Miraculous - Um Novo Início escrita por Ben10


Capítulo 18
The Ice Queen




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    - E então? – Um garoto, de cabelos escuros e possuindo uma mecha verde-água, se pronunciou – É aqui que começa?

    - Não, ainda não... – Respondeu outro garoto, que escondia parte de seu rosto e cabelo com um capuz – Esta é só uma parte intermediária.

    - O que faremos até finalmente chegar o momento? – Uma loira resmungou, entediada – Eu pensei que tudo começava após...

     - Vocês ainda vão ver... – Um moreno se aproximou, cortando a fala da loira, mexendo no celular – Eu e meu irmão sabemos da história completa, por isso ele disse que é só uma parte intermediária. – Continuou, tirando os olhos do aparelho – E, além do mais, a profecia não disse quem faria merda... Pode ser qualquer um, certo, Butch? – Olhou para o da mecha verde-água, sugestivo.

    - Sim, Luíz Felipe... – Respondeu ele, num murmúrio.

    - Eu sei que é uma péssima hora, mas... – Outra garota apareceu, abraçando o tal “Butch” de lado – Louis e eu estamos indo assistir um filme, querem ir? O resto do povo está ocupado.

    - Agora não, L.J. – Respondeu o garoto-do-capuz, balançando a cabeça – estamos um pouco ocupados aqui...

    - Outra hora talvez, mana? – Indagou Butch, sorrindo.

    - Hum... Pode ser! – L.J sorriu e se virou, saindo correndo.

    - Ela não está bem. – Confirmou, sentando-se no chão – Argh... Ela só sorri daquele jeito quando está mal! – Murmurou, tombando a cabeça.

    - Pode ir atrás dela, Butch – A loira sorriu, colocando a mão em seu ombro – Nós cuidamos daqui, certo, André?

    - Sim... – Murmurou ele, revirando os olhos e puxando um pouco mais seu capuz – Você vai nos dever uma...

    - Valeu, galera! – Exclamou, saindo correndo – Depois pago um lanche para vocês!

    - Vou chamar a Bethany para vir nos ajudar hoje... – André pegou seu celular, enviando uma mensagem para a irmã – Afinal de contas... O que está fazendo aqui? – Perguntou para Luíz Felipe, cruzando os braços.

     - Vim ver você, irmão querido... – Brincou, fazendo uma careta – Na verdade, vim pegar dinheiro, tem umas coisas linda na lojinha ali do lado! – Ele fez uma cara fofa – Por favor...

— Pegue o seu dinheiro! – André voltou sua atenção para os monitores – Vamos prestar atenção agora... A coisa vai ficar mais interessante.

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    Correndo, desesperada, pela noite. Isolada, sem ninguém a ajudando... É nesse estado que podemos encontrar a garota, vagando por aí. Tremia e, a cada passo, o frio ficava mais intenso... A ponto de uma pessoa normal não sobreviver, mas... Ela não é normal, não é mesmo? Aguentar temperaturas tão baixas com certeza não é um dom de pessoas normais...

    As lágrimas caíam e escorriam pelo rosto, não queria demonstrar um lado tão fraco de si mesma, queria se demonstrar forte, mas como? Fugir sempre parece a última opção, só que, para ela, foi a primeira. Nesse momento, se encontra perdida, em um lugar onde nem se quer sabe onde fica!

    “Típico drama de Pâmela”— Pensava a amiga, enquanto procurava, junto com dos outros, aquele ser que havia sumido. Não sabiam onde ela estava e nem se ia voltar, o importante era achá-la de qualquer forma. 

    - Faz séculos que estamos procurando! Aff! – Iasmin reclamou, levantando uma enorme pedra – Pâmela! Você está aí? – Deixou a pedra cair – Ai, que frio! – Se enrolava cada vez mais na coberta.

    - Como ela iria se esconder embaixo de uma pedra, sua anta? E eu ainda não acredito que você trouxe uma coberta! – Nino bateu a mão na testa, reprovando aquele ato – Mas, realmente, eu também estou cansado...

    - Vocês dois! É melhor que estejam procurando direito! – Alya olhou ao redor e, ao mesmo tempo, tentava se aquecer – E... Bem que a Pâmela podia ter fugido sem congelar Paris inteira, né?

    - Concordo – O loiro tremia enquanto andava – Marinette, por que você não arranja uns croissants, e chocolate quente com marshmallows, para nós? – Indagou, sorrindo.

    - Marshmallows! – Exclamou a esverdeada – Vai, Mari! Assalta a padoca pra gente!

    - Eu não vou assaltar a padaria Iasmin! E não vamos parar até conseguirmos achar aquela menina! Entenderam? – Disse, autoritária, encarnando a própria Ladybug.

    - Sim... – Ambos abaixaram a cabeça e continuaram aquela “caça à Pâmela”

[...]

    - Eu estava pensando no que exatamente? Ficar sozinha assim pode ser pior, não é? – Ela perguntou para si mesma, enquanto andava pela neve – Não! Eu tenho que ficar longe para não os machucar! – Assentiu com a cabeça, mas, logo após, sua feição se tornou de dúvida – Isso é tão confuso! – Mantinha a mão na cabeça, enquanto andava no meio da neve, que nem sabia de onde estava vindo – por que raios está nevando?!

    A cabeça sobrecarregada, falas e músicas decoradas à toa... Como ela queria um modo de voltar no tempo e fazer com que nada tivesse acontecido. E pensar que foi, talvez, manipulada por um mero pesadelo... Queria limpar a mente, mas como? Terapia? Não é bem a cara dela, né?

[Pâmela]

A neve branca brilhando no chão

Sem pegadas pra seguir

 

    Cantar... Será que iria ajudá-la? Não custava tentar.

[Pâmela]

Um reino de isolamento

E a rainha está aqui

 

    Pode ser que essa parte não tenha nenhum sentido na vida dela, mas... É a música

[Pâmela]

A tempestade vem chegando e já não sei

Não consegui conter, bem que eu tentei

Não podem vir, não podem ver

Sempre a boa menina deve ser

Encobrir, não sentir

Nunca saberão

Mas agora vão

Livre estou, livre estou

Não posso mais segurar

Livre estou, livre estou

Eu saí pra não voltar

Não me importa o que vão falar

Tempestade vem

O frio não vai mesmo me incomodar

De longe tudo muda

Parece ser bem menor

Os medos que me controlavam

Não vejo ao meu redor

É hora de experimentar

Os meus limites vou testar

 

    Criou uma escada de gelo e começou a subi-la, sorrindo e sentindo a liberdade.

[Pâmela]

A liberdade veio enfim

Pra mim

Livre estou, livre estou

Com o céu e o vento andar

Livre estou, livre estou

Não vão me ver chorar

Aqui estou eu

E vou ficar

Tempestade vem

 

    Começou a fazer um enorme castelo de gelo, como se estivesse mesmo no filme.

[Pâmela]

O meu poder envolve o ar e vai ao chão

Da minha alma flui em fractais de gelo em profusão

Um pensamento se transforma em cristais

Não vou me arrepender do que ficou pra trás

Livre estou, livre estou

Com o sol vou me levantar

 

    Para, finalmente, ficar sem aquele vestido que, segundo ela, era “cafona”, mas até que parecido com o original (Marinette fizera um bom trabalho com os figurinos)... Pâmela transformou-o em um novo vestido, preto e com alguns detalhes brilhantes, que davam um toque meio “azulado”.

[Pâmela]

Livre estou, livre estou

É tempo de mudar

Aqui estou eu

Vendo a luz brilhar

Tempestade vem

O frio não vai mesmo me incomodar

 

    E foi isso... Agora está sentada na varanda do castelo. Até uma certa voz, cantando, atrapalhar seus devaneios:

    - Moça, sai da sacada... Você é muito nova pra brincar de morrer... Me diz o que há, o quê que a vida aprontou dessa vez?

    - O que... – Ao se virar, encontra Iasmin apoiada na porta – O que você está fazendo aqui?! Tinha que estar em Paris! Não nesse fim de mundo! Afinal de contas... O que você está fazendo aqui?! – Ela perguntou, gritando, em desespero.

    - Eu e o resto da cambada viemos atrás de uma certa louca que surtou no meio de uma apresentação de teatro... – Apontou para ela, sorrindo de canto – Praticamente você transformou Paris num inverno de gelo, é bom desfazer...

    - Eu fiz o que?! Espera! Se você veio com os outros... Onde eles estão? – Se desesperou mais.

    - Ralando para subir essa escada – Apontou para a porta do castelo, de onde seis seres brotam – Como foi a subida gente?

    - Pâmela... – Nino se apoia na parede – Da próxima vez é melhor não fazer escada nenhuma! Ouviu?

    - Ai meu Deus! Que roupa linda, querida! – Marinette mantinha os olhos brilhantes vidrados no vestido – Eu quero um, viu?

    - Ok, vamos ver... Eu sou péssima em dar conselhos, Marinette ficaria falando da roupa, Nino iria irritá-la, Adrien não sabe o que faz... – Iasmin pensava nas possibilidades de quem poderia conversar com a nova Elsa – Beleza! Geral vazando! E tu, menino... – Empurrou Akira para o lado de Pâmela, na sacada – Conversa com ela! Qualquer coisa, nós vamos estar do lado de fora, ouvindo a conversa pela porta!

    - Por que eu? A Alya é melhor em conselhos...

    - An... Dã! Você é o namorado dela! E vamos concordar, meus shipps sempre são lindos e perfeitos! Vamos, pessoal – Empurrou o resto do povo para fora e fechou a porta.

    Ambos se sentaram na beira da sacada e ficaram calados, um silêncio que possui tristeza. Um silêncio até perturbador. O garoto suspirou e, finalmente, começa a falar:

    - Então, é isso que você quer? – Perguntou, em um murmúrio.

    Pâmela se virou, meio assustada com a pergunta.

    - Como assim? – Indagou, confusa.

    - Ora, se isolar de tudo e todos... Viver aqui nesse lugar, tão longe e vazio...

    Ela abaixou a cabeça e ficou muda por um momento, como queria jogar tudo para fora...

    - Bem, eu... Não sei o que quero. Sabe, as coisas estão estranhas. Pesadelos terríveis, perder o controle e tudo mais. É meio novo para mim isso... – Ela riu fraco, colocando a mão na testa.

    - Sabe que não precisa passar essas coisas sozinha. Eles estão aqui! Eu estou aqui! Por você, e só você!

    - É por isso... – Soltou um riso abafado – Por isso que preciso ficar longe! Eu não quero machucar ninguém! Muito menos você! – Apontou para ele, em desespero.

    - Não irá ferir ninguém, por dentro você é uma pessoa forte, sabe controlar isso... – Tentou acalmá-la – Mas parece que perdeu a confiança, se demonstra fraca, confusa e sem caminhos certos...

    - E-eu... Ah, droga! – Enfiou a cara nas mãos, para controlar as lágrimas.

    - Não precisa ter medo, vai conseguir! Voltará a ser aquela garota leal, sincera, sem medos... – Akira contou em seus dedos as qualidades que dizia sobre ela – A garota que, incrivelmente, pode me fazer rir sem esforço... A garota que... Eu me apaixonei.

    As palavras saíam e Akira nem percebia, soltava tudo que estava entalado na garganta. Nem lembrava que certas pessoas podiam estar ouvindo em volta, para ele só existia Pâmela em sua frente, nada mais.

    Pâmela ergueu a cabeça e deixou com que algumas lágrimas rolassem... Enxugou-as já com um sorriso no rosto, aquele sorriso que, segundo Akira, podia trazer o sol em dia de tempestade.

    Do outro lado da porta:

    - Que mágico!

    - O que você está ouvindo, Iasmin? – Alya estava com a cabeça grudada na porta, tentando ouvir algo.

    - Menina, você está surda! Só pode! Tipo, ‘tá rolando uma declaração super fofa ali dentro! Vomitando arco íris aqui! – Exclamou Iasmin, erguendo os braços.

    - É sério, isso está tão lindo! – A azulada também quase derramava lágrimas de emoção – Adrien! Aprende aí!

    - Ei!

    De volta para a varanda maravilhosa que eu queria ter em casa:

    - Mas, eu ainda não sei se posso “descongelar” Paris... – Sussurrou, constrangida

    - É claro que pode. Eu sei que pode.

    - Mas, e se eu errar? E se der tudo errado de novo? – Novamente, as mãos azuis, geladas e trêmulas. Tudo sumiu na sua volta, respiração rápida e ofegante. Olhava para os lados com desespero – O que? De novo não! Por favor! De novo não!

    De novo a voz: “Esquisita, problemática, monstro...”

    Isso é o que dizia, palavras desprezíveis e cruéis. A morena mantinha a cara afundada nas mãos, lágrimas já rolavam caindo no chão. Só existia ela... E a escuridão a cercando.

    - Pâmela? Você me ouve? – Akira a segurava pelos ombros – Eu sei que vocês estão aí, atrás da porta! Venham ajudar, caramba!

    - Espera aí! O negócio emperrou! Chuta a porta, Iasmin! Tem super força pra que? – Nino berrava.

    A porta é arrombada e eles correm em direção aos dois.

    - Foi mal pela porta, Pâmela.

    - O que está havendo agora? Oh, Senhor. Pensei que estava tudo certo, fofo... – Alya colocou a mão na testa de Pâmela – Ela está muito gelada... Pâmela, você consegue nos escutar? Responda!

    - S-saiam daqui... É perigoso ficarem perto de mim! – As mãos estavam na cabeça, olhos arregalados e cabeça baixa.

    - Escuta aqui Pâmela, eu não vim pra esse lugar ver você surtar sem motivo de novo! – Bradou Iasmin, levantando a cabeça da garota com uma das mãos – Agora me diga: Por que está fazendo isso? Medo? Insegurança? Por favor! Sei que você não é idiota como eu para se abalar com essas coisas! Então erga a cabeça, se levante, chacoalhe a poeira e dê a volta por cima!

    - IASMIN! – Todos exclamaram, em tom de reprovação. Aquelas palavras podem ter sido duras... Mas foi o bastante para atingi-la em cheio.

    Pressionada, é assim que se sentia, enquanto os outros brigavam entre si a voz sussurrava mais e mais em sua cabeça... Só queria sair de toda aquela situação. Ser livre.

    - CHEGA! – Berrou, calando todos que estavam ali – Escutem, eu sei que vieram atrás de mim e tals... Mas não deviam!

    - Você já falou isso umas cem vezes, troca o disco – Revirou os olhos Marco – Aliás, eu não vim aqui atoa, só para perder a transmissão ao vivo do Love Sentence!

    - O que? Nesse momento o Justin Towers ‘tá fazendo uma transmissão com o povo da banda? – A de cabelos verdes arregalou os olhos – Desculpa Pâmela! Vazando aqui! Tô indo Justin meu amor!

    - Me leva junto, idiota! – Marco saiu correndo atrás dela.

    - Ou-ou-ou! – Akira segurou os dois – Vocês não vão a lugar nenhum! Ouviram? 

    - Todos vocês devem ir! Agora!

    - Não vamos sem você!

    Novamente, saiu correndo. Subiu as escadas até o topo, onde se sentou e tombou a cabeça para o lado.

    - Olha, me desculpa... – Se virou para trás e encontrou Iasmin, parada – Eu vim aqui para te procurar mesmo, lá embaixo eu posso ter errado nas palavras... – Sentou-se ao lado de Pâmela – Eu realmente não sei o que falar. O que eu quis dizer lá é que, você é muito mais que uma idiota que acredita nessas coisas de “pesadelo”, sabe...

    - Mas você...

    - Eu sou uma idiota, Pâmela! Não é possível que não percebeu! – Murmurou, passando a mão nos olhos, para disfarçar algumas poucas lágrimas – Não precisa acreditar nessas baboseiras! Alguém uma vez me disse: “Pode contar com seus amigos”

    - Já me disseram isso também... Mas parece que eu não liguei, não é mesmo? – Riu de si mesma.

    - Quer descer agora? Sabe, acho melhor você ir lá deixar a Marinette ver esse vestido... Antes que ela te persiga até a morte.

    - Vamos descer!

 [...]

POV Pâmela

    Pois é, a vida pode não se justa em alguns momentos... A minha pode parecer bem esquisita se quiser comparar com a sua. Mas saiba que mesmo com dificuldades sempre poderá contar com aqueles que ficam ao seu redor. Seus amigos, sua família... Sempre estarão ao seu lado, não importa a dificuldade.

    Alguém já me disse isso uma vez e não pretendo esquecer. Só tente ser você mesmo e verá a liberdade ao seu alcance, lembre-se: Nunca diga nunca para algo que queira muito, seu sonho um dia vai se realizar.

    Mas, enquanto esse dia não chega, aproveite o quanto der e sempre pense: “Eu vou conseguir”. Seja otimista e alegre, conte com os que te amam e siga seu caminho, fazendo seu próprio destino. Você pode decidir se ele será claro e iluminado... Ou trevoso e escuro.

    Já tomei minha decisão, agora é a sua vez...

 


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Notas finais do capítulo

Mesmo no inverno mais frio... O sol pode aparecer para trazer o calor



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