namorada. Uma garota muito mais legal que o idiota do Dylan, que sabia amar Beyoncé como ela merecia e com certeza conhecia Anne Hathaway.

Não foi um choque, nem um drama, descobrir que Florence era bissexual. Um dia ela apareceu em casa com Samantha, a namorada, e disse que a garota tinha a pedido em namoro naquela tarde.

O difícil foi aceitar os cabelos azuis, mas eu perdi a aposta quando larguei a academia depois de uma semana. Então, ela pode pintar seus cabelos.

— Bom dia, papai! — Florence beijou meu rosto, olhando para a mesa. — Nossa, você caprichou.

— O café não é para você, cai fora — alertei, tentando soar sincero, mas sem conseguir esconder meu bom humor. — Só tô esperando a Bella acabar de se arrumar, vaza.

— Credo, você é estúpido! — Florence acusou, roubando uma torrada. — Onde vai levar a Bella hoje?

— Ao Charlie’s, tradições.

— Ou isso é você sabendo que lá não vai precisar pagar?

— Florence!

— O quê? Você nunca paga lá mesmo.

— Nem você.

— Vovó Renée e vovô Charlie me amam, eles só te suportam, não esquece que você deixou quebrar a urna com as cinzas da mãe dele.

— Não me lembra disso — Bella surgiu na cozinha, falando com uma careta no rosto.

— Eu estava curioso — me defendi, andando até minha namorada e a puxando para um beijo, depois de dizer. — Feliz dia dos namorados, amor.

— Procurem um quarto! — Florence falou, estourando um balão.

— Pare de estourar os balões, garota! — chamei a atenção dela, deixando os lábios de Bella por um instante.

— É divertido. — Florence se sentou à mesa.

— Feliz dia dos namorados, querido. — Bella piscou para mim.

— Então, a Sam vem comer pizza aqui em casa comigo hoje, tudo bem? — Florence perguntou.

— Só não se tranquem no seu quarto — alertei, puxando a cadeira para Bella sentar, sentei ao seu lado e enchi o rosto dela de beijos, a fazendo rir.

— Nunca nos trancamos, pai — Florence falou pegando mais torradas. — Mas, fica tranquilo, Sam e eu não vamos nos engravidar.

Bella gargalhou alto.

— Você é terrível — falei para minha filha.

— Ei, você já leu o jornal? — Bella pegou a edição do dia do Seattle News sobre a mesa.

— Ainda não, vou fazer isso agora — disse, pegando da mão dela, eu a vi trocando um olhar ansioso com Florence, mas não sabia o que significava.

Fui direto para a coluna semanal de Bella, que saia todas as quartas, era minha rotina matinal desde que começamos a namorar, quase um ano atrás.

“Primeiro Encontro, por Bella Swan.

Hoje é mais um dia dos namorados, aquele dia de dizer às pessoas que você ama que, olha só: as ama!

Ano passado, no dia dos namorados eu ganhei duas pessoas especiais em minha vida. Não, eu não estou em um relacionamento poliamor, estou falando do meu namorado e da filha dele, que é quase minha filha, só que mais bonita do que eu jamais serei.

Edward e Florence entraram do nado no meu caminho, uma dupla e grata surpresa. Eu os amo intensamente, eu digo diariamente aos dois que os amo, por isso acho que todos devem dizer aquela pessoal especial todo dia que as ama.

Não deixem o amor ir embora, ele é especial demais. Preste atenção ao amor, o cultive, cuide dele, faça o crescer.

No nosso primeiro encontro oficial Edward não me beijou, ele sabia que eu só beijava nos segundos encontros. Porém, eu não aguentei e no fim daquele primeiro encontro o beijei.

Meu namorado sempre diz que eu gosto de estar no controle, acho que isso é verdade. Por isso hoje estou usando essa coluna com um fim muito especial.

A frase seguinte é exclusivamente para Edward Cullen, pessoal.

Você aceita casar comigo?”

Olhei rapidamente para Isabella ao meu lado, que estava ansiosa esperando minha resposta.

— Papai? — Florence me chamou, eu vi que ela tinha uma caixinha de anel com duas alianças dentro.

— Sim! — respondi, de Florence para Bella. — Sim, com certeza sim! — exclamei, largando o jornal e puxando minha nam... Minha noiva para um beijo.

No dia dos namorados do ano seguinte Bella me surpreendeu mais uma vez ao escrever em sua coluna que estava grávida, nós cometemos a loucura de deixar Florence escolher o nome do bebê. Ela o chamou de Dylan, dizendo ser uma homenagem ao cara que por obra do destino a levou ao Charlie’s e fez Isabella e eu nos conhecermos.

Bom, no fundo eu era grato a Dylan por isso, mas continuava o achando um mala.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Obrigada a todo mundo que leu! ♥

Beijos!

Lola Royal.

12.06.18