Requiem Aeternam escrita por AnaBonagamba


Capítulo 26
Revelationes




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— Como assim? – surpreendi-me genuinamente diante de sua resposta, quase mortificada pela nenhuma empatia que carregava. – Você é capaz disso?

Tom estreitou os olhos para mim.

— Não entendi sua pergunta. Está revoltada porque fiz algo teoricamente hediondo, como interromper uma vida, ou por eu ter capacidade intelectual para fazê-lo?

— Na verdade a segunda questão. – abortar uma criança indesejada era, para mim, um ato de coragem. Destiná-la a infelicidade soava pior. – Existe alguma magia negra sobre isso?

— Muitas, na verdade. Uma mais acessível que a outra.

Interessante. Eu, por vias de me cuidar para que nunca precisasse recorrer a este caminho, não havia buscado conhecimento sobre o assunto. Era deveras exótico que Tom Riddle, o futuro Lorde das Trevas, pudesse se especializar numa magia que para ele não teria utilidade.

Ou teria?

— Entendo que esteja curiosa, mas como já te disse, minha experiência nesses assuntos é apenas acadêmica. E mesmo assim, eu me garanto muito bem.

— Não foi isso que eu quis dizer...

— Não se preocupe, Valery, não tive nenhum relacionamento que pudesse ter como consequência um ser vivo. Ou um ser não-vivo. Tanto faz.

— Então por qual razão você compreende desses mecanismos? Por que o estudou?

— Queria saber se, em algum momento, minha mãe tentou se livrar de mim.

O silêncio caiu sobre nós dois, dolorosamente. Eu, sentada sob a relva macia e levemente refrescante, podia imaginá-lo criança, ou mais jovem do que agora, identificando traços mágicos que pudessem ser associados a muitos dos seus comportamentos e, obviamente, ele chegara a uma conclusão.

— E ela tentou?

— Se sim, não através de magia. Ela não devia ser uma bruxa muito esperta.

— Por que você acha que ela gostaria de se livrar de você?

— Não é óbvio? – seu tom de voz tornou-se irritado. – Ela não quis viver o suficiente para ter a mim, portanto, constatei depois de muita reflexão que provavelmente minha existência não era o maior dos seus trunfos.

— Primeiramente, - ajeitei-me melhor ao seu lado para encará-lo de frente. – você não sabe o que aconteceu. Seu pai pode nem saber da sua existência, Tom Riddle, mesmo se quisesse, pois, seus mundos não se esbarraram antes e, se não for por vias próprias, não o fará agora, no meio da guerra. E se sua mãe ficou tão frustrada com a sua existência ela devia, primeiramente, ter reconsiderado o que uma conjunção carnal pode significar.

— Segundo? – ele sorriu.

— Isso não importa. Ela morreu, e você está aqui. Pode ter sido difícil até agora, mas você se saiu muito bem.

Eu não sei ao certo qual efeito minhas palavras surtiram sobre Tom, mas ele relaxou sua expressão de uma maneira tão incomum que pensei que fosse chorar. Ele encarava o céu encoberto e o mesmo parecia encará-lo de volta, iluminando com cinza seus olhos semicerrados e a testa lisa com alguns fios negros persistindo em escapar-lhe o penteado.

De repente, o fato de Tom ter sido o responsável pelo aborto da criança da irmã de Dorea tornou-se irrelevante. Na minha mente habitava apenas aquele jovem rapaz que passava de um momento a outro num enorme estado de torpor, cadenciando pensamentos seguidamente. Tom virou a cabeça de lado, pousando-a sobre o ombro, e seguiu calado, a respiração baixa e calma.

 Até que despertou.

— Acho que eu sobrevivi a adversidades suficientes para concluir que meu destino é estar vivo. – disse finalmente.

— É mesmo? – resolvi investir numa conversa mais profunda, vendo até onde ele poderia ir naquela exposição. – Eu sei que você queria travesseiros macios.

Tom sorriu para mim divertidamente.

— Descobri um lugar mais confortável onde gosto de estar. – ele trocou a posição para perto, encaixando seu pescoço dobrado no meu ombro e, então, puxei-o pelo tronco até que estivesse no meu colo. – Os travesseiros são apenas parte do que eu queria poder desfrutar quando criança. Uma roupa confortável, uma refeição a mais. Um afeto, ou olhar, que não fosse de piedade ou de nojo. Quando cheguei aqui, tive a chance que sonhava para reconstituir minha dignidade e me esforcei muito para isso. Se hoje tenho tamanha influência é porque me dediquei mais do que qualquer um.

— Mesmo assim, faltava alguma coisa. – concluí.

— Ah, faltam várias coisas, Valery. – ele torceu o nariz, negando com a cabeça. – As vezes eu gostaria de poder contar apenas com o futuro. Sem passado, nem presente. Só o futuro.

— Acha que o dinheiro resolveria esse problema? – comentei despretensiosamente. – Eu tenho bastante dinheiro.

— Eu sei disso. – ele me encarou por baixo do meu queixo. – E nunca te perguntei de onde ele veio.

— Nem eu sei. – repliquei. – Dumbledore reviu muitos dos bens da minha família para que eu pudesse usá-los sem moderação. Na verdade, quando soube que o dinheiro me manteria por um tempo razoável sem me preocupar com o que fazer do meu futuro, me senti aliviada.

— Imagino. Mas não. Ajuda a encaixar algumas coisas que podem ser manipuladas mais imediatamente. Porém, não é o dinheiro a resposta de tudo.

— Pensando melhor, acho que Abraxas tem muito mais dinheiro do que nós dois juntos por uma vida toda... – falei, olhando o jovem loiro correr em nossa direção, e Tom concordou.

— A Família Malfoy é bastante rica, sim, Valery, mas não se engane. – disse ele. – Abraxas só terá direito a fortuna quando o pai morrer e, ainda sim, não é muito inteligente. Se fosse esperto seguiria a massa social de apoiadores de Grindelwald que indiretamente enriquecem financiando confrontos que já não existem mais. Porém, como você mesma observou, ele escolheu ser apartidário do sistema e se dedicar exclusivamente a conquistar toda mulher que lhe der a menor abertura.

Captei o recado, piscando para ele em seguida.

Abraxas Malfoy levou muito a sério meu pedido, investindo sua energia em trazer para a armadilha romântica a jovem Myrtle e, depois de tal enlace, descartá-la duramente. Essa ideia me causou um certo enjoamento no início, contudo, era a forma menos invasiva de afastá-la de Hogwarts e modificar, mesmo que pouco, o destino de alguns estudantes.

Conforme o convívio dos alunos foi se normalizando, Tom também atrasou sua pesquisa sobre a Câmara e concentrou-se novamente nos estudos de magias sombrias mais avançadas. Ao seu lado, os futuros Comensais praticavam desajeitados enquanto o mestre parecia ao mesmo tempo enraivecido e cansado. Tom os torturava com frequência.

A tortura não me afetara, jamais, eu havia vivido de um tudo. Apesar de achar o ato desnecessário – afinal, eram crianças brincando de guerra enquanto adultos morriam de verdade do lado de fora – era uma boa maneira de prepará-los para um embate real, e poucos teriam a chance de se defender. Olhando para a face de cada garoto na Sala Precisa, Sonserinos puro-sangue motivados por um ódio que nem mesmo a eles pertencia, Tom falava sobre a emancipação do mundo bruxo e como essa guerra terminaria nos afastando ainda mais do pleno domínio.

Em outras palavras, Tom Riddle não botava fé alguma em Grindelwald.

Isso desprendia numa outra questão: apesar da simultaneidade dos acontecimentos, não haviam registros de Tom em qualquer ação que levasse o nome do temido bruxo. Dumbledore não estava atento ao jovem Riddle enquanto a guerra avançava, disso eu já sabia. Mas Tom com certeza concentrava-se em analisar o outro sem ao menos esbarrar em política. Ele falava sobre o futuro como se o presente não importasse.

Bom, ele estava certo.

Minha existência ali era o ponto material cujo distúrbio naquela linha do tempo levaria a uma catástrofe, claro, eu esperava que meu preço fosse pago depois que a missão estivesse no fim. Talvez, envolvida numa própria voz interior, não notei o herdeiro Malfoy maliciosamente sorrindo enquanto Tom estuporava, do outro lado da Sala, um garoto mais velho.

— Não vai me perguntar por que estou feliz? – disse ele ao se aproximar.

— Olá, querido. – sorri de volta igualmente maliciosa. – Por que você está feliz?

— Eu nunca falho numa missão, especialmente aquela que me vem de tão bom grado. – ele balançava os ombros de maneira infantil. – Hoje mesmo devolvo a sangue-ruim para suas origens. – gabou-se. – Depois da minha rejeição, ela ficará sensível e irá embora antes que possa dizer adeus.

— Você é realmente surpreendente, Malfoy. – coloquei a mão em seu ombro, encorajando-o. – Muito eficiente.

— Não me subestime, contudo, devo lembrá-la que na realidade a Srta. me deu a semana. – sussurrou. – Levei mais que 10 dias. Não entendi muito bem seu objetivo, e de fato não acredito que seja ciúmes. Devo seduzir a garota Grifinória também? Seria um prazer.

— Atrevido. – arrisquei um gesto de intimidade, batendo-lhe suave com a mão posta. Grisha é puro-sangue. Ela merece estar aqui.          

— Eu poderia me livrar de toda garota sangue-ruim ou mestiça usando meus métodos, mas, também preciso poupar meu belo corpo... e espírito. – continuou. – De qualquer modo cumpri minha função de maneira esplêndida, logo teremos sua carta de rescisão. Agora, - Abraxas aproximou-se de mim como se estivesse contando algo despretensioso e, com o semblante sério, ignorou todos a sua volta focando apenas em me encarar com fervor. – não combinamos um preço.

— Achei que seria de graça. – arrisquei.

— Nunca é, mas pra você farei um desconto.

— Não tenho muito a te oferecer.

— Tem sim. Uma coisa em específico eu quero muito. Mas não posso dizer aqui. Vou esperar Myrtle Warren surtar e em breve nos falamos de maneira mais pessoal. Você me entende, certo?

Engoli seco, transparecendo insegurança genuinamente juvenil.

— É claro.

Abraxas continuou seu caminho, sorridente.

— A experiência é sempre interessante. – piscou. – De nada, Valery.

Tom derrubara em um único golpe mágico seu adversário de duelo, fazendo um enorme estrondo no chão de pedra. O rapaz, também alto e magro, gemeu de dor ao perceber suas costelas fraturadas antes que outro sonserino assumisse os cuidados médicos e consertasse rapidamente o estrago. Num instante, o olhar dele cruzou o meu e me senti fraca, algumas das amarras da minha mente sendo forçadas para dentro como se pudessem me engolir. Reprimi sua investida e cerrei os punhos, saindo da sala em seguida.

Óbvio que nada lhe era desapercebido, desde a atitude suspeita de Malfoy comigo até minha própria reação. Por curiosidade, eu queria saber até onde ele podia arriscar sua amizade – e até mesmo sua vida – para conquistar a namorada do outro o qual temia, pois era nisso que eu acreditava. Que outro motivo teria Abraxas para querer falar comigo de modo mais pessoal?

— Não faça isso de novo. – alertei Tom na Sala Comunal pouco depois. – Não há segredos entre nós, portanto, pode me confessar o seu desgosto.

— O que ele quer com você? – Tom estava sério. O ciúme evidente em seus olhos. – Para começar, por que você fez um acordo com ele?

— Bom, - repliquei. – eu precisava de um favor.

— Sei, você quer se livrar da menina Corvina. Podia ter pedido pra mim.

Eu sorri.

 - De jeito nenhum iria envolver você nisso. É exatamente o motivo pelo qual pedi para o Malfoy resolver de maneira amigável essa pequena questão. Eu não gosto muito dela, tem algo em sua figura que me incomoda grandemente. – confessei, ameaçando demonstrar fragilidade. – E sei que acharia isso ridículo.

Bingo.

— Nada do que você sente é ridículo pra mim.

— De qualquer modo eu não esperava que ele fosse me cobrar o favor, e estou curiosa pra saber o que ele espera de mim.

Tom analisou minha frase por alguns segundos.

— Talvez ele queira provar um ponto, de que seja um amante tão implacável que seduziria até a minha namorada. Isso valeria o suficiente pelos anos de ternos cedidos.     

Engasguei. Que conversa absurda!

— Se for assim, ele pode se casar com a jovem Warren e ter muitos bebês meio-sangue. Que nojo.

Tom riu.         

— Estou falando sério.

— Eu também. Acha que ele pode me seduzir? — respondi séria, estando de frente pra ele, mas falando baixo. Alguns alunos chegavam para o intervalo e logo as atividades iriam recomeçar. – Isso é extremamente ridículo, Tom. Eu não posso ser seduzida por ninguém.

— Nem mesmo por mim? – disse ele, rindo pelo nariz.

— Ah, que situação! Fui resolver um problema, arrumei outro. – lamentei, fingindo estar abalada. Joguei-me em seu abraço, fazendo-o balançar. – Não seja assim. – sussurrei em suas vestes, absorvendo o perfume delas. – Você não me seduziu. Isso implicaria uma artimanha, até mesmo persuasão. Não fui persuadida a gostar de você.

— Nunca? Estou decepcionado. Devo dizer que geralmente me esforço bastante.

— Que besteira. Toda Hogwarts te acha assexuado.

Tom fechou o semblante, ofendido.

— Acho que o seduzido fui eu, então.

— Se foi, não tinha exatamente esse propósito. – segui o assunto desinteressada. – Eu queria uma amizade sincera. Se recebi além, culpemos o destino, pois.

Tom aproximou-se de mim intimamente.

— Amizade sincera, é mesmo? Esperemos que com Malfoy não queira o mesmo tipo de sinceridade...

Gargalhei, sussurrando em seu ouvido o seguinte:

— Te conto depois.

As horas seguintes foram de grande ansiedade, já que eu não podia sequer imaginar quais seriam as moedas de troca de Malfoy, e também, não sabia se haveria coragem suficiente nele para me usar contra Tom. Essa não era, estatisticamente, uma maneira segura de agir.

Fui para a Sala Precisa pouco antes do turno de monitoria dos dois, sabendo que Tom ficaria de espreita. Uma típica atitude juvenil e enciumada, contudo, não me deixei levar apenas pela falta de maturidade natural da idade ou pela carcaça apaixonada que ele mostrava ter.

Eu conhecia Tom Riddle. Ele era um controlador.

Abraxas chegou junto comigo. Sem dizer uma palavra, abriu o portal com grande facilidade e entrou primeiro, montando o cenário de acordo com sua necessidade. Não era muito elaborado, diante da bagunça, via-se uma mesa comprida, dois lugares nas pontas, velas acesas e uma diversidade de alimentos. Sentou em uma ponta e, pacientemente, gesticulou a outra para mim.

— Estou surpresa. – eu disse, expressiva. – Contrabandeou tudo isso para mim?

— Na verdade era pra mim. – respondeu com diversão. – Você só deu sorte.

A resposta dele lembrou-me vagamente de Tom em nossa mesa de chás.

— Se sua tentativa de barganha era através da conquista, falhou miseravelmente. – comentei despretensiosa servindo-me de uma bela fatia de carne assada. – Mas posso pensar em perdoá-lo depois de uma refeição tão caprichada.

Malfoy riu.

— Conquista! Seria muito atrevido. Não, querida... – ele disse em deboche. – Gosto muito da minha vida pra atentar contra ela. Jamais tentaria pegar algo que é do Tom. Acredite, você é encantadora, e seria uma grande tentação, mas sabe... – ele respirou profundamente. – Gosto daquele cabeça dura. Só odeio como ele pode ficar melhor que eu nas minhas próprias vestes.

Ri de volta, relaxando.

— Então, o que seria?

— Você tem parentesco com o WestVille de Lille?

Engasguei.

— Quem?

— Lille, na França. Minha mãe tem uma amiga, bruxa de sangue puríssimo e linhagem muito avançada, que se parece com você. Demais. Gostaria de vê-la?

Malfoy foi em minha direção caminhando a passos curtos e uma polaroide nas mãos. A bruxa em questão se mexia com delicadeza, e era possível ver traços muito similares aos meus na sua tez pálida e cabelos longos ricamente trançados. Apesar da fotografia em preto e branco, juraria por Merlim que os olhos da dita amiga eram esverdeados, além de grandes e profundos.

— Como ela se chama? – perguntei curiosa. Eu não havia conhecido os parentes estrangeiros.

— Joanna. – Abraxas voltou para seu lugar, deixando a fotografia comigo. – Belíssima, não? Bem, antes que me entenda mal, ela também é comprometida. Casada, pra ser exato.

— Joanna WestVille. – pensei por um instante, mas nada me veio à mente. – Não. Definitivamente não a conheço.

— Ela diz conhecer você.

Travei minha mandíbula por um instante, relaxando-a em seguida, voltando a mastigar a carne impecável que jazia em meu prato, partida pela metade. Encarei aquele prato, porcelana tão bem desenhada, e voltei meu olhar para Abraxas, que sorria abertamente.

— Não vou contar para o Tom. – disse ele com convicção. – Caso queira me dizer o que está havendo, eu serei um túmulo.

— Pode ir para o túmulo se souber – segui com minha refeição, demonstrando rigidez. – E sua amiga também.

Malfoy engoliu o sorriso.

— É grave?

Suspirei.

— Muito, muitíssimo.

— Tom sabe?

— Sabe o que pode saber.

— E o que eu posso saber? – seus olhos brilhavam de excitação. – Sei que você não é qualquer pessoa, mesmo estando sozinha. Sei também que você é rica.

— Rico é você! – acusei-o. – No máximo eu tenho fundos.

— Fundos estes vindos direto de um banco francês e transferido para uma conta no Gringott’s assinada por Albus Dumbledore. Você é menor de idade, então não pode fazer essa transferência.

— Sua família é realmente muito influente, Sr. Malfoy. Descobriu até a origem do meu dinheiro. – sorri, servindo-me de batatas assadas.

— Não nego a primeira, pois é verdade. Somos muito influentes. Mas minha família não tem nada a ver com isso, eu fui por conta investigar. Quando chegou aqui, imaginei que fosse uma parente distante perdida, ou que sua memória estivesse corrompida, sei lá, pensei várias coisas. – ele também comia enquanto falava. – Mas quando vi você e o Riddle, destemida, aprendendo com ele coisas que uma mocinha não faria, fiquei ainda mais curioso. Pra que você precisa se defender assim?

— Há uma guerra lá fora. – respondi simplesmente.

— Essa guerra não afeta gente como nós. — ele disse sem rodeios. – Pode afetar Tom, aliás, já o está afetando, pois sem recursos o lugar que ele morava já era. Isso é bom, por outro lado, ele pode tentar se emancipar e deixar a parte trouxa dele finalmente para trás.

— É fácil falar de emancipação tendo dinheiro, Malfoy.

— Dinheiro este que você tem. Mesmo assim, qual guerra você quer lutar? Tenho a sensação que sabe muito mais do que demonstra. O fato de ter surgido aleatoriamente e ciente de tantas coisas me intriga, Valery. Porque eu realmente acho que você é uma WestVille infiltrada, uma agente, mandando informações pra algum lugar e que Dumbledore é o mandante disso.

Que rapazinho inteligente. Ele acertaria em cheio se pudesse ser desviado um pouco mais do óbvio.

— Não, Malfoy, eu fui resgatada depois que meus pais foram levados para um interrogatório. Nossa casa foi invadida, minha irmã mais nova, sequestrada, e Dumbledore veio ao meu socorro antes que pudessem levar-me também. Meus pais se chamavam Ilda e Victor WestWood, e minha irmã, Victoria. Se há algum parentesco entre mim e essa moça, eu desconheço. Mas agradeço a sua preocupação.

Ele não pareceu satisfeito.

— E o dinheiro transferido? Como justifica isso?

— Não justifico, porque não sabia. É uma informação nova para mim. Vou perguntar para Dumbledore amanhã mesmo e, se ele não tiver uma resposta concisa, investigarei por vias próprias.

— E toda essa defensiva? O que te motiva tanto?

Levantei-me da mesa, de modo grave, para minha saída triunfal.

— Que eles venham atrás de mim.


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