À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 43
Suspeito


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Ainda suspirando pelo ato do Nathaniel no capítulo passado? Porque eu estou :~

Olha, parece que as coisas estão decaindo por um lado, e subindo por outro. Teremos umas coisinhas intrigantes nesse capítulo.

Boa leitura!



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Denise e eu ficamos um tempinho ali, jogando conversa fora, como se nada de ruim tivesse acontecido aquela noite. De repente, ouvimos toques na porta, e dessa vez, tememos que fosse alguém procurando pela garota fugitiva.

Paramos de falar no mesmo segundo, tentando ouvir algo.

— Heloise...? — Era Oliver. — Você está aí? — Bateu de novo.

Encarei Denise, questionando com o olhar se devia abrir, e ela deu de ombros, deixando a decisão em minhas mãos. Levantei e fui até lá, vendo Oliver.

— Desculpe, mas... — Olhou para dentro do quarto, parecendo aliviado quando viu sua prima. — Ah, você está aqui... Ainda bem.

— Estão procurando por mim...? — Denise andou até nós.

— Claro que sim, ainda mais depois de você ter sumido — explicou, como se fosse óbvio.

— Por favor, Oli, não diga que estou aqui, por favor, eu te imploro — suplicou.

Suspirou, mexendo nervosamente nos cabelos de sua nuca. — Se eu não disser que te achei, vão ficar ainda mais preocupados... Eles podem acabar chamando a polícia... — Denise fez uma carinha tristonha e pidona ao mesmo tempo. — Tudo bem, eu digo que te encontrei e que você precisa ficar sozinha.

— Obrigada! — Denise se jogou nele, o abraçando.

— Eu queria atrasá-los para sempre. — Ele a envolveu com seus braços. — Mas infelizmente está fora do meu alcance.

Eu sei como você se sente, Oliver...

— Tudo bem, você já me ajudou como pôde. — Denise o soltou com um sorrisinho. — Obrigada mesmo.

— Por nada, mas já sabe que vai ouvir todas amanhã, não é?

— Sim... — Olhou para baixo, sem graça.

— Esteja preparada, então. Enfim, boa noite para vocês.

— Boa noite — desejamos juntas, e voltei a fechar a porta assim que ele foi embora.

— Pelo menos terei uma noite para me preparar... — Denise disse indo para a cama.

— Isso é... Se importa se eu for tomar banho?

— Não, pode ir.

— Não precisa atender a porta — brinquei e ela sorriu.

Fui tomar um banho relaxante, e depois vesti meu pijama. Fiz Denise ficar com suas roupas debaixo e deitamos lado a lado na cama. Não demorou muito para que dormíssemos, já que estávamos completamente exaustas. Quando acordei com meu despertador, notei que Denise não estava mais na cama e nem no banheiro. Ela devia acordar bem mais cedo do que eu.

Eu só esperava que não brigassem muito com ela.

Me troquei e desci a procura do café da manhã, e como não vi Denise na cozinha, comi rapidamente e fui para o penúltimo dia de trabalho. Assim que entrei na loja, vi Adeline terminando de colocar um vestido em um manequim, e logo veio ao meu encontro.

— Heloise...! Recebi outra carta! — disse com um sorriso enorme. — E dessa vez havia uma letra como assinatura!

— E qual era a letra?! — questionei, arregalando os olhos.

— Era um A.

— A...? — Franzi o cenho. — Você conhece algum homem que tenha o nome iniciado por essa letra?

— Não...

Eu não posso ficar parada. Olha essa menina, ela está ficando apaixonada pelo autor dessas cartas, e olha que nunca o viu na vida!

— Adeline, preste atenção. Não se deixe levar pelas palavras. Lembre-se do que eu disse.

— Eu sei, eu sei. — disse teimando, cruzando os braços.

Suspirei. Era igual lidar com um adolescente. Na realidade, ela era uma adolescente.

— Olha, eu sei que é frustrante, mas você vai me agradecer um dia. Agora, vamos focar em tentar descobrir quem é esse homem. Você pode perguntar discretamente aos seus pais se eles conhecem rapazes com nomes que começam com A, tudo bem?

— Tudo bem. — Voltou a se animar.

— Aliás, eles sabem sobre essas cartas?

— Não, não acho que reagiriam muito bem se soubessem... Normalmente sou eu que pego a correspondência, então eles não ficam sabendo.

— Hm, tudo bem. Vamos focar no nosso plano.

— Certo! — E ela olhou para baixo, arregalando os olhos e pegou minha mão. — Santo Deus, que anel magnífico! De quem ganhou?

— Eu... comprei.

— Comprou? — Pareceu surpresa. — Me parece um anel de casamento...

— Mas não é, eu comprei porque achei muito bonito, e eu não resisto a coisas bonitas.

Adeline deu risada. — Não posso opinar, pois também sou assim... Olha, temos clientes.

— Vamos trabalhar, então.

Mais um dia atendendo clientes, ajustando vestidos... E assim terminei o trabalho, cansada como sempre.

Voltei à pensão, comi algumas coisinhas de café da tarde e fui para meu quarto. Resolvi tomar o banho mais cedo, pois estava com calor e precisando relaxar as pernas doloridas. Fiquei um tempo de molho, até a água esfriar, e depois coloquei um dos vestidos que comprei no dia em que vi Adeline, o mais simples, amarelo claro.

Eu precisava saber se Denise estava bem e saber o que aconteceu.

Soltei o cabelo, só o penteando com os dedos enquanto trancava meu quarto e descia, o prendendo de novo. Talvez Denise já tivesse ido para casa. Peguei o corredor e saí no pátio, vendo alguns hóspedes aproveitando o restinho do dia por ali, até que alguém me chamou atenção.

Espera aí... A... de...

Armand estava em um dos bancos, conversando com uma senhora, com um livro aberto em uma das mãos.

Será que...? Mas eu nunca o vi na loja, como ele poderia conhecer Adeline? Ou ele poderia ter vindo para cá anteriormente e a visto? E agora que voltou, está tentando cortejá-la aos poucos...?

— Senhorita Dumas?

Parei de encarar o chão e ergui o rosto, encontrando Armand parando na minha frente.

— A senhorita está bem? — perguntou sorrindo. — Estava me encarando alguns segundos atrás.

Epa... — Nossa, me perdoe. Eu estava completamente perdida em pensamentos.

Ele riu. — Tudo bem, acontece. A senhorita está belíssima esta noite, se me permite.

Meu rosto corou um pouco. Heloise, não se deixe levar por elogios, esse cara pode ser o futuro ex-marido!

— Ah... agradeço. — Dei uma olhadinha para baixo, sem saber o que dizer.

Se realmente for ele que está mandando as cartas para Adeline, preciso dar um jeito de descobrir. Mas como? Eu só poderia saber caso conseguisse me aproximar e... Espera, já sei!

— Ah... senhor Burnier, eu estive pensando...

— Sim? — Me olhou curiosamente.

— Eu... acho que aceitarei seu convite esta noite.

— Meu convite...?

— Para o jantar. A menos que esteja ocupado...

— Ah, não! De forma alguma. Me perdoe, às vezes minha mente me prega peças. — Sorriu, pedindo desculpas. — Por favor, junte-se a mim no jantar, será um prazer.

— Claro. Que horas?

Armand pegou seu relógio de bolso, em seu colete, vendo o horário. — Daqui uma hora, que tal?

— Perfeito. Nos encontramos no salão de refeições.

— Tudo bem. Até mais tarde. — Fez uma pequena reverência e eu a devolvi, e ele entrou.

Uau... Ok, Heloise, uma coisa de cada vez. Ou faça tudo de uma vez, como sempre. O que eu ia fazer mesmo...? Ah, sim, procurar Denise.

Voltei a andar em direção à casa dos Pierre. Cheguei na lateral da casa, e antes que saísse no quintal, me deparei com Kentin vindo.

— Heloise, oi! — Ele sorriu ao me ver e paramos.

— Olá, Kentin, faz tempo que não o vejo.

— Tenho a mesma sensação em relação a você. Eu estou trabalhando igual um cavalo, mal paro... Para onde vai?

— Eu... Estou indo ver Denise.

Ele torceu os lábios, como se estivesse preocupado com a ideia. — Olha... Eu não acho uma boa ideia.

— Por quê?

— Digamos que o seu nome não está sendo bem falado lá em casa...

Ai, caramba... — Como assim...? O que estão falando de mim?

Kentin segurou suas mãos, apertando seus dedos, pensativo. — Por causa das coisas que aconteceram ontem... Pelo que entendi, você apertou o braço de René e ele contou isso a todos do jantar, e também que você manipulou Denise para que ela fugisse e negasse uma ordem dele... E... estão dizendo que você é uma péssima influência para Denise.

Passei as mãos no rosto nervosamente.

Só me faltava essa...

— Hoje de manhã, ouvi minha tia brigando com Denise, dizendo para ela parar de andar com você, pois você não era uma mulher direita, que estava fazendo aquelas coisas para prejudicá-la... Eu ouvi coisas ruins, mas eu sei que você não é assim, eu sei que estava tentando ajudar Denise...

— Kentin... — Suspirei pesadamente. — Eu não fiz nada para prejudicar Denise.

— Eu sei... Olha, talvez minha tia enxergue isso, agora no calor do momento acabamos falando coisas sem pensar... Pode ser que ela veja como disse bobagens... Espere uns dias para ir até lá, pelo menos posso te poupar de ouvir coisas maldosas.

Parei com a mão no rosto, olhando para ele, e concordei. — Tem razão... Obrigada por isso.

— Não há de quê. Eu realmente espero que a situação melhore.

— Eu também, Kentin, eu também...

Voltamos ao prédio em silêncio, e eu fui para o quarto.

Como pode uma coisa dessas? Eu não obriguei Denise a sair correndo, ela praticamente suplicou para que eu a tirasse de lá. Como os pais dela não enxergam o quanto a filha está sofrendo com essa coisa de casamento?!

Eu não me conformo com isso!

Kentin tem razão. É melhor não me intrometer ainda mais por esses dias. Deixar a poeira baixar. Quem sabe esses pais negligentes vejam o lado de Denise... Bom, agora eu preciso me preocupar com outra coisa: Armand e o jantar.

A grande questão é como farei ele desembuchar sobre as cartas, se é que realmente são dele...

Como diria minha avó, terei que comer pelas beiradas até chegar no centro... Espero que eu consiga tirar alguma informação, sem que ele suspeite de algo.

Boa sorte para nós...


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Notas finais do capítulo

Eita, Heloise! E agora, hein?

E aí, gente, suspeitam do senhor Armand Burnier? Será que esse jantar-interrogatório nos trará informações importantes?

Saberemos na quarta-feira.

Espero muito que estejam gostando dessa confusão toda kkk

Esse é o vestido que a Lolo colocou:
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Até mais o/



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